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quinta-feira, 15 de junho de 2023

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XIV

 Onde Nasce uma Paixão

Só sei que o sol, lá fora, estava maravilhoso. A chuva se foi, trazendo um frescor para dentro da casa e um sol que brilhava intensamente... Ele saiu dizendo que voltava logo e... eu estou aqui terminando de ler esta carta. Ainda não sei como devo fazer para dizer tudo  a ele sobre o que li, mas acharei um modo justo! Sim, terei de encontrar, de qualquer maneira, sem que ele brigue comigo.

E assim, a estória continua... 
Eu já sei o que fazer... Vai ser fácil resolver!

Sorria... eu sorria sozinha, beijava aquela agenda como se fosse ele, e sorria com a mente longe... Eu estava vendo o rosto dele, eu estava flutuando de felicidade por saber que ele me amava muito!
- Toc, toc... Estou entrando, posso?
Falou Cornélia toda ansiosa e antes que eu falasse alguma coisa, ela continuou a falar, pois, eu nem notei ela bater na porta. Eu estava longe daquele lugar e quando ela continuou a falar, foi preciso me chamar muitas vezes antes que eu percebesse. Eu sou assim, vou para o mundo da lua e ninguém consegue entrar em contacto comigo.
Olívia! Olívia estou falando com você... Olívia! Santo Deus, você se perdeu!
- Cornélia, desculpe! Não percebi você entrar. Eu estava pensando em tudo que li... Era tudo tão lindo! 
- Você está muito apaixonada Olívia e quando estas férias acabar e vocês se separarem, acho que vai se sentir triste... Eu não desejaria que fosse assim, mas você está muito envolvida e será impossível não entristecer.
- Eu sei... Mas a gente vai dar um jeito, ele me quer perto dele, Cornélia, ele escreveu aqui!
- Mas quem não quer estar perto de você, linda bonequinha? Eu sentirei uma enorme falta de você, e sei que vou chorar quando você se for.
- Cornélia! Que coisa mais linda que você está dizendo. Olha só os seus olhos, estão caindo água. Oh meu Deus, eu também já me acostumei com você perto de mim! Sinto-me feliz quando falo com você. Mas nada de chorar, sinto nervoso. A vida é assim e são tantas as pessoas em que a gente conhece que passa a ser importante mas não podemos estar perto. Nada disto importa, quando sabemos que o pouco que fez parte de nossas vidas, nos deu tanto amor e aprendizado e que estarão para sempre dentro do nossos corações. Você concorda com isto?
- Claro que eu concordo! Jamais irei te esquecer. Agora, vamos mudar de conversa... Pelo visto você já leu e releu tudo que está escrito e eles ainda não chegaram, mas a qualquer momento, podem chegar. Então, o que você terá de fazer imediatamente é colocar esta agenda no lugar e vir tomar o café, pois, está aqui prontinho e muito especial! Eu cortei enormes fatias de bolos para você se alimentar bem.
- Mas eu queria reler... Aliás, eu estava relendo quando você entrou!
- Você estava era no mundo da lua!
- E' sim, eu parei um pouquinho e comecei a imaginar... Cornélia, ele a um certo ponto da carta, se tornou brincalhão e atrevido...
- E pelo visto você gostou foi muito, porque olha só este seu rosto de sapeca quando fala. Seu semblante é alegria pura!
- Ele foi atrevido com as palavras... Eu tirei toda a sua atenção quando ele estava escrevendo. Me olhava dormindo e escrevia tudo que via e foi ficando louco de desejo!
Me atrai este seu modo de ser... Realmente ele demonstrou muito de seus mistérios ao escrever... e por favor, não me olhar com este rosto de pedinte... eu vou sim contar um pouco para você, apesar de ser sentimentos particulares, eu vou falar, mas você terá de me prometer que não vai falar com Antônio e com ninguém. Ele não poderá saber que te contei, pois, é assim que os segredos se espalham... Bem que minha mãe Helena sempre falava:
"Se você quiser que um de seus segredos jamais seja revelado, então, não diga a ninguém, pois, saindo de sua mente ele poderá andar milhas de distância e você não conseguiria mais fazer com que parasse."
- Sua mãe tem toda razão... E estou pensando que não deveria me intrometer tanto não, Olívia
Queria apenas saber o que ele disse de picante pra te deixar assim toda feliz! 
Queria saber também se ele escreve bem? Digo assim... se ele, ao escrever, é como um verdadeiro escritor? Você que lê muito percebeu este dom nele? Estou curiosa é de saber coisas assim, pois eu adoro ler textos que nos envolvem. Olhando para você, deu para perceber isto, que foi uma bela carta!
- A carta é sim muito envolvente. Ele soube escrever o que desejava de uma forma completamente agradável que me fez sentir vontade de reler.


E assim, li para ela alguns pequenos trechos da carta, onde Júnior demonstrou ansiedade e vontade de estar ao meu lado quando escrevia.
Cornélia se divertiu com suas palavras. Ela sorria muito em ver que a vontade de estar comigo aumentava e ao mesmo tempo, procurava escrever mas não conseguia...




