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Desejo Muito que Possa Apreciá-lo. São Textos e Poemas Escritos Por Mim.
Eu Gosto Muito de Escrever... Na Verdade, Eu Amo Escrever.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XXVII

Onde Nasce uma Paixão


- Não rasgue! Falar de amor nunca poderia ser cretinice. Creia! Um dia, tudo que está escrevendo poderá te servir.
- Você acha?
- Eu tenho certeza!
Respondeu com total segurança sorrindo para mim. Eu e Letícia éramos duas irmãs que sabiam se divertir sempre, principalmente quando estávamos juntas.
O tempo passava e Letícia estando, ali, acordada, me fez distrair com nossas longas conversas. Logo estaríamos em casa. Minas Gerais já havia surgido naquele lindo horizonte, onde o céu se encontrava com a terra.
Capitulo 26
E, assim, a estória continua...
Põe as Malas no Chão... Vai Aquecer Seu Coração! 

Quando chegamos em casa, minha mãe Helena e vovó estavam ao portão nos esperando com a minha cadela Kinsky. Eu não sabia quem abraçar primeiro, a saudade era enorme e Kinsky abanava o seu rabinho, fazendo uma enorme festa com a nossa chegada. Quando viajamos, Kinsky ainda estava tão pequenina! Agora, ela cresceu tanto... Até estranhei. Minha cadela Poodle se modificou como eu! 

Tudo de Bom que a Gente Faz,
Nasce a tal Felicidade... Nasce a Paz!
Se na Vida soubermos o que Escolher ou como Viver,
 É isto que Ela te Traz!

Que saudades de todos da minha casa! Não via a hora de entrar e ver tudo! Queria correr até ao meu quarto e deitar em minha cama. Era a melhor cama do mundo! Era cheia de magia, pois quando eu deitava em minha cama, ela me fazia viajar para algum lugar deste mundo e... Desta vez, eu iria para o sítio! Aquele sítio que eu gostei tanto de um dia poder estar. Na minha amada cama, eu começaria a pensar em tudo que vivi ali, porque já sentia saudades. Eu estava tão dividida por duas casas, duas vidas, duas regiões tão diferentes, mas que cada uma tinha uma coisa em comum... Amor! Nem sabia ao certo de qual que eu gostava mais. Eu só sabia que no meio disto tudo, não existia dois amores, era somente um, era único, era Juliano!
Com toda aquela festa de retorno à casa, eu via a alegria de quem nos ama... Eu via claramente!
Os olhos de minha avó eram pretos e cada vez que a olhava, seus olhos brilhavam mais e mais, de tantas gotas de lágrimas que os inundavam. 
A olhei sorridente e disse:
- Vovó, porque toda esta emoção? Foi só um mês... Se um dia eu tivesse que ir para algum lugar, acho que teria que levar a senhora! Eu não conseguiria estar bem, sabendo que a senhora estaria sofrendo.
- Não diz bobagens. Isto não são lágrimas. Foi um cisco que caiu aqui nos meus olhos. Eu não sou mulher de chorar.
Neste momento, ela não se conteve, derramou lágrimas incessantemente e falava:
- Oh meus tesouros, quantas saudade eu sentia de vocês! Eu e Helena já estávamos até sonhando com vocês. Eu, ontem, sonhei muito com você, Olívia. No sonho você me pedia ajuda, me pedia conforto!
- Vovó linda, me dê um abraço apertado para meu coração sentir o seu!
Falei carinhosamente ao ver seu olhos em lágrimas. 
- Assim, você me mata, tesourinho, a emoção está forte demais. Não tem como mentir ou disfarçar... Eu estou chorando mesmo! Sem vocês aqui, eu sofria por sentir medo ao pensar que vocês poderiam estar em perigo. Vocês duas são muito jovens para sair por este mundo afora!
- Mamãe, não exagerar! As meninas já estão bem crescidas. Só você não consegue ver isto!
Falou nossa mãe Helena em um tom rude. Ela é idêntica a Letícia em seu modo de ser.  A nossa mãe é muito realista. A vida a fez assim.
Letícia agarrada com ela, nos puxava para dentro enquanto Kinsky pedia colo. Kinsky era para mim o meu tesouro.


- Eu e Letícia, trouxemos um delicioso presente para vocês.
Falei deixando um pouco de mistério...
- Verdade? O que é?
Perguntou minha mãe muito curiosa e Letícia estragou tudo, com toda a sua pressa, falou sorridente e eufórica.
- Um enorme bolo, mamãe! Grande, delicioso e cheio de amor! Foi Cornélia quem o preparou especialmente para vocês. Nossa, eu tenho tanto para contar a vocês!
- Eu imagino, minha filha!
Disse minha mãe muito serena.
Entramos e começamos a mostrar fotos, abrimos o bolo e contamos que Letícia foi pedida em casamento.
Os olhos de minha mãe brilhavam de tanta alegria. Ela sabia o quanto era importante para a a sua filha este momento ter chegado. Contamos tantas coisas e ao contar, minha avó não parava de comer do bolo, dizendo que queria a receita... Desejava conhecer o segredo usado por Cornélia e eu respondia "É amor, vovó! Dentro dele tem muito amor." De nada adiantava pois ela insistia que existia algo mais. 
Quando minha avó deseja algo, tem de ser realizado. Prometi que falaria com Cornélia, que escreveria uma carta... Na verdade, eu queria escrever esta carta porque seria uma desculpa, pois, escrevendo para Cornélia, eu poderia perguntar sobre Juliano.
De repente, o assunto mudou quando mencionei sobre o meu quarto:
- Eu estava com saudades de tudo desta casa... Cada detalhe, cada canto e o cheiro dela! Que delicia sentir este perfume de lavanda no ar, já tinha me esquecido o quanto é bom. Mas, do meu quarto, eu senti muita falta. Agora, vou poder matar a saudade que eu estava dele!
- Você não vai contar para ela, Helena? Fala logo!
Gritou a minha avó e Letícia com sua curiosidade logo perguntou:
- Falar o quê? O que é que vocês duas estão escondendo?
- Nada demais... É que no quarto de Olívia tem uma pessoa que está esperando por ela.
Respondeu sorrindo, minha mãe Helena.
- Uma pessoa esperando por mim? Quem, mãe?
- Fala logo, Helena, não deixa a menina curiosa... Se você não falar eu falo!
- Falar o quê, gente? Quem está aqui me esperando? 
Perguntei e ao mesmo tempo, me preparava para correr até lá, quando minha mãe me chamou:
- Espera, Olívia, vem aqui... Deixa eu te explicar primeiro. 
Ele chegou muito ansioso e cansado. Lhe ofereci um banho e depois que sua avó lhe preparou um belo café, ele pediu para repousar um pouco. Ele está dormindo, agora. Faz tempo que ele está aqui à sua espera.
- Quem, mãe? Vocês falam, falam, mas não diz quem é... Isto, está parecendo uma tortura!
Neste momento, minha avó fala, deixando mais curiosidade no ar.
- A gente não consegue lembrar, minha filha! Não conseguimos, pois, quando ele chegou, falávamos de você o tempo todo e o nome dele foi citado só uma vez... Só sei que ele veio de longe para te ver, disse de ser o rapaz com quem você está namorando... Como é mesmo o nome dele, Helena? Alguma coisa com J, Ju...
- É o Júnior, só pode ser ele, Olívia! Não tem como ser Juliano... Se fosse Juliano, ele teria nos visto pela estrada, logicamente ele iria parar o ônibus. 
Meu Deus, o Júnior veio te ver! E agora, Olívia, o que você vai fazer? Este homem te ama mesmo maninha. Para fazer uma coisa como esta, tem que sentir muito amor, senão não faria.
Falou Letícia, chegando a uma conclusão que me apavorou só de pensar. 


