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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Um Céu Aberto

Como Ter Um Céu Aberto Em Sua Vida

A vida, a gente complica, depois quer que Freud explica.
Nada seria difícil se aprendêssemos a dizer não para tudo que não desejássemos junto à nós... se não quer arroz com feijão, por desejar uma porção de salada, então diga não e vai buscar o que você realmente quer.
No amor se faz o mesmo, porque um amor pode sim chegar a um fim ou então, nem amou, se enganou, acreditou que poderia um dia virar um amor mais forte.

Dizer não, sair de um relacionamento com dignidade, coragem de enfrentar as barreiras que estarão diante de um fim. Dizer não do mesmo modo que conseguimos dizer por tantas coisas que não conseguimos aceitar.
Diga "não quero" sem precisar errar ao dizer.

Quantos relacionamentos já não existem mais, e mesmo assim, continuam vivendo se se querer. Quantos estão em uma canoa flutuante, esperando encontrar terra firme e jamais encontram. Quantos estão distantes, como se estivessem em uma ilha, mas na verdade, tem um mundo diante de seus olhos. Vive ilhado, esperando que, um dia possa novamente encontrar o que amou. Sim, o amou, porque esta nova vida distante, os afastam sem que percebam e por esta razão não tem mais sintonia.

O Não Entender o Porquê.

Não estão de mãos dadas para seguir adiante... estão somente acolhendo necessidades, que na verdade se torna obrigação, quando um não quer mais dar a mão. 
Só não deslaça, por não conseguir imaginar o mal que poderia causar àquele que já sabe que perdeu. Sabe, mas luta, rema contra corrente, rema para não naufragar ou finge que nada esta acontecendo.
Viver assim, é como acordar todos os dias com o pé esquerdo, nada é bom no seu dia.

Relações inacabadas por medo de ficar sozinho, de ser livre totalmente, de andar para qualquer lugar. E talvez, encontrar um céu aberto, um céu que não fecharia, pois teve coragem de encontrá-lo.
Pessoas tem receio de se libertar, e vão deixando relações mal vividas ofuscarem a sua luz, sua energia.
Tem vez que parece que a loucura é o único caminho para a felicidade. Aquela loucura que ninguém tem coragem de ver que existe dentro dele.
Existem relações que não tem fim, só porque aquele que deseja se libertar, se encontrar novamente, buscar o seu profundo eu, seu desejo maior, não consegue e fica adiando, pois é impossível se não souber negar. Vive dentro de si a desejar, vira pura acomodação. Como somo acomodados!


Se vê de tudo nesta vida para não ficar sozinho e no final, acorda todos os dias sozinhos. Este é o modo para se sentir vivo e se enganar. Procura sorrir por instantes, para esquecer que o lugar que deseja estar não era mais este.
Espaço vazio que um dia era tudo muito simples por ter tido amor, agora se tornou um buraco profundo. Quem te dava a mão para sempre emergir e flutuar vagarosamente aos seus novos desejos, não consegue mais estar presente.

Casais que não são capazes de enfrentar uma separação todo o mecanismo se trava. Vira ferrugem sem jeito de reparos... se dão tempo, perdem tempo, pois o tempo acaba e não se faz nada. E, a vitima, aquela que não queria estar vivendo tudo isto, aquela que fecha os olhos para não ver o que esta diante, fica frágil e a cada dia se torna mais doce do que nunca. 
Isto é uma insuportável demora para aquele que já sabe o que quer, pois, esta doçura ele não suporta. Fica tudo intragável e a vitima perde o fascínio e quanto mais demora ter um fim, mais frágil vai ficando. 

Cada relação perdida tem um modo diferente de ser. São tantos os tipos de fragilidades, de inconsequências, de intolerância. Depende muito do que viveu ou de como é uma pessoa que se relaciona. Existem relações destruídas, onde um deles se acha esperto e espera a vitima errar primeiro para julgá-la, condená-la... e assim, sair ileso de tudo, demonstrando o quanto é bondoso e sofrido por algo que ele já fazia bem antes. Existem aqueles que nem se amam mais, mas continuam com uma demonstração de ciumes porque tomam posse com se o outro ser fosse um de seus objetos que não conseguem se desfazer.


  
Melhor sentir os pés frios e viver sem a companhia de quem não desejamos mais estar em sua companhia, para poder conseguir esquentá-los, de uma maneira desejada, ao encontrar um amor que te faça ferver o sangue.
E, ao olhar para o céu, o ver a cada dia mais aberto para nós, por se sentir feliz de ser amado do modo que precisamos ou que almejamos, procurando não deixar morrer novamente este novo amor.

Autora: Aymée Campos Lucas 


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Mais um "Campionato de Pipas". Tantas Pipas a Voar e Todos a Admirar!

A TROCA

- Miguel, foi difícil demais, cara, conseguir sair de casa tentando enganar a minha mulher.
- Onde você falou que iria!
- Você sabe, não? Sabe que eu já perdi as contas dizendo que iria resolver um imprevisto no trabalho, mas isto estava ficando um pouco repetitivo e complicava porque ela estava desconfiando, então, hoje, eu resolvi matar um amigo de escola que não vejo da tempo, e estou no velório dele.

- Minha nossa, mas como é complicado esta vida, não? Eu também passei aperto para ter de dar explicação! Por mais desligada que seja a minha mulher, ela não se cansa de me perguntar onde vou e... Se caso ela venha a descobrir, não faz nada, só chora e depois me perdoa. A minha mulher é muito sensível e romântica... Ela é muito diferente de mim.
- E onde você falou que iria hoje?
 - Eu tive que viajar inesperadamente, nem poderia ir em casa para me despedir dela, então, cara, como eu sou mais esperto que você, já estou fora de casa desde ontem.

