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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XVII

 Onde Nasce uma Paixão

Júnior sorria para mim relembrando os nossos primeiros momentos em Cuiabá. Nossa, quanta coisa agradável já havia vivido com ele. Eu estava feliz de poder ter conhecido Júnior e sentia que ele também estava! 
Mesmo não imaginando que tudo isto aconteceria, assim tão rápido em minha vida, sentia que estava amando realmente aquele homem sério, calado, amoroso, às vezes, rude, desconfiado, inseguro... Quanta coisa já conhecia dele!
Capítulo 16
 

E assim, a estória continua...
Insegurança. Desconfiança.
Te deixa com coração na mão.
O Sonho de Aliança? É em Vão!

- Olívia, a mãe quer falar com você novamente...
Falou Letícia.
Estávamos para voltar ao sítio quando, minutos antes, decidimos aproveitar que estávamos ali, na casa dos pais de Lucas, para ligar à nossa mãe. Quantas saudades já estava sentido de minha mãe Helena e sabia que ela também sentia o mesmo, mas sabia também que ela estava feliz de saber que eu estava feliz. 
Contei um pouco de tudo, mas não havia falado o quanto estava envolvida por Júnior. Não sei porque escondi isto dela. Eu tenho o costume de falar para ela tudo que me acontece, nunca escondo, porque seus conselhos eu sempre escuto e aprecio ao ponto de segui-los. 
Talvez, seja porque sabia que ela poderia se preocupar em saber que, não era somente uma aventura tudo que estava vivendo... e sim, porque estava me envolvendo, ao ponto de novamente poder me sentir triste quando tornasse para minha cidade. Sabia que isto a deixaria preocupada. Ela sabe que relacionamentos à distancia são difíceis e para ela eu ainda poderia não estar preparada para isto.
Quando fui novamente falar com ela, descubro que Letícia em vez de falar somente do que ela estava vivendo, resolveu relatar tudo sobre mim também. Então, naquele telefone já sentia um ar de preocupação da parte dela. 
- Não, mãe, Letícia exagerou... Não falei nada, sobre isto, porque não achei tão importante.
Falei sussurrando, não queria que Júnior escutasse o que falava, então, pensei...
"Mas, por que estava dizendo assim para a minha mãe? Eu sempre falo tudo para ela e um dia antes, tudo isto para mim, era a coisa mais importante que estava me acontecendo e eu já estava até fazendo alguns planos futuros, mas neguei. Deveria estar toda eufórica e mostrar o que vinha sentindo, mas não fiz"... 
Do outro lado do telefone, sua voz se fez me dando conselhos:
- Olivia, eu sei que sua irmã não estava exagerando, porque te conheço demais, minha filha! 
Eu sei o quanto você se envolve quando està com uma pessoa a quem te dá carinho e talvez, seja até amor o que vocês estão sentindo, mas eu acho que por ser algo que está iniciando, não poderá ser tão forte para suportar o que vem depois, quando vocês estiverem longe um do outro.
Então, minha filha tenta não se envolver tanto, não se prender a nada com tamanha força, não se alimentar de esperanças, não criar projetos que possam desaparecer na existência de um nada que surgirá, quando distante não poderá vê-lo e senti-lo. 
A força de um amor tende a enfraquecer, tende a diminuir por não sentir o calor da pele um do outro. O respiro, os sorrisos, os olhares, os toques de pele, é isto que alimenta o amor e isto, você não poderá haver e novamente você irá se entristecer."
- Mãe, a gente se entristece quando não temos nenhuma esperança, não tem o falar, não tem o carinho, o afeto mesmo estando distante, as promessas de um novo amanhecer ao lado da pessoa que desejamos estar...  não  existindo isto, faz surgir total insegurança e desconfiança... Isto sim, poderia me fazer sofrer. 
Mãe, quero que saiba que se eu tiver ao menos um pouco disto, já seria para mim um grande alimento para pensar que poderei estar com ele um dia. 
Muitas pessoas, mesmo se sentindo insegura, continuam amar e lutar por um amor que parece estar perdido, mas isto, eu não faria mais como fiz antes.
Não se preocupe mãe, eu só vou esperar dele coisas que eu poderei também dar à ele, que são ainda apenas sonhos, que se tiver mesmo amor com muito desejo, irão se concretizar. Caso não se realize, vou saber que não existia assim tanto querer e não vou sofrer como sofri antes, porque agora aprendi a gostar muito mais de mim, de me querer todo o bem deste mundo e mesmo estando longe dele, eu quero continuar vivendo, procurando me relacionar com todos os amigos.
Quero também voltar a estudar e tudo isto ira me ocupar, esteja tranquila, não quero saber que estará ai preocupada com algo que não é necessário se preocupar.
Mãe, diga a vovó que estou morrendo de saudades dela!
- Eu vou dizer... Esteja bem minha filha e dê um beijo em sua irmã por mim novamente.
Falou minha mãe.
- Tudo bem eu falo para ela. Mãe, agora tenho de desligar, devemos voltar para o sitio antes que escureça.
Beijos, mãezinha, linda minha!
- Beijos enormes, querida da mãe.
Desliguei o telefone e fui para perto de todos que me esperavam para voltarmos ao sitio. 


