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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XXIII

Onde Nasce uma Paixão

E' realmente bom poder entender a si mesma! E' como se alguém dentro de você te alertasse, como se fosse um visitante batendo na porta: "Toc... Toc... Eu curiosa pergunto: Quem bate? E ele responde: E' o seu interior querendo te avisar o que você sente! Sou eu, sou sua mente lúcida! 
Todos me avisaram, até mesmo a minha mãe quis me ajudar a entender, mas somente eu pude sentir, quando algo dentro de mim quis me mostrar.

Eu,  agora, me sinto feliz em me entender, me sinto dentro desta natureza que é só minha e dele, onde sinto seu cheiro por todo instante e que a qualquer momento ele vem me buscar... Eu queria muito que ele viesse me buscar, tenho tanto para falar!


E, assim, a estória continua...
 Segredos... Porque Esconder Algo que Viveu ou que Sabe?
O Segredo Surge Por ter Medo.

- Que delicia estar aqui! Você está gostando, Olívia?
- O que? O que disse? Fala mais alto Letícia, eu não estou ouvindo! 
- Eu te perguntei se você está gostando? Eu estou adorando! Esta mudança de planos foi a melhor coisa que fizemos, sabia? Nunca poderia imaginar de estar em uma discoteca de Cuiabá sacudindo todo o meu corpo.
- Hã? Definitivamente não consigo te escutar. Se quiser falar comigo, vamos ter de ir lá para o bar... Parece que lá no bar tem como conversar.
- Você está louca! Daqui eu não saio de jeito nenhum, eu quero é dançar e esta musica é boa demais! 
Neste momento decidi gritar em vez de falar. Estávamos em uma pista de dança de uma das melhores discotecas de Cuiabá, aproveitando a noite de nossa nova aventura, depois que decidimos mudar os planos e sair da Chapada dos Guimarães por não ter tido como aproveitar o passeio do modo que planejamos. Planejamos tanto e nada ocorreu como planejado. Seria difícil nos aventurar sem a ajuda de um guia que seria Juliano, mas... Eu estraguei tudo.
E gritando Letícia conseguia me escutar:
- COMO VOCÊ CONSEGUE SACUDIR TANTO O SEU CORPO ASSIM, LETÍCIA? EU ACHO LINDO DEMAIS E QUERIA FAZER IGUAL A VOCÊ!
- Então sacode! Olha para mim, tenta observar meus passos e o modo que eu danço. Não é difícil basta você se soltar... Aliás, não fica tentando fazer como eu não. Escuta a musica, deixa ela entrar dentro de seus pensamentos, tenta seguir cada som que você escutar e o transforme em dança. Deve ser assim, sentir a musica! Seu corpo precisa de aprender a sentir cada instrumento tocado, cada ritmo criado na musica. Só assim você vai conseguir. Vai tenta!
- O QUE? EU NÃO CONSIGO ESCUTAR QUASE NADA DO QUE VOCÊ FALA, TEM DE GRITAR COMO EU, PARA QUE EU TE ESCUTE.
Letícia estava me deixando com muita inveja por não conseguir dançar como ela. Me sentia envergonhada por estar em uma pista e não conseguir me mexer. Meu corpo parecia enferrujado como um ferro velho, embalsamado como uma múmia. Eu parecia um gelo em pista daqueles do Polo Norte onde não se derrete jamais se transformando em água, como se fosse um corpo macio. Eu queria, eu desejava mas parecia impossível. Ele era sempre duro como um pão dormido ou muito mais. O meu corpo parecia um tronco de uma árvore um pouco torta, porque o que conseguia fazer, era somente me entortar em vez de dançar. 
E Letícia é diferente de mim...Ela parecia uma onda do mar que em cada um de seus moimentos, tem um ritmo certo. Parecia um pássaro a voar onde a cada batida de asas poderia continuar a dar o seu espetáculo para quem quisesse admirar. Quem a olhasse poderia vê-la como uma pintura em tela, ao paralisar alguns de seus movimentos deixando em memoria, onde cada movimento de uma cena vista, conseguiria ser recriado de um modo justo. E em uma tela é assim... O pintor recria cenas porque existem na memoria para sempre ao ponto de desenhá-la com um pincel. Assim é a minha irmã. Sempre sedutora e em qualquer um de seus passos, tinha seu modo diferente de ser. Por isto que gosto tanto dela. Ela me faz aprender a encontrar o melhor que tem dentro de mim e que antes não via.
E naquela discoteca havia um DJ que fazia a musica se tornar muito mais envolvente. Eu estava adorando estar ali, gostei demais de toda esta nossa mudança de planos, para dizer a verdade estava precisando disto.


