Quando ele me falou sorrindo, me perdia! Cada vez que o via sorrir, eu me derretia... assim, respondi com uma voz macia toda dengosa.
- Sim! Você esta certíssimo... Eu adoro água! Ver um rio ou ver o mar me deixa louca de alegria e quero sim, estar dentro dele sempre que o vejo. Quando entro não sinto vontade de sair para nada. No chuveiro também é assim... minha mãe se enlouquece com as contas a pagar.
Mas porque você imaginou isto?
Me olhou e respondeu:
- Poderia dizer coisas do ar como voar, escalar montanhas ou... Coisas da terra como acampar em um vale, onde o paraíso são as montanhas que tem em torno, mas em vez, disse água, porque quando te vi olhando todo aquele rio em Cuiabá, a primeira coisa que você fez, foi se aproximar, tirar seus sapatos e se molhar... Tentava pegar a água do rio e eu reparei tudo isto. Não sei se você notou, mas desde que te vi, não fiz outra coisa que te observar.
- Ficou encantado comigo?
"Mas porque eu fiz esta pergunta? Assim eu o provoco e depois o que faço?
Ai meu Deus, ele me arrepia toda com seu olhar... E' um olhar de pedinte e eu não consigo resistir, mas tenho de resistir, não é o momento para coisas mais quentes... eu acho que não. Mas, isto tem momento? E qual seria?
Odeio esta coisa de achar que tudo na vida tem de ter seu momento, tem de ser analisado, estudado e esperado. Quem foi que criou essa regra, deveria ser banido da terra... faz a gente procurar uma pureza nas coisas quando a gente não quer, quando na verdade quer experimentar, sentir o gosto, principalmente quando este desejo vem para nos dar prazer!
E assim, aquela voz lá do fundo do meu eu, me fala como se estivesse me recriminando com as coisas que estava pensando e desprezando:
Olívia, todas estas regras partem de Deus, de seus mandamentos, não desprezá-los!
Mas eu vou resistir porque eu sou uma que verdadeiramente faz parte dessa regra, mas não sei até quando! Esperar... esperar... esperar o quê? Vivo me perguntando."
Pensamentos relâmpagos surgiram antes que me respondesse... aliás, ele já estava respondendo e eu não escutava nada... eu estava no mundo da lua e quando me despertei, só via a sua boca se aproximando, suas mãos atrevida me tocando. Quando dei por mim, já estava rolando no meio de um gramado que tinha ali perto da cachoeira... Acho que se entrasse na água, naquele momento, sairia fumaça por apagar aquele meu fogo.
Letícia me chama... ela me salvou, consegui esperar o momento certo... se é que existe isto!
Na verdade, ela não me salvou... acho que me atrapalhou! Por pouco, não esperava nada! Esperar o quê? Por que tenho de esperar? Aquele beijo foi tudo! Eu estava fervendo de prazer...
- Olivia, vem! Vamos vestir o biquíni?
- Vai... vai la vestir o biquíni... não vejo a hora...
Falou Junior com um ar de desejo.
- Não vê a hora de me ver de biquíni? Mas o que vai mudar? Não vai mudar nada!
Respondi.
- Ei, espera, você não me deixou terminar a frase... eu estava dizendo que não vejo a hora de entrar na água... Nossa, mas por que toda esta defesa? Tudo bem, quero te ver com este biquíni sim... não vejo a hora de entrarmos nesta água. O que vai dizer agora?
Perguntou para mim.
- Nada... Vou vestir o biquíni.
E assim, fui para perto de Letícia, pegamos o biquíni e perto de uma árvore enquanto nos vestíamos ela começou a falar da cachoeira, o quanto gostou do lugar e me perguntou se eu havia gostado.
- Nossa, é tudo tão lindo!
De repente comecei a ouvir um barulho... Era vozes dos dois que estavam organizando algo que não conseguia ver. Então perguntei:
- Mas, o que eles estão fazendo?
- Estão montando as barracas!
- Mas que barracas?
- Olivia, não vai me dizer que você não viu eles trazendo barracas nas costas, enquanto caminhávamos?
- Não... eu não sabia que eram barracas, pensava que eram mantimentos, e outras coisas mais. Mas porque barracas?
- Provavelmente vamos acampar, hoje e aqui, porque vai ficar muito tarde para voltarmos... Lucas disse que não tem perigo algum!
- Meu Deus! Mas, como não tem perigo, isto aqui é mato puro!
- Por isto mesmo que voltar tarde é muito mais perigoso... Eles vão fazer uma fogueira e montar as duas barracas e amanhã cedo, depois de um belo mergulho, a gente vai para o sítio.
- Estou nervosa... Vocês fazem as coisas e eu nunca sei o que vão fazer... No mais, vou ter de dormir com Júnior em um barraca... Minha nossa!