Ele estava em meu quarto! Aquele quarto fazia parte do meu paraíso, de minhas ilusões... Era dentro dele que eu voava como lindas borboletas, para encontrar um lugar onde pousar quando procurasse sonhar, e... Em meus sonhos, não existia mais Júnior. 
Agora, a sua presença invadiu este meu pequeno território, fazendo agitar todas elas... Neste momento, eu não poderia sonhar como desejava, eu teria que enfrentar uma desilusão e o medo, eles me fazia sentir mais uma vez vulnerável, ao ponto de não saber o que decidir só para não deixá-lo triste outra vez.  
Por um instante, pensei enraivecida... 
"Isto não é justo! Eu estava tão feliz e agora tudo desmoronou... Eu não quero mais entrar no meu quarto e ver a minha alma agitada, voando sem seguir a direção que eu desejava de verdade. Porque minha mãe deixou ele entrar em meu quarto? Este quarto me pertence, ali não seria o lugar exato daquela casa, onde Júnior pudesse descansar."
Eu já tinha terminado com Júnior e não queria ter de afrontar novamente uma situação constrangedora. Júnior poderia viajar milhas e milhas de distância por mim, mas seria inútil. Eu ainda diria não para ele.

A minha avó querendo me alegrar, falava demonstrando estar contente por eu ter escolhido Júnior como namorado.
- Meu tesouro, ele falou que é o rapaz com quem você estava namorando, lá no sítio. Ele realmente te ama... Me disse que desde quando te beijou pela primeira vez, não consegue mais te esquecer. Disse que é louco por você! 
Oh rapaz bonito, Olivia! Você soube escolher muito bem! Bonito e gentil. A gentileza dele, ao chegar aqui, foi primorosa. Se eu fosse uma garota jovem como você, eu também iria gostar de beijar um tipo como este. Então, o nome dele é Júnior? Mas, Júnior não é um nome... Ele falou também outro nome, mas não me lembro. 
- É Augusto, vovó! O nome dele é Augusto Júnior.
Responde Letícia no meu lugar.
- Que estranho... Não me recordo de ouvir este nome. Foi só este rapaz que você beijou, por todo este tempo, lá no sitio, meu tesouro?
"E agora? Como vou dizer para ela que beijei um outro homem e, depois que o beijei, não queria mais namorar Júnior? Como demonstrar para ela que eu não o desejo mais? Como demonstrar que eu andei trocando de namorado? 
Falar isto para a minha avó agora, depois de vê-la toda contente por conhecer a pessoa que estava ali dentro do meu quarto, seria um erro, porque geraria muita polêmica. Eu não quero e nem gostaria que minha avó pensasse que eu sou uma garota que não sabe o que quer ou que tenha de experimentar de tudo um pouco para decidir o que eu quero."
Então, para não criar nenhum alarme, preferi apenas dizer algo sem sentido, como se demonstrasse alegria de ter escutado o que me disse, mas... Meu rosto não demonstrava esta alegria. O que falei, havia um tom de insatisfação.
- Ele disse isto?
Não consegui dizer mais nada, porque a decepção havia tomado conta de mim. O medo de falar com ele era constante... Sentia medo, por não querer magoá-lo novamente.
- Sim, ele disse isto e muito mais!
Respondeu minha avó e continuou...
- Mas eu prefiro que você fale com ele ao invés de te contar. Não vou falar mais nada, deixa ele falar.
- Mãe, você deixou ele entrar no meu quarto... Ele deve ter visto todas as fotos de Pedro, porque elas estão em todas as partes do quarto. 
Falei olhando preocupada para a minha mãe e ao mesmo tempo pensei: 
"Mas, também se ver as fotos, seria melhor! Desse jeito Júnior pensaria que eu ainda desejo o meu ex e talvez isto poderia me ajudar a afastá-lo de mim mais uma vez!"
- Claro que não tem mais nenhuma foto! Você acha que eu deixaria aquelas fotos em seu quarto, sabendo que você estava para chegar? Retirei tudo faz tempo! Não queria que você voltasse a ter recordações que te deixassem triste.
Respondeu minha mãe Helena.
" Que desastre! E agora o que eu faço? As fotos poderiam ser a minha salvação!"
- Vai logo, Olivia, vai falar com ele!
Disse Letícia me dando ânimo e coragem para enfrentar Júnior mais uma vez.


"Mas, o que eu deveria fazer? Como devo agir em uma situação assim? Uma situação que eu não criei e não queria que existisse de maneira alguma. Espero que eu saiba agir... Oh meu Deus, o que eu devo fazer? Me dê uma luz! Eu preciso de você ao meu lado!"
Ao aproximar de meu quarto, primeiro preferi encostar o meu rosto na porta, procurando escutar algum som que houvesse ali dentro... Ele estava falando alguma coisa, parecia que estava ensaiando o que dizer para mim, quando eu entrasse. Talvez ele tivesse percebido que eu já estava em casa. 
Me abaixei e olhando pela fechadura pude vê-lo... Estava ali dentro todo ansioso, sacudindo suas mãos, demonstrando agitação pelo o momento que estava para viver e pude perceber que falava sozinho. 
Abri a porta e o olhei sorrindo... A ansiedade tomava conta de mim! Em um momento como este, eu preferiria estar num campo rico de flores, em um jardim imenso onde me sentiria livre para dizer o que estava sentindo. Eu queria pousar em uma flor como uma borboleta, só para acalmar o meu coração... Ele estava tão agitado!

Dias, Meses e Anos se Passaram...