Fui para a janela com meu café na mão e um pedaço do bolo, para ver se havia sinal de todos chegando mas ainda não estavam chegando...  Olhei para Cornélia e de repente falei:
- Hum... Ai que bolo gostoso, Cornélia! Eu quero que você me ensine a fazer porque quando eu for embora, quero fazer um igual para minha mãe. 
- Claro que eu te ensino. O próximo que fizer você me acompanha, observando tudo que faço. Se é que você vai ter tempo, pois, quando você melhorar, você não vai parar aqui, por nem um momento. A vida lá fora te espera, bonequinha e estas férias você tem mais é que ficar por todo o tempo ao lado dele, pois, tudo passa tão rápido!
Eu achava tão lindo ela me chamar deste modo totalmente carinhoso... Bonequinha! Eu me sentia uma porcelana que deveria ser bem cuidada, para não se machucar. Sorri e respondi:
- Esta é uma boa ideia e eu vou sim achar tempo para isto, porque estar com você é um prazer. Minha mãe vai adorar saber que consegui fazer um bolo.
- Eu vou preparar um presente para você levar para sua mãe.
- Um presente? O que é?
- Um bolo!
- Mas como vou poder levar um bolo... aqui é longe demais, acho que não teria como chegar inteiro.
- Esteja tranquila, eu sei como embalar. Vai chegar perfeito. Vou fazer dois... Um eu embalo e o outro vou cortar em pedaços e embalar com papel alumínio, assim você e Letícia podem comer por toda a viagem. Para você vou preparar aquele que você gosta mais que todos.
- Qual? E como você sabe de qual eu gostei mais?
- Você só comia dele... Antes que ele chegasse ao fim, não te vi comer outro. Estou falando do bolo de cenoura com rodelas de laranja em calda, no fundo e todo coberto com calda de chocolate.
- Ai, Cornélia, este bolo é maravilhoso, não vejo a hora de prová-lo novamente. 
Cornélia, escuta o que eu vou ler... olha este trecho aqui que lindo:


"Olivia, eu não queria mais ir embora daqui. Não quero estar longe de você! A vida mudou para mim quando te conheci. Cada momento ao seu lado, vejo algo a mais que me faz sentir necessidade de ter você ao meu lado, em cada estação do ano... Ver a primavera florescer, amor dentro de nós dois, um outono a nos desfazer de tempos vividos e criarmos um outro amanhecer, um inverno grudados para nos aquecer, e um verão com novas aventuras... Que exagero, se você ler isto, vai rir de mim! Eu sou romântico, amor..."


- A carta parece linda... na verdade, estou louca para ver você lendo ela toda para mim. Ele é muito romântico. Que modo de descrever o amor de vocês. Achei muito interessante e perfeito falar de um amor assim. 
Olívia, ele além de romântico é tremendo! Que fogo o dele quando te deseja.
- Mas como ele pode descrever algo assim e não ter coragem de dizer para mim? Não vejo a hora de ver ele colocar tudo aquilo em pratica.
Falei dando risadas fortes, com um olhar envergonhado e ao mesmo tempo malicioso.

Continuei...
- Ele ainda não agiu assim comigo, mas sente vontade.
- Olivia, na minha opinião, você terá de ir ao ataque. Faça isto sem que ele perceba que você sabe de seus desejos descritos. Leve ele para o mato, propõe coisas picantes para ele se animar.
- Mas, eu no mato já estive e até debaixo de chuva já aconteceu e não foi nada ruim, aliás, foi maravilhoso para mim, mas aqui na carta ele descreve de ser muito mais atrevido.
- Ele talvez não tenha dado tudo de si ainda, por ser início e também naquele dia, o seu pé estava machucado, assim, ele sentiu receio de avançar. Deve ter ficado preocupado que seu pé piorasse e por isto, não deve ter mostrado o melhor dele. 
Tudo tem seu tempo, mas na minha opinião não devemos ser fleumáticos.
- Sabia que eu só falo da minha vida íntima para a minha irmã? Mas com você eu me sinto bem em poder me abrir...
- Que bom saber! Penso que você deveria agir quando ele menos esperar. Você não deve estar a esperar suas ações. Talvez, ele tenha ainda um pouco de receio, achando que você poderá rejeitá-lo do modo que ele é verdadeiramente. Faça você o início se tornar fogo, então, ele se sentirá mais seguro para poder ser ele mesmo.
Muitos homens seguem a estrada que as mulheres oferecem. São poucos os que ultrapassam os limites se a mulher não permitir. Somente o tempo é que faz com que muitos se libertem. Se a estrada de uma mulher for muito vagarosa ou fechada "assim dizendo" um homem vai estar ali a esperar que ela se abra... que demonstre que ele pode invadir... Caso contrário  poderá até desistir se não ver nenhuma mudança. 
Não penso que Júnior seja deste tipo... Ele demonstra ser muito paciente em tudo que faz.
Cada homem tem o seu jeito e a sua forma de agir. Muitos achariam tudo isto um grande desafio e não sairiam de perto de uma mulher, enquanto não conseguir realizar seus devaneios...
Outros se cansam rápido, não esperam a realização de um resultado. 
- Por que não?
- Porque sabem que existem mulheres que darão a eles o que eles propõem de imediato. Assim, pensam:"Por que esperar?" Ou talvez, esperam, mas enquanto isto, irão trair, encontrando tudo que uma mulher não ofereceu, em outras. Digo outras, porque serão várias, para não se envolverem. Usam as outras como objeto de prazer enquanto a titular, é o seu pensamento de um futuro promissor. Deste jeito, terão toda a paciência do mundo por esperar... Mas que tolos eles são, sabia?
- Me deixou curiosa... Por que são tolos? E onde fica o amor em tudo isto? O amor fala mais alto que tudo isto, não?
Perguntei tentando acreditar que ela pudesse estar exagerando.
- Quanto ao amor, eles amam, talvez de uma maneira diferente da maioria das mulheres, mas se tratando de sexo a conversa muda. Seria difícil o amor falar mais alto, pois muitos, não resistem à tentações.
E quando digo que são tolos, é porque a gente sente, Olivia quando um homem age assim, pois, se tornam na verdade frios e inconstantes. Não tem tempo para passar melhores momentos junto a você. Arranjam mil desculpas para ir ao encontro do quem estiver dando o que você não deu. 
- Nossa, que aula! Mas como você sabe tanto assim, Cornélia? Você viveu experiências como estas?
- Algumas, posso dizer que sim, outras, aprendi através de livros de romances... Muitos dizem que os romances são pura ilusão, mas não é verdade. Dentro deles tem tanto ensinamento e a gente aprende muito. 
Aprendi muito também com Antônio, que por não falar tanto, eu precisei de aprender a interpretar seus sentimentos como desejos, iras, satisfações e insatisfações, segredos. Aprendia apenas o observando. 


