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domingo, 12 de junho de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XXI


Onde Nasce uma Paixão

"Eu sei que não é nada bom se sentir uma ilha deserta, sem um lugar fixo para formar raízes sólidas. Não é bom vagar por caminhos sem direção à procura de uma felicidade que não sabe onde poderá estar. Deste modo, não conseguiria encontrar tantos momentos de felicidade, não conseguiria relembrar com alegria o passado por não haver um passado certo, daqueles que se constrói junto a quem ama. E não conseguiria criar a sua colcha de retalho, para um dia poder mostrar à todos que ama! Eu quero construir a minha colcha, eu quero relembrar meus amigos e tudo que vivi, mais que tudo! 
Penso que ninguém, por mais que tente, conseguiria se sentir único e indiferente de tudo. Não é assim que se constrói um grande passado!"
E olhando para Juliano, comecei a falar ao caminhar. Respondia, enquanto ele me escutava com muita atenção! 
Capitulo 20 - última parte

 E assim a estória continua...
 Insegurança em meu ser... Eu preciso me conhecer.
Se digo temperamental... Isto é normal?

Interrompeu a nossa conversa, ao chegar na praça da cidade, e falou:
- Espera só um minuto...
E saiu apressado para perto de um vendedor que havia ali na praça. Foi comprar o que me prometeu. De longe ele exclamou:
Olívia, qual a cor que você quer? Estou em dúvidas, não sei qual é a sua cor predileta.
- Tenta adivinhar!
Respondi eufórica e ao mesmo tempo fui me aproximando deles.
- Eu acho que você gosta do preto, mas não fazem algodão doce preto! Depois do preto, talvez seja o azul e azul aqui tem... pode ser azul?
Falou sorrindo ao escolher para mim um algodão doce.
- Você acertou, eu realmente gosto primeiramente do preto depois do azul, depois do branco e depois, seria ou vermelho ou amarelo, o gosto é igual! E você, Juliano, qual é a sua cor predileta? Não fale, me deixa adivinhar... talvez o verde porque você cresceu aqui em volta dele, ou azul? Preto?
Falei cheia de dúvidas e sorrindo muito.
Ele veio com dois algodões doce nas mãos e falou:
- O preto... Agora, é o preto!
- Assim não vale! Quero saber de verdade qual você gosta mais.
- Você acertou, é o verde, mas para algodão doce eu prefiro este.
Sorriu e me entregou o meu lindo algodão doce azul e o dele era lilás.
- Que lindo o lilás!
Exclamei.
- Gostou mais? Quer trocar?
Falou querendo me agradar.
- Não, eu ainda prefiro o azul. O azul, no algodão doce, me dá a sensação de estar vendo o céu nas minhas mãos. Olha só que belo! Me faz sentir de estar no céu.
- Ele, na verdade, combina com os seus olhos... Esteja atenta para não se sujar, esta coisa cola!
Falou me alertando.


- Do jeito que sou desastrada, acho que quando chegar lá no hotel, meu vestido vai estar todo sujo e minha mão toda açucarada.
Respondi sorrindo para ele.
- A mão açucarada, eu limpo e... por falar em vestido, eu ainda não havia dito o quanto você está linda com ele. Quando te vi lá no sítio, senti vontade de te abraçar, de ser o seu namorado.
Falou demonstrando aquele contínuo desejo por mim.
"Porque ele faz assim... Este seu desejo de mostrar que me quer ao seu lado, é difícil de governar. Não sei o que fazer em situações que eu mesma criei. Parece que está sempre querendo me dar a chance de me arrepender do que havia feito antes de conhecê-lo. E' como se um homem quisesse dar a uma mulher a ultima possibilidade de mudar de ideia, enquanto o homem cumpre aquela longa e cansativa operação... A conquista. 
Acho melhor ficar calada... Não responda, mude de assunto "
Seus olhos eram lúcidos quando me disse sobre o que deseja, ele não estava mentido e eu não sabia com reagir a tudo isto. Resolvi relembrar a sua pergunta e falar sobre a ilha que sinto de ser, para desgovernar aquele momento.
- Você queria saber com seria o lugar que a tal ilha imagina de encontrar, lembra? Eu não te respondi... e foi uma pergunta interessante. 
Quando olho toda esta paisagem, poderia dizer que aqui seria um lugar dos Deuses para me sentir bem. Este lugar me transmite paz constante e eu gosto disto. E' belíssimo todo o verde que circula nesta terra, que mesmo fazendo muito calor, dá a impressão que a primavera não tem fim. Quando andei pelos campos, pude ver flores nativas que me fizeram amar esta terra mais que tudo! Precisaria fotografar tudo que vi para mostrar a minha mãe e minha avó, elas precisam de ver o que estou vendo.
Mesmo sendo uma região que gostei tanto, sei também que existem tantas outras que também poderei apreciar. A minha ilha na verdade não procura mais terras... Ela procura um alguém para cuidar dela. Ela procura uma pessoa que possa fazê-la se sentir segura e produtiva. Segura ao ponto de nunca mais ter de sair do lugar onde se atracou. Ela pode, sim, se atracar em um lugar e ser levada para outro, só para estar perto dele, onde suas mãos darão afeto, proteção, harmonia, do jeito que ela deseja e procura.
E agora que penso em tudo isto, sei que a minha ilha encontrou esta pessoa, ela está descobrindo coisas nesta pessoa que está fazendo criar o desejo de continuar perto dela.