5 ANOS DEPOIS... 
Eu e Você, Nós Dois em um ÚNICO SER!
Tinha que acontecer.

- Rafaela, não pegue as coisas no chão! A mamãe sempre fala para você que é perigoso, você tem que aprender isto, filha! Entrega para a mamãe docinho, me entrega... O que é? Oh meu Deus, uma tampinha de cerveja!
Meu amor, quantas vezes já falei para você de estar atento com coisas que deixa pelo chão? Rafaela encontrou uma tampinha de cerveja e já estava colocando na boca!
Amor, você precisa de me ajudar a cuidar de nossa filha! Ela ainda é tão pequenina... Estas coisas pequenas pelo chão são perigosas. Parece que se esqueceu do acidente de Eduardo!
- Claro que não esqueço! Meu anjo, vai logo para o trabalho, você já está atrasada. Eu vou tomar conta dela muito bem, não se preocupe... Estarei muito atento a qualquer coisa que ela fizer de errado. Depois explicarei para ela que não deve pegar coisas no chão.
Quando você está trabalhando, eu e Rafaela nos entendemos muito bem. Na verdade, ela comigo é tão calma! Em momento algum faz algo errado... Não faz, porque passo o tempo todo contando histórias de nós dois e quando isto acontece, ela presta muita atenção!
- Eu sei disto... Eu vejo sempre e ela me pergunta cada coisa! 
Andei reparando que às vezes você tem contado a história um pouco diferente de como é na realidade.
- Diferente como? 
- Meu amor, acho que você já contou para ela mil vezes esta história, mas tem uma frase que ela não aprende.
- Qual frase que eu digo que ela não aprende?
- Quando você termina falando: "A sua mamãe era apaixonada por mim!" Eu acho que ela não aprende, porque destoa de todo o resto da história... Porque apaixonado sempre foi você amor! Viajou para me buscar, não conseguiu ficar longe de mim. Não conseguiu esquecer o que vivemos.
- Não diga bobagens... Mas como você é pretensiosa! Você pensa que eu não sei o quanto me amava? Olha aí a consequência deste amor! Rafaela é a prova disto. 
Eu estava apaixonado sim. Loucamente apaixonado e não nego nem para você e nem para nossa filha. Mas eu sabia o quanto você também me amava... Relutou contra isto, mas não tinha como fugir dos carinhos que eu te dava. Tomou conta de todo o seu ser ao me rever. 
Confessa amor... Eu sinto falta quando você não diz que me ama e já se passaram cinco minutos que você falou.
Fala vai... O trabalho te espera!
Ele me abraçou muito forte... Eu não resisti e falei:
- Eu te amo muito, você é meu amor!
 O beijei ardentemente... Era um carinho rico de desejo! O beijei e saí para o trabalho mas... Ao improviso tive que voltar para pegar minha bolsa que havia esquecido quando ouvi Rafaela falando para ele:
- Papai me conta aquela historinha de novo? 
- Papai vai contar... Pela milésima vez vou contar. Você gosta desta historia em pequenina?
- Eu gosto quando o meu papai foi buscar a mamãe.
- Agora que papai está sozinho com você, eu vou poder contar tudo bem direitinho... Perto da mamãe não é bom ficar falando.
E por detrás de uma parede eu comecei a escutá-lo e a cada instante eu ainda chorava por sentir a mesma emoção que senti quando o vi naquele quarto tão assustado. Eu não esperava me emocionar tanto, mas ouvi-lo falar tudo para a nossa filha, tudo que vivemos demonstrando tanto amor, não tinha como não emocionar.
Quando ele conta, parece que coloca o seu coração na mão para mostrar a Rafaela o quanto é importante amar e ser amado.
O amor vem representando para nós, uma força que aprendemos conhecer juntos, onde nos fez crescer, desenvolver e nos desejarmos tanto!
E quando eu olho o seu rosto, eu me apaixono cada vez mais,  por ver a felicidade em seus olhos.
Viver... Viver a vida de cada um sem medo e querer bem um ao outro! Este é o nosso segredo. Não tem palavras para dizer o quanto eu amo este homem!


Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capítulo 27 - Primeira parte 
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 27 - Parte final 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link: 


A segunda parte deste capítulo acho que será o final do livro. Chegou ao desejado e me emociono por ter conseguido criá-lo. 
Este livro é a minha joia rara. E quem leu, também criou grandes laços com os personagens. Sempre foi muito divertido ver meus amigos alegres e, muitas vezes, irritados com alguns dos personagens.
Quero agradecer aos meu leitores dizendo o quando fiquei feliz com a participação deles na leitura deste livro. Em ordem alfabética direi nomes de pessoas que falavam sempre comigo ao ler parte desta estória: A.S., Claiton, Graça, Joii, Leonel, Xipan - Tatto... vocês foram a minha força!
Agradeço também a todos que leram, sem dizer para mim que estava lendo. Mesmo assim, sou muito agradecida.

sábado, 17 de setembro de 2011

Bate Papo sem Nexo de um Casal Querendo Sexo. 2

Ele gosta de falar com sua analista porque apesar dela demonstrar frieza, muitas vezes, ela procura ter um dialogo com ele e assim o faz esquecer do tempo quando está, ali, a falar. Para ele cinquenta minutos é pouco e o assunto principal em seus diálogos é quase sempre sobre Júlia e suas frustrações por estar distante dela. 
Frederico por viver distante de Júlia, muitas vezes, mente para ela por receio de deixá-la com ciúmes... Por isto, preferiu dizer que a sua analista é homem... Um homem muito feio. Assim, deixaria Júlia sempre tranquila para que eles possam viver momentos, sem se preocupar com brigas um com o outro. Ele achou melhor assim...