- Muito inteligente o seu modo de ser. Você é uma pessoa muito atenta, Cornélia. A vida te ensinou muito. 
Eu desejo aprender o mais que posso para saber governar a minha vida, em direções que me recompensam! Mas eu ainda acredito no amor e penso seriamente que ele fale mais alto que tudo isto que você citou.  
Eu acredito que exista um alguém que irá me amar por toda a minha vida e agora, eu queria que fosse Augusto Júnior, porque realmente eu estou gostando muito dele! 
Eu acredito que o amor consegue privar os homens de ser assim tão vulneráveis, fazendo-os tornarem um pouco mais individuais, dando amor a quem o ama sem sentir necessidade de procurar outra mulher. 
Acredito que suas insatisfações e falta de paciência possa existir sim, mas espero tanto que ele encontre uma outra forma de se realizar, sem sentir necessidade de trair. 
Eu acredito, apesar de sempre ver ao contrario! Eu vejo casais que não vivem em sintonia. Tudo isto que você falou é muito curioso e rico em verdades e eu espero de não ter de viver coisas deste tipo. Desejo encontrar alguém em minha vida que não me engane, que não se esconda por detrás de mentiras e que tenha coragem de dialogar, revelar segredos e mostrar o que pode estar perturbando ou incomodando em nosso relacionamento.


Cornélia, você acha que eu devo falar para ele que sei de alguns de seus segredos, que li o que ele escreveu? Ele na carta diz que não devemos esconder nada um do outro, e pouco antes de machucar meu pé, eu havia escondido algo que o deixou magoado. Penso que se ele venha a descobrir poderá se irritar.
Eu tomei em ação uma situação que não deveria, pois ele escreveu coisas de seu íntimo, e isto foi uma invasão... invadi a sua mente, sem a sua permissão.
Estou preferindo dizer. Falar o que fiz e mostrar o que senti, depois de ter lido seus pensamentos.
- Mas, por que você faria isto, não vejo razão?
- Porque assim me faria aproximar mais dele e no início da leitura, ele dizia que escrevia para mim. Tem também outra razão... eu adorei a carta, mas prefiro falar olhando nos olhos. Eu prefiro sentir tudo isto que ele escreveu, estando ao seu lado. Estou aqui pensando que não devo esconder que sei.
- Na minha opinião, penso que você deveria levar este segredo para o túmulo. Você simplesmente viu como ele é, e pode utilizar isto para saber compreendê-lo,  fazendo ele pensar que você é muito intuitiva e consegue entendê-lo mais que todos.
- Não sei, não! Vou pensar... mas saiba que você é minha cúmplice em tudo isto e não quero que fale para Antônio de maneira alguma.
- Claro que não. Os homens são muito aliados e se eu disser a Antônio, ele corre e conta. Aprendi isto também. Eles são muito fieis aos amigos, muito mais que as mulheres. 
- Então, vamos colocar a agenda no lugar. Qual foi a posição que você a encontrou?
- Como assim? Eu não me lembro!
- Mas, Cornélia, Júnior é muito observador! Qualquer detalhe para ele, não passa despercebido e ele poder notar que mexemos.
- Não terá problema, porque eu limpo e mexo em tudo, não teria como pensar que foi você. Quando conversarem, diga que eu limpei tudo aqui, hoje. 
- Estou tendo uma bela ideia, Cornélia!
- E qual seria?
- Vou fazer tudo parecer ao contrario do que é. Vou fazer com que ele diga o que tem dentro. Estou aqui imaginando em deitar em sua cama e assim, sinto a agenda me incomodando e vou ver o que é, e quando olho, encontro a agenda... Ele não terá saída, porque vou querer ver. O que acha desta ideia?
- Minha Nossa Senhora do Amparo, você teve uma belíssima ideia! A melhor ideia que alguém pudesse ter. Depois, me chama de inteligente. Inteligente, aqui, na verdade é você!
- Também não exagerar, viu! Está sendo somente um pouco de esperteza.
Neste momento, começamos a escutar barulho e Cornélia olha pela janela e diz:
- Estão chegando! Estão chegando...
Vou para a cozinha e você fique quieta aí na cama dele.
- Vou dizer que senti saudades dele, por isto deitei na cama dele. Ah... vou pegar meu livro de revelações de sonhos e fingir que estou lendo.
- Faça isto então, mas corre porque estão descendo do cavalo.
E assim fiz e fiquei quieta a esperar... Minha irmã foi a primeira a entrar no quarto e me encheu de beijos. Contou de sua deliciosa aventura e eu escutei tudo tranquilamente. Júnior ficou a esperar na porta a me olhar, não queria atrapalhar minha irmã em seu momento de euforia. Segurava um copo de água e bebia me olhando e sorrindo.
Letícia, neste momento, percebeu que era hora de sair e disse que iria comer algo, pois, sentia fome e assim, saiu gritando Cornélia, como se estivesse pedindo "socorro, estou com fome!" 