- Olivia, não fazer seus dramas. Eles já fizeram isto e não aconteceu nada, ao contrário, eles disseram que dormiram tranquilamente.
- Você sabe de tudo e eu nada sei... Porque Júnior não me falou nada quando estávamos caminhando?
- Porque você só fazia que reclamar e não escutava.
A este ponto eu me esfriei toda, aquele calor dentro de mim virou brasa apagada. Sentia medo de dormir ali, no meio da mata.
Muitas vezes, achava toda esta aventura um pouco louca... Fazer tudo isto só para estar perto de uma cachoeira? Correr perigo por causa de água? Para mim era muito complicado enfrentar aventuras como esta, mas também sentia que deveria viver tudo isto, porque era diferente e muito agradável, mesmo sentindo medo, às vezes.
Comecei a me acalmar, comecei a imaginar que ele perto de mim não deixaria acontecer nada grave. Perto da cachoeira, tinha um espaço aberto e o mato era raso, parecia um gramado e era ali que eles estavam montando as barracas.
Vestimos os biquínis e fomos ao encontro deles para ver tudo de perto.
Sentia o olhar dele querendo ver o biquíni, mas estava com uma camiseta por cima e provavelmente isto o deixou bravo...
Letícia ao contrario, já foi para perto deles só de biquíni. Quando o olhei, vi no rosto dele uma enorme interrogação como se quisesse me perguntar o porquê de colocar uma camiseta, mas não falou nada, só me abraçou e falou da montagem da barraca. Me explicou que não havia perigo algum, que eu poderia estar tranquila.
Me senti mais segura quando ele falou todo carinhoso me abraçando forte e me tocando por todo o corpo. Acho que queria sentir o biquíni e murmurou...
- Tira esta malha! Vai, tira ... daqui a pouco, termino aqui e a gente cai na água!
A brasa se acendeu novamente...
Quando ele me olhava e me abraçava, não era como tantos casais que existem nesta vida... casais tranquilos como se fossem totalmente acostumados um com o outro.
Comigo não era assim... Era tudo descoberta!
Havia uma timidez da minha parte e muitas vezes, me sentia em dificuldade de aproximação e quando me aproximava dele, tudo mudava. A começar do coração que acelerava, meu corpo esquentava... Eu fervia por dentro, não era normal!
Era como se colocasse gasolina no motor de uma Ferrari ou... igual uma água de rio perto de uma cachoeira ou... como uma águia em voo, um vulcão em erupção... meu corpo parecia que havia feito sauna, tudo suava... havia muita sensação, muito desejo!
Augusto Júnior... stop!
Havia muito desejo entre nós e agora, depois que coloquei o biquíni que ele queria tanto ver em mim, eu estou achando que ele está sentindo o mesmo...
Enquanto ele terminava de montar a barraca, eu fiquei ali pensando coisas:
"Minha nossa! Seus olhos parecem fogo e se aproximar muito eu viro cinzas! Se eu bebesse toda esta água doce, deste rio, penso que não me acalmaria e nem ele!
Não sei o que ele está pensando, não sei o que poderá acontecer... Só sei que deveria esperar...
Ele está muito diferente, hoje. Está mais corajoso no modo de se expressar, não tem medo de pedir o que deseja...
Está totalmente atrevido, como se não quisesse respeitar nenhuma regra. Mas, quando se trata de sentimento não pode haver regras! Nossa, eu estou muito confusa. Sei o que quero, mas estou fugindo.
Tem hora que sinto vontade de conversar com a minha irmã um pouco, para saber a sua opinião. Mas eu evito. Letícia me entende, me conhece demais, mas sempre tenta mudar o meu jeito de ser. Na verdade, ela não me escuta e sim me induz a fazer o que ela pensa que é o certo. Talvez, a opinião dela seja mesma a certa... Na verdade, eu preciso do empurrão dela e sei até o que iria me dizer."
Assim, ela se aproximou e me falou baixinho, enquanto os dois estavam distraídos:
- Ele não tira o olho de você. E acho que chegou o momento, maninha, de se curtirem o máximo!
- Você acha isto? Talvez, seja melhor esperar mais!
- Esperar o quê? Você fica ai pensando em esperar, esperar... mas no final vão acabar juntos, então te pergunto: O quê você quer esperar se já estão se desejando? Estamos em férias, é uma coisa passageira, vai terminar e quando estiver faltando uma semana, você resolve se entregar e quando for embora, vai viver toda a viagem a pensar porque não fez antes. E ao contrario, poderia estar recordando belos momentos que viveram, tudo que fizeram de belo, do mais simples toque de mão, até ao sexo!
Sabe, Olívia, isto que estamos vivendo é uma aventura e vai acabar, pense nisto.
Dali, levantou uma outra Olivia decidida, mas ainda um pouco moderada...Minha irmã estava certa. Não vou esperar mais nada...
A barraca estava pronta e tínhamos muita merenda e bebidas para nos aventurar à vontade. Ele me pegou pelo braço e me levou para a água...
