Os InVerSos dEnTROoo De MiM!

Seja Bem Vindo em Meu Blog!
Desejo Muito que Possa Apreciá-lo. São Textos e Poemas Escritos Por Mim.
Eu Gosto Muito de Escrever... Na Verdade, Eu Amo Escrever.



Mostrando postagens com marcador Contos e Rimas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Contos e Rimas. Mostrar todas as postagens

sábado, 11 de novembro de 2017

Casa, Comida, Roupa Lavada!


OU ISTO... OU AQUILO?

Casa... Comida... Roupa lavada!
Foi assim que ele me disse
Me deixando assustada!
Eu não pretendia
Toda vez que me via
Fazê-lo apaixonar
Mas o destino colocou
Tudo isto no ar!
Agora estou pensando...
O que faço com Fernando?

Fernando é meu namorado
E um homem muito calado
Voado... Acanhado
E' bondoso, carinhoso
Fervoroso, delicado
Dedicado demais
Sem saber o porquê
Eu queria muito mais!

Casa... Comida... Roupa lavada!
Como posso acreditar nesta cantada?
Deixar o certo pelo duvidoso
Ou isto... Ou aquilo?
Com Fernando ou com Murilo?
Fernando é carinhoso
Murilo Atencioso
Fernando é muito sincero
Murilo é um tipo severo
Fernando tem sempre um olhar manhoso
Seu olhar é precioso
Parece se sentir orgulhoso
Murilo um olhar perigoso
Seu olhar é fatal
Me tirando do normal
Desgovernando todo o meu poder mental

Ou isto... Ou aquilo?
Quanta duvida a me sufocar
Não sei mais como governar
Não sei o que pensar
Não sei o que desejar
Não sei com quem falar
Fugir ou enfrentar?
Decidir ou esperar?
Esperar para analisar
O que meu coração
Fará com a minha razão!

Por que a vida, muitas vezes, se divide,
Pendurando decisões no cabide?
Nos transporta para cima de um muro
Pensando que assim não dará um furo?
Isto não é sensato
Isto não é o exato!
Adiar o que a vida me impõe
E' deixar meu tempo lento
Seguido pelo vento!

Casa... Comida... Roupa lavada!
Está mais parecendo uma cilada
Pode ser uma casa grande e bela
Mas a comida quem faz é ela
A roupa quem lava é ela
Isto é estoria de Cinderela
Desejando que sua vida amarela
Se transforme em uma linda Aquarela!

Já tomei uma decisão
Este Murilo, eu não quero não!
Vou seguir a minha razão
Fazendo brilhar meu coração
Tudo que quero,  já existe
Basta olhar nos olhos de Fernando
Para sentir o quanto estou amando
Quando me olha...
Ele flutua no mundo da lua!
Vai voando... Voando
Em busca de meus lábios
Como se encontrasse um doce mel
Fazendo tudo girar como um carrossel!
Eu tinha simplesmente esquecido
O que a vida desde muito tempo
Tinha me oferecido!

Autora: Aymée Campos Lucas  

domingo, 7 de maio de 2017

As Cores do Arco-íris... Tem as Cores de Seus Sonhos!

 Mas Isto Existe?

Eu quero brilhar,
mas, olha onde eu vim parar!
Vivo em uma ilha,
com toda a minha família.
A ilha é muito grande e quente,
um lugar com pouca gente.
Na verdade, não tem nada,
se ao menos encontrasse uma fada!

O que eu faço todos os dias,
não me dão tantas alegrias!
Vou sempre pescar com meu pai,
em todo lugar que ele vai...
 Ao longo do mar grande,
onde a onda não cai!

Todo dia ao Por do Sol,
vou à praia fazer caminhada.
Mas, minha mãe me fala assustada:
"Cuidado... Cuidado, Carol,
não ultrapasse o farol!"
  A praia era maravilhosa...
Tinha areia branca, era formosa!
Isto me deixava curiosa! 
 Não tinha medo, sou corajosa.
Minha mãe se preocupava,
mas, quando de longe eu olhava,
Queria ir, eu desejava!
Quando a via,
Queria explorar, é uma mania!