- Verdade? E onde você dormiu?
- Ah, nem te falo! Eu conheci uma estrangeira em uma festa, lá na casa do Ederaldo e dali, fomos para um hotel aqui em frente. Escolhi este hotel para poder escapar bem cedo, queria vir o mais rápido possível ao seu encontro aqui na praia, meu amigo! Aqui que será a melhor festa, este "CAMPEONATO DE PIPAS" está prometendo, cara! Aqui sim que vai ter mulher bonita para a gente azarar! Não vejo a hora de descolar uma gata para ficar aqui nos meus braços até amanhã!
- Até amanhã? Você só volta para casa amanhã? Definitivamente, você realmente é muito esperto e inteligente. Eu só consegui algumas horinhas e o pior que se eu chegar em casa bronzeado depois de vestir preto no velório, vai se complicar e eu vou ter de explicar tudo para ela, cara! Como vou poder explicar isto para ela? Com uma roupa de cor preta, nenhum raio solar consegue ultrapassar. Então, para não ficar assim tão bronzeado, eu vou ter de estar vestido aqui na praia o tempo todo.

- Nossa, que horror! Que mico, você aqui na praia todo vestido! Mas, você hem, Jorge! Não consegue raciocinar direito, não? Uma coisa não tem nenhuma afinidade com a outra. Velório e praia são completamente diferentes. Deveria dizer que iria em algum esporte como golf, tênis... Algum lugar que ela não gostasse de ir e que tivesse sol, meu amigo!
- Aquela minha mulher quer me seguir onde eu vou... Não tem nada que não faça ela desistir de me seguir, então, eu pensei que em um velório ela não viria, como não quis mesmo! Eu cheguei a convidar, mas ela rejeitou.
- Convidar? Mas você está louco? E se ela aceitasse em te acompanhar, o que você faria?

- Eu iria... Iria... Hum... Nossa, cara, sabe que não sei o que faria!
Mas Miguel, me diz uma coisa... Porque que ao invés de vir para praia você não ficou até amanhã com a estrangeira que você descolou na festa?
- Você não imagina o drama, Jorge! Quando acordei, já estando um pouco mais sóbrio, eu consegui ver melhor a mulher e quando vi o que estava do meu lado, eu queria sair correndo, cara! A mulher era feia demais. Sabe, feia? Ela era muito mais feia. Deus que me perdoe em dizer isto, mas nem sei como pude deixar a minha esposa em casa para ficar com uma peste daquela!
Mas, hoje não! Hoje eu vou encontrar a mulher mais gostosa desta praia, pode apostar que vou! Vou ser galante e um gentil homem e quando sentir que ela está no papo, eu vou fazer a melhor festa para compensar! Eu quero encontrar uma mulher assim... Bem aprumada e de preferência com o cabresto bem forte, daqueles que não rompe fácil. 
Quando eu olho lá para o céu e vejo estas pipas voando, eu vejo é na verdade, um monte de mulher... Mulheres de todos os tipos! Olha aquela lá por exemplo, que linda que é! Olhando, eu a vejo alta, magra, rabuda... Olha bem como ela dança e rebola, cara! E quando dá uma descida veloz, parece que vem para te comer! Isto é puro delírio! Olha aquela de cor azul e lilás, Está sacando a diferença? Dá para ver de longe como ela é todo desengonçada, gorda... Ela é gorda demais e nem tem rabo. Nem quero ver uma desta perto de mim! Hoje, não!

- Amigo, quando eu olho, eu só vejo muitas pipas querendo transformar o céu em pura beleza! As pipas que você chama de gordas, são praticamente vencedoras no céu, porque elas voam longe! Eu acho é bonito demais esta coisa de soltar pipas, você não acha? 
É maravilhoso olhar para este céu assim todo colorido! Me traz tantas recordações! Eu em lembro que minha mãe me levava para casa de meus avós quando estávamos de férias e chegando lá, eu soltava pipas com os amigos e me divertia muito. Foi lá na cidade de minha avó que eu aprendi a soltar pipas. Eles davam o nome para as pipas de "PAPAGAIOS E RAIAS" e eu achava estranho, porque aqui tem nomes diferentes.
- É sim, em cada região elas tem nomes diferentes e são tantos como: Raia, Pião, Pitete, Papagaio, Baratinha, Folhão, Cafifa, Pipa, são muitos e cada região tem seu jeito de falar. Sua avó é de onde?
- Era de Minas... Agora, ela já faleceu. Ela vivia próximo a uma fazenda muito grande e as minhas férias, eram férias para nunca mais esquecer.

- Eu também, até aos meus quinze anos, fazia viagens com minha família na casa dos meus avós no interior do Rio de Janeiro e lá eu aprendi demais a soltar minha pipa... Nossa, Jorge, você tinha que está lá para ver! Eu soltava a minha pipa para as mulheradas tudo ver. Foi lá no interior do Rio de Janeiro que eu perdi a minha virgindade e foi com uma mulher que desejou ver a minha pipa de perto! Eu deixei, é claro!
- Miguel, quando você vai deixar de ser uma pessoa assim tão sem-vergonha, meu amigo. Você, muitas vezes parece que é tarado!
Eu vou te confessar... Eu não estou nem aí se caso não encontrar uma mulher aqui na praia. Eu queria mesmo era ver o "Campeonato de Pipas" mas não queria ver tudo isto ao lado de minha mulher, entende? Eu não queria porque ela não me deixa em paz, Miguel. Ela iria me pedir por todo o tempo alguma coisa..."Jorge, faz aquilo... Jorge, faz isso... Jorge, vamos embora... Jorge, eu estou com fome... Jorge, não sai daqui de perto de mim... E assim por diante. Eu não teria paz, Miguel!
Mas, hoje, eu vou me esforçar e tentar ser um pouco mais audaz e vou conquistar uma bela mulher! Eu estou com vontade de conhecer uma mulher que me entenda melhor...
- Eu, ao contrário, quero conhecer uma mulher, para poder comê-la, comer, entende? Fazer sexo, sexo, sexo, por toda a noite! Eu quero encontrar uma que está cansado do marido metódico que tem em casa, uma que está querendo extravasar!
- Eu quero encontrar uma que está cansada do marido safado que tem e que não dá a atenção que ela quer!