Quando terminei de descrever o que penso, ao olhar para ele, reparei que seu rosto desfigurou. Seu rosto tinha uma forma diferente de antes... sua testa estava enrugada, fazendo as suas sobrancelhas ficarem abaixadas, formando um olhar de mágoa.
Ele não entendeu nada. Pensou que eu estava falando de uma outra pessoa... Que falava de Júnior. 
Eu gostei de ver o seu rosto dominado por ciúmes. Eu não fui clara com ele porque precisava provocá-lo para que eu pudesse entender o quanto me queria,mas... sua reação estragou todo aquele momento por não me entender, quando falou:
- O que eu posso dizer, depois de te ouvir falando tudo isto, é que você não deve confiar imediatamente nos exploradores de terras. Muitos exploram para aproveitar a beleza que possa existir nela, todo o seu encanto e o ouro contido. São bandeirantes em busca de terras, somente para deixar mais uma de suas marcas registradas. Depois de explorar, vão atrás de terras novas porque um bandeirante é assim... Comparando a sua ilha com esta região, eu posso confirmar que os bandeirantes que passaram por aqui, deixaram suas marcas e retiraram destas terras riquezas que hoje não existem mais. Estas terras poderiam ser muito mais do que é.
Então, Olívia, te digo de não acreditar sempre no que vê de imediato. Analise bem todas as coisas para que você possa fazer melhor as suas escolhas.
Falou se referindo a Júnior. Me irritei demais porque não gosto que uma pessoa a quem admiro tanto, venha procurar me conquistar, desfazendo de uma outra pessoa que gosto, pois, mesmo não amando, sei que a consideração, por alguém que jamais te magoou, é enorme. 
Assim o olhei e falei:
- Por que está falando assim? Você interpretou deste modo porque você é assim!
Você é um destes bandeirantes e não sei por qual razão está tentando desviar o meu caminho. Poderia ser tantas as razões, mas a última que passa pela minha cabeça, seria porque você me quer bem. Pois, você nem me conhece tanto para poder possuir sentimentos fortes assim.
E' incompreensível como os homens são capazes de fazer para conseguir o que desejam.Você fala de uma maneira como se conhecesse todos os homens e todos fossem agir e pensar como você. Aliás, você fala como se conhecesse o Júnior. Você conhece Júnior mais do que eu, Juliano? Sabe algo da vida dele que eu ainda não saiba? Se sabe, então, fale!
- Não, eu não o conheço... Ao contrário, o vejo como um estranho, não consegui ter um bom relacionamento com ele, não consegui ter uma boa impressão dele, desde o principio, mesmo antes de te ver. Sei que foi instintivo. Não sei porquê, mas quando estou perto dele, penso que devo estar sempre com um pé atrás. E ele também nem quis me conhecer.
Falou demonstrando o que sente quando respondi:
- Se você diz de não conhecer, então, não pode julgar as pessoas pelo o que você sente. E não procure tentar me defender porque eu sei fazer as minhas escolhas, sim, e penso que o conheço mais do que você, para saber que ele jamais seria um bandeirante.
Parei para respirar um pouco, por estar muito nervosa e segundos depois, continuei:
- Não sei porque as pessoas tendem a me dar conselhos, querendo que eu não erre. Cada um tem que experimentar e não adianta nos aconselhar. Não entendo porquê. Por que agir no lugar da gente? Saiba de uma coisa, Juliano, ninguém desvia o meu caminho... só permito isto à Deus. Ele sim pode fazer o que Ele achar melhor, trazendo luz aos meus olhos para enxergar algo que, antes, eu não conseguia enxergar. Digo luz nos meus olhos e não nos olhos de outros, como se fosse para mim. Você e nem ninguém conseguiria isto. Eu sei o que procuro. Eu sei fazer escolhas e agora, analisando bem, eu não sou esta sua ilha flutuante, pois ao chegar aqui, lá estava Júnior com os olhos que brilhavam e não você!
Aquele retorno ao hotel estava, a cada momento, se tornando um martírio. Me sentia aprisionada em quatro paredes fúnebres, pelos conselhos dados por outro. Tudo se transformou dentro de mim e naquele momento o via como um monstro invasor.


- Nem sei o que estou fazendo aqui. Afinal, eu conheci Júnior, estamos nos envolvendo e não será você que vai atrapalhar tudo isto que tenho vivido. Eu já tenho quem me ama! Eu já tenho!
Falei gritando por estar muito irritada. Ele me olha agressivo e me diz:
- Olha só o que você acaba de dizer... Você disse que tem quem te ama. E você, Olívia? Quando a sua bela ilha chegou aqui e viu estes olhos brilhando por você, o que achou? Por um acaso, você achou que ele era o amor de sua vida? Porque se você reparou, você acabou de dizer que tem quem te ama e não que você tenha já alguém para amar. Isto é diferente... é muito diferente, Olívia!
E antes que você fale alguma coisa, vou logo te perguntar uma outra coisa. Como você tem esta certeza que ele te ama?
Me silenciei por um instante, porque conversar com ele era muito difícil, pois ele tem sempre cartas nas mangas para tentar demonstrar que não está errado. Segundos depois, respondi ao refletir:
- Ele me escreveu uma carta, e depois, me falou.
- Hum, muito interessante... escreveu uma carta para depois falar. Assim, no início, não precisava falar olhando nos seus olhos, por medo de ser negado ou humilhado. Depois que você leu, achou tudo lindo, ficou sorrindo sozinha... não?
Neste momento, ele parou uns instantes para dar uma risada irônica e depois continuou:
- Saiba que é típico de homens espertos este comportamento. E aposto que vou acertar mais em uma coisa... Passados dias que você leu e ele viu que você demonstrou interesse, então veio até a você e confirmou aqueles sentimentos escritos, não? Armou bem direitinho uma armadilha e pegou o bichinho perdido, aliás... a bonequinha triste.
- Não me chame de bonequinha. Olha só o que você fez com o nosso passeio! Você conseguiu destruir toda a harmonia que existia. Em pensar que eu cheguei a desejar de recortar um pedaço deste meu vestido, para poder colocar na minha colcha de retalho, assim, um dia poderia relembrar, pois, agora saiba que, estes momentos, eu não quero lembrar nunca mais!
Não consigo entender os homens, realmente é impossível! Vocês usam de crueldade para conseguir algo que desejam. Não queira me conquistar diminuindo outra pessoa, porque assim você me perde, não conseguiria... não conseguiria!
Quanto que você está demonstrando de ser ruim, Juliano! Por que você diz isto, assim... Desta maneira tão arrogante e desfazendo do amor dele por mim?
Falei quase chorando. Eu estava muito ferida, muito nervosa.
Olívia, coloque uma coisa na sua cabeça... Eu não sou e nem serei um arrogante, nem tão pouco um a pessoa ruim. 
Eu falei tudo isto pra poder abrir os seus olhos e também porque conheço, sim, os homens. Por exemplo, onde ele está neste momento? Ele é, sim, um babaca chifrudo!
- Que atrevido! Olha só o que está dizendo... Aposto que imaginou que ele estivesse se divertindo em outro lugar. Pois, fique sabendo que ele está dormindo, se sentiu cansado depois que enchi ele de carinho.
Falei em um tom de provocação.
- Dormindo!? Eu, perto de uma mulher que amo, não durmo jamais! Não conseguiria porque ela estando ao meu lado, em meus braços, o seu cheiro não me deixaria sossegado. 
Agora, o seu príncipe dorme e será porquê? Ou ele não sente assim tanto desejo, ou você não o esquenta como se deve.
Ele falava  de um modo provocante, então respondi do mesmo modo:
- Não diga bobagens, todo mundo dorme. Isto é um ato, é um fato, não tem como escapar. Não tente me iludir se passando por um super herói, o tal super homem... porque isto, para mim, você não é!
Depois, o olhei de uma maneira entristecida e disse:
- Não quero mais te ouvir e não vejo a hora de chegar no hotel. Não fale mais nada. Bem que Cornélia havia me falado para ficar bem longe de você.
- Cornélia?! O que está dizendo, Olivia? O que tem Cornélia haver com tudo isto?
Falou como se estivesse surpreendido. Nesta hora, respondi:
- Ela me alertou... foi somente isto! Disse de ficar longe de você.
- Mas, eu não consigo entender porque Cornélia falaria isto para você. Agora, eu quero falar com ela, não consigo mesmo entender.
Então, se você foi alertada, significa que você me desejou... Você falou de mim para ela? Se interessou por mim, foi isto?
Perguntou curioso modificando o seu rosto, parecia que algo o deixou feliz.
-  Não! Sim... Eu fiz isto sim, perguntei sobre você porque estava curiosa, só isto!
Respondi.
- Não... não é só isto! Você me desejou, eu sei que desejou! Eu despertei um interesse em você Olivia, nem precisa me dizer, eu sinto. Eu senti desde o primeiro momento em que você me viu. Você se calou quando eu te toquei, e agora, conhecendo um pouco de você, diria que em uma situação como aquela, se algo não te agradasse, você teria anunciado para todo mundo o meu comportamento, em vez, você ficou em silêncio.
Me respondeu sempre seguro e calmo e isto me irritava mais ainda.
- Já disse para se calar, não fale mais comigo. Não queira me dizer o que sinto ou o que eu senti. Você não é o tipo de homem com quem quero estar e ponto final. Para mim, um homem deve ser o contrário de você. O que já falaram de você e o que vejo agora, me faz desejar estar longe de você... Longe entende!?
- Olha aqui sua garota petulante, temperamental e caprichosa... olha para mim, porque estou falando com você, olha!
E quando olhei, neste momento, senti medo. Ele agarrou os meus braços com muita força, me perdi em minhas ações ao me tocar, meu corpo nervoso tremia sem parar... Ele me olhou e me beijou profundamente e eu deixei. 
Foi um longo beijo e suas mãos me acariciavam, ele me dominava. Os meus movimentos eram em direção à ele, deixando ele fazer de mim o que quisesse...