Retornando ao sitio já estava tarde, mas o sol insistia em reinar, então pude apreciar paisagens que antes não havia notado por ter feito todo o trajeto preocupada com Eduardo e consolando Cornélia. 
Agora não, agora, me sentia tranquila para poder ver o quanto aquela estrada era bela! 
Ainda claro, e estando longe da cidade entrando nos confins para chegar ao sitio, pude ver pássaros que cantavam fortemente, animais que, no fim da tarde, atravessavam a estrada como se estivessem voltando para casa, como eu estava fazendo. 
Todo aquele lugar parecia meu, ali, era já a minha casa, eu queria estar ali para sempre! 
Queria poder  deitar na relva, nas folhas caídas na beira da estrada, sentir todo aquele cheiro de mato, muitas vezes, perfumado, que surgia com o vento tanto cheiro de flor... outras vezes, com cheiro de terra molhada ou terra seca de folhas do outono...  por toda a estrada, eu podia ver os raios do sol, eram  fortes. Apareciam entre as árvores que fechavam a estrada, como se o verão nunca tivesse fim, como se a noite não tivesse vez, naquele lugar!
Parecia que todas as estações estavam presentes, ali, de uma só vez. Era a coisa mais bela que Deus poderia ter me presenteado. Fazer todos os meus sentidos estarem atentos para tudo... sentir o cheiro... ver... ouvir e poder também tocar em tudo!
No meio de toda esta minha degustação de meus sentidos, nasce um amor...
Pensei:
"Será que é amor, meu Deus? Será que resistiria com o tempo? Será que minha mãe poderia estar certa, Senhor? Será que realmente eu entrei na estrada correta? 
Eu vejo Júnior, aqui do meu lado, todo carinhoso e silencioso e meus pensamentos estão à relembrar aquele toque de mão... ele não me sai da cabeça. O que eu senti foi diferente do que senti quando vi Júnior pela primeira vez. 
Qual seria a melhor maneira para se comparar quando é amor? Seria quando ele entrasse em minha vida de uma maneira mais tranquila, tomando conta lentamente de meu ser, ou quando a fúria toma conta desse meu corpo, que ainda parece estar carente?


Ao fechar os meus olhos eu via de uma maneira embaçada o sorriso de Juliano. Via aquelas cenas do hospital, e seu sorriso...  Era um sorriso diferente, parecia tímido, mas por detrás daquela timidez, existia outra coisa que não poderia comparar com timidez...
Eu estava dividida entre dois Seres, mas não desejava estar. Simplesmente nasceu em mim este desejo que queria que se perdesse, dentro de mim, para sempre! Quando relembro tudo que já vivi aqui com Júnior, eu me sinto tão feliz! 
Por que o ser humano é assim sempre descontente com o que tem? Por que andamos em busca de algo que já possuímos? Eu não quero... eu não posso desejar e querer modificar tudo em mim! Eu já encontrei alguém que me ama!"
Fugindo de meus pensamentos, olhei rapidamente para o lado, só para ver se Júnior havia percebido o quanto estava longe dele, naquele momento, e ao olhar, o vi dormindo. 
Voltei a pensar, já que não tinha com quem falar...
"Como ele consegue dormir quando se faz um passeio como este? Impossível pois tudo é tão belo! Parece que ele, não gosta tanto daqui porque se gostasse estaria falando de tudo que via comigo em vez de me deixar perdida em pensamentos. Parece que depois que revelou o seu amor por mim, se sente aliviado como se nada pudesse mais destruir, então dorme em vez de alimentar este nosso amor!
E, eu aqui fico encontrando razões para deixar de gostar dele. Será que estou mesmo procurando isto?
"Todo mundo dorme, Olívia... isto é natural" 
Falou aquele meu pensamento... aquele que parece defender, a todo custo, a pessoa que escolhi de estar, aquele que quer negar e tirar de mim o que venho sentindo, ao me perder em devaneios"...


Ao olhar novamente para Júnior me assustei quando, de repente, Lucas começou a buzinar. Estava espantando toda a paz daquele lugar. Buzinava e gritava:
- Vamos ver quem chega primeiro... Eu, ou você neste cavalo que mais parece uma Ferrari?
Era ele!  Estava pela estrada, indo em direção ao sitio para nos encontrar. Me senti feliz, queria ver aquele rosto sem estar embaçado em minha memória, então, agarrei meu rosto no vidro, sem nem ligar se Júnior poderia ver o que fazia. Eu queria ver, ver, ver...
 

Buscava todos os ângulos, daquela pequena janela, mas não consegui vê-lo perfeitamente, pois quando Lucas gritou, ele acelerou seu cavalo e desapareceu da nossa visão.
Ao chegarmos, lá estava Juliano sentado em uma cadeira na varanda, com as pernas para cima, como se quisesse dizer a Lucas que seu cavalo era realmente mais veloz que o carro dele. 
- Tudo bem, já entendi, não precisa exibir e exagerar, já sei que tenho que trocar de carro. 
Falou Lucas sorrindo.
- Havia esquecido o quanto este sitio é lindo e o quanto eu o desejo.
Fala Juliano, ao ver novamente o sitio.
- Andei conversando muito com meu pai, hoje, sobre a viagem dele. Ele está se mudando e você já sabia, não?
Perguntou Lucas.
- Sim, eu sabia...
Respondeu Juliano.
- Vida, o que você está dizendo?
Pergunta Letícia, muito curiosa.
- Amor, não te falei nada porque são apenas decisões que meu pai está tomando, mas que ainda não tem nada resolvido. Ele disse que se transfere para a cidade onde começou sua carreira, e onde tem sua propriedade que o espera. Meu pai está se aposentando e talvez, prefira voltar para Minas. Mas não tem nada resolvido ainda, são somente hipóteses.
Falou olhando para Juliano. Eu percebi que aquele olhar dizia outra coisa, mas não podia entender o que era. Ali havia um segredo que me deixou muito curiosa.
Eu e Letícia entramos porque queríamos tomar um banho, mas não sabíamos se poderíamos usar a água que havia de reserva ou se teríamos de fazer este banho no chuveiro lá de fora. Acho que nem precisava perguntar, pois os banhos teriam sempre de ser feitos lá fora, pois a água de dentro era conservada para outros casos. Lá fora, este chuveiro era protegido por uma parede de cimento e ninguém poderia nos ver quando ao improviso ficássemos nuas. Entramos juntas ao banho, e ali conversamos um pouco sobre tudo, riamos da situação que nos encontrávamos. 