O tempo passava e Carol ainda sonhava...

Com a minha mãe fiquei dengosa,
dando atenção, toda carinhosa! 
Desta maneira, poderia ter uma prosa
e... Um dia, decidida, colhi uma rosa.
Era uma linda flor
e a dediquei com muito amor!
Pedia para ver,
O que, naquela praia, poderia ter.
"Mãe, lá não deve ser perigoso,
parece um lugar tão formoso!
 Talvez tenha flores ou quem sabe até outra rosa!"
Mas, ao contrário, ela ficou foi furiosa!

Naquele momento, meu pai me defendeu:
"Deixa nossa filha ser como eu!
Deixa ela sonhar... Explorar...
E, quem sabe, até navegar!
Ela tem desejos a realizar,
que são iguais ao Arco-íris a brilhar!
Neste Mundo existe mil cores, Maria das Dores!
Ela quer descobrir tudo que Deus lhe deu!
É a sua felicidade, um desejo seu!"
E assim me permitiu
de tanto que meu pai insistiu!


Corria, como uma louca, nada via!
Sorridente corria... corria...
Queria chegar antes que acabasse o dia!
A praia era distante...
Eu parecia um viajante!
 Se localizava depois de uma trilha, 
mais parecia uma outra ilha!
Quando cheguei, pensei:
"Que praia linda!" Depois, Gritei:
"Olá... Olá, estou aqui eu cheguei!"
A praia era vazia, com muita ventania,
Mas a impressão que sentia,
era que não estava sozinha, era sombria!

"Mas o que estou pensando?
O que está me assustando?
Tudo aqui é tão lindo!
Eu deveria estar sorrindo!"
Um mar azul com ondas indo e vindo,
 O vento soprava forte como cantigas,   
as ondas quebrando nas rochas antigas,
só para formar um lodo todo verde, 
junto com algas que sentiam sede!
Elas queriam ficar brincando...
 Ficavam a todo momento provando
o gosto salgado do mar... 
Pareciam ter paladar!


Sentir todo este sal... 
Porque não faz mal?
Saborear esta água o dia inteiro,
não é o mesmo que sentir o cheiro!
Por mais que eu ame o mar,
não consigo imaginar!
E... Os peixes dentro d'água a nadar,
 ficam sem respirar o nosso ar! 

 Cada um de nós tem o seu lugar.
Isto é natureza...
Isto é toda a beleza
deste nosso mundo explorável
que às vezes é inexplicável ou inaceitável!
Mas, porque é aqui, que a minha mãe me cria?
Aqui eu não vejo tanta alegria!
 O que eu mais queria,
era um lugar diferente...
Esta ilha não tem gente!
Vou parar de reclamar.
Estou aqui, então, vou olhar!
Vou apreciar tudo que vejo.
É! Tem tanto tempo que pelejo.

"Que monótono... O mesmo mar,
Eu canso de olhar!
A areia é um pouco diferente...
Ela é mais quente!
A onda é mais forte,
o vento sopra pro norte...
 Para muitos, aqui seria incrível!
Para mim é terrível!
 Tudo se tornou normal...
É quase tudo igual!"

Acho que perdi a paciência...
Vivo em delírios  com a minha consciência.
Eu vou continuar a ver,
Para o meu pai, vou querer descrever!
Vou falar de toda esta beleza
Talvez assim, vai embora esta minha tristeza!
Que raiva, eu não consigo,
a tristeza continua comigo!
Não sei o que falar,
cansei de apreciar este mar!

Se eu fosse um homem, daqui eu escapava,
remava...remava!
Eu quero remar e bem longe explorar.
Quem sabe assim, me levaria a qualquer outro lugar!
Somente uma magia me transformaria,
só ela me faria
viver do modo que espero
neste outro mundo que mais quero!
Melhor é parar de pensar...
Eu vou andar por ai, vou caminhar!