Minutos se passaram, quando percebi que estava errando outra vez. Abri meus olhos, afastando meu rosto do dele. Me assustei com as coisas que estava vivendo. 
Eu não deveria... Eu não deveria de maneira alguma fazer o que fiz. Respirei fundo e falei:
- Não tente fazer isto nunca mais! Afaste de mim de uma vez por todas. Não te desejo! Então, não coloque coisas na sua cabeça que não existe. Apenas te achei um belo homem, nada mais.
Nem sei o que você veio fazer aqui. Não deveria ter aceito o convite de Lucas. Você agora não é bem vindo mais... Para mim, não! Você só veio porque havia um pensamento em mente... Destruir o meu relacionamento.
- Olivia, se acalme... Me escuta. Me dê uma chance para te provar que não sou este monstro.
Sua reação ao início foi de constrangimento, depois, falou todo carinhoso e preocupado de como eu poderia estar me sentindo.


- Não! Não, eu não vou te escutar. Chance? Que chance se eu nunca te quis? Vai embora! Desapareça da minha vida. Eu não gosto de você, não gosto, entende?
Ele me olhou, ainda fazendo gestos com seu rosto, de lamento, como que transtornado e me disse:
- Me desculpe pelo que fiz, realmente não deveria, mas não resisti à sua boca! Estava ali na minha frente... Linda!
Não te incomodo nunca mais. Eu apenas te desejei como nunca desejei assim ninguém em minha vida. Você pode dizer que não, mas para mim, você é sim aquela ilha que eu tanto esperava de encontrar um dia.
Quando ele terminou de se desculpar eu o olhei rude e disse:
- Esteja tranquilo, eu seria apenas mais uma de suas ilhas, nada mais. Vai embora, não quero estar perto de você, não te quero ver mais.
- Você pode não querer me ver mais, mas isto seria impossível, porque não tenho como ir embora sem vocês. Estamos somente em um carro, esqueceu? Mas esteja tranquila, não aproximo de você por nada. Se eu pudesse, eu iria sim, embora, mas com poderia explicar isto a todos? Você falaria o que fiz?
Falou afirmando o que eu havia esquecido.
- Tudo bem, não tem como você ir porque eu não quero criar problemas com a diversão de todos. Não vou criar nenhum alarme com tudo isto, seria inútil. Saiba que quando eu olhar para você, vou pensar que você não passa de um intruso que invadiu um lugar onde não foi convidado.
Neste instante quem ficou muito irado foi ele, que alterou a voz para dizer:
- Foi ele quem invadiu! Este território é a minha casa, ele não deveria estar aqui, entendeu? Seria eu que estaria ao lado de vocês por todo este tempo. Mas, ele veio e tomou conta e você não entende o que isto me faz sentir. Agora, ele dorme em um pedaço de terra que me pertence e a pessoa a quem eu tanto desejo, está nos braços dele... Vai, corre logo para ele, ele estará lá te esperando. 
Tenta não mostrar o que você me mostrou, porque ele não vai entender nada. Olivia, eu faria tudo outra vez para poder te beijar novamente, porque te desejo tanto! E eu sei que você não quer me escutar e nem mais falar comigo, mas você teria de entender que a vida que eu vivi antes de te conhecer eu já deixei para traz à muito tempo e Cornélia sabe disto. 
Esta vida já está nas minhas costas, tudo aquilo enfim... tem pessoas que pensam que o amor deva ser sempre sereno, mas em vez, não é assim...O amor, muitas vezes, aparece na vida de alguém provocando grandes explosões, lançando no ar uma ira e um desejo inexplicável. Isto acontece quando duas pessoas são feitas uma para outra mas ao mesmo tempo são diferentes em personalidade.
Não se engane em pensar que a serenidade que você tem vivido é amor, porque eu acho que não é. Amor é fogo, é chama forte, às vezes, junto com a serenidade. Você sabe pouco sobre o amor, Olívia. Para mim, você não está amando. Ele não!
Falou e se afastou um pouco de mim, estava preocupado de me deixar por estrada sozinha. Estávamos perto do hotel e quando o avistei, acelerei o meu passo para chegar logo. Ele entrou em seguida. Senti a sua voz falando com alguém na recepção.