Era sempre assim... a cada banho que deveríamos fazer, havia festa, muita diversão! 
E estando ali dentro com Letícia, falei:
- Letícia, quando vivemos coisas que não faz parte do nosso cotidiano tudo se torna divertido, mas se tivéssemos que viver neste sitio, eu me pergunto sempre como seria? Será que eu iria ter tanta paciência, será que não me sentiria perdida de todo o resto do mundo? Será que todos os dias, se eu tivesse de lavar vasilhas, e tomar banho, aqui fora, eu estaria feliz! 
- Mas que perguntas, Olivia! Não sei porque você perde tempo em pensar coisas que não fará? Tem tanta coisa mais importante para pensar e você a perder tempo com isto. 
- O quê, por exemplo?
- Quer exemplo? Você viu o tanto de carne que Lucas comprou e que teremos de preparar para o churrasco?
- Vai ter churrasco, aqui?
- Olivia, definitivamente você vive no mundo da lua! Você não viu a carne que Lucas comprou em Cárceres. não?
- Não, não vi nada disto. Talvez, fosse na hora em que estava falando com a mãe e não vi e depois, vocês não falaram nada. 
- Falamos sim, falamos umas duas vezes quando estávamos no carro. 
- Mas eu não presto atenção na conversa de vocês, eu não gosto.
- E o que você faz, então, para não escutar?
- Eu fico imaginado outras coisas...
- Como por exemplo, viver em um lugar que você nem precisava de pensar, porque o homem com quem você está sonhando em viver, vive em Minas e não aqui.
- Você está certa, mas eu gostei demais daqui, gostei muito ao ponto de desejar viver aqui.
- Realmente, maninha... aqui é tudo um paraíso só!
- Se você estiver para sempre com Lucas, será uma pessoa de sorte. 
- Mas o pai de Lucas vive mudando, não tem um lugar certo, que nem sei o que será de nós!
- Esteja tranquila, Letícia, porque você realmente é a pessoa que Lucas ama e para onde ele for, você também irá. 
- Eu gosto muito dele, Olivia e tem vez, que só de pensar de estar distante dele, me faz sofrer.
- Amor, vocês duas estão demorando, daqui a pouco, o escuro toma conta, anda logo!
- Acabamos, vida! Já estamos indo.
Eles estavam preparando a churrasqueira e o vinho já estava aberto. Na cozinha, havia outras garrafas de vinho e também havia cerveja que Lucas comprou junto com a carne.
Estávamos servidos para toda a noite, pois, Lucas já estava dizendo que a noite seria uma criança...
Tudo aconteceria na parte da varanda e cozinha onde havia uma grande mesa e todos nós,  alguns minutos depois, estaríamos sentados a jogar, brincar, gargalhar, enfim, muita diversão! 


- Vida, acho que a carne deve ser controlada e isto quem deve fazer é você.
Falou Letícia no melhor momento em que estávamos jogando baralho.
- Vamos ter de colocar ordem nisto... Acho que desta vez, quem deve olhar é Júnior que ainda não olhou nem uma vez.
Responde Lucas.
- Tudo bem, eu vou, mas não jogar enquanto eu estiver olhando a carne.
Júnior concorda, mas queria, na verdade, era estar jogando...
- Tudo bem, a gente espera, amor!
Falei carinhosamente. Me beijou e saiu quando Lucas aproveita o intervalo para falar:
- Amanhã, teremos de ir no armazém para comprar o que devemos levar na viagem de domingo. Você vem com a gente, Juliano?
- Lucas, você sabe que não gosto de ir lá, acho melhor não.
Responde Juliano
- Mas, você vai estar com a gente Juliano, e também será uma coisa rápida. Você pode dormir aqui, hoje. Tem lugar, o sofá vira cama.
- Quanto a dormir aqui, eu aceito sim, mas não posso ir naquele lugar. Tem muito mais coisas que me impedem de frequentar ali, mas não quero falar sobre isto não. O que quer comprar? Eu conheço um outro armazém muito bom, lá tem de tudo e é caminho para onde iremos, porque não deixamos para fazer isto na viagem?
- Mas, não vai atrapalhar? Pode atrasar a viagem.
Pergunta Lucas indeciso.
- Nisto você tem razão, mas não penso que possa ser problema. 
Concorda Juliano.
- De qualquer maneira, terei de ir para controlar o carro, colocar gasolina. Faço só isto e deixo as compras para fazer neste lugar, então.
Fala Lucas.
- Vida, eu também quero ir no armazém com você.
Diz Letícia como se quisesse defender seu relacionamento.
- Letícia, não! Havíamos combinado de ir na casa de Cornélia para ver Eduardo.
Falei um pouco nervosa, por não aceitar a sua decisão. Mas ela insiste...
- Não... Eu quero ir no armazém.
- Amor, por que? Acho melhor você fazer o que havia combinado, afinal é Cornélia.
Fala Lucas quando Júnior volta com muita carne assada. 
Neste momento, surgem divergências, quando Letícia teima em querer ir.
- Porque não quero que você vá sozinho.
- Não vai acontecer nada, amor!
Diz Lucas com toda calma, quando Letícia relembra algo que me deixaria triste...
- Todos falam isto. Meu pai falou isto com minha mãe, quando ela se sentia preocupada. 
Ela sentia que ele estava traindo, justo com a empregada de nossa casa. 
Meu pai falava, dando desculpas e minha mãe se tranquilizava: 
 "Helena, mas que absurdo! Como você pode pensar uma coisa desta? Aquela mulher é muito feia, meu amor! Eu jamais faria isto com você."
E depois, lá estava meu pai, na cama de minha mãe com a empregada. 
Minha mãe viu tudo! Estava voltando do trabalho mais cedo e ao entrar em casa, viu tudo!
- Letícia, por que você está falando disto, agora?
Perguntei enraivecida.