 
"Ai... Ai... Ai!
Olha onde você vai!
Olha onde você pisa, 
isto aqui não é uma brisa!
 Olha onde você chuta, 
quase quebrou minha nuca!"

"Uma garrafa falante... Acho que estou maluca?"

"Não perca tempo, passe a sua mão,
quero sair daqui como um avião!"

"Você está mesmo falando comigo?
Oh Deus, este lugar é mesmo um perigo!" 

"Por favor, não se assuste, isto é a coisa mais normal! 
Eu não sou mau... Eu sou real!
Não perca tempo não,
quero sair daqui para pegar a sua mão!
Vou me apresentar
para você não mais se assustar!
Acredite, você vai ver
quando me conhecer...
Vou te fazer feliz,
Você vai querer até me pedir bis..."

"Eu vou fazer o que me pediu,
mas não me assuste, ouviu?"

"Não tenha medo,
é só passar o dedo!
Eu sou carinhoso, 
sou bondoso
e nem sou horroroso!"

"Ai meu Deus, eu nem quero ver
o que vai acontecer!
Olha, eu já fiz o que você pediu...
Não me apavore, viu?"

"Obrigado por me soltar,
não via a hora de me coçar...
Ali dentro é muito apertado,
não me mexia para nenhum lado!
Fazia séculos que estava ali parado...
Nossa, eu estou encantado!
Este lugar é belo, eu estou admirado!
Escute bem, eu agora vou falar sério,
para acabar com todo este mistério.
Eu sei o que você vem reclamando...
Sei até que vive chorando.
Não se apavore! 
Ore!
Eu sou seu Gênio
e o meu nome é Eugênio!
Estou aqui para te ajudar
não precisa mais chorar!
Acho que foi Ele quem me mandou,
de tanto que você implorou!
Daqui pra frente,
tudo aqui, vai ser diferente!
Vou fazer este povoado
encher de gente!
Vou levantar montes,
vou criar lindas fontes...
Até um Corcovado vai ter,
pode crer!
Lá em cima terá a estátua de Cristo 
do jeito que ninguém tinha visto!
Seus braços estarão abertos,
iluminando todos os homens espertos
para se tornarem cada vez mais certos!
 Do outro lado, 
a gente coloca um monte melado,
dá o nome de Pão de Açúcar pra ficar marcado.
 Vai subir gente até apressado,
vão correr atrás de doce, todo desconfiado!
Os espertos vão ficar embaixo parado
Só pra não ficar suado! 
E você, menina linda, vai ter até namorado
e ele vai ser muito desejado
  Vão brincar no mar e ficarem molhados."

 

"Vou trazer tanta gente, e aqui tudo vai enriquecer...
E você, nunca mais, vai desejar daqui correr!
Todo este  povo vai ser Mineiro
E a cidade vai se chamar Rio de Janeiro!
Quem reclamar
Que trate de mudar!"

"Mas, não era só três pedidos na estória?
Isto que está me falando é uma Glória!"

"Para você, Ele abriu uma exceção,
não queria te deixar na mão!
Se você for embora,
A sua família chora!
Sua mãe é sua protetora e seu pai te adora!
E agora, chegou a hora...
Vamos logo construir esta cidade,
Porque o tempo tem idade!"

Autora: Aymée Campos Lucas

terça-feira, 30 de julho de 2013

Ser diFerENte é ser IGUAL com uma Pitada de AnORmaL.

Seja diFerENte sem se Preocupar com os Pensamentos de uma outra MENTE.

Não vou me adaptar com esta minha nova idade, onde os lugares que passo e encontro adultos como eu, parecem iguais, todos, menos eu... Todos cresceram e eu me sinto mais que perdido, e ainda por cima, pensando que continuo jovem.
Quando se é jovem, a gente por todo instante se sente diferente, audacioso e sempre correndo riscos sem nem se preocupar com as consequências. Agora, nem sei mais quem eu sou... porque tento ser diferente, mas sou igual à toda esta gente.