- Agora eu vou é rir de você, jorge! Você tem uma mulher assim que te pede tudo, então para que você vai atrás de outra!
- Claro que não! Minha mulher quer somente mandar em mim, ela não me entende. Quando procuro um diálogo ou um modo mais carinhoso da parte dela, ela logo vai pensando que é para fazer sexo. Ou ela quer mandar, ou quer sexo, só isto que ela sabe fazer! 
- Então, vamos parar de papear e vamos para a luta , amigo! Cada um vai para um lado diferente e quem encontrar a mulher desejada, volta para o mesmo lugar para apresentar a sua conquista. Vamos ver o que a gente consegue pescar nesta praia, mãos à obra! Jorge,vê se não vai dar vexame, hem? Eu quero ver coisa que presta na sua mão!
- Olha quem fala... Você acabou de dizer que a estrangeira era um buxo e fica aí contando marra!
- Não vamos começar a brigar por causa de mulher, hem amigo? Aqui tem um mar delas, para que brigar?
Vamos logo estou louco para me aventurar! Vamos ver quem é o mais rápido nisto?
E... Assim foram cada um para lados diferentes...



E... As Horas Foram Passando, o Sol se Esquentando e as Pipas Voando!

 - Jorge, a pesca foi muito boa, amigo! Te apresento... Martha? O que você está fazendo aqui? 
- Eu que te pergunto, o que é que você está fazendo aqui? Você não estava fora da cidade em viagem a trabalho?
- Não é nada do que você está pensando, meu amor! Olha, eu posso te explicar tudo muito bem!
- Eu não quero mais as suas explicações! Eu quero mesmo é o divórcio! Saiba que com você, eu não quero viver por mais nenhum segundo.

E enquanto isto, um outro bate boca acontecia...

- Jorge, Que horror! Não posso acreditar que é você! Então, vai ou não me explicar? É assim o velório que você foi? Ai meu Deus, o sangue desta sua mulherzinha aqui, está fervendo! E quem é esta mocreia aí do seu lado?
- Olha aqui, mocreia é a sua mãe, sua vagabunda! Eu tenho nome, me chamo Martha. Respeito é bom e eu gosto! O que você está fazendo ao lado do meu marido?
- Marido, Martha? Quando nos falamos e te convidei, você não me disse que era casada?
- E nem você seu safado de praia! Chegou perto de mim como um anjo, quase que me prometia voar como estas pipas de tanto romantismo que você cuspiu! E eu acreditei. Acreditei, sabia?

-Olha aqui, primeiramente, safado é o seu marido, que veio até a mim dizendo palavras doces para me enganar e depois, o meu marido não é nada romântico, ao contrário, meu marido é muito silencioso, raramente conversa.
- Não foi isto que você falou para mim, Rebeca! Você falou que sofre demais com seu  "n a m o r a d o", porque ele é muito violento!
- R E B E C A? Namorado? V i o l e n t o? Miguel, a minha mulher se chama "D é b o r a" e não Rebeca! Ela mentiu em tudo para você. 
Débora, eu não converso com você porque é inútil. Você não sabe escutar, só quer mandar! E... Martha acredite, eu não cuspi palavras românticas como você acabou de falar. Eu disse a verdade para você, acredite em mim! Acredite, por favor!

- MARTHA, VAMOS PARA A NOSSA CASA, AGORA!
- Não! Daqui eu não quero sair, saia você com esta vagabunda de perto de mim.
- Quer parar de me chamar de vagabunda? Olha só quem fala, toda aí quase deitada nos braços de meu marido e me chamando de vagabunda! 
Jorge, Vamos nós para a nossa casa agora, lá a gente lava a roupa suja, vamos!
 - Não Débora, eu não vou. Não volto mais para casa. Sabe Miguel, vocês dois formariam um belo casal... Te presenteio, você fez mesmo uma bela pesca. Vamos embora daqui, Martha?
- Vamos! 
Miguel, eu falei sério, eu quero o divórcio.
- Martha, eu queria te pedir somente uma coisa... Não minta mais para mim, tudo bem?
- Não vou mais mentir, Jorge!


E desde este dia, o "Campeonato de Pipas", Jorge a cada dia se apaixona mais por Martha. Naquele dia, foi amor à primeira vista e por isto aconteceu A TROCA!
Apesar de ter iniciado com mentiras aquele relacionamento, nunca mais mentiram um para o outro. Eles vivem juntos e pretendem ter um filho para concretizar este amor.
Miguel, ainda está sozinho e de vez em quando, quando não encontra algo melhor para fazer, procura Débora para sair, mas por todo o tempo que estão juntos, vivem mentindo um para o outro. 
Miguel e Débora, não mudariam jamais o seu modo de ser por ninguém, porque eles são egoístas e individualistas!


Autora do conto: Aymée Campos Lucas 
Autora da Tela:  Sueli Gallacci


Criando mais um conto, com a mesma Pintura em Tela! Visões diferentes, com a mesma imagem. 
Neste conto, procurei criar uma Comédia Romântica!
Estou dando continuidade a mais um trabalho em conjunto com Suely Gallacci, criando contos através de suas belas "Pinturas em Telas".
Quem desejar apreciá-las, poderá encontrar vários trabalhos em seu Blog "A Cor Da Gente"



domingo, 23 de outubro de 2011

Para Quem Sabe Ler, Dois Pingos é Letra!


ONDE A ESCURIDÃO ME LEVAR...