Eu me afastei de tudo, não queria que ninguém me visse naquele momento. Entrei no quarto e Júnior ainda dormia. Me senti aliviada por encontrá-lo dormindo, não teria como explicar porque estava transtornada e qualquer um poderia notar. 
Fui para o banheiro e decidi mergulhar naquela banheira do hotel para aliviar as minhas lágrimas... Ali dentro, me pus a chorar fortemente. Não gosto do que fiz... Fui estúpida como ninguém, ele não merecia todas aquelas palavras rudes que saiam da minha boca. Estava mesmo envergonhada.
"Acho que sou uma pessoa muito inconstante, não sei o que eu quero. Estou descobrindo isto em mim e é terrível!
Será que sou mesmo temperamental como ele me falou? Mas o que é ser temperamental? Eu sei tanta coisa, mas isto eu não sei... Queria poder ter um dicionário nas minhas mãos agora para poder verificar. Será que é normal ser uma pessoa temperamental?
Não sei o que sinto por Júnior. Pensava que era amor... E' amor, por que não seria? Eu sei que é! Então, por que eu não sinto vontade de estar com ele? Por que eu choro por ter maltratado outra pessoa? Por que estou me sentindo triste, por saber que não vou mais falar com ele? Me sinto mal em vê-lo distanciar de mim... O seu beijo foi tão bom! Por que tenho este modo de agir sem pensar? Depois me arrependo. Me arrependo tanto... Já estou completamente arrependida.
Estou na estrada errada, e não sei mais o que fazer. Afinal, entrei demais nela e agora, é difícil voltar atrás.
Ninguém pode saber que o beijei, nem minha irmã vai saber. Vou guardar este segredo por toda a vida e nem na colcha de retalho eu vou colocar recordação deste dia, este vestido eu vou dar de presente para minha irmã, não quero recortá-lo!"
Olívia, amor, o que está  fazendo?
- Estou tomando um banho... me senti suja e resolvi me lavar e refrescar um pouco. 
- Está tudo bem, parece que ouvi você chorar, posso entrar, amor?
Perguntou carinhoso.
- Não! Não entre, por favor. Eu não chorei... Por que está perguntando isto? Acho que você se enganou ou então sonhou. Vou sair logo, já estou terminando.
- Tudo bem... Então, eu vou dar uma volta ali fora enquanto você termina. Vou ver com Lucas o que estão programando. 
Saiu e me deixou do jeito que eu desejava... Mergulhada em minhas dúvidas, afogando os meus desejos!

Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco... Todo Mundo quer um Pouco.
Capítulo 21
Todos os direitos reservados
   segue capítulo 22


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Adorei escrever este capítulo. Acho que é porque eu, Aymée, adoro brigar, principalmente se for com Keanu Reeves (risos). E' pimenta pura, brigar aquece o espírito apagado e isto deixa os leitores mais eufóricos. Verdade ou não? 

Neste capítulo, eu vou adicionar o link de um lindo vídeo. Eu utilizei a música em uma parte deste capitulo 21 e o vídeo que quero mostrar só tem como ver no YouTube, assim deixo o link para quem quiser vistar: You Tube

A música se chama: Parla Piano de Vinício Capossela - Esta música foi utilizada em um filme que se chama Dez Invernos e as imagens do vídeo fazem parte deste lindo filme Italiano! Belíssimo filme. Eu me emocionei demais quando assisti.




quinta-feira, 9 de junho de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XX

Onde Nasce uma Paixão

E ali, pousei os meus pés pela primeira vez para desvendar todo e qualquer mistério que naquele lugar eu pudesse ver diante de mim... Desta vez, neste pequeno momento de minha vida, eu estaria confrontando este labirinto junto à pessoas que gosto tanto e que futuramente encontrarão caminhos diferentes de mim...

 E assim a estória continua...
Uma corrente de acontecimentos entre amigos
formam elos que jamais serão esquecidos!
Depois... Mesmo distante, serão sempre revividos!

"Que lindas flores aqui neste campo... Parece com as flores que minha avó tem em seu jardim. Minha avó ama flores e me lembro o dia em que ela plantou para mim flores parecidas com esta em um vaso e me presenteou... Para mim foi um gesto tao lindo que estará sempre em minha memoria!"
Pensei... 
Ao entrarmos no carro para irmos para a cidade eu deitei todo o meu corpo nos ombros de Júnior e comecei a olhar para fora do carro e continuei a pensar sobre olhar coisas que estou vivendo que me levam para alguma parte de meu passado...
"Retornar ao passado só mesmo através de nossas mentes... Recordar, requer habilidade e esforço como se estivéssemos fazendo uma pesquisa. Tem coisas que estão escondidas em nosso subconscientes que só mesmo fazendo uma busca minuciosa, conseguimos relembrar cada detalhe. 
Quando apreciamos uma paisagem vista ao improviso, quando pegamos um livro para ler e também vendo imagens ou mesmo se lermos pequenos pensamentos que uma outra pessoa escreveu, nos faz automaticamente recordar de alguma coisa que vivemos, que comparada ao que viu ou leu, poderá encontrar muito igualdade... Porque nos parecemos iguais em tanta coisa? Porque somos assim?
Acho que a resposta seria porque somos um animal repleto de instintos criados por Deus! Estes instintos serão iguais para todos, mas desenvolvê-los é que nos faz parecer diferentes. Repare qualquer outro animal... Cada modo de agir de uma espécie diferente de nós, também será sempre igual.