Me olhou sempre sorrindo e veio caminhando lentamente ao meu encontro... 
Mergulhou em mim, como se eu fosse um rio profundo! Me beijou... me beijou e me beijou...
Todo contente perguntou:
- Por que está na minha cama? Sentiu saudades de mim?
- Muita, amor! Eu estou aqui porque queria sentir seu cheiro, você me faz falta!
De repente, me senti incomodada quando me abraçava e perguntei, utilizando, naquele momento, o meu truque de salvação.
- O que é isto?
- Isto o quê?
- Aqui em baixo do travesseiro tem algo, o que é?Tem um livro!
- Ah... isto? É a minha agenda.
- O que ela faz  aqui em baixo do travesseiro? Por que ela esta aqui, você dorme com ela? Tem dinheiro aqui? O que tem escrito nela?
Falei sorrindo...
- Nada de importante, amor... Nada de dinheiro, tem apenas contas para pagar. Só isto. Eu, ontem, andei controlando algumas contas porque sou eu quem pago as despesas que minha avó faz e agora que estou longe de casa, estou a controlar, pois, vou ter de pagar online quando for a Cárceres. Prometi isto à minha avó para que ela não ficasse preocupada.
- Que proteção... quanto carinho! Você deve gostar muito dela, não? Ela deve ser para você uma pessoa que te dá apoio, uma pessoa que se preocupa com você por te ver tão dedicado a ela, acertei?
- Sim! Minha avó é tudo para mim, me apoia em tudo. Eu a amo! 
- Isto é tão belo! Vai, me deixa ver o que você anda pagando?
- Para quê  Deixa pra lá! São somente bobagens como contas de água, luz, telefone, Salão de beleza onde ela frequenta, super mercado. E' só isto!
-Mas o que tem de mal eu olhar... se somos namorados, a gente pode dividir tudo que se passa em nossas vidas, não? Nós somos namorados, não somos? Eu queria que fossemos! É sim, eu quero ser sua namorada, você quer?
- Olívia... eu estou tendo uma ligeira impressão.... amor, o que você fez na minha ausência?
- Tanta coisa... Passei a manhã com Cornélia, depois ela me preparou um lanche delicioso e ficamos aqui no quarto a falar de tudo um pouco. Ela vai me ensinar a fazer um de seus bolos. Depois, eu peguei o livro de sonhos e estava procurando o significado daquele seu sonho, lembra? Andei revelando alguns sonhos de Cornélia para ela. Ela ficou foi muito surpresa com o livro.
Não mudar de assunto, vai, me deixa ver sua agenda, eu quero!
- Não... mas como você é teimosa. 
- Amor, do jeito que você está agindo, está me fazendo pensar que aí tem muito mais que contas a pagar. Eu não queria que escondêssemos nada um do outro, pois quero poder dividir tudo com você, quero poder ter uma vida de namorados apaixonados por todo sempre e em cada estação do ano a gente possa se descobrir coisas diferentes um do outro.
- Por que você está falando isto?
- Isto o quê?
- Esta coisa de mudança de estação do ano?
- Ah.... Eu penso assim! Eu penso que as estações tende a nos modificar quando elas se alteram. Isto é comprovado, a gente se modifica quando elas se modificam, pois o tempo vai passando e a gente vai amadurecendo. E muitas vezes, o clima ajuda e influi em nossas vidas. Você não sabia disto, não?
- Sim, eu penso assim também, acho que elas nos modifica e posso até comprovar que penso assim... Vai pode abrir a agenda e ver tudo que tem dentro. 
- Posso? 
- Sim, vai... abra!
E assim, o fiz... Abri e olhei tudo um pouco, mas com uma vontade enorme de chegar na página que pretendia...  Folheava lentamente observando as tais contas a pagar, mas no meio de tudo estava lá, aquela linda carta, escrita para mim e antes que a lesse, eu sorri para ele mostrando uma enorme satisfação dele não ter escondido isto de mim, dele ser a pessoa que amo tanto! 
E para compensar, mostrei para ele que também não estava escondendo nada dele, pois ao abrir, fui para o final da carta e o mostrei que tudo aquilo que li, bem antes dele chegar, me emocionou demais. Assim, deixei escrito juntamente com um coração desenhado e uma enorme letra, a frase:
"Não esconda nada de mim, amor, porque eu te amo muito!"

Autora: Aymée Campos Lucas
 Aventura de Louco... Todo Mundo quer um Pouco.
Capitulo 14
Todos os direitos reservados


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Queria dizer que andei muito ocupada, nesta semana, não podendo visitar os amigos que aqui passam, principalmente, os que seguem este meu livro que,  a cada dia, me dá mais prazer em escrevê-lo.
Mas saibam que vou compensar isto e, a partir de amanhã, estarei perambulando por ai para deixar meu carinho! 
E vamos que vamos rumo ao capítulo 15! O que acham? Devo continuar esta Aventura?
Claro que sim! Mesmo que dissessem que não deveria, eu não iria escutar ninguém, pois este livro, esta Aventura louca, tem mais é que continuar para poder criar um belo final!



Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XVI

 Onde Nasce uma Paixão

- Eu sou habituado com cavalos, para mim, eles são como carros!
Respondeu com uma voz rouca e um sorriso diferente...
- Pessoal, para quem não conhece ainda, este é Juliano, o irmão de Cornélia
E assim, se fez as apresentações, enquanto percebia que seu olhar se fixava em mim! Sentia nas minhas costas os movimentos de Júnior procurando me abraçar mais forte. Júnior dizia de não ser ciumento, mas demonstrava o contrário!
Capítulo 15

E assim, a estória continua... 
  Desejos impulsivos 
Controla-se! Apague esta chama... alguém já te ama!