Não deveria ter saído de casa, naquela noite!
Eu sentia uma necessidade de ver e fazer algo diferente, então, decidi pegar a estrada, deixando que ela me levasse para onde ela desejasse.
Onde a estrada me levar... Que tolice pensar assim, pois jamais uma estrada te leva em algum lugar, somos nós que tomamos esta decisão, é o nosso cérebro que nos comanda, sou eu quem me guio e não uma estrada. A estrada só estará pronta, esperando um alguém que queira segui-la e... Se fizermos a escolha errada, pagamos pelo nosso erro, de alguma forma. Tudo se torna um escuro sem fim!
 
Quando decidi guiar pela noite afora, não imaginava que encontraria algo que fizesse mudar toda o meu dia e depois... Toda a minha vida!
Por muito tempo, ao guiar, o tráfego estava intenso me deixando muito nervoso, quando de repente, resolvi desviar o meu caminho... Eu vi uma estrada paralela, onde não haveria mais aquele tráfego infernal... Afinal, eu procurava paz!
Estava muito escuro! A estrada que escolhi, não tinha iluminação e nem sinais onde eu poderia procurar indicações... Havia muitas árvores, como se em torno existisse um bosque e um rio. Comecei a sentir medo, mas insisti em continuar, porque sou um homem muito insistente, e quando decido algo, nada me faz mudar de ideia.
A um certo momento, o asfalto acabou onde o que encontrei, foi uma estrada cheia de buracos que começou a me perturbar. Naquele instante, percebi que a minha escolha poderia ter sido errada.
 
Os faróis iluminavam a estrada e diante de mim, eu pude ver algo que me assustou! 
Não soube como agir, me deu panico! Ao passar alguns segundos, consegui pensar e parei o carro, me paralisei por alguns segundos e desta vez... Refleti rápido e fechei todos os vidros para poder me proteger.
Diante de meus olhos, eu vi a violência acontecer! Eu vi uma jovem sendo maltratada por um homem e senti medo dele se aproximar. Ao pensar em proteger aquela pessoa, eu comecei a buzinar procurando espantar aquele homem e se ele viesse até à mim, eu já estava pronto para acelerar o meu carro em cima dele. Poderia me causar um grande acidente, esta minha atitude, mas seria o único  modo de me proteger,
Por minha sorte, ele se espantou e se afastou, mas mesmo assim, senti medo de descer do carro e me aproximar daquela garota, que estava caída pelo chão, toda desprotegida e ferida.  
Ela gritava: "Me ajude! Alguém me ajude!" E então, neste exato momento, com toda a minha coragem, resolvi me aproximar. Não sai do carro, preferi levar o carro para perto dela e quando me aproximei, a vi toda ensanguentada. 
Aquele homem a esfaqueou e ela estava muito mal. Olhei em volta, usando a minha lanterna e percebi que não havia mais ninguém ali que não fossemos nós dois. Ouvi um barulho de uma moto que acelerava a todo o vapor, era ele que escapava. Seu rosto não conseguiria identificar, estava tudo muito escuro... Então, ao pegá-la para colocar em meu carro, eu tentei perguntar quem era a pessoa, se ela o conhecia, se sabia o seu nome. Ela respirando muito mal,  respondeu: "Se chama Leonardo."
Não quis perguntar mais nada, porque ela não estava em condições de falar, assim, virei o carro e com toda a velocidade, retornei para a cidade procurando um hospital. Mesmo assim, ela ainda continuava a falar e me repetia: "Ele se chama Leonardo! Ele se chama Leonardo!" Estava muito preocupado, porque ela se mostrava ansiosa e isto poderia prejudicar mais ainda, então, nem o seu nome eu perguntei, para evitar que ela continuasse a falar desnecessariamente.
 
Quando as linhas telefônicas estavam dando sinal, liguei para um número de emergência e contei que uma jovem estava muito mal e que eu estava levando-a para um hospital, para tentar salvá-la.
Pedi que me indicasse o hospital mais próximo e... Eles, depois que perguntaram o meu nome, me disseram qual seria o hospital. Eles sabiam em qual área que eu me encontrava, através de toda a minha indicação e assim, consegui o mais rápido possível, chegar ao hospital.
A emergência foi muito eficiente... Logo preparou a jovem para dar os cuidados necessários e eu fiquei aguardando  na sala de espera... Ao passar algum tempo, além do médico vir ao meu encontro para dizer que ela não conseguiu resistir às facadas, junto a ele, estavam também dois policiais com algemas e me algemaram,  dizendo:
"Sr Leonardo, o senhor tem direito de ficar calado, qualquer coisa que disser será usada contra o senhor!" Parecia um vento soprando forte e doloroso ao meu ouvido. 


Ela antes de morrer, repetia por todo o tempo o nome do assassino para o médico, e o meu nome também é Leonardo.
Como poderia explicar que não sou eu o assassino, como poderia provar a minha inocência, sendo que esta pobre jovem, nesta vida, não está mais presente... Ela se foi, e seria somente ela que poderia me ajudar! Ao contrário, ela destruiu a minha vida... Agora, eu me encontro dentro de uma prisão, procurando provar que sou um inocente, que guiava em uma estrada deserta, apenas por prazer de explorar regiões, no meio de uma noite sombria... Ninguém consegue acreditar em mim! Sou inocente, procurei ajudar uma pessoa e a minha vida se destruiu por isto.
Em meu corpo o que se via naquela noite, era apenas sangue em toda parte de minha pele, meu carro estava todo destruído de tanto sangue e  Leonardo, o assassino, provavelmente estará por ai, matando novamente.
"Deus, me ajude, por favor! Só o Senhor meu Deus poderia me ajudar!"
Já se passaram anos e estou aqui, dentro desta prisão horrenda, procurando provar a minha inocência... Como fui ingênuo... Como fui inocente! Por favor, acreditem em mim! Estou falando com a minha alma lavada. Eu só fiz o que achei que deveria fazer.