Era uma noite dedicada especialmente a Black Eyed Peas, Lady Gaga, PitBull, Ne Yo, Afrojack & Nayer, Jenifer Lopes e raramente surgia uma musica um pouco mais lenta. Uma noite realmente especial e, cada musica que escutava mais sentia uma enorme vontade de desenferrujar todo o meu corpo. 
Tivemos muita sorte de encontrar uma noite assim tão especial. 
Quando entramos, Lucas e Júnior foram logo para perto do bar. Estavam, ali, a conversar, não quiseram vir para pista antes de beberem um pouco. Logo chegariam perto de nós com alguns drinques especiais que tinham ali. Eu escolhi um que tivesse frutas e sabia que quando tomasse, conseguiria me descontrair um pouco mais.
Letícia falava e eu não conseguia entender.
- NÃO ADIANTA FALAR, SERIA INÚTIL PORQUE NÃO TE ESCUTO, AQUI TEM MUITO BARULHO!
Não fazia outra coisa que perguntar o que? O que? Parecia que somente eu que gritava.
Eu adoro discoteca, já tive outras oportunidades de ir em grandes discotecas e, nesta noite, aqui em Cuiabá Lucas nos proporcionou esta bela noite de tanto que Letícia pedia. Ele não resiste aos seus carinhosos pedidos. Ela sabe como fazer isto muito bem.
Foi fácil localizar esta discoteca, porquê Lucas se informou no hotel em que estávamos. Ali, no hotel, uma informação  como esta é muito normal, eles são habituados com pessoas que querem ter uma bela noite na capital. E foi de grande ajuda, porque, aqui, é realmente tudo muito lindo e cheio de vida.
Olhando, mais parecia um teatro porque além da pista enorme na parte de baixo, tinha também duas escadas nas laterais, em que nos levava para a parte de cima da discoteca, onde poderíamos encontrar muitas mesas e um outro bar, só para os clientes mais românticos do tipo que vão na discoteca mas não gostam de dançar  e sim apreciar tudo e todos. Eu acho que meu lugar era lá em cima, mas com Letícia, junto a mim, eu deveria continuar na pista, porque ela não desiste de maneira alguma de fazer o que gosta, tem de ser os outros a acompanhá-la. 
Logicamente o DJ estaria bem perto da pista. O que eu pude observar foi que além de dançar, as pessoas gostam de olhar como ele anima a festa. São tantos que ao dançar, dançam com o corpo virado em direção ao DJ só para olhar o que ele faz. Notei também que ele fala ao microfone com as pessoas e dança, mesmo tendo de estar atento ao que faz. Era como se fosse um camaleão, por todo o tempo mudava seu modo de ser, se transformava a todo instante. Acho que cada musica que ele escolhe, o faz ser diferente. Era muito interessante isto e eu também me virei para poder observá-lo.
Na entrada da discoteca a fila era enorme e teve um momento que senti vontade de voltar par o hotel, era muito desgastante ter que esperar a nossa vez de entrar, estando ali fora.
Lucas falou que através do hotel ele pode fazer uma prenotação, mas nem assim poderíamos entrar logo que chegássemos. Tivemos que dar o nome às pessoas que controlavam a entrada e esperarmos por alguns instantes, mas os instantes não passavam quando de repente ouvimos uma voz gritar: 
- Sr Lucas!
Lucas se animou todo e falou:
- Eu! Eu! Sou eu!
E, assim, entramos para mais uma grande aventura!
- Maravilhosa! Deslumbrante! Vida, isto sim que é paraíso.
Gritava Letícia sem perder o fôlego.
A discoteca realmente tinha seu charme. Havia muitas luzes e refletores por toda a parte que se modificavam seguindo o ritmo da musica. Quando estava dançando, eu não conseguia me concentrar no toque da musica porque queria olhar toda aquela decoração criada por uma pessoa muito capaz.
Por todo o teto havia globos que me seduziam, eu não conseguia deixar de olhar o seus movimentos rotativos e iluminados. 