- Lucas, você tem alguma noticia de Eduardo? Sabe se ele está bem? Me desculpem, mas estou preocupado.
Falou Juliano desejando respostas...
- Esteja tranquilo, ele já está fora de perigo. Cornélia está com Antônio, perto da sala de primeiros socorros, aguardando para entrar, mas está tudo bem!
Sorriu aliviado me olhando e depois, olhou para todos. Ele ainda parecia um pouco fora de ambiente, então, para deixá-lo mais descontraído, Lucas continuou falando...
- Juliano, o que houve com você a dias atrás, você sumiu, cara? Queria te chamar para uma de nossas aventuras. Fizemos um acampamento perto da cachoeira. Deveria ter vindo com uma de suas namoradas, foi muito bom!
- Não exagera, Lucas... Você sabe que não tenho namorada, muito menos coleção delas! 
"Nossa, quanta defesa! Será por que ele não quis se mostrar de ser um homem com compromissos?"
Pensei em fração de segundos, enquanto ele continuava a falar:

- E você, ao contrário de mim, está muito bem servido. Sua namorada é bela, como você descrevia.
- Obrigada! Ele falava de mim, então? Eu adoro ouvir pessoas dizerem o quanto ele pensa em mim!
Perguntou Letícia toda contente, pois, Lucas era para ela, a sua vida!
- Não só pensa como falava e muito! Havia dias, que até pedia para falar de outra coisa, porque se continuasse eu poderia me apaixonar!
- E eu te mataria, se você ao menos sonhasse...
Falou, enquanto os dois gargalhavam. O que eu pude perceber, era que Lucas o conhecia muito bem.
Letícia continuou dizendo, abraçando fortemente Lucas.
- Seria inútil você se apaixonar, não teria nenhuma chance porque eu sou louca por este homem, aqui.
- Jamais me apaixonaria pela namorada de um amigo meu. 
Falou muito sério. Quando ele fala tem uma firmeza e segurança no que diz, não tem medo de se pronunciar.
- O Júnior você conheceu, não?
- Claro que sim... Esqueceu, Lucas, do dia que fomos à Cuiabá juntos, para comprar uma peça do trator que Antônio precisava?
- Nossa, é verdade, me fugiu da memória. Foi um dia muito divertido.
- O que houve, neste dia? Conta Lucas.
Falei mostrando uma enorme curiosidade.
- Juliano, esta é Olivia, irmã de minha namorada. Eu falei para você que ela viria com a sua irmã?
Ele estendeu a mão e disse:
- Não, você não disse... Olá, Olívia, muito prazer! 
Diante de Júnior, ele se apresentou com um profundo olhar. Eu o olhei sem sentir receio e falei:
- Olá, o prazer é todo meu!
Alguns instantes depois, virei meu rosto para Júnior e o olhei carinhosamente lhe dando um beijo suave, enquanto ele, acariciava o meu cabelo.
Lucas continuava a falar sobre minha vinda...
- Realmente não havia falado porque Olívia se decidiu na última hora em vir. Você andou sumido quando tudo isto aconteceu. 
- Você havia me perguntado, mas acabei não respondendo. Estive a trabalho e depois, por toda a semana que passou, fui à caça ao jacaré com um grupo de oito pessoas. Estivemos ali, pelas bandas da Bolívia. Estava liberado para caça por todo o mês e assim formamos este grupo. Foi muito bom, pena que seu pai, desta vez, não pôde vir! 
- Meu pai está se organizando para uma viagem a Patos de Minas, então, está colocando os trabalhos em dia, pois, estará fora por mais de duas semanas. Ele adoraria ter ido, disto eu tenho certeza.
Você disse que a caça foi boa, pegaram algum jacaré?
- Sim, conseguimos pegar. Tivemos um pouco de problema com a licença, pois um dos homens do grupo, estava com a sua licença vencida e não nos avisou. Tirando isto, foi uma boa caça, mas não tanto quanto a de Júnior! O comparando com um caçador, ele sim fez uma bela caça! 
- O que você quis dizer com isto? Está me igualando a um animal? Aqui, não teve nenhuma caça e sim sentimentos. 
Falei, o olhando de um modo rude.
- Amor, porque se enraiveceu? Ele só está brincando! É um amigo e brincou... Não vê que é um modo de elogiar?
Falou Júnior querendo acalmar a situação.
- Belo modo para elogiar alguém...  colocando você como um predador!
Respondi ainda chateada.
- Me desculpe, não queria te ofender. Muitas vezes, eu me comparo com alguns animais ou coisas da natureza. Os animais são belos e em você, eu vi uma linda borboleta, onde Júnior pegou, em algum jardim, guardando em um vidro para não deixar ninguém se aproximar. 
- Errou de novo! Ninguém nesta vida seria capaz, agora, de me aprisionar, muito menos em um vidro, onde não poderia respirar o ar que uma borboleta gostaria de sentir antes de morrer.
- Olívia, porquê você é assim sempre na defensiva? Como Júnior falou, Juliano só estava querendo ser gentil e foi este o modo que ele encontrou. Santo Deus! Tenta ser mais doce, você está muito amarga e estamos aqui em grupo de amigo e não inimigos.
Falou Letícia totalmente rude comigo, ela sempre faz assim, não aceita o meu jeito de ser. Sou um tipo que não gosta de ser comparada com coisas que existem, sem antes me conhecer à fundo. 
- Me desculpe, realmente fui indelicada. Borboleta é um belo animal, pena que vive pouco e seria muito triste aprisioná-la.
- Aceito suas desculpas, você não me ofendeu nem um pouco.


Estávamos nos entendendo melhor quando lá de longe um brilho no olhar de Cornélia e um sorriso surgiu para trazer conforto a todos nós. 
- Ah meu Deus, Cornélia está toda feliz, vejam!
Falou Letícia.
Quando olhamos, ela fez um sinal nos chamando dizendo que poderíamos ver Eduardo. Ao aproximarmos ela falou:
- Poderão entrar, mas poucos de cada vez. O  médico disse que ele deve estar calmo e que não deve ter agitação naquele ambiente. Disse também que Eduardo está muito bem, mas que deveria estar ainda em observação, porque ele passou muito tempo sem poder respirar. 
E neste momento, enquanto falava, sem conseguir se segurar, explodiu um choro de desespero só de pensar em algo pior, misturado com a felicidade de saber que o nosso Pai Eterno a amparou.
- Calma! Já passou, não chorar! Você sabe que eu sinto nervoso, não gosto de te ver chorando.
Falei com meus olhos cheios de água e abracei fortemente Cornélia seguindo para o quarto onde estava Eduardo. Peguei na mão de Júnior e entramos deixando Letícia e os dois amigos, lá fora. 
- Letícia venha, entre com sua irmã!
Falou Cornélia
Letícia sussurrando falou:
- Eu entro depois, com Lucas e seu irmão.
- Tudo bem, então.
Respondeu Cornélia  sorrindo. 