Capítulo 2

E assim, a estória continua...
NO PARTY!
Ela e Eles

- Finalmente, Júlia... Mas, onde você estava que não via o seu telefone fora do gancho? Tem quase uma hora que estou tentando te ligar e não consigo.
- Amor, que saudade! Mas, estes são modos de começar a falar comigo? Não vou ganhar nem um olá carinhoso primeiro, não? Estava com saudades, muitas saudades! 
Hoje, pela manhã, quando sai, deixei o telefone fora do gancho, amor. Só agora percebi isto. Eu cheguei e fui para a cozinha lanchar... Estava com fome.
- Minha fome é só uma... Tenho fome de você!
- Não diz bobagens, você é um comilão! Come sem parar, enquanto fala comigo.
- Só biscoitos. Comida ruim. 
Hoje, eu estava um pouco nervoso, queria falar com você e você não aparecia. Por isso, agora eu estou super nervoso!
- O que houve? Aconteceu algo drástico? Do jeito que você está falando me assusta, sabia?
- Ah, linda, eu estava nervoso porque meu chuveiro estragou ontem e, até agora, nem tomei banho. Um calor da porra horrível que está fazendo aqui, só você vendo!
- Porque não tomou banho frio?
- Eu disse que o chuveiro estragou, entende? Não disse que acabou a luz.
- Ah, agora entendi... O que você fez? Um dia sem banho não mata ninguém!
- Finalmente caiu a ficha. Tenho que ter paciência com você, pois te explicar as coisas leva tempo.
- Engraçadinho... Você está muito chato, não gosto de te ver nervoso. Fala logo o que fez.
- Malabarismo por todo o dia, pra lá e pra cá nesta casa. Ainda bem que estas coisas eu consigo resolver sozinho, porque se tivesse que chamar um técnico, pagaria um saco de dinheiro.
- Você mesmo que instalou? Eu não conseguiria... Parece tão difícil!
- Não, claro que não é difícil, eu vou te ensinar. Eu demorei a comprar, mas instalar foi fácil. Comprei hoje quando voltava do analista. Estava precisando de comprar desde ontem e não conseguia lembrar. Quando saía da consulta, logo de frente eu vi uma loja especializada... Tudo para banheiro. Quando entrei para escolher o chuveiro, fiquei confuso, foi difícil escolher porque tinha variedades e cada um mais perfeito que o outro. Se estivéssemos podendo nos falar com o computador, eu iria te mostrar. Queria que você pudesse ver o chuveiro que eu comprei pensando em você. Quando você vai pegar o seu computador?
- Diz isto sério? Quando você o comprou pensou em mim? 
Deddy, vou pegar o computador amanhã, depois do trabalho.
- Claro que pensei em você! Linda, você precisa ter mais confiança em mim, porque eu não estou brincando. Eu quero você vivendo comigo e o mais rápido possível. Depois eu vou fotografar só para te mostrar. Ele é enorme, muito largo e sai água exageradamente. Tão exagerada que se estivermos em dois debaixo dele, parece que estaremos debaixo de uma cachoeira. Será o nosso paraíso e todas as noites poderemos ir para esta cachoeira e divertirmos um pouco.Você gosta de fazer sexo debaixo de cachoeira, Linda? Neste chuveiro, você se sentiria como se estivesse debaixo de uma linda cachoeira! E eu estaria bem perto, te tocando toda.

 
- Eu adoro banheira! Uma banheira cheia de água quente com sais de banho, muita espuma e gotas de óleo perfumado... Que bom, só de lembrar senti vontade. Deddy, sabe o que vou fazer agora? Eu vou lá no banheiro enquanto falo com você, só para preparar a banheira. Eu vou deixá-la enchendo de água bem quente e depois que nos falarmos, vou mergulhar nela. E' tarde aqui e amanhã é sábado. Vou trabalhar pela manhã, então amor, eu tenho que dormir mais cedo.
- Eu sei disto e fico triste. Eu sempre sei que horas são em Milão... Eu sempre sei porquê aqui em minha casa tenho dois relógios na parede. Um deles vejo as horas daqui e o outro me serve para ver as horas daí e agora em Milão são 23:30 e aqui...
- Ai são 18:30, acertei? 
- Sim, acertou. Aqui é tão cedo ainda e você já quer dormir. Se ao menos tivesse com o computador neste momento perto de você, eu poderia te ver tomando banho nesta banheira... Eu quero ver! Eu preciso ver! Júlia, eu quero te ver toda nua dentro da banheira. Hoje estou precisando disto, preciso demais ver você um pouco. Saber como você faz, eu preciso!
- Amor... Pare de fazer assim! Me dá raiva quando você mostra este seu desespero. Porque não pega logo este avião e vem para cá? Poderia parar de comprar coisas para a nossa sua casa, sabia? Dias atrás, você me mostrou quatro travesseiros que lhe custaram um horror! Deveria parar de pagar um analista e ao invés disto, deveria comprar uma passagem, nem que seja só para um fim de semana. Se você fizesse isto, aí sim poderia fazer tudo que deseja em vez de querer ver. Eu não vou te mostrar nada deste modo assim tão longe.
- Júlia, não faz assim... Eu quero mergulhar aí com você, nem que seja na imaginação! Eu já estou até imaginando como seria...  Eu mergulho e você fica sentada esperando que eu chegue bem perto de você. Eu vou de mergulho!
- Frederico! Comporta-se. A gente não pode falar nada com você, amor! Se falo, você logo pensa em sexo!
- Linda, debaixo do chuveiro é muito bom, mas mergulhar em uma banheira eu nunca experimentei. Eu estou imaginando que deve ser maravilhoso. Acabei de tomar uma decisão. Eu vou voltar naquela loja e vou comprar tudo para reformar o meu banheiro. Vou colocar uma banheira aqui.
Linda, esta sua ideia de pegar um avião para te encontrar, não é nada ruim. Eu vou pensar como fazer e vou ver a passagem. Mas eu não vou conseguir ficar só um fim de semana, seria impossível!
- Amor, eu gosto tanto de você! Eu gosto demais! Se você fizer esta viagem, vai ser maravilhoso porque eu vou poder te ver.
Eu fico contente quando vejo você se preocupar comigo, providenciando coisas que me agradam, coisas que eu gosto. Você quer comprar para poder me agradar. Acho que você pensa que fazendo assim, eu vou sempre me sentir bem ao seu lado e nunca me arrepender de ter mudado toda a minha vida, para estar com você. 
Meu amor, não é hora de consertar banheiro... E' hora de me conhecer. Não aguento mais te ver longe de mim!
- Eu sei... Eu sinto isto e quando vou para perto do mar e olho todo este oceano... Eu me desespero!

Olha só o que eu vou fazer agora para te provocar... Eu vou até ao banheiro, vou ligar a água e você vai escutar o barulho dela como se estivesse sentindo as águas do imenso Oceano.
- Linda, não provoca... Deste jeito eu atravesso o oceano a nado! Faz assim, tem jeito de deixar o telefone dentro do banheiro enquanto você toma banho?
- Sim tem jeito, mas eu não vou tomar banho falando com você.
- Porque não?
- Deddy... Você não iria me deixar em paz! Tem outra coisa também, nós estamos nos falando em telefone e depois quando a conta chegar, será um absurdo.
- Mas, porque você quer paz? Quer paz, vai para o céu! Você perto de mim tem que esquecer que existe esta palavra no dicionário, porque eu não te daria paz por nenhum minuto sequer. 
Não se preocupe com contas. Falar horas com você, não é problema para mim. Dinheiro não é problema.
- Então deveria usá-lo para vir aqui. E não adianta me pedir mais nada! Mude de assunto.
- Eu também vou tomar um banho, agora que instalei o chuveiro. Eu estou todo amarrotado, meu cabelo precisa de ser cortado e por não ter lavado ontem, está todo atrapalhado. Se você pudesse me ver agora, iria se assustar.
- Eu queria ver e sei que não me assustaria. Deddy, eu adoro te ver quando você acorda daquele jeito todo amassado. Eu já te falei isto, esqueceu? Te falei que quando te ver assim perto de mim eu subo em você e te amasso mais ainda, porque isto me excita, e você está falando deste modo, só porque sabe disto.
- Não... Nem me lembrava. Você falou isto para mim?
- Frederico! Eu falei sim.
- Estava brincando linda... Eu me lembro sim e não vejo a hora de você subir em mim. Aí então, eu me viro e deixo você me guiar para onde você quiser. E bem em cima de mim, vou te pedir para dançar com todo o seu corpo, deixando cair a blusa bem devagar...
- Amor, será que eu estaria de blusa do seu lado? Você acha?
- E' mesmo, pensei errado. Mas eu gosto de ver você tirando. Faz assim, nesta hora você veste uma só para eu poder ver você tirar.
- Senhor, mas que fixação! Deddy, a banheira encheu... Eu vou ter de desligar porque aqui...
- Já sei, aí é tarde! Eu vou tomar um banho agora também. Beijos, linda, amanhã eu te ligo.
- Não! Amor, você esqueceu? Amanhã tem computador e quando eu chegar do trabalho vou logo ligar.
- Que bom ouvir isto. Teremos toda a tarde, toda a noite de sábado e o domingo inteiro. Eu vou dormir logo, só para te ver amanhã. Não vejo a hora de dividir tudo que posso com você. Beijos loucos, amor meu!
- Beijos, beijos, mil beijos.