- Falei sobre isto, porque quero que entendam que a vida é uma caixinha de surpresas! A gente não sabe mais o que pode acontecer. 
Muitos gostam de se arriscar, e muitos gostam de se prevenir.
Respondeu de um modo amargo.
- Mas, não precisava usar a nossa mãe como exemplo, Letícia. Ela, agora, é feliz!
- Não tem exemplo melhor para se fazer comparações, Olívia  Não tem, porque isto, eu senti e vi a nossa mãe sofrer... eu não quero o mesmo para mim.
Eu vou no armazém e pronto, está decidido!
Falou, ainda insistindo em sua ideia.
- Mas, onde está a confiança por Lucas, minha irmã?
Falei defendendo Lucas.
Olívia, nele eu ainda confio, é nela que não confio! 
Ela não é minha amiga, não sei o que posso esperar dela.
- Grande coisa ser amigo. Muitos fazem isto, mesmo sendo amigos. Fazem até quando dizem que se amam!
Falei olhando para Juliano... Ele fez isto com Júnior e agora, estava ali sentado junto a ele.
Neste momento, ele responde procurando se defender, havia notado o meu olhar.
- Eu não faria. Com uma amigo, não! Mas um conhecido, sim, caso eu não tivesse nenhuma simpatia por ele.
"O que ele quis dizer com isto? Será que não tem simpatia por Júnior?"
Pensei e imediatamente, o olhei e falei:
- Não deveria fazer isto com ninguém! Se estão juntos, é porque querem estar.
 Neste momento, Júnior entra na confusão, demonstrando desapontado com o meu silêncio.


- Amor, você não havia me falado nada disto. 
E olhando para Letícia continuou:
- Letícia, sua irmã havia me falado que seu pai estava morto.
Irada, me alterei:
- Pois morreu, amor! Morreu! Para mim ele morreu. Não merece mais o meu amor!
- Mas, por que você está falando comigo assim, amor?
Amor, sou eu, não precisa falar deste modo. Recorda do que conversamos, de não esconder nada um do outro?
- Mas escondi, pronto! Não quero falar mais disto!
 Júnior se sentiu chateado, eu via isto em seu rosto... Assim, Letícia fala:
- Júnior, deixa pra lá. Você ainda não conhece bem Olivia, mas 
 quando ela fica nervosa, ela se altera. É um gesto impensado, mas logo passa.
 - Quer parar, Letícia, de falar assim de mim! Deixa ele agir do modo dele. Deixa ele me entender, não precisa ensinar a ele como lidar comigo, será ele a fazer. 
Para dizer a verdade, não quero mais estar aqui, que droga!
Me irritei saindo da cozinha, indo para sala que se encontrava perto da cozinha. Queria estar sozinha. 
Este era o meu modo de dizer que estava com raiva. São estes impulsos que me dominam quando estou irada, me fazendo tomar atitudes sem pensar...
Fiquei quieta no sofá, mas escutava o que eles falavam por haver mito silêncio, naquele sitio.




Lucas por ver toda aquela situação criada, destruindo a harmonia do lugar, falou muito irritado com Letícia:
- Amor, você não vai e não adianta querer me dar ordens porque desta vez, eu não vou respeitar.  Você vai com sua irmã visitar Eduardo porque você precisa confiar em mim. O que está acontecendo com você, amor? Que insegurança é esta? Como poderei viver com você se você não confiar em mim? Não quero nem te ouvir dizer nada. Você vai estar com sua irmã, esta é a minha decisão!
Ela conhece Lucas e quando ele toma decisões, se ela não respeitar, ele se cala e passa dias sem falar com ela.
Estando ali no sitio e próximo do dia da viagem, não seria nada bom se ela inventasse de continuar a discutir com ele. Então, ela se calou!