Onde està, Orlando, aquela alma levada, arteira, animada que vivia se divertindo sem nem se preocupar se tinha ou não tinha uma pessoa amada, ou se iria ser mal falada?
Onde estão os amigos? Aqueles que quando os vejo, parecem robôs enferrujados, pensando que a vida parou, só porque devem cuidar de quem surgiu ao improviso, e serão eles que agora devemos educar.
Nem existe mais em suas faces, belos sorrisos, parece que se envergonham de abrir a boca exageradamente, para gargalhar por tudo que a vida ainda poderia nos ofertar.
Por qual razão eu tenho que ser igual à todos que da minha idade costumam ser?

Olhem pelas estradas da vida, olhem para os rostos que não são jovens, olhem e vejam como são iguais, não fazem nada de anormal. Sao paralisados, desanimados, conformados, vivendo igualmente, sem o desejo de surpreender ninguém... e os jovens ainda continuam a nos vencer, chamando a atenção até mesmo de quem não quer crescer, como eu, ou de quem pensa que a vida já chegou onde deveria chegar, e agora, é hora de envelhecer.   
Não... isto não pode fazer parte de mim, porque eu ainda desejo apimentar muito mais a minha vida. Eu sou normal, sou igual, mas preciso ter aquela pitada de anormal para me sentir diferente, pois, quero me sentir avigorado para poder demonstrar à mim mesmo, diante do espelho, que o meu sorriso não vai ser triste daquele jeito... com a boca fechada igual a de Gioconda, que de velha, não tem nada.

Quando olho aquela imagem naquela tela, sinto vontade de sorrir para ela, sorrir no lugar dela, dar a gargalhada que ela não deu, fazer dos momentos da vida uma grande felicidade, e ainda, poder ser como ela, uma pessoa cheia de capacidade de fazer todos me olharem, só porque estaria sorrindo e não porque seria uma imagem sem vida, esperando a morte chegar ou... esperando um amor que, por muito tempo, conseguiu me ignorar.

Acho que não sou forte o bastante para me apresentar bem, diante da solidão. Ainda estou preferindo encher meus dias com qualquer coisa, mas que seja diferente de sonhos ou diferente desse circuito fechado chamado rotina... só para dar à si mesmo o que comer. Isto não é ser diferente, isto é deixar de aprender por sentir vergonha do que você quer mesmo ser. Crescer não pode ser morrer, endurecer para a vida e de tudo que tem diante de seus olhos. Portanto, se consigo ser o que eu desejo ser, e no final de tudo, ainda conseguir amar, então, vou ter vencido de verdade.
A vida muda as pessoas, não deveria ser assim... depois da juventude, não deveria!

Não deveríamos sentir vergonha de nós mesmos, quando depois que a juventude se vai, deixa marcas, e o que a gente faz é querer esconder o rosto para que ninguém possa te ver, pois, a mente é feliz e jovem, mas o rosto se foi para algum lugar diferente... se foi, porque quando me olho no espelho, nem me conheço mais, me estranho e me envergonho de algo que deveria ser, na verdade, mais de uma daquelas coisas banais.

Autora: Aymée Campos Lucas



domingo, 12 de maio de 2013

Existe um lugar certo para chorar?

Eu preciso chorar, mas não encontro um lugar.

Uma das coisas mais difíceis nesta vida é chorar, não tem como achar um lugar.
Chorar é uma necessidade como qualquer outro tipo de ação,  porque talvez, poderia te curar até de uma depressão.
Mas, se você chora dentro de casa, logicamente vai entrar no banheiro, e se nesta casa vive outros com você, na porta vai bater... se abre, pode saber que deverá responder a este ato sem querer. Parece até que nos condenam e precisam de respostas para que te dê a liberdade. Mas, era somente um desabafo, nem eu mesma sei o porquê de tanto choro. Como posso explicar que as minhas lágrimas não valem ouro?