Era uma linda criança! Estava dormindo naquele momento e assim, não pude ver seus olhinhos e nem o quanto era levado e ativo como sempre descrevia Cornélia. Mas sabia que logo isto aconteceria.
Depois de alguns minutos dentro do quarto, sai abraçada com Júnior dando vez aos outros. 
Falei sorrindo para Letícia:
- Ele é tão lindo Letícia, você vai amar vê-lo!
Falei e fixei meus olhos para Juliano que estava atrás de minha irmã, ele me intrigava. 
Ao improviso, ele ao passar por mim,  pegou a minha mão que estava solta verso à minha perna, e a apertou muito forte.
 Senti este meu coração disparar, mas nem olhei para trás. Não consegui ter nenhuma reação para tudo isto, era como se eu fosse apenas um pedaço de madeira e dentro parecia existir veias onde corria sangue que, ao sentir este toque de mão, o esquentou fazendo borbulhar exageradamente!
Como pode existir pessoas tão diferentes. Ele demonstra ser o oposto de mim. 
É completamente impulsivo, não tem medo de agir, não tem medo de correr riscos.
Seus impulsos parecem que surgem quando ele deseja algo que lhe faz bem. Se torna  impetuoso, fogoso e selvagem como se nem mesmo ele conseguisse se dominar.


Eu, muitas vezes, sou impulsiva mas somente quando estou irritada... Eu não penso para falar e agir. Esta parecia ser a nossa diferença. Ele é assim impulsivo em ações que deseja para ele e eu quando não desejo algo para mim.
Pegou na minha mão e se Júnior percebesse, poderia surgir tantas divergências, mas ele não teve medo. 
Neste momento, eu não fiz nada, não agi impulsivamente mostrando toda a minha ira, como faço sempre. Parecia que eu não estava irritada. Comecei a pensar e outra vez, entrei em meu silêncio a imaginar...
"Mas, por que não fiquei irritada? Por que parecia ter gostado? Será que consegui pela primeira vez me controlar? Talvez, eu tenha me controlado... controlado toda a ira por estar gostando muito de Júnior e não querer que nada deste mundo destruísse o que estava vivendo. Sabendo como sou... eu me conheço, jamais iria me controlar se algo me irritasse. 
Não tenho respostas pelo meu modo de agir. Quem está confusa agora sou eu, pois, seu toque em minhas mãos causou um frio enorme em minha barriga... tanto tempo que eu não sentia isto tão forte assim!


Não ficamos por tanto tempo ali,  Lucas tomou a decisão de ir à casa de sua mãe. 
Cornélia estava com seu marido e quando tudo se normalizasse, eles voltariam para casa. Antônio possuía um carro, era antigo, mas servia para resolver coisas longe do sítio. 
Me despedi dizendo que iria em sua casa para visitar Eduardo. 
Aproveitei e pedi que me esperasse com milho cozido na mesa, pois, um dia antes, ela havia falado que Antônio fez uma bela colheita deles. 
Aquele terreno produzia de tudo um pouco. Era uma terra rica onde o plantio criava uma paisagem invejável. 
Queria que este dia chegasse logo, porque queria falar com Cornélia de seu irmão, estava muito curiosa sobre ele. Cornélia nunca havia falado dele, e me pergunto por que não falava?
Havia uma outra curiosidade que também me deixava sem respostas... Eu comecei a me perguntar, por que Antônio foi para tão longe procurar um hospital, sendo que ali perto havia Elisa que sabia lidar com primeiros socorros? Todos diziam que Elisa era uma profissional de primeira qualidade, então, isto me deixou muito curiosa e não via a hora de perguntar a ela o porquê disto. 
Estando ali no hospital, senti que não era o momento para as nossas conversas, daquelas que se falava sobre tudo.
Quando estávamos no carro para irmos em direção à casa dos pais de Lucas, Juliano falou algo à Lucas, antes que ele entrasse no carro... me deixou curiosa. 
Lucas ao entrar no carro, havia esquecido de falar mais uma coisa com Juliano, então, gritou:
- Hei, Juliano! O que faz nesta noite?
- Nada de especial.
- Então, vai lá em casa para jogarmos umas partidas de baralho. Precisamos mostrar às mulheres o quanto somos bom nisto.
- Claro que vou, será um prazer! Na verdade, um enorme prazer. Vou levar vinho, vocês gostam?
- Muito! Para mim vinho é a melhor bebida que puderam inventar.
- Então, nos veremos mais tarde. A que horas vocês estarão lá no sítio.
- Creio que por voltas das sete ou oito já estaremos em casa. Te deixo um grande abraço, amigo! 
E afastando se despediu de todos com um aceno de mão. Próprio aquela mão que antes, me deixou confusa!