Eu olhava os globos e a minha cabeça rodava junto a eles me fazendo ver além de tanta luz, toda a parte de cima da discoteca, onde havia várias pessoa debruçadas nas grades que protegia o lugar. Debruçavam para olhar para as pessoas que dançavam ou estavam bobas como eu, olhando para tudo. Era como se quem fosse lá para cima, estivesse escolhendo a pessoa com quem desejava ficar até chegar ao ponto de se divertirem juntos.
Acho que realmente estava precisando de uma agitação como esta. O sitio era maravilhoso mas muitas vezes da vontade de soltar toda a energia contida em nosso corpo e nada melhor que uma discoteca. Aqui tudo também era maravilhoso.
Qualquer pessoa poderia perceber o quanto estávamos alegres. Nossos olhos estavam cintilantes e com muita vontade de beber a tal caipirinha ou um outro drinque que nos deixasse bem alegre. Eu queria dançar e o álcool iria me animar. Eu nunca bebo... Não gosto de beber. Raramente coloco álcool em meu organismo, sempre escutei minha mãe dizendo o quanto fazia mal, então evitava contradizê-la, mas para dançar de verdade com toda esta minha timidez, eu teria que beber ao menos uma dose. Estava perto de pessoas em que confiava, então acho que não seria problema. E caso me sentisse muito mal, teria Júnior ao meu lado para me socorrer. Eu confiava em Júnior.
E assim chegou os namorados para dançar com lindas bebidas preparadas. Peguei a minha que havia um sabor de melão e falei no seu ouvido baixinho:
- Amor era do jeito que eu queria, você acertou.
 Ele carinhosamente começou a dançar perto de mim, todo lento como eu. Parecíamos um casal perfeito para ir ao cinema e não em uma discoteca.


 Em um certo momento em que olhei para cima, querendo novamente observar a decoração da discoteca, eu vi algo que ninguém viu... Eu vi Juliano lá em cima. Estava na parte superior da discoteca debruçado nas grades, observando todos que dançavam ali naquela pista... Na verdade ele estava me observando porque quando o olhei, ele fez um sinal para mim como se fosse um comprimento que se usa no exército para cumprimentar um superior: "As suas ordens Senhor!" Era como se dissesse que estava obediente comigo e aguardava novas ordens.
Eu fiquei calada... Fiz daquilo um segredo. Não achei que poderia ser o momento justo para criar uma situação alarmante no confronto de Júnior. 
Se ele queria ordens drásticas, eu não teria nenhuma ordem para dar, porque o que eu queria neste momento era beijá-lo e se ele quisesse dar qualquer ordens para mim, eu obedeceria como um cordeiro. 
Depois que o vi ali em cima, não consegui ser a mesma pessoa descontraída de antes. Eu ali naquela discoteca tentando me divertir... Mas como poderia me divertir, sabendo que ele estava a me olhar?
De repente me assustei com coisas que comecei a ver e...
"Mas o que ele está fazendo? Para quem ele está olhando agora? Quem é aquela garota do lado dele?


Ela está aproximando dele cada vez mais e agora vai abraçá-lo... Mas não pode! O que ele vai fazer, vai deixar? Ela abraçou...Ai que nojo! Que garota feia! Como ele pode ficar com uma mulher estranha deste jeito? Ela é um grude... E' ela que está tentando tocar nele e parece que ele não quer! Só  de olhar da para ver que é antipática, não gostei dela! Ele não vai ser feliz com esta mulher, não tem nada haver com ele... Não me importa nem um pouco com quem ele esteja ou com quem ele escolheu para namorar. Se ele gosta dela, então que seja feliz e me deixa de uma vez em paz! Mas que ela é feia, isto é sim."