Desista de fazer isto em casa e vai procurar outro lugar. Onde? Nada melhor que uma igreja, lá, posso chorar e ninguém vai querer saber o motivo deste choro, ali todo mundo chora e depois vai embora. Esquecendo que, ao experimentar este novo modo de chorar, não tive sossego, quando ao chorar, o Padre ao pregar me fazia sentar, ajoelhar e levantar.
Foi assim que percebi que a igreja não era o lugar certo e necessitava imediatamente de encontrar um lugar ali por perto, mas qual? Oh meu Deus! Justo eu que pensava que chorar fosse tão normal.

Nada é fácil neste mundo, nem chorar mais eu posso. De repente, olhando bem em frente, senti vontade de sorrir, minha face se esplandeceu, o sorriso tomou conta do meu rosto, pois, encontrei um lugar que foi Deus a me mostrar com gosto.
Olhei aquele território sem fim, todo para mim. Era um cemitério e ninguém poderia me ver, nem mesmo num aéreo.
Feliz e contente fui chorar, precisava só encontrar um lugar para me sentar... assim, fui escolher:
"Aqui Jaz Maria"... não gostei, decidi que ali não ficaria. Pouco em frente tinha o túmulo de Miguel, tinha da Carmelita e um outro escrito: "Aqui Jaz um Coronel". Tinha túmulo até de um cão e escolhi chorar no túmulo do João.

Quando me preparei para o primeiro respiro de um grande choro e as lágrimas iniciavam a cair, surgiu uma mulher, que mais parecia vigiar por toda a noite e todo dia aquele túmulo, desejando descobrir se João tinha uma amante. E por infelicidade, naquele instante, tudo se transformou em calamidade.
Ela se alterou, me avançou tentando me bater e gritava:
- Então era você, que eu também tive que manter?
Cuspia ao gritar, que mais parecia um chuveiro e dizia:
- Onde está todo o dinheiro que deixei com meu marido? Foi você,  sua safada, que dormia com o meu querido? E agora? Vem chorar para pedir perdão, bem aqui, no túmulo do meu João?
Era uma esposa traída e falida, pensando que fui eu a destruir sua vida.

Naquele instante, descobri que nunca mais poderia chorar no túmulo de uma pessoa estranha. Por pouco apanhava, pois, o João, mesmo morto, ainda tinha alguém que o amava. Na verdade, descobri que não poderia mais chorar, por não encontrar um lugar justo para ficar.

Autora: Aymée Campos Lucas


Escrevi este texto depois de ver na televisão uma comediante italiana recitá-lo, de um modo diferente. Achei maravilhoso, criativo e tiro o chapéu para uma artista como ela.
O tema recitado foi enorme e o que eu escrevi  pouco por tudo que vi ela representar ao utilizar este tema: O CHORO.


domingo, 26 de agosto de 2012

Justo Agora Que Te Beijei, Você Me Diz Que é Gay?!!


Eu Errei

-Justo agora que te beijei
Você me diz que é Gay?
Foi isto que, para ela, ele falou,
Quando ao improviso ela gritou,
Na festa que sua mãe preparou.
Ela fugiu assustada, enraivecida, apavorada...
Chorava pela estrada,
Ao ver seu sonho destruído
De um amor que poderia ter tido.
Ela só queria ir embora,
Correr pela estrada afora
Chora... chora... é isto que ela faz agora, 
Olhando tudo à sua volta
Com olhos de revolta.
Caminhava naquela noite de outono
Sem rumo, sem direção,
Com o coração na mão!
Naquele beijo ela se entregou
Pois da primeira vez que o observou,
Ela o amou, ela o desejou!

°°°°°°
Ele, distante dela
Ainda  naquela festa,
Se assustou
Pois aquele beijo o alegrou,
Aquele beijo o despertou, o animou, o excitou...
Aquele beijo foi tudo de diferente
Que um dia havia vivido
Que um dia experimentou
Aquele beijo foi quente
Ele só queria encontrá-la
No meio de toda aquela gente
E assim ele gritou...
Ele gritava, gritava,
Por não saber mais onde ela estava.
Não sabia se sorria de alegria ou se amargurava porque errou...
Ele sozinho falava
Eu errei, eu não sou gay!
Ele sozinho gritava em seu silêncio
Eu não sou gay! Não sou gay!
Ela é minha amada, minha amada!