Se olharmos a formiga parecem que suas atitudes são sempre repetitivas onde cada uma estará fazendo a mesma coisa. O mundo animal é rico em mistérios...
Todos os seres vivos tem o seu modo de agir igual aos de sua espécie... A formiga, O leão, o elefante, o cão... Mas por detrás do que vemos, poderemos ter a certeza que em alguma coisa, este seres da mesma espécie serão diferentes.
O ser humano vive, deseja o mesmo que qualquer outro ser humano... Ele necessita de aprender, de amar, de sorrir, de chorar, de falar, de pensar. As histórias vividas serão diferentes, mas quando comparadas conseguiremos relembrar alguma coisa que vivemos. 
Este instinto animal que existe em todos nos, necessita de ver tudo que tem de novidade, criando um elo que se transforma em uma corrente de informações ao se comunicar. 
Quando começo a pensar o que o futuro está nos proporcionando para nos deixar ativos, eu admiro!  Nos tempos atuais, a tecnologia nos presenteou um modo de comunicarmos altamente importante, por conseguirmos ver o modo de pensar de pessoas, que jamais imaginaríamos de poder um dia ter um contato sentimental, transformando estes seres parte de nossas vidas, onde poderá nos ensinar, ainda mais, e com certeza nos fará relembrar coisas que vivemos, porque o nosso passado estará sempre em memoria.
Fazer reviver o passado, muitas vezes é um de nossos modos de comunicar, porque foi ali que aprendemos e assim surge a necessidade de mostrar para um amigo o que um dia fizemos e... Nos  tanta alegria com o que este possa ter feito igual a você! Apenas ouvindo um de seus contos vividos, o outro logo dará a sua opinião dizendo que também já viveu algo similar. 
Muitas vezes, temos dificuldades de relembrar, e é tão bom quando alguém relembra algo que esquecemos. Eu estou, agora, neste carro onde todos se calaram por um pouco e olhando Lucas que agora está vivendo aqui, me faz relembrar a primeira vez que o conheci... Ele estava na varanda de sua casa comendo uma fruta e viu Letícia sentada na varanda de nossa casa... Quando cheguei perto dela, ela me mostrou o vizinho dizendo o quanto era lindo para ela. Ele lá da varanda a olhou , sorriu e ofereceu um pedaço da fruta. Letícia aceitou dizendo que não tinha como pegar, que ele teria de vir até a nossa casa e foi assim que os dois se conheceram e até hoje estão juntos. Toda vez que vão comer uma maça, eles relembram do passado que um dia os fizeram estarem hoje juntos e felizes. Coisas assim são inesquecíveis, mas existem outras que dificilmente serão relembradas. Tantas pessoas desde jovem percebem isto e começam, a construir um diário detalhado para que no futuro possa recordar, porque sabem que existirão coisas que serão esquecidas e mesmo com muito esforço, serão difíceis de relembrar.  


Nosso cérebro que mais parece um computador, pode se tornar complicado se não soubermos administrar seriamente tentando colocar ordem em cada detalhe vivido. Porque quem o administra poderá jogar para o lixo tantas coisas que um dia pensou de não servir. O que poderia ter tido em todo aquele caminho que vivi e deixei um dia para trás? O que eu poderia ter feito ali que não consigo mais recordar?
Cuidado! Pois,  no futuro, algo te servirá a um fim, e se você não souber administrar, poderá se encontrar em situações constrangedoras ou mesmo em apuros. Poderá se encontrar em situações que te deixaria completamente envergonhada " 
Olá, como vai?... 
Assim você ao ver este olá, pensa... 
"Mas quem é esta pessoa? De onde eu a conheço? E agora, o que fazer? Ser sincera? Me desculpe não me lembro de você. Mentir?  Olá, quanto tempo! O que tem feito? E a sua mãe como vai?"
Mentir não é a solução. Fingir de recordar, você poderá se dar mal...
"Porque está perguntando pela minha mãe? Não se lembra onde nos conhecemos? Porque mentiu? Eu não ficaria chateada se você tivesse sido sincera comigo, aliás te diria tudo que vivemos um dia juntos, para darmos boas risada quando você conseguisse relembrar. Muitas vezes nosso cérebro nos apronta cada constrangimento que qualquer pessoa pode viver o mesmo que você viveu agora. Sabe, nos conhecemos em uma conferencia de trabalho e de minha mãe eu nunca falei!" 
O que fazer em situações assim? Só nos resta pedir desculpas.
Poderá também existir situações drásticas...
"Sua filha está no hospital muito mal, precisa urgente de um doador... Qual o tipo sanguíneo dela?
O que fazer se eu não sei nem o meu tipo sanguíneo... O que fazer se eu sou distraída? Eu nem me lembro a idade dela, quanto mais o tipo sanguíneo... Eu nem lembro da minha idade!  "
Trabalhar com seu cérebro requer muita astúcia, porque ao atingir uma certa idade não conseguiremos relembrar como quando ainda se é jovem.... Mas existem coisas que basta um pequeno click que automaticamente aparece em memoria. Tem vez, que só de vermos uma fotografia, tudo aparece na sua frente como em um cinema. Esta sensação de reviver algo que nos deu momentos de felicidade, é radiante e serão seus olhos a demonstrar a tal alegria!
E tem o recordar de passagens importantes de nossas vidas que jamais serão esquecidos.


Qual seria a pessoa que não conseguiria recordar do seu cachorro que te seguia para onde você iria e quando o olhava mais parecia um monstro... Quem não recorda dos amigos da escola, da sua primeira professora, do seu dentinho jogado no telhado, do primeiro beijo, dos grandes amigos... Aqueles que te fizeram crescer um pouco mais na adolescência... Do beijo roubado em pera, uva, maça e salada mista...


Qual pessoa não conseguiria recordar um amigo de um trabalho ou o casamento de seu melhor amigo que não está mais ao seu lado, mas ao recordar o passado começa a sorrir sozinho, quando ao improviso relembra que fugiam pelas ruas da cidade, antes que o dono daquela casa aparecesse na porta para brigar, porque os dois apertaram a campainha da sua casa?
Quem não conseguiria recordar daquela despedida de seu grande amigo, que ao partir para sempre para uma outra cidade, talvez, bem longe do seu País, recomeçaria uma nova vida que o faria crescer e se tornar independente?


Qual pessoa não recordaria da seu primeiro bichinho de pelúcia? Quem não recordaria da merenda de sua escola... Aquela que te fazia  perder todo o recreio para estar reunidos com grupo de amigos, conquistados em hora de recreio? Do primeiro contacto com o sexo oposto, do nosso primeiro All Stars?