- Porque parou de dançar?
Perguntou Letícia ainda toda animada e assim falei gritando:
- EU ME SENTI CANSADA E QUERIA OBSERVAR TUDO AQUI.
- Amor, eu não estou me sentindo bem...
Falou Júnior. Eu não consegui entender bem o que dizia então falei bem alto:
- O QUE? O QUE VOCÊ DISSE?
Desta vez Júnior tornou a falar gritando como eu, só que eu continuava a olhar o que acontecia lá em cima...
- NÃO ME SINTO BEM, MINHA GARGANTA ESTA DOENDO MUITO E ACHO QUE ESTOU FICANDO COM FEBRE.
- AH... 
Respondi completamente desinteressada sobre o que ele falou, aliás eu nem escutei por estar olhando e vigiando os passos de Juliano... Ao ver o que Juliano fazia me assustei e pensei:
"Ah não! assim não dá certo! Olha só o que ele fica fazendo... Parece que quer me provocar. Ele está deixando ela abraçar e agora está sorrindo com a testa no rosto dela.
Eu queria me aproximar para ver melhor, mas se eu sair daqui ele poderá me perder de vista. Eu estou achando melhor continuar aqui."
Ao ver que ele começou a tocar aquela mulher, senti ciúmes e com toda a minha ira, agarrei Júnior e o beijava ardentemente, mas meus olhos se miravam em Juliano para poder ver a sua reação. Percebi que o deixei muito agitado, parecia que sentia vontade de pular lá de cima. 
- Que beijo!
Falou Júnior  sorrindo para mim e continuou a repetir que não se sentia bem. Neste momento passei a dar mais atenção a ele e quando o toquei, pude perceber que estava muito quente. Júnior estava com febre muito alta, eu sentia só de tocá-lo. De repente sentiu necessidade de sair dali... Júnior não poderia continuar ali, naquele estado. Ele se sentia muito mal e estava querendo respirar outro ar.
Lucas preocupado decidiu ir embora... Letícia  não gostou tanto, depois de reclamar um pouco concordou e assim fizemos... Deixamos toda aquela maravilha que nos envolveu de um modo que ficaria para sempre em memória.


 E Juliano... Eu não poderia vê-lo, não teria como falar e o deixaria ali com uma outra pessoa do lado dele e isto me perturbava. Seria outra vez um novo desencontro.
No hotel, Júnior estava envergonhado só porque a noite foi interrompida antes do previsto e começou a falar:
- Me desculpe pessoal, eu não queria atrapalhar a noite de vocês, mas eu estava sentindo muito frio e fraco. Para falar a verdade eu não via  a hora de poder estar aqui deitado debaixo do cobertor.
Lucas então falou: 
- Que isto amigo, esteja tranquilo... Eu também já estava querendo ir embora... Não gosto muito de discoteca não, quem gosto é Letícia e fiz para agradá-la. O tempo que estávamos na discoteca deu para ela aproveitar bastante, não é amor?
E quem olhasse para Letícia, poderia ver o quanto ela estava decepcionada, mas se calou por saber que todos nos estávamos certos. 
- Amor agora tenta dormir... Isto é passageiro, é somente uma garganta inflamada. Você já tomou o remédio  que Lucas conseguiu comprar e agora vai passar... Não precisa se sentir culpado simplesmente aconteceu um imprevisto, você não atrapalhou a diversão de ninguém.
Ele se acalmou e dormiu...