°°°°°°
Depois de tanto caminhar,
Ela voltou...
Estava por perto, bem ali em seu jardim
Entre as folhas de outono e jasmim,
Que aos seus pés
Deslumbravam todo o chão,
Iluminado pela aquela lua
Que entre as árvores ela olhava!
Ela ainda chorava e pensava no que viveu... ela recordava!
Neste instante, sorria
Quando em sua mente, via 
Aquele rosto que era todo seu querer
Um jeito assim sereno de ser,
Que lhe fazia enlouquecer!
Em momento algum no passado,
Ela pôde conhecer esse seu lado
E, um mundo de recordações
Pairavam no ar, que com seu respiro forte
voavam ao soprar como plumas ligeiras
recordando de tudo
E de todas as maneiras...
Lembrou de seu diário
Que em seu quarto
Pousava em um pequeno armário
Ela sentiu vontade de voltar,
Retornar em sua casa
E, em seu leito repousar
Para ler mais uma vez
Tudo que nele escreveu,
Tudo que um dia viveu.

°°°°°°
Ninguém percebeu o que acontecia
Por nenhum instante notaram a sua ausência
Somente ele sentia uma carência,
Querendo sentir a sua presença,
Saber onde estava,
Sentir novamente o seu cheiro.
Ele sabia que ela voltava...
Assim entrou em seu quarto
Sorrateiro, faceiro...
Olhou seu travesseiro
O Abraçou, o acariciou.
Tudo em sua volta, ele olhou
Procurando desvendar  mistérios
Que ali poderiam existir
Bem perto estava o seu diário,
Não conseguiu resistir
E, folheando algumas paginas
Pode ver o que ela tinha a dizer
Sorriu ao perceber
Que tudo falava de seu ser!
E lendo, foi vendo...

°°°°°°
O Diário

Na página em que abriu
Sentiu emoção... sorriu
Seu nome era visível
Nunca percebeu... achou incrível!
E aquelas linhas, ele foi lendo
Sabendo o que estava fazendo:

"Meu amor,
Passei meses a sonhar
De um dia te conquistar.
Eu quero tanto te falar
Que adoro o seu olhar,
Que gosto de te ver quando sai para correr 
ou quando no parque
Havia sempre em mãos, um livro para ler!"

E girando a página continuava...

"Quando chegou a maior idade,
Você se foi para outra cidade
Para cursar uma faculdade.
Eu aqui sem saber o que fazer
Sentia saudade... tanta saudade!
Sei tanto sobre você... sei que seu pai sempre desejava
Que você fosse um doutor
E você dizia, que seria um escritor.
Eu te admirava,
Quando para mim você falava.
Eu desejava o que você desejava,
Queria que fosse um escritor
Só para me escrever, muitas cartas de amor!"


Neste momento, ele sorriu tanto... alucinadamente!
Girando páginas e páginas, ainda era dele que ela falava.

"Eu escuto sempre esta música
E penso em você, só em você!
Levando minha vida avante,
Aqui sempre sozinha, eu ficava 
Vivendo como uma estudante,
Querendo um dia me encontrar
No mesmo lugar que você estava!
Estudava e trabalhava
No restaurante da família
Ali tinha tanta gente,
Gente alegre, gente contente 
E eu sempre carente 
Porque você eu nunca te via
Eu queria... Mas não te via!

Quando chegava as férias
Você vinha voando
E eu passava o dia cantando...
Saber que você chegaria
Minha mente se tornava quente!
Eu era uma pessoa inocente...
Carente... Só você existia em minha mente!
Era férias de Agosto
Te esperava na janela, para ver seu rosto
Eu cada dia, crescia com um desejo
Aquele de te dar um beijo!

E quando chegava o natal??
Minha nossa! Não era normal...
Me vestia de um modo completamente fatal
Usava um vermelho brilhante
De um jeito insinuante
E quando você me olhava
Eu de longe me entregava!
Quando as férias terminava,
Eu passava dias infernais,
Esperando de novo te ver mais,
Como uma louca alucinada,
Eu estava apaixonada!"