Ao sairmos aproveitamos para apreciar um pouco a cidade de Cárceres. Pensei que, naquele momento, ninguém mais falaria de Juliano, mas ao contrário, foi o assunto mais falado.
Lucas confirmou à todos a presença dele, domingo, junto a todos nós, rumo a Chapada dos Guimarães. 
- Vida, ele vai de cavalo ou com a gente?
- Não, ele vai com seu carro, ele tem um carro. Vai levar alguns equipamentos de pesca, sua barraca e outras coisas que possam nos servir.
- Vai levar uma namorada também?
Perguntei curiosa.
- Não, ele disse que vai sozinho.
Dentro de mim senti um sorriso escondido.
- Mas, vida, se ele tem um carro, porque foi buscar Cornélia de cavalo?
- Amor, você não ouviu ele falando que o carro dele estava na oficina, depois que voltou da caça?
- Não, eu não ouvi isto, acho que foi porque depois que vocês contaram de Elisa, não escutei mais nada, pois, fiquei um pouco abismada com tudo que ele contou.
- Do quê vocês estão falando?
Perguntou Júnior, por não entender nada.
- Ah... Pura bobagem que falamos, quando vocês estavam lá no quarto do hospital.
- Bobagem não, vida, você não pode achar coisas deste tipo uma bobagem, pois, para mim, tem outro nome. E se chama falta de respeito e muito safadeza!
Falou Letícia muito irritada de ver Lucas pensar que certas coisas possam ser normal.

Fiquei tão curiosa que me alterei:
- Meu Deus, do que vocês estão falando, afinal o que aconteceu? Fala!
Letícia, neste momento, vira para trás e começa a falar:
- Quando vocês entraram no quarto para ver Eduardo, Lucas convidou Juliano para ir conosco na Chapada dos Guimarães, dizendo para ele levar uma garota junto. Repetiu aquela frase sobre coleção delas, lembra?
 Sacudi a cabeça dizendo que lembrava...
- Pois, então... ele se defendendo, negou, mas Lucas querendo ferver a coisa, insinuou sobre uma história antiga que ele teve com Elisa e neste momento, Olivia, Juliano revelou algo que ao contar, me deixou abismada sim, pois, não poderia imaginar uma coisa desta.
- Então diz, estou curiosa... nossa, este lugar é pequeno, mas as coisas fervem por aqui, minha nossa!
Falei toda eufórica...
- Ele contou que Elisa se encontrava com ele, várias vezes, na sua casa. Contou que Elisa o provocou no bar do seu Filipe quando frequentava para jogar com amigos, o levando para o magazine e lá fizeram sexo. Você já imaginou algo assim? Era no mesmo lugar em que o marido se encontrava. 
E Lucas vive lá, entende! Agora que sei como ela é, não confio mais. Se ela foi capaz de fazer tal coisa, seria capaz de fazer com outros, mas meu namorado, não? Eu acabo com ela se souber disto, e você, Lucas se fizer algo assim horrível comigo, te prepara, porque faço muito pior!
Esta era a minha irmã! Ela custa a brigar e ameaçar, mas se o faz, ela cumpre com o que falou, ah... sim que cumpre!
- O que você faria comigo, amor?
Perguntou Lucas.
- O pouco que faria, seria te deixar por toda a vida, e o muito, nem queira saber.
Respondeu Letícia.
- Não sei quem é o pior desta historia... Se é Juliano que não respeitou um homem que o tratava bem ou ela que não deu valor nenhum por tudo que o marido fez para estar com ela.
Falou Júnior, impressionado com o que escutou.
- Mas, como foi que tudo isto aconteceu, ele contou?
Perguntei tentando achar uma resposta para defendê-lo de tudo isto, como se a culpa não fosse dele. Não entendia porque queria defendê-lo.
- Amor, por que você quer saber?
Falou júnior querendo interromper o assunto.
- Curiosidade, apenas curiosidade. Eu achei Elisa tão boa pessoa com esta coisa de cuidar da saúde de tantos que precisam, fazendo a voluntária.
- Pois então, cuida mesma bem da saúde de todos, porque Juliano falou que ela faz isto sempre, e não era só  com ele, não.  Disse que aquela mulher é insaciável! Disse que, muitas vezes, mesmo tendo estado com ele, ela levava outros, lá para magazine, mesmo se Juliano estivesse lá  Já pensou que horror? 
Ele falou que entrou no jogo dela por um tempo, mas depois, sentiu foi muito nojo dela e desde então, não coloca mais os pés no armazém. Cornélia sabe disto tudo. 
Ele disse que foi Cornélia que insistiu para ele largar aquela mulher, pois, poderia acabar em morte, porque conhecendo o seu Filipe, se descobrisse tudo, Juliano não existiria mais. A mulher sim, mas o homem que tocasse nela, não!
Ele falou também que um outro rapaz, depois que dormiu com ela algumas vezes, se fez descobrir o levando à morte. 
Disse que seu Filipe não usa suas mãos para tal ato, pois tem quem faz para ele. O rapaz ficou morto esticado no chão. Tem tanta gente sozinha neste mundo, porque alguém tem de se envolver justo com quem esta já envolvido?
Falou Letícia muito irritada. 

Eu estava muito surpresa com tudo, mas não porque Juliano foi capaz de fazer isto, pois, ouvindo falar dos homens, eles agem assim ao impulso sem temer o perigo, e não adianta Júnior falar que tudo aquilo era absurdo, porque não é verdade. Tudo isto se tornou a coisa mais normal deste mundo. Desejo tanto que ele possa resistir a uma tentação como esta. 
Me recordando do que Cornélia falou, posso lembrar que ela havia comentado que existe, sim, homens muitos sinceros e pacientes, não magoando jamais a quem ama! 
Disse de ser algo raro, mas que existe. É raro, pois, quando o assunto é sexo, eles não gostam de negar a uma mulher toda a sua potência. 
O bicho homem não nega fogo a ninguém. O homem, em geral, costuma dizer que estavam quietos, mas que existem mulheres que os provocam, que a culpa é toda da mulher que não tem sossego.
Tudo isto me faz rir. Tudo é um pouco irônico, esta guerra de sexo e toda esta falta de controle. 
Quanta decepção senti por Elisa. Pensei que ela era tão cúmplice do marido, tão apegada a ele, em vez, era pura ilusão. Eu vi uma bela união e apesar de ter achado seu Filipe tão feio, pareciam tão unidos e ao contrário, não existia nada de cumplicidade, era apenas duas pessoas trabalhando juntas e cada uma fazendo não sei o quê, para magoar uma a outra.
Tudo estava me perturbando, não sabia mais o que pensar. Estava tão feliz com meu namoro e ao improviso toda esta história estava atrapalhando sentir a sua pele, o seu sorriso perto de mim. Estava com saudade de tudo isto e olhando Júnior pedi carinho.