Comecei a me sentir sozinha naquele quarto de hotel. Senti fome por estar ansiosa e ao mesmo tempo queria falar com alguém... Estava cheia de segredos que me incomodavam, não sabia com quem falar. Como queria que Cornélia estivesse perto de mim neste momento! Com ela, eu poderia falar tudo que sentia mas ela não estava ali para me dar atenção. Não sabendo o que fazer, me deitei ao lado de Júnior  pegando minha agenda para escrever, talvez assim sentiria sono. Foi inútil,  o sono não surgia e a fome aumentava.
De repente o telefone daquele quarto toca, era minha irmã:
" Quer Pizza? Compramos uma para você... Estava indecisa em te chamar, você poderia estar dormindo..."
- Não... Eu não consigo dormir. O silêncio está me incomodando e sentia muita fome.
"Então acertei, vem aqui pegar, ou melhor.... Vem aqui para comermos juntas. Como está Júnior?  Ele conseguiu dormir?"
- Dorme como uma pedra. Acho que o remédio o fez adormecer. Eu acho que só acorda amanhã. 
"Então vem logo"
- Sim já estou indo, vou me vestir.
E assim fiz... bati na porta do quarto de minha irmã, para comer pizza. Estava com muita fome e uma pizza seria a melhor coisa para matar a minha fome. Me senti contente, porque estando com minha irmã, poderia falar um pouco com ela sobre tudo que estava me acontecendo, sobre meus segredos que já estavam na verdade me incomodando e... Talvez ela me escutasse um pouco, talvez ela poderia me dar a atenção que eu precisava naquele momento.
Foi em vão... Não tinha como conversar com minha irmã com Lucas perto. Não queria falar de meus segredos para ele também, era muito pessoal. Os dois estavam muito envolvidos para que ela pudesse me dar a atenção que desejava. 
Fiquei ali perto deles comendo a minha pizza e sentindo aquele calor que os dois me transmitiam. Eles tinham um modo de amar um ao outro que muitas vezes sentia desejo de ter igual... Lucas é muito amoroso com minha irmã e quem está perto deles, sente isto ao ponto de querer um amor assim. E' um amor raro, parece um amor duradouro, um amor para sempre.
- Que pena que Júnior não está aqui com a gente. Tudo que fizemos até agora foi junto a ele, e comer pizza sem a sua presença, me faz até sentir remorsos. Ele estava muito mal. Desde que chegamos na discoteca, ele estava reclamando mas esperamos que vocês se divertissem um pouco, antes de darmos o alarme. Vamos voltar para o sítio amanhã bem cedo, tudo bem? Aqui não está dando nada certo.
Falou Lucas para nós, enquanto comíamos a nossa pizza.
- Não vida, cedo não! Queria tanto dar um passeio aqui por perto com Olívia... Queria olhar as lojas e comprar um vestido... Deixa vida eu fazer isto? Seria a única coisa boa deste passeio... Você me deve isto! Seria somente um breve passeio e enquanto isto você faz companhia a Júnior. Eu quero!
Pedia Letícia com tamanha insistência.
- Mas se ele piorar?
Perguntou Lucas.
- Ele não vai piorar, é só um mal de garganta e já está medicado e também um repouso matinal lhe faria bem.
Falou Letícia toda dengosa, de um modo que ele não consegue dizer a palavra não...
- Tudo bem, mas só pela manhã, não desaparecer...
Respondeu Lucas.
- Ai que bom! Te adoro vida minha... Olivia você vem comigo?
- Sim, eu vou. A que horas devemos acordar?
Perguntei.
- Bem cedo! A gente sai sem tomar café.
Respondeu Letícia.
- Mas assim não Letícia, assim vou sentir fome!
Falei quando ela respondeu:
- A gente faz um lanche em um bar, antes de andar por aí. E Lucas toma café com Júnior. Deste jeito é melhor, para não perdermos a manhã.  
Olhei para Lucas e perguntei:
- Tudo bem assim Lucas? Você não iria se importar?
- Claro que não! Vão e aproveitem. Mas voltem logo porque temos de partir.
Falou sorrindo dando as suas exigências.



Eu gosto de estar perto deles, é muito agradável mas não conseguia esquecer de meus erros. Quanto mais via este casal, mais eu pensava nas coisa que estava vivendo e fazendo transformar em segredos. 
"Porque todos nós procuramos ter segredos? A qualquer momento de nossas vidas, nos encontramos em alguma situação que nos faz esconder algo. Uma pessoa tem segredos, porque tem medo? Mas medo de que? Tem medo de alguma coisa que fez ou viu e... Eu neste momento, sentia medo de ser julgada por estar errando. Eu estava com uma pessoa desejando outra e isto para mim é um erro que não sinto desejo de mostrar para ninguém."
Aquele casal estava perto de mim se divertindo e eu pensando se algum dos dois teriam algum segredo... O que será que poderiam esconder?
"São poucas as pessoas compreensíveis, pessoas que possam entender se outro errar. 
O erro foi sempre visto como um comportamento inadequado, onde quase sempre não tem perdão. Muitas vezes dependendo de um erro, ele pode nos levar a uma prisão se for descoberto. E se não falarmos, seremos nós mesmos a nos aprisionar pelo resto da vida, por ter omitido um erro tão grave. Existe uma frase que diz:"Errar é humano" e será assim que sempre poderemos aprender mais, mas quando um erro envolve outras pessoas, que por sinal é muito normal, por não ter coragem de assumir seu erro, vai omitir criando um segredo que muitas vezes é impossível ser descoberto...
Eu por exemplo já errei tanto e ao ser descoberta me davam um único castigo... A prisão!
Que ironia... Eu vivia na cadeia que minha mãe Helena construía em nossa própria casa. Eu tinha direito de estar ali, mas não poderia abrir as portas desta casa para ver o mundo lá fora como eu queria, ao sair de casa com amigos. 
Dentro de minha casa com toda esta punição, os direitos eram também reduzidos. Não poderia ver a TV e sim ler... Não podia fazer coisas como receber visitas e teria também por quatro horas, aprender alguma tarefa imposta por minha mãe. Se eu cumprisse com os meus deveres ela me libertava depois de um prazo estipulado... Uma semana ou um, dois, quatro, seis meses. Seis meses era o prazo maior. Posso dizer que eram dias tenebrosos, mas pensando bem não eram punições assim tão assustadoras. Eu acho que não cometia erros assim tão graves, para poder merecer mais que seis meses de prisão.
Esta liberdade tão esperada, muitas vezes eu não sabia como lidar com ela do modo que minha mãe tentava me ensinar. Por isto eu errava novamente, abusando desta liberdade que me fazia retornar para aquela prisão. Eu achava horrível, principalmente quando existia feriados como Carnaval, Semana Santa, onde todos os meus amigos se divertiam e eu não podia nem falar com eles. Minha mãe não sentia pena se eu me fizesse de vitima querendo mostrar uma inocência que não existia. Não tinha perdão... Eu teria que cumprir pena. Estar dentro de casa trancada em quatro paredes, desejando ver o mundo lá fora."