Dali em diante, não tive mais sossego. Lucas o chamou para pescar mas ele não queria...
Letícia naquele momento falou para Lucas nos deixarmos sossegados um pouco e assim, fomos para a barraca depois de tanto estar na água, com a desculpa de nos secarmos e me mostrar tudo lá dentro. Até parece que eu acreditei...
Me tocava, me tocava por toda a parte que podia e que eu permitia. Olhou minha tatuagem e quis saber o que significava. Expliquei que era as iniciais do nome de minha avó materna... Dizia que fiz a tatuagem porque a amo muito e que meu coração era dela.
- Só dela?
- O que? Não entendi?
- Seu coração, é só dela? E eu?
- Quase seu!
"Que resposta que estou dizendo... Este coração já é dele a muito tempo... Não vou dar o braço a torcer, onde já se viu? Não vou me entregar fácil os meus sentimentos... Posso demonstrar, mas dizer, ainda não!"
O toque de suas mãos me faziam ir às nuvens, seu beijo me excitava demais!
- Não posso continuar, agora não?
- Por que não? O que nos impede? Estamos aqui dentro, tranquilos, a sós e eu estou te desejando tanto...
- Eles podem aparecer ao improviso...
- Não vão, claro que sabem que não queremos os dois aqui. Não pensar... me beija, esquece tudo, só me beija. Eu quero tanto estar com você!
E assim, foi só esquentando, e então, falei... eu era próprio um desmancha prazer, aquilo não era coisa de se dizer.
- Não temos camisinha, por isto que devemos esperar... só vou estar com você quando você comprá-las! Pronto, falei.
- Claro que tenho!
- Você tem?
- Sim... comprei lá no armazém. Enquanto vocês compravam biquínis, eu comprava camisinha.
- Mas, esta camisinha pode não funcionar e depois, não terá mais para nos socorrer.
- Tem mais de uma! Eu comprei várias...
- Quantas?
- Mais de trinta...
"Meu Deus, o mês só tem trinta dias... já estamos terminando a primeira semana e ele me compra mais de trinta... Onde isto vai parar? Como é atrevido, quando me deseja... como é deliciosa a sua mão em meu corpo... eu estou tremendo, cada vez mais, e penso que ele sente tudo isto que vem de dentro de mim, porque a minha respiração está anormal, muito ofegante!
Ele fala pouco e me provoca com suas mãos sem parar... não consigo mais esperar nada! Eu o desejo, e sei que quando me sentir completamente tranquila, aí sim ele vai sentir e ver quem é que comanda aqui.
Eu sou possessiva, gosto de liderar e quando o beijar, ele vai sentir que eu quero mesmo é sugá-lo, saboreá-lo, provocá-lo!"
Não esperei mais... Me entreguei totalmente! Quanta calma, quando me silenciei... Quanto carinho e como foi maravilhoso!
Que recordação louca vou ter para toda a minha vida!
Eu o acho lindo e agora, estou dentro de uma barraca em seus braços e ele pedindo bis! Ele sabe fazer... Bem, não é o que estão pensando, me deixa terminar... Ele sabe fazer uma mulher feliz! Estava ali, naquele cantinho aconchegante e não queria mais sair, por nada... meu ninho de amor... Só existia perfume de flor!
Eu não vou descrever o que fiz, porque seria um pouco exagero, pois, é o meu mais profundo íntimo. Posso dizer que tudo foi divino e os detalhes eu guardo dentro de mim, para sempre!
Quanto às camisinhas, ainda tem um monte para se usar por toda a noite, afinal dormiríamos ali.
O que sei é... que para chegar no fim do mês, teremos de comprar mais. Eu calculei errado.
Um som surgiu...
- Vamos dar um mergulho, agora, e depois, pescar, que tal?
Assim, Júnior falou depois de nos acalmarmos... Era fim de tarde, mas a claridade ainda era intensa.
- Eu adoro pescar e queria poder pegar um peixe. Adoraria!
Respondi sorrindo para ele.
- Talvez, Lucas tenha conseguido pegar algum... Se conseguiu, a gente vai assar nesta noite na fogueira. Você vai ver como é legal aqui de noite... não precisa sentir medo, o fogo nos protege e a barraca é muito fechada, não tem nenhum perigo.
Todo carinhoso querendo dar proteção.
Quando ele saiu para falar com Lucas, pôde perceber que se ele não pescasse, não teria peixe, pois, Lucas também se enfiou dentro da barraca deles. Então, Júnior preparou o anzol e lá fomos nós pescar ali por perto.
Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 9
Todos os direitos reservados
Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:
Ufa! Consegui realizar o nono capitulo e adorei! Não via a hora de poder postá-lo e agora, vou rumo ao décimo... Minha Nossa Senhora, rumo ao décimo, pra mim, é demais!
Me aguardem!