Juliano observava tudo aquilo e penso que imaginava que tudo isto que aconteceu,  foi por causa dele, por tudo que havia feito de errado, causando este dano.
Júnior estava para se levantar, querendo ir ao meu encontro, mas Letícia o interrompeu dizendo:
- Não, Júnior, não vai! Será pior, é puro capricho, pirraça, e daqui a pouco  ela volta. Acredite... ela logo estará de volta. Se você for, vai perder o controle, porque depois, ela vai fazer sempre!
Senti raiva de minha irmã, naquele momento. Letícia me conhecia muito bem e estava revelando para todos o meu modo de ser.
Eu não sei se Júnior perdeu a vontade de fazer o que queria, de vir até a mim, só porque todos poderiam rir dele, ou porque concordou com minha irmã. Só sei que eu desejava realmente que ele viesse para estarmos a sós, assim poderíamos conversar calmamente... mas ele não veio!
Escutava Letícia falando:
- Desculpe, Juliano, por toda esta confusão. Você deve estar pensando que esta casa é casa de loucos!
- Não, de maneira alguma! Eu não me importo aliás, me sinto em casa.
Única coisa que não concordo é ver Júnior não ter ido ao encontro dela. Se fosse minha namorada eu iria, não escutaria ninguém. Eu iria acalmá-la e caso não se acalmasse, eu daria um jeito para tudo se resolver, me envolvendo em seus braços.
Faria isto, porque um pouco, ela tem toda a razão, Letícia, você invadiu a privacidade dela.
Eu estando, ali, naquele sala, pude ouvir tudo isto. Ele falou em voz alta, parecia que queria que o escutasse muito bem.
Eu gostava do seu modo de pensar. Era tudo que eu queria que Júnior fizesse, mas ele não fez... Preferiu ouvir os conselhos de minha irmã e isto me deixou muito desapontada com ele.
"Por que ele não soube agir como Juliano faria? Toda mulher desejaria isto."
Pensava entristecida. Ouvi a voz de Júnior falando com Juliano:
- Juliano, não quero ouvir a sua opinião. Não seguirei os seus conselhos, porque para que eu possa envolver nos braços de quem amo, não seria na hora da raiva. Para mim, momentos como este que você citou, tem de existir muita paz.
- Que ideia antiquada, Júnior! Desde quando se falando de amor a gente escolhe momentos? Você está errado em pensar assim! Tem momentos que fazem um relacionamento crescer muito mais, e são momentos assim, totalmente quentes que causam uma total aliança. São os melhores momentos, cara!
Mas tudo bem, faz a coisa de seu modo e depois, aguarde para ver o resultado.
Júnior se alterou tanto, que sentiu vontade de bater nele. Apontou as mãos fechados como se quisesse dar um murro e com o rosto desfigurado de raiva pronunciou:
- Não se meta na minha vida, não se meta entre nós dois, é a minha vida e sou eu a tomar minhas decisões.
Lucas estava totalmente nervoso, queria que tudo aquilo terminasse, porque os dois eram para ele grandes amigos, então falou:
- Calma gente, não vamos criar situações que possam nos ferir e depois não podermos estar juntos. Afinal, somos amigos!
Júnior ainda irritado falou:
- Eu não sou amigo dele, Lucas, eu não consigo gostar do seu modo de agir, não confio nele, pois ele diz uma coisa, mas seus olhos mostram outra.
Me desculpe, Juliano, por ter sido agressivo, mas minha vida quem decide sou eu.
Se estou errado ou não, sou eu quem vai analisar e não uma pessoa a quem não tenho tanta estima.
Me desculpe, mas não consigo ver você como um amigo. Não sei dizer o porquê, mas é assim!


E neste momento, saiu dali. Estava completamente nervoso.
Eu ainda desejava que ele viesse até a mim, mas não veio ao meu encontro e sim, foi para a varanda onde poderia controlar a carne.
Eu como sou diferente dele, ao vê-lo nervoso, fui imediatamente ao seu encontro. Passei por todos em total velocidade. Quando me aproximei dele, o abracei muito forte, o beijei por todo o seu rosto e olhando em seus olhos dizia:
- Amor, eu amo você, me desculpe! Me desculpe por não ter falado nada de meu pai. Te contaria, mas não achei que fosse o momento. Tudo tem seu momento, amor... Tudo, amor!
Confie em mim, eu te adoro! Sou feliz com você porque sei o quanto você me ama!
- Faz o favor de ficar calada, amor e me beija!


Naquela  varanda, entramos em uma porta que nos levava ao banheiro, e foi mesmo neste banheiro que fizemos amor!
Aquele banheiro foi melhor que qualquer cama macia!


Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 17
 

Todos os direitos reservados
Segue capítulo 18

 
Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Eu tenho dois finais para esta estória, mas já fiz a minha escolha... 
Escolhi um dos finais depois de muito refletir e também porque parte desta estória foi real e decidi aproveitar de minha vida o que foi realmente, mas...  Com uma diferença: 
No final estarei criando ilusões depois do que aconteceu realmente.
Porém eu queria que meus amigos leitores me revelassem com quem acha que Olivia deveria estar no final desta estória? Nossa, eu aqui fico super curiosa!
Por favor, revelem isto para mim?
O capítulo 18 já está quase pronto. Enquanto isto, espero respostas de amigos sobre minha pergunta.


domingo, 17 de abril de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XV

Onde Nasce uma Paixão

E assim, o fiz... Abri e olhei tudo um pouco, mas com uma vontade enorme de chegar na página que pretendia...  Folheava lentamente, observando as tais contas a pagar, mas no meio de tudo estava lá, aquela linda carta,  escrita para mim e antes que a lesse, eu sorri para ele mostrando uma enorme satisfação dele não ter escondido isto de mim, dele ser a pessoa que amo tanto! 
E para compensar, mostrei para ele que também não estava escondendo nada dele, pois ao abrir, fui para o final da carta e o mostrei que tudo aquilo que li, bem antes dele chegar, me emocionou demais. Assim, deixei escrito juntamente com um coração desenhado e uma enorme letra, a frase:
"Não esconda nada de mim, amor, porque eu te amo muito!"


E assim, a estória continua...
     O sonho Revelava um Intruso...  
Deixando Augusto Júnior Confuso!