Voltei para o meu quarto para tentar dormir e ali continuei a relembrar coisas que vivi...
"Eu ainda sou muito jovem e não tenho filhos... Então não posso dizer o que sente uma mãe quando age assim com seu filho, mas posso dizer o que sinto. Eu sinto segurança... Me sinto totalmente segura. Aquela prisão muita vezes é a minha felicidade. A felicidade de saber que tenho uma mãe que sempre quis me proteger de qualquer perigo. Porque se continuo em um erro por não ter percepção dos perigos, o que poderia acontecer é agravar a situação me engajando em um futuro perdido, um futuro destruído por algo que não soube interromper no passado. E minha mãe consegue fazer isto bloqueando repetições, ao qual ela julgava de ser incorreto.
O que minha mãe sente em fazer isto eu ainda não sei, mas consigo ter um ideia. Acho que ela deve se sentir vigorosa em saber que protegeu alguém que ama muito.
Minha avó sempre me dizia uma coisa quando me encontrava chorando por ter errado... Ela dizia:
"Não se esconda por detrás de outras Olívias... Mostre sempre quem você é, para que todos possam te admirar ou mesmo te odiar caso não gostem de seus atos. Não crie segredos que possam fazer mal dentro de você mesma. Os segredos são erros escondidos. E' algo que nem sempre poderá chegar nos ouvidos de outros e se chegar o que vem é um grande castigo. Se não for sua mãe a te castigar por pequenas coisas, no futuro serão as autoridades que irão te castigar por grandes atos sujos."
Ela falava assim e aquilo me assustava, tinha medo de virar um bandido e por isto eu obedecia todas as ordens da minha pequena prisão.
Minha avo até hoje me ensina tanto... Quando fala comigo, tem sempre um modo de explicar que me faz aprender. Quando eu era ainda criança ela sentia necessidade de me amparar e me vendo triste procurava melhorar a situação dizendo o que pensava de um modo carinhoso. Tinha sempre a mesma frase: "Olívia, recorde sempre disto" e uma destas recordações eu me lembro que ela dizia:
"Quando um alguém é sincero e não tem nada a esconder, é límpido como uma água cristalina, será bem recebido em qualquer lugar e será bem tratado por pessoas que conseguirem entender que seus atos não são falsos. A sua mãe quando te aprisiona, parece ser uma pessoa cruel, mas saiba que em vez, não é! Qualquer pessoa que te amar verdadeiramente será rude e exigente com você. Uma pessoa severa é muito diferente de ser cruel... A severidade te ensina mais rápido, te faz aprender. O coração da gente sente dor por agir assim. Eu como mãe fui muito severa mas como avo não consigo e é por isto que sempre venho para perto de você  para amenizar a sua solidão, sua tristeza, sua dor"
Na minha casa quando criança tinha meu pai que era advogado, mas ele nunca foi o meu defensor, na verdade ele defendia a minha mãe e é por isto que até hoje não entendo porque ele nos traiu... Não sei porque meu pai decidiu afastar de nós para seguir um caminho só dele. Em meus pensamentos, eu tinha a certeza que minha mãe iria com ele para onde ele decidisse nos levar. Qualquer estrada que ele tivesse que escolher, ela iria porque o amava e nós éramos frutos deste amor mas ele se foi... Agora sou eu que não o defendo. O que fiz, foi aprisionar o meu pai dentro de mim, paralisando recordações dele somente da minha infância e sempre me perguntava porque ele agiu assim e isto me fez ser às vezes uma garota rebelde.
Tinha vezes que as minhas punições eram tão severas por ter me comportado erroneamente, que se ela fizesse a minha torta predileta "chocolate com framboesa" eu não poderia nem provar e isto me fazia chorar... A minha avó era sempre a minha aliada e quando isto acontecia ela também chorava e implorava a minha mãe de não ser tão severa, esquecendo que um dia foi assim com minha mãe. Nada adiantava e no outro dia surgia a minha avó, trazendo a mesma torta que preparou para mim, escondida em sua bolsa. Ela dizia que iria fazer um pouco de leitura para mim e minha mãe permitia. A minha alegria era imensa em ver a mesma torta feita com tanto amor só para mim, mas sabia que aquilo era novamente um novo segredo que teria de esconder. Então eu dizia: "Vovó  você esta errando!" e ela respondia: "Mas é por uma boa causa." Falava e sorria.