Neste momento, Júlia desliga o telefone toda sorridente. Ela gosta dele demais. Júlia tenta fazer Frederico sossegar este seu modo fugaz de ser, porque pretende que ele cumpra com a sua promessa, podendo ir logo ao seu encontro. Júlia pensa que se continuar fazendo todos os seus caprichos, ele nunca vai cumprir o que prometeu e ainda promete. 
Júlia, muitas vezes, tem um semblante triste. A distancia de entes queridos, a faz se sentir assim muitas vezes, melancólica...  O estar longe de toda a sua família e agora também de Frederico, lhe dói o coração! Quantas vezes ela se trancou em seu quarto para chorar. Júlia é muito sentimentalista e qualquer situação que possa causar a ela grande emoção, ela chora. Em seus olhos descem lágrimas de felicidade ao relembrar, mas a maioria das vezes é por se sentir desamparada, por tudo que um dia viveu e foi interrompido. Júlia amou muito um homem que ela desejava tanto que permanecesse ao seu lado. Um amor que infelizmente teve um fim e que toda a perda a fez amadurecer ao ponto de conseguir administrar a sua vida de uma maneira independente de qualquer sentimento. 


Atualmente Júlia tem vinte e nove anos. São anos de vida que a deixou com mais beleza do que já havia.
Quando Júlia decidiu sair de seu País para viver no exterior, foi porque desejava estar ao lado de uma pessoa, em que ela amou muito e confiou. Um namoro longo no Brasil e um grande crescimento no exterior.
Cresceram e se desenvolveram em um Pais Europeu, Itália e cada conquista do casal, era para ela uma dádiva, um grande presente de Deus, por nunca se sentir perdida e desamparada, conseguindo ver sempre seus pés bem seguros ao chão. Existia uma felicidade que ela jamais poderia imaginar que, um dia, teria um fim doloroso. O Tempo foi cruel... Com o passar do tempo, nada mais deu certo. 
Quantas vezes Júlia chorou por relembrar todo o sacrifício, todas as renuncias que ela teve coragem de fazer, para depois de muitos anos juntos, prometendo amor verdadeiro, acabar se separando por assistir com seus próprios olhos, a ilusão tomando conta deste relacionamento. 
Júlia seguia uma estrada e ao lado existia apenas um fantasma de um ser... Este seu grande amor, procurava seguir uma rota completamente diferente, onde ela jamais poderia entrar.  
O fim é uma palavra cruel para alguém que não espera jamais encontrá-la em sua frente. Ela encontrou este fim e, desde então, Júlia passou a ser somente um ser, onde a solidão a dominou por anos afora. Júlia sofria sozinha, até o dia em que ela passou a gostar desta solidão. A solidão a fez corajosa. Atualmente quando Júlia se sente sozinha, é porque ela quer estar sozinha, pois o tempo, desta vez, foi para ela um amigo. Um amigo que lhe deu paz interior e muitos amigos de pele que lhe aquece a cada dia, amigos em que poderia verdadeiramente confiar. Foram destes amigos que recebeu amparo.
Quando Júlia agora chora, ela chora de saudade de amores que realmente estão vivos em sua vida, Se serão eternos, só o tempo dirá. 
O tempo a curou e com isto Júlia iniciou a sentir necessidade de amar novamente... Sentia um vazio dentro de si que precisava ser completado. Ela se sentia pronto para este novo passo, mas procurava escolher a pessoa certa. Depois da decepção vivida, ela não conseguia acreditar fácil nas promessas feitas e lhe bastava um sorriso um pouco estranho, para ela ter duvidas em alguém que tentasse se aproximar.  Ao observar algumas cenas que vivia, com pessoas que procuravam se envolver com ela, estas a fazia ver que não era o homem justo. 
Ao improviso surgiu em sua vida Frederico. Foi Júlia quem o encontrou, através de seu computador.


Júlia é tão linda! Linda em sua fisionomia destacante e linda em todo seu interior. Quem a olha, jamais daria vinte e nove anos para ela. Aparentemente carrega em si apenas vinte e três anos, no máximo. Seu sorriso faz com que seus amigos se sintam bem perto dela. Em lugares que Júlia vai, se tiver uma criança por perto, esta criança sempre sorri para ela. Ela sempre se pergunta: "Por quê estas crianças sentem vontade de aproximar de mim?"
Ela não consegue entender o quanto é linda, o quanto é doce! Júlia ao se olhar no espelho, vê uma simples mulher, ela se acha tão comum, não consegue ver o que os outros veem. Sem duvidas, ela se destaca em qualquer lugar que vai e seu maior destaque está em seu olhar misterioso e brilhante. Júlia tem a pele branca como a neve, mas seu sangue é tão vermelho, tão quente, tão desejante. Seus cabelos são longos e tem uma mistura de cor que vai desde o castanho claro ao vermelho dando um ligeira impressão de ser ruiva. Sua altura é 1:68 cm e tem um peso muito equilibrado, apesar de sempre achar que esta engordando.
Foi com esta beleza destacante que Frederico não resistiu quando recebeu dela um lindo e-mail. Parecia mais uma carta de amor, do que pequenas apresentações em uma rede social a um estranho. Ela não conseguiu, por nenhum instante, ver Frederico um homem estranho. Era ele! Era Frederico o seu novo amor!
Júlia se apresentou para Frederico, dizendo que ele era o homem justo, o homem que ela estava procurando a muito tempo. Júlia falou tudo que sentia para ele, com uma coragem que jamais teve diante de um outro homem. Talvez, sentiu coragem, por não tê-lo diante de seu rosto, do seu corpo e sim uma foto. Todo aquele seu modo de ser e pensar, a atraiu imensamente. Lá estava Frederico em uma foto ao lado de um cão que parecia abraçar com carinho seu dono. Nesta foto, Frederico estava com um enorme chapéu que lhe dava uma beleza contrastante a tudo que Júlia via na Europa. 
Ao ler o seu perfil, que dizia de ser um homem que perdeu a graça de viver depois de ter perdido o seu pai, ela quis se aproximar e lhe enviou uma musica como se dissesse: "Oi, eu existo, eu estou aqui... Levanta para me olhar vai! Olha para mim só por um instante... Me olha, porque você é tudo que um dia eu desejei..."  
Aquele perfil para Júlia, não era de um homem falso, apesar dela pensar que os homens em geral, tem pequenas manias para driblar um relacionamento ou mesmo uma apresentação. Fazem igual em um campo de futebol... Ela conseguiu perceber que ele procurava se mostrar de um modo sincero. Havia fotos em seu perfil que permitiam ver toda a sua família, ver tudo que ele gostava de fazer para viver bem e uma das coisas que a encantou muito foi ver o quanto ele amava a natureza, os campos, os animais... Gostava das águas de rios e de nadar, gostava de tirar leite de vaca, mas por detrás deste homem, havia também um homem sofrido e desiludido com a vida, por ter visto de perto um modo de viver extremamente cruel, durante o tempo que passou no exército.  