Dengos...  Me fazia tantos dengos! 
Não se importou que eu tivesse lido a sua carta. Os beijos contínuos diziam isto. Parecia muito feliz por eu ter descoberto este seu segredo, porque para ele se expressar, havia uma grande dificuldade, e um pequeno empurrão, poderia ajudá-lo a se soltar mais comigo
Ligeiros pensamentos pairavam ao olhar para ele...
"Eu fiz a coisa certa, tenho certeza disto. Li tudo, mas não omiti, não menti, porque isto não faz parte da minha pessoa. 
Antes, havia escutado um conselho de Letícia e não funcionou e se tivesse escutado os conselhos de Cornélia, tudo ficaria diferente de como está agora... Mas, por que eu deveria levar para o túmulo uma coisa que se eu revelasse, poderia melhorar a minha vida, aliás melhorar a vida de nós dois? 
Não sei porque Cornélia agiria assim, mas deve ter suas razões. Talvez, o silêncio de seu marido a fez silenciar também... Por que falar se seu marido não iria responder?
Deve ser muito difícil amar alguém que fala pouco e não demonstra coisas ou não dá respostas que desejamos. Eu vou é falar, vou falar tudo que penso. Assim, só tende a melhorar minha vida com ele. Mesmo que fale de forma agressiva ou indesejáveis, na hora da raiva, não importa, o importante é falar."


Assim, falei:
- Amor, eu adorei tudo que li e queria te dizer que também não quero estar longe de você por muito tempo. Tudo que você escreveu, me fez sentir vontade de descobrir algum modo para estarmos juntos e nos conhecermos a cada dia mais um pouco... Na verdade, eu quero mesmo é um dia estarmos juntos de verdade. Estou sentindo um amor grande, e queria que ele tivesse forças para desenvolver. 
- O futuro nos espera amor! 
Se você realmente acreditar em nós,  eu farei de tudo para que, em um futuro próximo, você esteja comigo. Será complicado sabe, mas eu sei inventar maneiras para que isto aconteça e a faculdade...  Já estou no fim do curso. Esta minha futura profissão vai poder nos ajudar. 
Você nem pode imaginar o que já passou em meus pensamentos para poder estar com você!
- Você já está pensando nisto?
Perguntei toda alegre porque o nosso falar, estava dando um belo resultado.
- Não viu a carta? Eu só penso em estar por toda vida com você!
- Eu vi a carta, sim... amor, você escreveu maravilhosamente! Ao ler, meus olhos enchiam de brilho, me entristeci quando li seus lamentos ao pensar em sua mãe, li o quanto você admira a sua avó, e no final, o quanto me admira e me deseja...

- Te desejo tanto... é muito forte, e eu tremo todo o meu corpo quando te toco, e não quero que isto chegue a um fim. Eu olho para você e quando vejo este seu rosto, este narizinho delicado, este olhar malicioso e sapeca, esta boca vermelhinha, eu vejo um futuro! Neste futuro eu vejo uma filha com todos estes traços, que nos meus braços, me fará mais feliz, ainda.
- Amor! Amorzinho lindo, me abraça forte. Sabe que poderia ser um homenzinho com este seu olhar brilhoso... Ele nos seus braços, falando papai... minha nossa, eu acho que estamos exagerando, não?
- Não, claro que não! Se a gente quer isto, em um futuro, não é exagero, é só desejos e sonhos que poderão ser realizados. 
Estou te amando tanto amor!
Falou todo carinhoso... eu só sentia vontade de abraçá-lo forte e beijá-lo quando ele de repente lembrou:
- E por falar em sonhos, vamos revelar aquele meu sonho? O livro que revela sonhos é este? Será o que significava? Espero que não seja nada ruim! 
Toda vez que me lembro daquele Ser, no qual eu não via o rosto, me vem um nervoso! 
Ele, no sonho, te ensinava a cavalgar e quando se virou e eu pude ver, era um macaco querendo te beijar. Parecia um aviso como se alguém quisesse invadir o nosso relacionamento.
- Que exagero! Quem poderia se intrometer em nosso relacionamento? Não tem como existir ninguém capaz disto e foi por isto que no final, virou macaco. 
Falei dando gargalhadas e ele também ao lembrar, sorria muito e falou:
- Mas vamos ver o que poderia significar?
- Vamos sim, me dê o livro... Bem, no sonho você estava escondido e havia alguém me ensinando a andar de cavalo,certo?
Perguntei sorrindo e recordando e continuei...
- Então, esta cena podemos procurar no livro como ciumes ou insegurança...
- Não! Eu não sou ciumento!
- Mas no sonho você é.
- Tudo bem, então vamos olhar.
- Encontrei...Ciúmes . Bem, aqui diz... Nossa, é muito grande a resposta. 
Diz que geralmente, são os homens a sonhar sonhos deste tipo, em que o seu par provoca a eles ciúmes estando junto a outros, assumindo comportamentos provocantes...
Diz também que se confirma isto, porque o homem continua a ser, por razões históricas e culturais, muito possessivo. Só o pensamento que a sua mulher possa traí-lo, pode dar vida a repetidas visões imaginárias dominadas de tormentoso ciúmes.   
- Eu não sou assim. Não tenho ciúmes e nem sou possessivo...
- Calma, amor é só uma leitura...
Falei para ele toda sorridente, porque sei que na verdade, um pouquinho de ciúmes ele deve ter sim. 