Que delícia quando podia provar e saborear aquela torta que preparada pela a minha avó, era muito mais saborosa. Ela tinha ingredientes segredos que fazia tudo ser melhor. Este tipo de segredo, posso dizer que são os segredos que levam um alguém a um sucesso em vez de derrota... Segredos de culinária onde ninguém poderá descobrir...
Quando penso, posso perceber que em uma verdadeira prisão é assim...  Te aprisionam para que este ser possa se corrigir e conseguir ser novamente uma pessoa correta e... A cada visita inesperada, tem sempre uma alguém que ao te visitar, traz algo que o prisioneiro gostava tanto.
Eu agora sempre me pergunto porque ainda amo tanto a minha mãe? Nada disto me fez odiá-la... Ao contrario, ela é o meu modelo de pessoa, aquela que desejo ser quando crescer cada dia mais."
Não quero ter segredos que façam me sentir aprisionada... Aprisionada comigo mesma. No meus dias atuais desejo ser límpida, para conquistar o que desejo e o primeiro passo é decidir ser mais clara com Júnior.

Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 23
Todos os direitos reservados 
Segue capítulo 24


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Este capitulo terminou, mas os segredos não... Terão segredos que surgem, segredos revelados como por exemplo aquele segredo lá do sítio, sobre a morte do irmão de Antônio.
Criei um cenário um pouco diferente do que todos os personagens estavam vivendo antes... O Embalo de Sábado à noite, para dar um pouco de ânimo na leitura e dizer que estou voltando com toda vontade de terminar este livro. Não está difícil de escrever a estória. O que tem acontecido é que o tempo e algumas situações não tem me deixado estar próximo a um computador.
Boa leitura para você!



9 comentários:

  1. Trilha sonora aprovada, mas a pergunta é, o livro sai quando? Espero que logo, beijão Ayméé :-)

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  2. Olás Aymée querida....

    Saudades muitas, e me embalei neste delicioso capítulo... regado de muito agito, conflítos, gente dodói.. rss e a trama continua...

    Sabes que sempre que posso venho te ler, pois teu livro é algo que não da pra dar só uma passadinha... não é?
    Tem que vir aqui e esquecer o mundo... Senão perdemos o bonde e ficamos na estação com a mala na mão.. rss

    Beijãozão grandão mia cara!!
    Deussssssssskiajude
    Tatto

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  3. Belíssimo minha cara!!... Capítulo cheio dos sentidos... a morfina-serotonina libedada na balada, as cores, os toques, as lembranças, a torta da vovó, o amor, a liberdade... bravísssimo!!!!!

    Beijão

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  4. Ola Clayton, Xipan, Fabio,

    Que bom que vocês gostaram! Eu aqui fico muito feliz, porque quando criei este capitulo queria mudar um pouco, mostrar um outro modo de se aventurar. Estando em uma capital não teria nada melhor que uma discoteca para animar a festa, rsrs

    Quanto aos segredos aguardem... No próximo capitulo a coisa vai ferver mais um pouco. Ja estou começando a redigi-lo e escolhi algo divertido pois terá milhões de rimas para mostrar um outro lado de Olivia...Uma Olivia nervosa com a situação que vai se encontrar.

    DJ você viu que neste capitulo eu quis fazer uma homenagem a você, ao seu trabalho? Quanto ao livro Clayton, por enquanto ele é só online, ainda não recebi nenhuma proposta para o transformar em livro de verdade, mas desejo tanto!
    Beijos

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  5. Bonito, né, dona Olivia?
    Abraçando o Júnior, só para tentar fazer ciúme no Ricar...no Juliano, quando ela é que está com ciúme dele!
    O Júnior, por sua vez, é mesmo um mala sem alça, parece até uma velhinha com enxaqueca!
    De qualquer jeito, o melhor mesmo (se fosse real) seria esse caso acabar, pois nada pode ser pior do que estar com uma mulher que só espera o "outro" chegar para te deixar na mão...O Juliano sabe que o que é dele tá guardado, e a hora que quiser ele pega...
    Enquanto isso, a mocinha vai curtindo as doces (mesmo) lembranças da infância...
    Quando eu comecei a ler, naquele embalo de discoteca, DJ e tal, achei logo que seria uma citação ao Clayton, que aliás, aprovou a sua trilha sonora, como eu também.
    Abraços, Ragazza!