Quem não recorda da primeira viagem sozinho, sem os pais por perto para te corrigir, onde se divertiam ao dividir um quarto de republica, para economizar por não ter mesmo o que economizar?
Em minha infância vivi tantas aventuras... Sempre fui uma criança tímida, mas também muito curiosa e então a curiosidade vencia a timidez e assim praticava algo para poder haver mais uma descoberta em que a vida poderia  me proporcionar. Isto mudou em minha juventude...  Eu paralisei esta minha atividade de cada dia descobrir mais, por ter me apaixonado ao ponto de respeitar as suas vontades... Só que suas vontades me privava de tudo que o mundo poderia me mostrar e me oferecer.
As lembranças de minha vida estarão sempre presente em meu ser, jamais serão quebrados os elos que criei com pessoas que passaram e de algum modo criou laços comigo. Tem certas coisas que vivi que jamais serão esquecidas e esta viagem eu tenho certeza que será uma delas.
Existem elos que mais parecem elásticos, que mesmo estando distante anos e anos, serão ainda intactos como se estivesse sempre perto de nós, mas, na verdade, estará tão distante e dentro de nossa memória, a recordação estará marcada para sempre... E o elástico é assim... O elástico vai para tão longe, mas quando volta todo o pano fica perto novamente.


Este elo pode ser descrito de tantas maneiras e agora, me recordando, me lembrei da colcha de retalho de minha avó. Cada quadro de retalhos de uma colcha pode representar uma passagem de nossa vida. Minha avó sempre me falava isto quando me deitava em sua cama... Em sua cama existia sempre aquela colcha de retalhos criada por ela e com a ajuda de suas filhas. 
Quando era bem pequenina e me deitava em sua cama, para lhe dar carinho ela me falava:
"Olivia, escolhe um destes retalhos, qual deles você está achando bonito hoje? Escolhe que irei te contar a história dele..." 
E assim eu apontava um para ela, então ela me dizia:
"Que belo que escolheu este! 
Dizia sempre exclamando! Ela sabia de todos os detalhes daquela passagem, apenas olhando para um simples pedaço de pano.
Me recordo de tantas histórias... Uma vez, ao escolher, ela me falou:
- Você acha belo este? Neste retalho tem um pouco da vida de sua mãe... Foi um vestido que fiz para sua mãe quando ela estava ainda frequentando a escola e neste dia teria uma festa de aniversário, então eu costurei este vestido para que ela ficasse ainda mais bonita do que é! Sua mãe se sentiu uma rainha... Seu rosto me fazia perceber o quanto estava feliz com aquele vestido. A escola era tão distante e o seu avô preparou a charrete para que ela não se sujasse. Sua mãe era muito cuidadosa, e do mesmo jeito que ela foi para a escola, ela voltou... O seu vestido ainda estava muito limpo!
Contava como se estivesse próprio naquele dia... Que memória que minha avó tinha! Eu acho que jamais serei como ela!
Se eu  perguntasse qual retalho foi meu, ela logo achava um, para contar a história vivida. Me lembro que um dia me mostrou o retalho do vestido branco de laço rosa, que ela costurou para mim...


Olhando ali naquela colcha, parecia sem vida aquele pedaço de pano branco, mas a história contada era muito divertida e rica de emoção para mim. Ela fez o vestido com tanto zelo... Eu seria uma dama de honra e antes de entrar na igreja, quando todos estavam ainda se preparando para ir à igreja, eu sujei todo o vestido. 
Eles se descuidaram de mim e assim entrei na dispensa e peguei uma barra de chocolate escondida e me sujei toda... Minha avó ficou desesperada, era o casamento de sua sobrinha e eu não pude entrar com as alianças como ela queria. Tiveram de se contentar em ver as outras damas de honras impecáveis, enquanto eu estava simplesmente com um simples vestido azul, sentada no banco ao lado dela. Eu não me recordava, mas ela ao contar me fez relembrar o seu rosto naquele momento que por todo o matrimônio, estava entristecido, por eu ter feito algo errado, em um momento tão importante!


A colcha de retalho de minha avó até hoje esta em sua cama... Sempre quando lava uma tem outra para colocar no lugar, e depois que aprendi isto com ela eu venho guardando os meus retalhos. Guardo quando ela costura alguns de meus vestidos e mesmo se for um vestido comprado em uma loja, quando não me serve mais, eu recorto um pedaço dele, para colocar em minha colcha... Não sei se no futuro vou me recordar de tudo da maneira que a minha linda avó faz, mas já estou aprendendo a construir esta colcha que será o meu castelo sólido. As minhas recordações são importantes para mim, porque quando me recordo, eu posso ver o quanto cresci... Mas será que vale a pena crescer? Era divino ser criança!"

  
Leticia me apertou o braço tão forte que parei de pensar na mesma hora... Apertou forte e gritou:
- Ai, Olivia eu estou tendo cólicas! Eu não estou suportando de dor!
Fiquei apavorada... Aliás todos nos ficamos porque ela nos assustou com o grito. Por alguns instantes a dor passou e tudo se normalizou. Lucas falou que estávamos chegando e que ali no hotel ela poderia tomar o seu tão conhecido remédio, pois onde ela vai tem de levar este bendito remédio, por saber que em períodos como este, ela não teria como evitar de tomá-lo. Ao escutar Lucas, ela se tranquilizou.


Neste mesmo instantes chegarmos naquele hotel e eu gostei de tudo que vi... Talvez seja porque a aparência do hotel era como se estivesse vendo um sitio. Se chamava Hotel Turismo. Me senti toda importante ao ler aquele nome, pois me senti uma autêntica turista. Estava desejando entrar com o nariz empinado, mas dinheiro quem tinha era Lucas e os outros homens. 
Quando descemos do carro, novamente Letícia se sentiu mal. Disse que tudo ficou branco.
- Eu não me sinto muito bem, vida! Eu estou vendo tudo...
E desmaiou!
Eu entrei em pavor, não sabia o que fazer e em vez de continuar com o nariz empinado, abaixei as minhas cristas e corri na recepção como uma louca para pedir ajuda. Quando Lucas entrou com ela na recepção, havia um senhor que era um médico diplomado, estava ali em lua de mel,  foi isto que ele nos contou depois. 
Disse que Letícia precisava de repouso, provavelmente a viagem a fez sentir mal, por estar sempre fazendo muito calor. Mas ao fazer algumas perguntas, descobriu que estava para iniciar a seu ciclo menstrual e quando isto esta para acontecer é o mesmo que ouvirmos um sino de igreja... Não tem jeito, todos que estão em volta dela, acaba sabendo que é o momento, pois a dor é tanta que a transforma. Até nisto somos diferentes, porque eu não sinto nada... Não existe estes sintomas em mim. Eu sinto apenas um inchaço em meus seios e o abdômen aumenta um pouco como se tivesse comido alguns pratos preparados com arroz e feijão de uma só vez! Mas nada de dor, tonteira, nervosismo, alterações assustadoras como a dela, não! O que ela sente, parece que é uma guerra de testosterona e progesterona.
A partir deste momento algumas mudança deveríamos fazer... E uma delas seria esperar com que ela melhorasse para podermos explorar o lugar. Logo deveríamos almoçar, então decidimos aproveitar para conhecermos aquele novo ambiente.
Ela sentia uma cólica fortíssima... Assim. foi para o quarto de hotel, onde queria poder estar no escuro e Lucas preocupado a enchia de amparo, estava todo carinhoso, ele sempre faz isto quando ela se sente assim...