E assim, a defesa continua a falar, depois de ouvir calmamente a declaração espontânea de Leonardo:

Foi apenas uma escolha errada... Foi apenas um passeio de carro, em um lugar errado!
Como podem incriminar uma pessoa que procurou ajudar esta jovem, sem se preocupar nas consequências em que tudo isto poderia causar à ele um dia? E ele agora está pagando, mas pagando por quem? Ele prestou socorro, quer prova de inocência maior que esta?
Se não fosse por ele, talvez, nenhum outro encontraria o corpo de Fernanda. 
Este homem é inocente, meus senhores! Ele só quis ajudar! Ele ajudou e teve a má sorte de não conseguir salvá-la... A crueldade deste Leonardo, que não sabemos nada, foi de extrema frieza e se não fosse o nosso Leonardo aqui presente, talvez Fernanda morreria sofrendo muito mais e... se ele tivesse conseguido salvá-la como desejava, este momento que hoje estamos vivendo, não existiria. Fernanda diria o que todos procuram... A verdade.
Agora, ele está cumprindo uma pena no lugar de outra pessoa. Leonardo clama por anos a sua inocência e todos continuam a crucificá-lo. A família dele sofre porque conhece o filho que tem. Seus pais ou qualquer pessoa que o conhece desde a infância, classificaria Leonardo como um homem de princípios: caridoso, amoroso, leal, honesto, respeitador... Comportamentos como estes, são visíveis para todos da família e principalmente quem o conhece fora do âmbito familiar. 
Como pode um homem assim, ser condenado injustamente. Estão condenando este homem só porque ajudou, amparou, correu riscos e por um grande infortúnio, recebe o mesmo nome: Leonardo!
Dois homens, dois Leonardo que coincidentemente entrou na vida desta jovem. Um Leonardo maldoso, e outro Leonardo caridoso!
Por favor, senhores jurados, impeçam a todos de continuarem a julgar erroneamente... Que parem de atirar pedras a um inocente... Ele só queria ajudar!
E a defesa interrompe, aqui, este apelo!

 A Promotoria, neste momento, teve a "Palavra":

Continuarei a atirar pedras sim, meus Senhores! 
Senhor Juiz, continuarei a atirar pedras porque este homem não é a fato inocente! 
Este homem é o assassino de Fernanda sem sombras de dúvidas! Leonardo é o assassino e poderia classificá-lo como um homem de personalidade múltiplas, talvez um esquizofrênico...  Leonardo ruim, Leonardo bom e a jovem Fernanda, em meio a tudo isto.
Se pensarmos e analisarmos, poderíamos achar que isto não possa existir e que... O que estou dizendo, possa ser pura ilusão como se vê em filmes que, em  algum cinema de nosso grande Mundo, pôde nos mostrar... Mas creia, meus senhores, que a ilusão construídas em filmes, surgem de mentes lúcidas, surgem das mentes de um alguém que um dia pode vivenciar ou aprender sobre o que nos mostrou e... assim, temos como exemplo um filme representado por Jim Carrey... Sim, é verdade, foi pura ilusão o que este ator representou no filme Eu, Eu mesmo e Irene... Mas, mesmo sendo um filme, ele pode nos mostrar que estes monstros existem, eles são reais! São reais e estarão por aí, em alguma parte deste Mundo enorme, para nos fazer mal.
Ele... Ele mesmo e Fernanda! Poderíamos classificar este homem, assim. Ele, o homem ruim que se esconde por detrás do homem bom, caridoso, como disse nosso advogado de defesa. Aquele homem bom que faz com que todos os apreciem, ao ponto de não conseguir ver o lado mal, pois, ele consegue esconder aos mais íntimos, às pessoas mais caras, quando deseja.
Não, meus senhores, este homem não é inocente... o médico que atendeu Fernanda, pôde ver em seus olhos o pavor que ela transmitia à ele. Seu dedo indicador, no falar o nome Leonardo, apontava na direção do Leonardo que, ali, esperava... Repetindo sempre a mesma frase: Foi Leonardo, foi Leonardo. Mas isto não é a prova final... 
Este homem por muito tempo repete uma frase, como se fosse a frase certa e memorável!
"Onde a estrada me levou, Eu errei..."
Sim, ele errou em procurar seguir a estrada errada. Será que se arrependeu? Mas por que não se confessa? o que digo é que "Aqui se faz, aqui se paga!"
E a minha prova maior por tudo isto, é mostrar, hoje, diante do Senhor Juiz, a minha maior descoberta... Esta jovem possuiu um diário que nem mesmo os seus pais sabiam da existência dele... Fernanda o escondia de um modo, que só depois que seus pais resolverem fazer uma reforma em seu quarto, demolindo recordações que os faziam sofrer, foi que puderam encontrar este diário. Ele estava no assoalho de lenho destacado, onde ela criou um buraco como se fosse um cofre. Além de muito bem escondido, situava debaixo de um tapete... Mas, por que todo este segredo? Talvez, porque um alguém a controlava, havia poder sobre ela, mas por não resistir em demonstrar a si mesma o seu bem querer, por não resistir em escrever seu sentimentos, escondeu este diário à sete chaves.
Neste diário encontrado, que agora estou podendo mostrar a todos, existem palavras amorosas em um período de 4 meses a uma única pessoa que se chama Leonardo.  Fernanda, confiou em um estranho por ser jovem demais, estava se apaixonando por ele, como podemos ler aqui... Se apaixonou e Leonardo, o bondoso, soube conquistá-la com seu modo doce de ser mas... O Leonardo ruim, ao provocá-la, desejou sexo, algo que ela não esperava em um encontro inicial. Ela não estava preparada para isto, desejava um príncipe todo amoroso, pois, afinal, ela tinha apenas 13 anos!
Dois Leonardo sim. Leonardo bom se aproximou dela e Leonardo ruim a maltratou e depois, talvez se assustou com o que fez, procurando salvá-la mas... Era tarde demais.
Duas personalidades que não se encontram, não se conhecem. Leonardo bom não consegue ver o outro Leonardo que existe dentro de si e que agora, em uma prisão, ele esta mais que adormecido, sem ação.
"Onde a estrada me levar".... Peço aos Senhores jurados, que o leve a uma pena rigorosa. Este homem é perigoso.
Querem mais provas? Darei todas as provas necessárias para que cheguem a uma conclusão sem nenhuma precipitação. 
Foram meses e anos de pesquisas, para que eu pudesse neste apelo, mostrar toda a verdade... no corpo de Fernanda, o medico legal, em seus estudos, pôde relatar que o que se via era o DNA de Leonardo por toda a parte. 
E o sangue? Todo aquele sangue! Quem pode ver se assustou... Foi muita violência em uma só pessoa. Este homem desejou destruí-la ferozmente... Uma morte causada por ímpeto, fúria, raiva, por ter sido rejeitado. Além de não existir outro DNA em Fernanda que não fossem de pessoas do hospital, não foi encontrado, no local de sua morte, nenhum rastro de moto, não existia rastros de nenhum outro carro que não fosse de Leonardo aqui presente... O seu belo BMW verde estava lá e dentro dele, com certeza  estava Fernanda.