 Uma vez, em suas conversas, Frederico falou para Júlia que depois que um soldado deixa de combater, ao voltar para casa, é muito perigoso para esta pessoa ainda sentir a necessidade de matar, como se depois de tudo, ainda sentisse sede como se fosse uma grande perda ter de abandonar o exército... Era como se tornasse um vicio. Ele viveu muitos anos dentro do exército e agora, é um homem pronto para qualquer combate que existir, para defender o Brasil de inimigos.
Frederico tem em sua casa, armas de todos os tipos. Se tornou um colecionador de armas antigas e modernas e muitas delas, ele mesmo a construiu. Sabe lidar com elas como se fosse um brinquedo. Frederico é capaz até de construir bombas, e foi treinado para todo o tipo de sobrevivência... Ele diz sempre que é uma vida muito sofrida e faz com que a pessoa se torne fria em situações que a vida comum doa para um ser. A frieza faz parte de ensinamentos do exército, mas apesar de tudo que viveu ali dentro, ele tem total satisfação por ter vivido. Ele ainda espera a qualquer momento, ser chamado para atuar em qualquer guerra que existir e em sua jaqueta de exército tem escrito: "Pronto emprego". Fazer parte das tropas da ONU, para ele, foi um grande mérito.
Frederico é capaz de fazer toda a limpeza em um animal para poder embalsamá-lo. Ele conhece todo organismo humano, sabe todos os pontos onde deve atingir um homem para matá-lo e sabe também separar cada parte de um animal e dizer que órgão  seria aquele que poderia estar em suas mãos. 
Frederico é um homem prudente, um homem silencioso, homem de poucas palavras, ele se abre muito com Júlia, mas com outros não, por isso, sentiu necessidade de um analista. Ele é também um homem muito corajoso. Não tem medo de fazer experiências em animais, ele não tem medo de tudo que aprendeu um dia. Foi treinado para agir como aquele personagem dos filmes Rambo, Silvester Stalone. Se tivesse que passar dias em uma selva sozinho procurando sobreviver, ele não teria medo e sairia de lá pronto para mais uma nova descoberta. Frederico não tem medo de lutar, não tem medo da vida, apesar de sempre dizer que a vida é cruel... "Linda, o mundo é cão e a vida é cruel" é assim que ele sempre fala para Júlia.

Quando Júlia enviou para Frederico a sua primeira mensagem, não esperava que ele respondesse. Dias se passaram quando, um dia, ela se preparando para deitar, recebeu dele apenas um "Bom dia, brasileira"... Ele não sabia que naquele instante Júlia estava acordada, talvez, imaginou que já estivesse dormindo. Frederico enviou este recado desejando que ela pudesse ler ao acordar, este "bom dia". Ele queria causar uma grande impressão, porque ele se apaixonou imediatamente por Júlia. 
Júlia estando acordada, viu aquela pequena mensagem e se alegrou demais e  antes mesmo do amanhecer, naquele mesmo instante, o respondeu carinhosamente: " Eu vou dormir agora, aqui é muito tarde, mas ainda não é dia!"
Desde então foram se conhecendo. E agora, sabendo que existe Frederico, Júlia  procura mostrar para ele que não está brincando de amar. Amor para Júlia, é algo muito maior que qualquer outra coisa. E assim, eles se equalizam e se sentem, sem nem mesmo se tocarem... Enormes desejos ao ponto de sentir um abraço, sem nem mesmo existir, por estarem tão longe um do outro.
Júlia vivendo na Itália, fez muitos tipos de trabalhos em que estrangeiros conseguem se introduzir... Um estrangeiro quando vem para o exterior a trabalho, deverá saber que não tem muitas escolhas. Vivendo em Milão, Júlia começou com trabalhos domésticos e com o passar do tempo conheceu pessoas que a ajudou a trabalhar como vendedora em uma repartição de uma grande loja. Uma loja que existe em quase todas capitais da Europa, como Paris, Londres, Barcelona, Lisboa. 


A melhor amiga de Júlia se chama Valentina. Júlia também trabalha com ela e é Valentina que está sempre ao lado de Júlia para tudo que for preciso. São amigas de coração e vivem praticamente vizinhas... O edifício de Júlia é ao lado do edifico de Valentina. 
Valentina Nasceu na Espanha, por isto é uma bela morena. Nasceu em outro País mas desde muito pequena vive em Milão porque sua mãe se casou com um italiano e viveram apenas três anos na Espanha. Ela tem a sua vida independente dos pais, mas não vive sozinha. Junto a ela tem o seu companheiro Francesco que veio da Toscana para cursar uma faculdade e conhecendo Valentina, decidiram viver juntos porque se amam e já pensam em se casar, quando ele terminar os estudos. 
Francesco vai se formar para Veterinário, ele adora animais, principalmente cães. Ele cresceu em fazendas, e em sua região, seu pai, seus tios e avós possuem grandes terras e seu sonho é conseguir ter seu próprio consultório em Milão e se especializar em cuidados para cães. Francesco entende tudo sobre cães. Em seu apartamento tem também Gaia, a sua cadela da raça Dálmata. Para o casal Gaia é como uma filha de tanto carinho que recebe de Francesco e Valentina. 
Quando Valentina se entristece, procura sempre Júlia para desabafar. Júlia tem uma enorme paciência com ela. Valentina se altera muito quando briga com Francesco. Por pequenas coisas ela cria caso, por ser ciumenta. Não consegue aceitar que Francesco faça coisas, onde ela não pode estar presente. Essas pequenas coisas que homens gostam de fazer sem mulheres. Ela não aceita, porque Francesco também não aceita que ela saia sem ele. O único lugar que ele não cria caso, é quando ela vai estar ao lado de Júlia um pouco, assim, toda vez que ele decide sair sem ela, ele logo fala: 
"Vai na casa de Júlia meu dengo, não vou demorar..."
Algumas vezes, ela aceita sem criar caso, pois gosta mesmo de estar ao lado de Júlia, mas quando vê que Francesco não volta logo para casa, ela começa a ligar sem parar e cada ligação, ela demonstra dependência, ira, desilusão, ao ponto de dizer que não o quer mais. Isto acontece por apenas alguns momentos, porque no final de toda a briga, sempre termina com dengo de todo o jeito e Francesco voltando correndo para casa.
Um dia desses, Júlia, estando ao lado Valentina depois de uma ligação, precisou passar horas procurando acalmá-la, dizendo de deixar Francesco respirar um pouco e Valentina não conseguia escutar, só queria ligar para brigar...
"Você prometeu que voltaria logo! Mas que droga de promessa é esta? Você é mesmo um bruto mentiroso... E quer saber mais, não quero mais te ver, nem pense em voltar para casa porque vou trancar com a chave que você não tem, sabia? Desaparece da minha vida e nem quero explicação! Tanto, nem me importo mais se você não vier, não vou sentir sua falta porque de um homem assim, eu quero distância."