Não queria atrapalhar aquele momento deles, assim, depois de estar alguns instantes com ela, fui com Júnior  para o outro quarto que era praticamente do lado do quarto onde estaria Letícia.
Eu não queria estar ali dentro, havia muito sol lá fora e tudo para mim era novidade... Eu queria explorar e com passar do tempo, estando no quarto descansando, Júnior sentiu muito sono e queria continuar repousando. Eu insistia para que ele não dormisse, que fossemos ver a piscina, mas não adiantava, ele também estava muito cansado. 
Como pode alguém conseguir se cansar em um lugar como este?Júnior era estranho em alguns momentos, ele não era tão participativo em algumas coisas que eu gostava, nós éramos diferentes e isto me deixava chateada. Ele mesmo falou que queria viver momentos divertidos junto a mim, mas não demonstrava, sempre existia uma desculpa e desta vez disse de estar com sono.

 

Por não querer incomodá-lo, fui sozinha para a piscina que havia no hotel e ele nem se importou... Acho que nem me viu sair de perto dele, seu sono era profundo.
Juliano já estava ali com um binóculo em mãos, olhando toda aquela paisagem. Não sei onde ele conseguiu aquele binóculo, fiquei curiosa para saber, mas ao mesmo tempo, eu não esperava encontrá-lo ali, para mim foi uma surpresa vê-lo e quando o vi, tentei voltar para o quarto, mas foi inútil, pois ele me viu e me chamou:
Olívia! 
Me virei e sorri toda envergonhada... Seu sorriso parecia de satisfação por ter me visto, ali, sozinha. Tentei disfarçar a minha vergonha procurando falar alguma coisa que me fizesse estar mais descontraída:
- Onde você encontrou este binóculo? Ele te pertence?
- Não... Este binóculo é do hotel. O hotel oferece para os turistas poderem apreciar a Chapada... Daqui dá para ver um pouco dela.
- Verdade? Eu posso olhar?
- Claro! Vem aqui que te indico para onde deve direcionar.
O olhei sorrindo e fui para perto dele... Antes de me entregar o binóculo, me olhou profundamente e falou:
- Acho que você vai gostar demais de ver, é muito lindo... Este lugar é maravilhoso! Fazia tempo que não vinha aqui e agora que estou aqui, não vejo a hora de estar ali perto de tudo. Que pena que sua irmã não se sente bem!
- Mas vai passar logo. Quando ela toma o remédio e fica quieta por um tempo, ela se sente bem. 
Para qual direção eu tenho que olhar?
Falei olhando para ele... Parecia que a direção justa seria os seus olhos, pois ele não tirava os olhos de mim. Sentia um domínio sobre mim. Ele foi por detrás de mim tentando me direcionar e ao me tocar, eu senti meu corpo tremer. Não poderia fazê-lo perceber, mas ele ao me tocar, acho que sentiu esta minha sensação e me abraçou forte e falou:
- Está vendo aquela árvore pequena do outro lado da rua? Aponte o binóculo para ela um pouco elevado que você vai ver o mirante.
- Que lindo! Impressionante. Está dando para ver tudo!  " E sentir também... O seu perfume era muito bom. Eu senti aquele ar refrescante, com cheiro de madeira tão perto de mim, que senti vontade de respirar fundo!"
Neste momento, ele responde...
- Tudo não, Olivia... Tem coisas ali que só estando perto para poder apreciar. Se eu pudesse te levaria agora lá...
Falou quando se virou ficando na minha frente. Ele queria estar sozinho comigo e a todo instante demonstrava isto. Procurei mudar de assunto.


- Eu já sei que você gosta muito de caçar... Gosta também de pescar, Juliano?
- Eu adoro pescar muito mais do que caçar. Se eu pudesse, estaria por todo o tempo explorando esta região e me aventurando nos rios maravilhosos que tem aqui. Os peixes são enormes, e me dá prazer quando eu consigo pegar um. A carne deles, então, nem se fala, você precisa de provar a carne do Pintado para ver que não minto. Quando formos comer algo, vou te indicar o que provar. Aqui no hotel tem todo o tipo de peixe, e são por demais frescos.
- Você tem mesmo jeito para estas coisas... A impressão que me dá é que estas terras, aqui, foram criadas para você!
- Verdade pura! Você está certa... Eu nasci no lugar certo, jamais vou precisar sair daqui para ser feliz e me sentir realizado. Aqui, eu me sinto corajoso e criativo.
E você, Olivia, nasceu no lugar certo?
Ele estava falando comigo e sua conversa tem um ritmo onde não tem como ter fim. Acho que poderia estar por todo o tempo a falar com ele... Ele não deixa o silêncio dominar, ele procura interagir. Júnior não é assim, ele é muito silencioso e isto, às vezes, me incomoda. Para Júnior o silêncio é importante, mas eu queria que em meu relacionamento o silêncio não atrapalhasse muito. Eu tenho tanto par falar e, muitas vezes,  não encontro respostas quando falo com Júnior... Ele escuta, sorri, observa e não fala
Estava ainda observando toda a paisagem com o binóculo quando por um instante o olhei e respondi:
- Difícil responder esta sua pergunta... A única coisa que sei,  ultimamente, é que nasci da mãe certa. Todas as outras coisas, eu ainda estou tentando descobrir.
Ele me sorriu de um modo carinhoso como se quisesse me ajudar e falou:
- Eu desejo mais que tudo que você possa descobrir a coisa certa, que descubra tudo que te deixa em dúvidas, porque não é bom se sentir perdida.
Sabe Olivia, para mim falta pouco para me sentir completamente realizado. Talvez, eu esteja exagerando em dizer assim, mas eu não sou uma pessoa que precisa possuir muito para me sentir bem. Eu, agora, consegui comprar as terras que tanto desejava, vou poder cultivar, criar meus animais e queria que Deus me fizesse conhecer uma pessoa para amar que não fosse daqui, desejaria uma mulher de outro lugar que ao conhecer tudo aqui, gostasse muito ao ponto de se sentir bem para estarmos tranquilos e sermos felizes, porque as mulheres daqui não me fariam feliz, elas não me atraem.
Falou me olhando fixo como se quisesse me dizer que, na verdade, já havia encontrado, que Deus havia escutado as suas preces.
Ele ao falar assim, foi se aproximando cada vez mais de mim... Ele esperava de mim um segredo revelado, um demonstrar de desejo. Esperava que eu deixasse ele se aproximar e poder me ver e sentir como desde o inicio desejou. Eu sei que ele, neste momento, quer me beijar... Eu sinto através do olhar dele, mas um beijo seria pouco para saber se eu gostava mesmo dele. Um beijo é muito pouco para me entregar aos seus braços!