Me sentia feliz! Eu gostava daquele homem que me dava carinho sem fim. Ele era paciente, calmo e muito meloso quando queria. Não agia por impulso, parecia que suas ações eram sempre bem analisadas, para construir um futuro procurando não errar e isto me dava segurança. 
Esta palavra, segurança, era para mim muito importante em um relacionamento.
De repente, perguntei a Lucas novamente sobre Elisa:
- Lucas, mas por que você não nos contou tudo isto quando falamos sobre Elisa, naquele dia?
Perguntei, me senti curiosa.
- Não achei necessário. Não queria destruir a imagem que vocês viram dela,  porque apesar de tudo, ela é uma boa pessoa, não é má. Talvez, seja só infeliz.
Explicou Lucas, então, respondi:
- Você tem razão Lucas, muitas vezes, ninguém tem culpa do que possa acontecer. Acontece, só isto!
 Acontece porque na vida aparece surpresas inesperadas que a gente, talvez, nunca tendo vivido. não sabemos como se deve fazer. Então, obviamente erramos e os erros vão servir como escola da vida, fazendo a gente decidir em aprender a não errar novamente. Caso continuamos a errar, ou será porque ainda não aprendemos, ou apenas porque gostamos de continuar no erro. Eu vejo assim!
Do modo que você contou, Juliano aprendeu, mas a Elisa não. Talvez aprendeu, mas quis continuar, por gostar.
Depois de falar pensei...
"Porque eu estava defendendo Juliano? Eu sentia esta necessidade. Sentia vontade que ele fosse um homem respeitoso, honrado. Desejava isto, mas não poderia estar desejando. Ele não fazia parte de mim em nada, então deveria esquecer esta pessoa. Mas não consigo, porque ele invadiu a minha vida, sim... Invadiu na hora que tocou a minha mão. 
Estávamos circulando pela cidade de Cáceres e nem estávamos observando tanto, porque o assunto do carro estava em alto vapor.


Tudo correu muito bem, depois. Fomos visitar a mãe de Lucas que mesmo sendo uma visita ao improviso, nos recebeu com muito carinho e nos preparou um jantar maravilhoso. Deveríamos ter vindo no fim de semana, e aproveitarmos todo o dia para visitar a cidade de Cáceres, mas estando ali, mudamos todos os planos.

 
Agora, poderíamos ir na Chapada dos Guimarães, neste fim de semana, meu pé já não doía tanto. Mesmo que Elisa tenha se mostrado uma pessoa diferente do que eu imaginava, posso dizer que apesar de tudo, ela fez um belo trabalho em meu pé. Todos os chás que tomei e fusões preparadas com suas ervas que pude colocar em meu pé, trouxe um alívio acabando com toda aquela minha dor. Elisa curou meu pé.



Cárceres era uma cidade muito bonita. O Rio Paraguai passava por ela, onde havia um cais que protegia parte da cidade . Havia uma barca enorme onde turistas faziam viagens por aquele rio que era navegável. Era uma enorme barca.
Este Rio Paraguai, em Cárceres, faz com que a cidade tenha um grande evento anual muito famoso mundialmente.
A cidade de Cárceres se desenvolve em torno da pesca esportiva sendo sede de um evento mundial: o Festival Internacional de Pesca (FIP), registrado no Guinness Book como o maior campeonato de pesca do mundo, em águas fluviais. O evento reúne mais de 1500 participantes anualmente. Para quem ama a pesca e não pode visitar esta cidade, neste período, creio que seu coração se torna adolorado, pois, este evento é mesmo invejável!
Quanta beleza por esta águas onde grandes barcos podem navegar, tranquilamente, por ser um Rio profundo!
Por amar tanto a água, ao descer do carro para apreciar toda aquela beleza, tive que fazer o mesmo que fiz ao chegar, tirando os sapatos e me deliciando nas águas do Rio Paraguai! 
Júnior sorria para mim relembrando os nossos primeiros momentos em Cuiabá. Nossa, quanta coisa agradável já havia vivido com ele. Eu estava feliz de poder ter conhecido Júnior e sentia que ele também estava! 
Mesmo não imaginando que tudo isto aconteceria assim, tão rápido, em minha vida, sentia que estava amando realmente aquele homem sério, calado, amoroso, às vezes, rude, desconfiado, inseguro... Quanta coisa já conhecia dele!


Autora: Aymée Campos lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 16
Todos os direitos reservados

Segue capítulo 17 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:



E' incrível o que uma mente e uma caneta pode fazer.
Isto é maravilhoso para mim. A cada momento, eu sou um destes personagens colocando cada mente a pensar e falar.
Eu posso fazer o bom se tornar ruim. Todos pensavam que Elisa era um anjo de mulher e agora, meu lápis modificou tudo isto, quando minha mente quis usá-la para poder mostrar um pouco da personalidade de Juliano.
Criar, inventar e no final tudo parecer real!
Amo escrever... amo! Não consigo parar, se tornou o meu vicio.


Para quem se interessar sobre estas maravilhas da natureza que tem em torno do Sitio em que Olivia conta a sua estória  deixo aqui este link onde mostra paisagens e informações sobre tudo que Olivia pode apreciar um pouco:

Nota importante:



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