"Objeção, Senhor Juiz! O promotor, aqui presente, não pode dizer isto sem provas. Ninguém viu esta jovem dentro de seu carro."
"Objeção rejeitada... continue advogado..."

Ninguém pôde ver, porque foi um homem astuto, mas nenhum crime é perfeito! Falhas e mais falhas pode ser verificadas neste crime.
No local, não existia pegadas de um homem em fuga, não existia rastros de alguém correndo, nada! Nada que não fosse dos dois. Não tinha nem mesmo a arma do crime. Esta arma até hoje não foi encontrada. Muito astuto no momento crucial, mas... Muita falha quando quis demonstrar de ser um homem caridoso.
Onde pôde esconder uma arma em um momento como aquele? Neste momento, será que a sua mente estava lúcida? A estrada que ele percorreu, seguindo em direção a um hospital, podemos ver que paralelo a esta estrada, em um certo ponto, existe um rio. Talvez esta arma esteja ali, perdida no fundo deste rio, em meio às pedras... Uma arma que não encontraríamos com facilidade. 
Agora, eu pergunto diante de todo este Juri: Será que somente com existência desta arma é que encontraríamos a solução deste caso? Não, senhores Jurados! Não seria necessário esta arma para incriminá-lo! Este homem é o assassino e hoje poderei provar isto, junto aos seus pais aqui presente. 
Esta jaqueta sintética, que mostro agora a todos vocês, pertencia à Fernanda. A sua mãe conservou, dentro do armário de Fernanda, sem antes lavar. Ela está repleta de digitais de Leonardo e mais ainda... Foram encontrados cabelos de Leonardo, nesta jaqueta, mas... Estejam atentos a uma coisa, Senhores Jurados, Senhor Juiz... Fernanda não estava com esta jaqueta no dia do crime. Esta jaqueta retornou ao armário, sem que a sua mãe a lavasse, meses antes. Isto significa que eles já se encontravam e ela vestiu esta jaqueta em um destes encontros casuais... Talvez, tivesse sido o primeiro encontro com ele, isto não podemos dizer ao certo.
Hoje, depois de muitos esforços, muitas buscas, posso acusar com certeza Leonardo por esta morte horrenda, que deixou feridas em seus pais, feridas eternas.
E aqui, neste momento, diante de todos os Senhores presente, direi o meu muito obrigado à Deus por me guiar e para Fernanda eu quero dizer algo que ela merece escutar, seja  onde ela estiver..."Fernanda, a justiça foi feita! Vai em paz anjo! Procure estar ao lado de Deus, para sempre te aquecer e te proteger!"

Autora: Aymée Campos Lucas
Autora da pintura em tela: Sueli Gallacci


Elenco musical deste Conto: 
Pink Floid - Wish You Where Here
Limp Bizkit & GooGoo Dolls - Wish You where Here
Limp Bizkit - Mission impossible II Theme
Foi preciso retirar as músicas, elas estavam prejudicando o meu Blog.


Este conto, acho que ninguém vai ler, pois é muito grande! (risos)
Esta tela usada, faz parte de mais uma obra de Sueli Gallacci. Sueli me permitiu utilizá-las para escrever e através de suas telas eu poderei criar meus contos. 
Linda demais esta tela! Aqui deixo o link onde vocês poderão saber mais sobre a tela.
Depois deste conto, darei uma pausa porque quero dar fim ao meu amado livro: "Aventura de Louco... Todo mundo quer um Pouco." Sabe, eu devo isto aos meus fieis leitores, mas principalmente à mim mesma!



sábado, 15 de outubro de 2011

Ao Te Olhar... Desejei Te Movimentar Outra Vez!