Fim de uma chamada e Júlia, tenta mostrar a ela que não deve agir assim, pois cria feridas que não se curam e... Valentina só responde sem pensar:  
"O que me importa se crio feridas, ele já criou um câncer agindo assim... Feridas é pouco perto do que ele está fazendo."
 Passando alguns minutos, depois de refletir e ver que está errando, ela novamente o chama:
"Amorzinho, me desculpe de ter sido grosseira. Eu não queria dizer tudo aquilo, mas senti raiva por estar querendo ficar ao seu lado um pouco... Volta agora para casa! O que? Não vai voltar? Mas você é mesmo um idiota, sabia? Não sei porque perco meu tempo com você... Não desliga! Não desliga! Pronto. Pronto, Francesco? Cretino... Ele desligou na minha cara!
Júlia, com toda a paciência e não sabendo o que fazer ou de que lado deveria estar, procura mostrar todos os tipos de razão, demonstrando que os dois erram e não só Valentina: 
"Vocês não deveriam agir assim, deveriam ter mais paciência porque amar desta forma, acaba tendo um fim."
E depois que Júlia fala com Valentina, usando a palavra "vocês", Valentina se acalma e procura, outra vez, falar com Francesco, mas, desta vez, aceitando o que ele quis fazer e também o que ele quer que ela faça... No final, Francesco sempre vence, pois em vez de criar caso, ele faz silêncio.
"Francesco, meu amor, não quero brigar por pouca coisa, eu estou sendo mesmo estúpida. Não vejo porquê razão você não possa estar um pouco com os seus amigos. Não vou mais me preocupar com isto. Mas, eu estou sentindo muito sua falta, meu amor, tenta não voltar tarde demais porque quero tanto ficar com você e ver um belo filme. Te amo, meu amor e sem você não quero viver!"
E assim, responde Francesco:
- Já estou a caminho, meu dengo! Vou chegar logo, logo... Na verdade, desde a sua primeira chamada, já estava voltando. Estou voltando bem depressa porque estou morrendo de saudades de você, meu amor... Te amo muito também! 
Amor, como está Gaia, você a levou para um passeio?

Sim, Valentina já havia levado Gaia para o seu passeio no parque... 
E' um amor inconstante, um amor que precisa ser amadurecido porque na verdade, os dois formam um lindo casal.
Estes são os melhores amigos de Júlia, depois de Guilherme...


Tem alguém batendo na porta e Júlia vai abrir.
- Eu preciso de açúcar, me socorre, por favor?
- Oi, Guilherme, entra!
- Lá em casa acabou todo o açúcar e Valentina está vindo com Francesco, daqui a pouco, para tomarmos uns drinques antes de sairmos. Por que você está de pijama, já vai dormir?
- Tenho açúcar no armário de cima do lado esquerdo, Vai lá e pega você, Guilherme, pois está no
alto. Eu sempre uso pijama tarde da noite.
- Vem com a gente hoje, Júlia? Nós vamos em uma discoteca famosa, lá em Corso Como.
- Nem adianta me convidar para estas saídas, "No Party," não insista... Você sabe que não gosto e não quero irritar Frederico. Acho que, daqui a pouco, eu vou poder falar com ele. Peguei o meu computador esta tarde e hoje, vou poder vê-lo. Até agora, ele não está online.
- Ah... Esse Frederico. Quando é que você vai  parar com estas ilusões? Passa dias, passa meses e anos e tudo continua igual. Você fica acreditando em uma pessoa que nem vê e nem sabe se é verdadeiro. 
Júlia, você vive em Milão, é uma metrópole que tem tanta diversão no sábado e você em vez de sair conosco, fica sempre em casa a espera de um fantasma. Você sabe o quanto a gente queria poder sair com você... A gente também gosta de ficar perto de você, poxa vida!
- Guilherme, não adianta falar sobre isto, eu já cansei de explicar que eu quero voltar para o Brasil e quero conhecer Frederico. Ele não é uma farsa. Seria impossível ser... Ele também deixa de sair, só para ficar horas comigo a falar. Ele me diverte demais.
- Eu também seria capaz de fazer você se divertir muito. Eu sou capaz de muito mais! Nós somos vizinhos e desde quando te conheci, sempre quis poder ter uma oportunidade de sair com você e não consigo. Se você aceitasse, eu tenho certeza que você não me deixaria mais sozinho.
- Já vem você com este assunto. E desde quando você é um homem só? A cada dia ou semana tem uma garota nova do seu lado. Coitadas... Você as ilude com palavras carinhosas mas não dura nem três ou quatro dias e depois, prefere dar o fora nelas. Eu não entendo isto! Como posso acreditar em você? Como poderia imaginar que comigo, você não faria o mesmo. Eu sou sua amiga, Guilherme... Não tem jeito, a gente tem de ser somente amigos e nem tente estragar isto. 
- Jamais serei um amigo seu! Sou sim um ombro amigo que te deseja para te escutar quando você está chorando, mas saiba que se você me permitisse, de ir mais além já teria te beijado a muito tempo já poderia ter saído como você... Eu te quero para mim Júlia, Eu queria poder te dar carinho, ser seu homem,  poder te ver ao meu lado dormindo comigo e não faria como faço com as outras mulheres. Você sabe que não. Eu só estou com elas, para poder ver o tempo passar sem tanta mágoa... Eu só estou com elas porque não tenho você perto de mim e isto me dói muito existe esta mágoa mas não gosto de demonstrar.
- Você não pode levar nossas conversas para este lado, porque senão eu vou começar a te evitar.
- Você não conseguiria ficar longe de mim, porque sou também o teu anjo protetor e isto, você não pode negar.
- Isto é verdade, você sempre cuida de mim com carinho, principalmente quando estou triste.
Guilherme, porque você trouxe a bebida para cá, em vez de pegar o açúcar e levar para seu apartamento? Vocês marcaram um encontro aqui? Nem me avisaram! Valentina não me falou nada e hoje, pensei que você sairia com Beatrice. 
- Aquela possessiva? Esquece... Já não existe mais. Para mim não existe, mas... 
- Continuo não entendendo. Vocês já não estão mais juntos?