Então continuei:
- Aqui está dizendo que na psicologia se diz que o ciúme é semeado na primeira infância, quando desejamos ter exclusividade do afeto materno e percebemos que deveremos dividir este afeto com o pai e irmãos, provocando insegurança e fazendo desejar que, em um futuro, a pessoa amada seja toda para a gente, seja única... Desejando ser para ela sempre a sua principal escolha em tudo que faz.
O conselho, aqui dado, é que um pouco de ciúmes faz bem para apimentar uma relação pois é o sal do amor, mas sonhar sempre com ciúmes, quer dizer que no fundo somos como crianças imaturas. Precisa decidir crescer e aprender a equilibrar o relacionamento da maneira que não faça o outro se sentir sufocado com o nosso amor. 
- Amor, na carta que te escrevi, eu falo sobre minha mãe sempre me vendo como o meu pai. Talvez eu sentia ciúmes disto e agora, estou tão inseguro e sonho com alguém querendo tirar você de mim.
- Pode ser... te causava insegurança ao ponto de fazer você sentir vontade de ir embora. 
Meu amor, isto talvez não queira dizer nada, pois você só sonhou uma vez e aqui diz que, pode causar danos se sonhar muitas vezes... 
- Eu espero não sonhar mais isto, pois não quero parecer uma pessoa insegura e imatura aos seus olhos, ao ponto de sentir ciúmes por alguém que, em um futuro, venha se aproximar de você. Não desejo ser assim.
Continua pois estou gostando. Tinha cavalo, a sua queda, o macaco e eu jogando água nele... Nossa, este sonho tinha muita coisa!
- Vamos ver  o que significa sonhar com cavalo, então.
Achei! Nossa, é enorme! Deixa eu ler primeiro para resumir...
- Não, amor, leia tudo.
- Diz assim: Pensando na qualidade do cavalo, ele é um animal nobre, inteligente, elegante. Possui uma sua dignidade. Ele é impetuoso, fogoso, selvagem dificilmente dominável. Com todas estas qualidades, algumas delas poderão fazer parte de você. Caso nenhuma pareça com você, pode ser porque você está vendo a classificação em seu par. Talvez ela seja uma criatura livre que você está cercando de colocar freios. Se não é este o caso, poderá verificar então, que se você é uma pessoa jovem o cavalo representa impetuosidade, astúcia, desejo de viver... 
Fala também sobre cores... qual foi a cor do cavalo que você sonhou?
- Eu não lembro, disto eu não lembro.
- Então, isto não fez parte do sonho... 
Olha que interessante o final! Fala sobre cavalgar e era isto que eu estava para fazer... diz que o sonho de cavalgar poderá representar o desejo de atividade erótica.
- Tem um pouco de verdade nisto, sim! Porque... Ultimamente, não penso outra coisa. 
Falou sorrindo maliciosamente continuando a falar:
- Vamos ver macaco... 
Aqui, diz que segundo a teoria de Darwin somos descendentes deles. Este animal simboliza então, mais que qualquer outra coisa, o espírito primordial que agita em nós. Em uma interpretação sexual o macaco representa o sexo sem freio, a luxúria... 


Quanto a estar de longe a observar o que eu fazia, aqui, diz que se observar alguém significa que você deseja conhecê-lo melhor, saber tudo desta pessoa e saber o que ela pensa de você. 
Olha que interessante, amor, isto aqui... "Recorde que muitas cenas relativas a observar, tem haver com curiosidade sexual."
Você reparou em uma coisa neste seu sonho amor?
- Sim... reparei que tudo acabou em sexo! Que sonho promiscuo este meu, não?
- No final, a conclusão deste sonho é que você está cheio de desejos e louco de vontade de mostrar este seu lado impetuoso, fogoso, selvagem e dificilmente dominável. E vendo o macaco que na verdade, poderia ser um homem, mas um homem na forma do macaco que representa "sexo sem freio e luxuria", faz você se sentir inseguro, pensando que ele poderá fazer tudo isto no seu lugar. 
Que loucura! Realmente tudo neste sonho, acaba em sexo!
Olhamos um para o outro e caímos na gargalhada, pois, os nossos momentos a sós, quase sempre o que desejávamos era sexo a todo vapor!
- Que tal concretizarmos este sonho antes deste macaco aparecer?
Falou ele me olhando com um ar de pedinte ... 
Tão lindo este seu jeito descontraído que eu estava vendo, bem ali, perto de mim! Parecia que tudo lá fora, nem existia. 
Ele parecia como uma onda forte querendo me engolir inteira, e eu, não sabendo me livrar desta onda, teria de ser engolida.