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  6. Ola Leonel,
    kkkkkkkkkkkkkkkkk
    Primeiro tenho de dar boas risadas para este delicioso comentário...
    Voce deve ter notado que quando Olivia bateu o olho na garota que estava com Juliano foi logo classificando a pobre coitada sem nem saber se tem valor ou não, kkkkk Coisas de mulheres quando se sentem indefesas, rsrsrs Aquilo que já foi falado e aproveitei aqui no livro, hehehe

    "Mala sem Alça" kkkkk E' por comentários assim que Olivia arranjou um jeito de conhecer outro, rsrsrs você fala dele assim chamando até de velhinha com enxaqueca rsrs , o Xipan chamou ele de Brucutu, todo desajeitado com mulheres... Ah não! Assim não da, só mesmo procurando outro, hehehe

    Lembre-se que tudo isto é inventado, hehehe não tem nada real não. Eu neste livro tento mostrar como a vida é para tantos, já tive muitas experiencias boas e ruins e agora me servem para inventar.
    Quanto a relembrar o passado também foi praticamente tudo inventado, mas alguns castigos eu tive sim rsrsrs não tao exagerados como estes do livro, mas tive. Eu Sempre dizia para meus amigos que eu era a ovelha negra da família, mas na verdade eu era uma boa filha.

    Não tinha a vovó para me socorrer sempre não. Ela me amava demais, mas na hora dos castigos ela não se intrometia e nem chorava trazendo doces escondidos não... Ali eu quis mostrar que mesmo uma pessoa sendo honesta, la no fundo tem segredos e Olivia percebeu isto dizendo: "vovó você também esta errando!" e ela ficou sem saída achando uma desculpa amorosa, hehehe
    A minha avo realmente tinha um carinho especial comigo, e isto eu tenho em memoria porque era um grande amor por mim do modo que os outros netos notavam a diferença de tratamento.

    Agora Leonel, prepare-se porque no próximo capitulo a estoria vai começar a se resolver na questão Juliano, hehehe
    Eu sabia que a trilha musical iria agradar a você e a todos.
    Beijos

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  7. Viver é pouco para tornarmo-nos loucos...
    Querida AyméeLucaSs obrigada pela visita.
    Bem vinda!!
    :D
    Carla

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  8. Sou de acordo com você Carla, a vida é mesmo muito curta para fazermos loucuras em vez de desenvolver... Mas se olharmos os seres humanos em geral quase todos a cada dia fazem mais loucuras do que procurar ser formal e justo.
    E neste livro eu mostro sobre estes erros que Olivia não quer ter, mas é sempre induzida por outros.

    Um jovem com uma má formação educativa ou até mesmo bem educado são propícios a serem induzidos com facilidade, resta saber qual deles são capazes de se controlarem e não fazer loucuras... Enfim muitas vezes algumas loucuras"Assim dizendo" ensina muito mais que uma escola. O experimentar faz o ser escolher.
    Se todos entendesse através dos grandes(adultos) o certo e não experimentasse em errar, tudo seria mais fácil, mas isto não existe para todos, principalmente para um adolescente. Eles sentem a necessidade de ver e sentir. Isto é pura realidade.
    Beijos e muito obrigada pela sua presença aqui e seja bem vinda também.

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  9. Aymée Querida,

    Vi, lá no Help do Tatto, tu reclamando que não estava na lista dos amigos, no meu BLOG estás SIM!
    Como uma das minhas FAVORITAS e também te citei no post http://janeladogardenplace.blogspot.com/2011_06_01_archive.html!
    Tenho, algumas vezes, dificuldade de comentar no teu blog...e espero que este comentário ´fique visível...
    Tu és uma queridona e adoro ler teus escritos!
    Adoro o carinho que sempre deixas lá na minha janela....

    Beijinhos Querida!
    Eu NÃO sou ingrata como os meninos...rs

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Obrigada por comentar... A sua opinião, para mim, é muito gratificante.

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