 O HOMEM DO JORNAL

- Bom dia, Senhor Fernandes! É sempre bom ver o Senhor por aqui... Acomode-se! A mesa já está preparada, como faço sempre, e seu amigo o espera.
- Bom dia, Beatriz! Muito obrigado, você é realmente muito gentil. 
- Bom dia, Fernandes, demorou hoje, porque? Viu a partida ontem? 
- Como não? Melhor ainda, Matheus, foi derrubar o seu time.
- É somente o início, Fernandes. Estamos só aquecendo!
- Sempre o mesmo papo de perdedor... No final, quem pega o troféu somos nós do timão, não adianta ter esperanças!
- Vamos ver... Vamos ver!
- Bom dia, Senhora Clara! Já está jogando o seu baralho com as amigas. Quem será que ganha desta vez?
- Tenho que ganhar, pois hoje o ganhador tem direito a um ingresso para o teatro, se ganho vou poder ver O Cisne Negro!
- Vou torcer para a Senhora, lá da minha mesa. 
- Faz isto Fernandes... A sua boa sorte é grande e vai me ajudar.
- Olá, Fernandes, já estava sentindo a sua falta. O que vai querer hoje? 
- Nem sei porque você me pergunta isto, Joel... É o mesmo de sempre! Assim posso começar uma boa jornada!
- Olá, amigo, demorou hoje. O que houve?
- Ah que felicidade quando chego ao Café... Quando viro a esquina e vejo a 100 metros o nome MONET CAFÉ, meus olhos começam a brilhar e o sorriso por toda a minha face se expande!
- Brigou novamente? Pelo visto acho que sim...
- Ela não me entende, Ricardo!
- Vai entender as mulheres, amigo! Se eu pudesse te ajudar...
- Não tem remédio que cure esta divergência. Todas as manhãs é a mesma coisa. Não aceita que eu tome o meu café da manhã aqui. Reclama o tempo todo querendo que eu me sente à mesa com ela. Ela insiste em preparar uma mesa toda perfeita, parece até que espera visitas... 


...Mas se eu não venho aqui, me sinto mal por todo o dia, e ela não aceita. Convido para vir comigo, e também não aceita. 
Eu gosto de toda esta agitação pela manhã, gosto de ler meu jornal aqui com todo mundo falando e se divertindo de alguma maneira. Gosto de todos os bom dias que recebo, dos amigos que puxam conversas. Isto é perfeito! Não tem coisa melhor, você não acha?
- Sim, eu gosto muito também. Mas devo confessar, amigo, que se  eu pudesse ter uma esposa como a tua, bela e dedicada, eu desejaria mesmo era tomar o café com ela e depois...
- Depois coisa? Isto é porque você não a conhece como eu. Aquilo ali é um purgante. Minha esposa me dá nos nervos! Tudo bem, é belíssima mas... Te devo confessar que na cama está deixando a desejar... Ela tem me rejeitado muito. Briga, briga, cria caso por pouca coisa... Uma toalha molhada jogada na cama, um sapato suado no banheiro e se deixo a urina cair no vaso então... Tudo parece uma missa! Ela fala pelos cotovelos. Nem sei porque tanto drama! Eu sempre fui assim desorganizado. No início tudo era muito excitante, vibrante, agora tudo é briga, para no final quando a procuro, ela dizer: "Nem vem que não tem! Estou com dor de cabeça e o culpado é você!"
Amigo, isto já virou ritual e se não venho ao Café para esquecer e encontrar um pouco de paz, o meu casamento já teria acabado à muito tempo!
Bem faz você que é solteiro, não tem que dar nenhuma explicação e no final, pode ficar aqui sorrindo todas as manhãs. Você é um grande amigo, Ricardo! Gosto muito de poder te encontrar aqui todos os dias.
- Eu também gosto muito meu amigo... Você tem de pegar duro com a sua mulher Fernandes.
- É, amigo, acho que tenho de aprender isto com você, preciso de umas dicas, porque está difícil pegar duro com ela. Talvez você possa me ajudar... Vo não é casado, mas de sexo, eu imagino que entenda muito bem!
- Só que agora não vai dar. Tenho que sair urgente e já estou atrasado.
- Mas já? Todos os dias você sai às pressas. Falamos tão pouco. Quando é que você vai poder encontrar tempo, para passar uma meia hora aqui comigo no Café, Ricardo?
- Sinto muito, Fernandes, mas o dever me chama! Tenho que colocar o meu serviço em dia, fazem 3 dias que está abandonado. A coisa está só crescendo... A tensão vai acumulando e no final, se não resolvo, não tem outro para resolver para mim. Se demoro a resolver, vai me dando um nervoso tão grande, só vai crescendo.
Venho mesmo aqui ao café, só para poder te ver e tomar uma taça de Bourbon para esquentar as entranhas. Não saio daqui enquanto você não chega. Quero te dar um alô e gosto de saber que estará por aqui se divertindo um pouco.
- Todo mundo tomando café e você Bourbon... Não sei como consegue beber logo pela manhã e principalmente porque vai pegar pra capar no trabalho. Quanto a me divertir, eu me divirto demais aqui sim, isto você pode estar certo!
- É por isto mesmo que bebo esta calorosa bebida... Eu quero levantar a minha alma, deixar ela aprumada, para pegar firme. Agora realmente eu tenho que ir mas... Sei que estará bem. Vai ler o seu jornal como gosta, ver o timão na primeira página, nas alturas... O que mais você pode desejar de melhor!
- É uma pena, Ricardo, eu gosto mesmo de te encontrar aqui!
- Como vai ser o seu dia hoje? Vai voltar em casa para pedir desculpas à mulherzinha?
- Deus me livre! Hoje só volto em casa, lá pelas as nove da noite, porque antes, passo aqui novamente para tomar aquele bom vinho que adoro e ler o jornal de fim de tarde tranquilamente. Em casa não tem jeito, o que encontro é aquela mesma história de sempre... Ela vai brigar porque cheguei tarde.
- Então você vai estar aqui às nove da noite?
- Sim... Por volta das 20h30, 20h50 estarei aqui com certeza!
- Me espera... Por favor me espera, eu venho te ver. Faço questão! Desta maneira colocamos o bate papo em dia e... Agora realmente eu tenho que ir. O tempo está passando e o nervosismo só crescendo.
- Meu amigo Ricardo, você deveria procurar um trabalho mais prazeroso, mais tranquilo. Este parece ser muito desgastante.
- O meu trabalho me dá prazer... O que me deixa nervoso, são as pessoas que me atrapalham fazer o que quero. Tem um que fica me atrasando e se demoro, perco minutos que para mim são sagrados. Deixa eu ir, depois a gente se fala. Me espera, tudo bem?
- Tudo bem, estamos combinados, às 20h50 nos encontraremos aqui.