- E' esta a razão, Júlia, eu trouxe tudo para cá porque não posso acender as luzes lá de casa. Tenho até que tomar banho aqui se você permitir. Eu estou puto com muita raiva de Beatrice. Aquela ali, não entende que eu não quero mais nada com ela e está ali em baixo vigiando o meu apartamento, controlando as janelas. 
- Tá brincando comigo, não? Guilherme, que história é esta? Ah, esta eu quero ver, daqui de cima daria para ver o carro dela?... Definitivamente, não consigo te entender. A cinco dias atrás, você falava de Beatrice o tempo todo, falou até que tinha encontrado, desta vez, a mulher certa e hoje me fala isto? Você vai acabar apanhando desta mulher.
- Cinco dias atrás... Agora, a história é outra, não a suporto mais. Você acredita que só porque ficou comigo cinco dias, ela acha que me ama, que  a vida dela é comigo? Disse que não vive sem mim e começou até a fazer projetos para a minha vida, queria mudar a decoração do meu apartamento tirando coisa de macho para colocar cortinas de seda... Tá brincando comigo? Veja só se iria permitir isto? Agora que estou evitando de falar com ela, ficou pior ainda... Ela fica ligando sem parar. Eu tive de trocar o meu numero por causa disto, depois tenho que te dar o numero novo. 
Hoje, quando estava chegando em casa do trabalho, ela estava em pé perto do carro dela e olhava para cima a observar o meu apartamento sem parar. Quando a vi, dei meia volta e fui para o apartamento de Francesco e Valentina e lá de cima, comecei a controlar, mas ela não sai dali. Que merda... Que transtorno!
- Como você conseguiu subir, sem que ela pudesse te ver?
- Nem te conto, que vergonha! Eu usei um vestido de Valentina, com um chapéu daqueles de turistas cor de rosa e entrei.

Neste momento Júlia gargalhava sem parar. Gargalhava de rolar no sofá. Guilherme tem este poder de fazer com que Júlia dê enormes sorrisos pelo seu modo de ser. Guilherme é louco por Júlia e todos os dias, ele arranja um motivo para bater em sua porta. Hoje foi porque precisava de açúcar... Todos os dias, ele precisa de algo para a cozinha. Guilherme odeia ir ao supermercado e quando vai, parece que esquece de parar de comprar. Enche o carro de despesas com guloseimas e o básico nunca compra. Ele sempre pensa que não vai precisar e no final, bate na porta de Júlia para pedir socorro e ela sempre o socorre.
Foi Guilherme que conseguiu um bom trabalho para Júlia e também Valentina. Ele conhece muitas lojas de Milão, conhece vários empreendedores e gerentes e através de um deles, conseguiu com que Júlia e Valentina trabalhassem em uma linda e famosa loja no centro turístico da cidade. Elas trabalham na repartição de cosméticos. Júlia, tem uma coleção enorme de perfumes, por trabalhar nesta repartição, mas o seu predileto continua sendo o primeiro perfume que escolheu, quando chegou para viver aqui. Júlia gosta de um dos perfumes de Cacharrel.
Guilherme é Jornalista e Publicitário. Ele tem estas duas profissões mas preferiu optar em trabalhar com a publicidade, onde criou comerciais televisivos que se tornaram famosos. Ele também cria publicidades para outdoors. Este é o trabalho predileto para ele. 


Guilherme é um homem de trinta e nove anos, alto 1,82 cm, tem sua pele muito clara e é também magro mas malhado. Sua boca é o destaque em seu rosto. Ele tem os lábios finos que se alongam por todo rosto. Sua boca é grande e quando sorri, faz o seu rosto, que tem uma forma um pouco quadrada, ficar fenomenal. Ele adora um jeans em seu corpo, não consegue usar outro tipo de calça. Guilherme é muito esportivo em seu modo de vestir, mas sempre tem sobre sua blusa de malha de cores pastéis, um blaizer para deixá-lo bem mais charmoso. Ele usa em situações informais ou no trabalho, que o faz parecer um executivo mais liberal. 
Um jeans, um blaizer esportivo e camisa de algodão passa a sensação de descontração e liberdade de ação. E assim, é um pouco de Guilherme. Tem tanto ainda para falar de Guilherme... Amigo, vizinho, companheiro de risada e melancolias, que pensa coisas que sente por Júlia, mas não se expõe para ela por não ter coragem. Ele deseja que Júlia possa sentir o mesmo que ele e que não seja preciso falar e sim, quando o olhar ,desejá-lo... Então, ele espera... Espera sempre! Para Guilherme, se isto um dia acontecer, tudo para ele seria contentamento.
Um Guilherme sempre presente na vida de Júlia, mas para Frederico um ser não existente.


Autora: Aymée Campos Lucas
Bate Papo sem Nexo de um Casal Querendo Sexo
capitulo 2
Todos os direitos reservados

Na Introdução do Livro se encontra todos os Capítulos que já estão publicados. E se desejar continuar a ler segue aqui o capitulo seguinte:
Capitulo 3


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o link:
Introdução de: Bate Papo sem Nexo de um Casal Querendo Sexo



Olá, Leitores... Bem, o que dizer hoje? 
Diria que o capítulo é grande, mas vale a pena ler porque é divertido. Um texto que criei para dar boa risadas.
Os nomes escolhidos para os personagens são nomes com pronuncia em italiano como Beatrice Ce = Tche Guilherme deveria ter sido Gugliermo Gli = Lhi, mas preferi deixar em português.
O nome Francesco Ces = Tches

São personagens estranhos, parecem loucos, mas se prestarmos atenção em pessoas desta vida, os loucos estão em toda a parte. E, estes que estou criando, não é nada em visto do que já vi por ai. Uma pessoa poderá achar estranho e impossível amar assim ou achar que não existiria alguém assim, mas, desde os tempos antigos, cantores te mostram o que seria o amor no futuro. 
Rita Lee com a frase: A gente faz amor por Telepatia... No chão, no mar na lua, na melodia
Raul seixas com a frase: Enquanto você se esforça para ser, um sujeito normal e fazer tudo igual... Eu do meu lado aprendendo a ser louco, maluco total... Uma loucura real... Controlando a minha maluquez, misturada com a minha lucidez eu vou ficar, ficar com certeza Maluco Beleza... (risos)
Pity diz: Eu vou equalizar você, em uma frequência que só a gente sabe.



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