Procurei me afastar dele. A cada instante ele se aproximava mais e mais de mim enquanto falava. Eu já estava conseguindo ver os detalhes de seus olhos e suas pupilas estavam dilatadas. Tinha que me afastar, senão ele escutaria as batidas fortes do meu coração. 
Ao me afastar quase que caio na piscina, um passo a mais estava dentro daquela água. Ele agarrou meu braço e falou rindo, por perceber o quanto fugia dele:
- Cuidado, esteja atenta! Não vai querer dar um mergulho agora. 
E,  neste momento, em vez de me afastar, aconteceu o contrário. Estava praticamente em seus braços, que ao me puxar me levou para perto de seu corpo. Eu gosto do olhar dele para mim, o olhar dele me derrete toda, eu fico sem ação.
Neste instante, para me deixar mais a vontade, ele me convidou para andar um pouco pela cidade já que teríamos que esperar Letícia melhorar, para irmos na Chapada dos Guimarães.
Eu aceitei sabendo que estava errando. Sair com ele por aí e deixar Júnior dormindo não era a coisa certa, mas eu não resisti ao seu convite, porque queria mesmo poder conhecer tudo que havia na cidade. 


Ele deixou um aviso na recepção, caso Letícia me procurasse e saímos. 
A cidade era mesmo muito campestre. Havia muito verde e suas árvores eram cheias de pássaros. Caminhamos em direção ao centro onde havia a Igreja e todo o pequeno comércio da cidade... Lojas, açougue, banco, mercearia e havia também o tabelião da cidade perto da praça... Tudo era em torno de uma praça que formava todo o centro.
Juliano por todo tempo que caminhávamos, contava o que sabia da história da cidade. Disse que a população atual dentro da cidade era em torno de 6.000 habitantes. 
Eu estava gostando do passeio. Estava divertido e nem notei que já estávamos um pouco fora da cidade... Ele se dirigiu em direção a um rio que havia ali perto e queria me mostrar e falou:
- Você gosta nadar Olivia? Vamos, não tem perigo aqui!
- Eu adoro água de rio, mas não vou fazer esta loucura não, nem insista. Prefiro só colocar o meus pés nele enquanto conversamos.
Eu penso coisas parecidas com as que você pensa... Você falou sobre esperar alguém chegar aqui para te fazer feliz, lembra? Muitas vezes, imagino que posso ser uma ilha deserta e flutuante que ao sair flutuando por ai, ela vai conseguir encontrar o lugar certo para se atracar.


Falei sorrindo demonstrando que, muitas vezes, a minha imaginação é um pouco louca. Eu acho que ele gostou do que falei porque também sorriu e disse:
- Interessante, gostei. Você uma ilha e eu aqui que espero esta ilha que vem de algum lugar chegar aqui na minha região ou... Quem sabe já chegou? Talvez esteja na minha frente, mas não consigo
aproximar por ter algo que está me impedindo de vê-la. A visão e a aproximação é pouca porque na sua frente tem uma montanha que a esconde do mundo.
- Não exagerar! 
Falei gargalhando...
- Então se você se sente uma ilha flutuante, significa que você não gosta tanto do lugar em que nasceu. Este seu interesse de encontrar outro lugar como poderia ser? Até fiquei muito curioso... Como você o imagina?
Sorriu demonstrando curiosidade ao perguntar. 


- Juliano, eu acho que deveríamos voltar para o hotel, o que acha? Pelo caminho eu vou falando sobre o que imagino...
- Sim é melhor a gente voltar, eles podem estar preocupados. Mas eu quero saber o que você pensa! Quando passarmos lá na praça vou comprar um algodão doce para você! Você conhece algodão doce, Olívia?
- Claro que sim! Conheço e adoro!
E assim fizemos... Seguimos caminho em direção à praça da cidade e por um instante, eu comecei a imaginar:


"Eu sei que não é nada bom se sentir uma ilha deserta, sem um lugar fixo para formar raízes sólidas. Não é bom vagar por caminhos sem direção à procura de uma felicidade que não sabe onde poderá estar. Deste modo, não conseguiria encontrar tantos momentos de felicidade, não conseguiria relembrar com alegria o passado por não haver um passado certo, daqueles que se constrói junto a quem ama. E não conseguiria criar a sua colcha de retalho, para um dia poder mostrar à todos que ama! Eu quero construir a minha colcha, eu quero relembrar meus amigos e tudo que vivi, mais que tudo! 
Penso que ninguém, por mais que tente, conseguiria se sentir único e indiferente de tudo. Não é assim que se constrói um grande passado!"
E olhando para Juliano, comecei a falar ao caminhar. Respondia, enquanto ele me escutava com muita atenção! 
Autora: Aymée Campos Lucas
Ultima parte do capitulo 20
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 20 - última parte
Todos os direitos reservados
Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:



Capitulo 20 está pronto...  Mas a aventura na Chapada ainda não terminou. 
Ao escrever sobre o passado, relembrei a colcha de retalhos da avó de Olívia. Foi pura invenção, imaginação, toda aquelas estórias que sua avó contava mas... Na realidade a minha avó, tinha uma colcha de retalhos e,  talvez, escrevi tudo isto, porque lá escondido na minha mente, neste labirinto sem fim, talvez ela realmente me mostrava os retalhos e contava sobre a sua vida, as nossas vidas. Talvez ela tenha feito isto mas eu não me lembro! 
Eu encontrei este vídeo que gostei muito que mostra tudo do lugar e quis mostrar. 




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