E O TEMPO PASSOU...

- Até que enfim, pensei que não viesse mais!
- Como sempre lendo o seu jornal... Eu te falei que vinha. Promessa é dívida, amigo.
- Se acalmou? Conseguiu colocar o trabalho em dia?
- Como não? Meu dia foi tremendo de bom... foi tranquilo, desejante. Uh! Nem tenho como te explicar o quanto o meu trabalho hoje, foi rendável! Resolvi atrasos como te falei, de três dias atrás. Entrei fundo no serviço, peguei de jeito... Sentado, em pé, até no banheiro eu levei o trabalho para fazer. Não conseguia parar! Quando fui lanchar porque deu fome, joguei tudo que estava na mesa pelo chão, coloquei o trabalho no canto certo e comia, comia de tanta fome!
- Deus me livre Ricardo, você tem de tirar umas férias, senão você vai dar um troço!
- Não... Agora não dá! A coisa está rendendo demais, não posso abandonar. Mais tarde, quem sabe...
- Epa! Meu celular esta chamando... É ela! Agora sou eu amigo, que não posso ficar por muito tempo.
"Pronto, benzinho! Sim... Já estou indo. Sim, estou aqui novamente. Não vou demorar, já falei que estou indo! Não.. é só porque... Me escuta um pouco, benzinho, vai escutar ou não? Adivinha quem eu encontrei aqui, agorinha? Ricardo está aqui comigo, foi por isto que me atrasei. Tudo bem, eu falo para ele... Beijos, benzinho."
Ela agora está mais calma... Foi só falar que estava com você que ela se acalmou um pouco. Minha mulher é tão ciumenta! Acho que se sente segura quando sabe que estou com você. Te mandou dar um beijo de saudades. Falou que você deve aparecer lá em casa mais vezes, sente a sua falta, disse que gosta muito de você! 
Também do jeito que eu falo de você lá em casa... Ela acabou gostando do amigo que tenho. Ela sempre diz que você é mesmo um amigo fiel, que pessoas como você, a gente tem de procurar estar sempre perto.
Tenho que ir, te desejo uma noite muito tranquila, Ricardo, que Deus te proteja sempre! Ah esqueci de dizer... A senhora Clara ganhou o ingresso para ver a peça teatral O Cisne Negro!
- Que bom para ela, fiquei contente. Obrigado por me desejar uma boa noite, te desejo o mesmo.
- O difícil amigo, é saber se será uma boa noite. A gente se vê aqui amanhã tudo bem?
- Como não? Aqui estarei, no mesmo horário de sempre.

CHEGANDO EM CASA...

- Benzinho, cheguei! Porque estas duas taças estão aqui na máquina de lavar louças? Porque meu roupão está aqui na cozinha todo molhado?
- Nem te conto! Coloquei outro roupão para você usar no banheiro, este vou ter de lavar... Adriana esteve aqui com seu filho... Ele entornou o leite que bebia, caiu em sua roupa, tivemos de dar banho nele e na pressa usei o seu roupão.
- Que estranho este perfume no ar...
- É o perfume de Adriana, ele é muito forte.
- Nossa, é idêntico ao perfume de nosso amigo Ricardo. Idêntico! Será porque a Adriana usa perfume de homem?
- Vai lá saber meu amor! Com a crise que todos estão atravessando, vai ver que ela usa o perfume do marido dela para poder economizar. Meu amor, senti saudades de você ...
- É mas vou te avisando desde já que amanhã quando eu for ao Café, não quero discutir mais... Eu vou e pronto!
Que bom benzinho que mais um dia se passou tranquilamente e agora vou tomar um banho, ver um pouco de TV e procurar dormir esperando novamente poder estar no Café Monet.
- O que está assistindo?
- Um filme... Não sei o nome mas gostei de uma frase que o ator falou, por isto vou tentar assistir.
- Qual frase?
- "A verdade está diante de você, e só você não vê!" Parece um belo filme. Tem gente neste mundo, Rachel, que não enxerga um palmo adiante do nariz!
- É verdade! Eu conheço pessoas assim. 
- Boa noite, benzinho. Eu te amo muito!
- Boa noite, Ri... Riqueza minha! Amor meu, também te amo!
"Nossa! Será que ele escutou o que eu estava para falar? Será que percebeu?"
- Bem que a gente podia...
- Ah não, meu amor... Aquela criança hoje, me deu tanto trabalho! Eu estou cansada.

Autora do conto: Aymée Campos Lucas
Autora da pintura em tela: Sueli Gallacci


Elenco musical deste conto:
Edvard Grieg - Morning
Peter Tchaikovsky - Waltz Of The Flowers
Beethoven - 5° sinfonia 3 movimento 
Foi preciso retirar as músicas, elas estavam prejudicando o meu Blog.



Dois em Uma! Dois contos em uma só imagem... Mas, eu poderia criar muito mais! Agora é ver qual dos dois contos, é mais surpreendente ou mais divertido, ou interessante. São diferentes do início ao fim! 
Neste mundo, cada vida toma forma de maneira diferente, mas sentimentos serão sempre iguais. Sempre existirá dor, engano, amor, felicidade, amizade, falsidade, lealdade... e tantos outros sentimentos que nos guia, ou para uma vida melhor, ou para uma vida mesquinha! A escolha, será sempre nós que devemos fazer. Desejo o melhor para mim, mas conheço muito bem o lado maldoso da vida!
Obrigada Sueli, por ter me permitido de apresentar a sua tela ("O Café" - Espátula e pincel sobre painel) em meu Blog!



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