°°°°°°°
Quanto mais ele lia
Mais ele sorria... sorria!

Ansioso demais ele estava
Queria olhar o rosto dela e pensava...
"O que posso dizer? Não posso estar calado!
Digo que estava errado, enganado
Digo o que estou sentindo
Digo que não estou mentindo!"
Tudo isto ele iria dizer...
Dizer que nunca esteve realmente com alguém
Em todo sua vida ele foi um solitário
Mas a faculdade o mostrou coisas loucas
E em uma festa um homem o beijou
Beijou ele e tantas outras bocas...
E desde então, ele se calou!
Ele nunca imaginou e nem vivenciou
Sentimentos fortes
Desde aquele momento ele se angustiava
Pensava todo dia... era uma agonia...
"Mas eu, quem sou?
Eu não acredito! Me sinto morto!"
Ali sozinho, passava dias a repensar:
"Se eu beijei... se eu deixei... deve ser porque gostei.
Minha nossa será que sou gay?
Foi assim que eu pensei.
Estou escutando esta sua música...
Escutava a sua música 
E te sentia única!
Desejava o mesmo que você...
Te olhar, te beijar e te tocar
Te abraçar forte
Sou um homem de sorte!"

E, escutando a musica repetia trechos que ouvia, pensando como faria...

"Quando eu te encontrar
Sei o que vou fazer
Eu já sei o que vou dizer.
Eu vou fazer você me querer
E, quando te encontrar, eu vou
Chorar, beijar e te abraçar!
E' isto que quero fazer,
Isto que quero dizer,
Chorar, beijar e te abraçar
Chorar... beijar... te abraçar...
Chorar... beijar... te abraçar!
Tanto... tanto!"

Um barulho o despertou de toda aquela recordação. 
Ela entrava em seu quarto, pensando de viver dias de solidão!


Ele fechou o diário  assustado, agitado
Coração saltitava todo animado!
Um sorriso incontrolável se fez
Ali demonstrou uma nudez...
Tirou toda aquela mascara
Que o escondia.
E ainda com um sorriso no rosto
Muitas desculpas, ele pedia.
Explicava tudo que pensou em dizer
Para que ela pudesse compreender.

Ela como toda calma o escutava,
Seu coração era paciente,
Nada mudou para ele, ele demonstrava...
Ele está feliz! Ele sente...
Coração contente, não era mais carente!

Um silêncio se fez!
O porquê daquele silêncio, somente dois olhares sabiam
Sabiam o queriam
Sabiam o que desejavam
Gargalhavam, se tocavam 
Descoberta para ele
Felicidade incontrolável para ela!

Neste momento os dois se beijaram, prometendo juras de amor. 
Se olhavam... se beijavam... se abraçavam!

Ele dizia:
-Te protegerei sempre! 
E quando não puder por algum motivo, 
Saiba que estarei pedindo a Deus... 
Pedirei a Deus de te proteger no meu lugar  
Quando longe de você eu estiver, 
Quando por algum motivo eu me ausentar
Em todo este tempo que ainda terei de estudar.
Sou seu namorado... sou próprio um apaixonado!

Ela com desejos pediu:
- Quando amanhecer
Eu quero ainda poder te ver
Bem aqui do meu lado,
Acordado, parado, calado, extasiado
Me observando, sorrindo para mim
Isto é tudo que eu mereço
Você para mim não tem preço!
Sabe, amor meu...
Mais que tudo, à Deus eu agradeço
Por ter revertido esta história
Isto é mesmo uma gloria!
Muitas vezes, eu amei sozinha
Mas em meu diário havia uma memória
E, foi assim que você se aproximou
Verdadeiramente de mim. 
Foi assim que a gente fez este final 
Se tornar completamente feliz!

E assim, aconteceu... ela adormeceu! E, pela manhã ele ainda estava ali, do jeito que ela desejou depois de uma noite de amor.

Autora: Aymée Campos Lucas

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...