Começamos a nos acariciar de todas as maneiras quando ao improviso iniciamos a ouvir gritos de Letícia. Eram gritos muito fortes a me chamar.
- Olívia! Olívia venha! Júnior! Olívia!
Vesti algo veloz e fomos ver o que estava acontecendo. Quando cheguei, fui logo perguntando:
O que foi? Você está querendo nos assustar?
- Venha, aconteceu algo grave com o filho de Cornélia.
Falou Letícia muito agitada. Desci as escadas que me levava ao campo que ali havia, era coberto de gramados bem verde e macio. Esqueci que sentia dores no pé, aquela dor não significava nada pelo que senti em me coração. Aquela dor se tornou minúscula e eu só queria chegar até Cornélia, que estava muito nervosa com lágrimas nos olhos se preparando para ir ao hospital da cidade. 
Disseram que seu filho Eduardo estava brincando perto da casa, quando aspirou um corpo estranho o deixando sufocado. Não conseguiram identificar o que era. Imaginaram que poderia ser uma pequena pedra ou algo pequeno que poderia estar naquele terreiro. Crianças pequenas não tem noção de perigo e quando isto aconteceu, Antônio estava perto dele, mas se distraiu, por apenas alguns segundos, causando este acidente.
Quem falou tudo isto foi o irmão de Cornélia que estava, ali de frente, pronto para levar Cornélia ao hospital de cavalo.
Lucas não deixou, oferecendo de levá-la com o carro, pois o caminho era longo, deveria ir à Cárceres onde se localizava o hospital. Cárceres era a cidade mais próxima do sítio e havia um grande hospital onde a assistência para primeiros socorros, era sempre muito organizada. Lucas disse que, ali, a criança estaria em boas mãos, pois conhecia muito bem o hospital. Ele sempre ouvia falar porque o pai de Lucas, tinha grandes amizades com os médicos. Os médicos, dali, faziam parte do grupo de caça que seu pai organizava.
Assim, todos nós aproveitamos para irmos, assim, poderíamos estar perto dela em uma situação tão dramática. 
Seu irmão deveria ir à cavalo, porque não havia lugar para ele no carro, mas ele não se importou, pois, já estava habituado a fazer percursos longos de cavalo. 
Eu estava tão agarrada à Cornélia que nem havia visto bem seu irmão, como também. nem nos apresentamos. 


Tudo aconteceu tão veloz, que no mesmo instante que estávamos ali parados, naquele pequeno campo, em segundos depois, já estávamos pela estrada em direção à Cárceres. 
Penso que nem fechamos a casa... Assim, falei:
-  Esquecemos de fechar as portas da casa, Letícia!
- Claro que não, eu fechei tudo, esteja tranquila. Agora, estejamos tranquilas... Cornélia, tudo vai andar bem, Deus é grande e vai proteger este anjinho.
- Obrigada, Letícia, pelo seu carinho. Deus é grande, sim e não vai me deixar na mão agora, eu sei que não!
Aquele sitio estava realmente se tornando a minha vida. A vida que qualquer pessoa que ama a natureza poderia desejar. Eu, naquele momento, comecei a imaginar o quanto estava me envolvendo com todos daquele lugar. Neste instante, estava para conhecer o filho de Cornélia e nossa aventura estava ficando um pouco de lado para podermos amparar amigos que conquistamos. 
Para Lucas aquele casal Antônio e Cornélia era como da família. Lucas tinha um carinho e respeito pelos dois e eles sabiam muito bem disto, por isto, eram sempre muito dedicados à Lucas e seus pais.
Depois de um longo percurso, chegamos ao hospital. Ao entrar tivemos a informação que Eduardo já estava sendo atendido e que não precisávamos mais nos preocupar, porque o perigo já havia passado. 
Quanto felicidade pude ver nos olhos de Cornélia! Aquele filho era tudo para ela. Ela sempre falava muito dele nas suas conversas, contando o quanto ele era peralta e o quanto radiava alegria . Dizia que era muito sorridente e quando ela estava perto dele, tudo se tornava luz!
A enfermeira levou Cornélia para perto da sala onde Eduardo estava sendo atendido. Eu fui junto a ela, não conseguia estar longe dela, naquele momento. Ela segurava a minha mão, por todo instante, como se quisesse a minha presença ao seu lado. 
Quando chegamos, vimos Antônio todo silencioso e cabisbaixo. Ao ver Cornélia a abraçou muito forte, mas como sempre não falava muito. Foi ela quem pediu que ele contasse o que havia acontecido. Assim, ele então falou bem resumido, contando tudo. Eu de longe pude observar a cena... Havia muito carinho da parte dele e mesmo falando pouco, ele demonstrou em gestos como um forte abraço!
Depois de assistir este momento único, voltei para perto de Júnior deixando os dois viver aquele momento à sós.


Todos estavam ali sentados em um banco do hospital, no corredor perto da recepção. Quando me sentei, Júnior me fez um carinho mordendo em minhas mãos e depois me pegou entre os braços como se estivesse me dando colo. Havia tanto conforto... sempre que estava perto dele era assim. 
Ele me abraçava e tocava o meu cabelo, enquanto eu olhava o movimento de todos que circulavam no hospital. Aqueles toques em meu cabelo me acalmava mais que tudo!
Lucas e Júnior se falavam e Letícia falava comigo. Fazíamos comentários do que víamos, ali dentro do hospital. Apesar de ser um hospital, era um belo hospital. Tudo era muito limpo, e as paredes da recepção eram em tons amarelo e laranja. Isto me chamou muito a atenção, pois, sempre via outros hospitais totalmente branco, que era a cor da paz e desta vez, estava vendo algo diferente, como se estivesse em um ambiente de uma casa. Penso que este modo poderia ser um novo método de cura. Fazer com que as pessoas doentes se sentissem em casa. 
Neste momento, a porta principal abre e entra um pessoa. 
"Que homem belo! Será um doutor ou enfermeiro?Mas, não está de branco e sim, de jeans e malha. Talvez, aqui ele mude de roupa ou talvez, é um pai de alguma criança que está internada... só sei que era muito belo!"
Júnior ali fazendo carinho em mim e eu olhando um outro rosto completamente diferente. Havia um olhar um pouco asiático e assim, comecei a pensar, deixando de falar com minha irmã...
"Mas de onde surgiu isto, meu Deus?"
Minha irmã também se calou, talvez, estava vendo o mesmo que eu, ou estava dando carinho a Lucas, nem sei, pois, meus olhos só viam aquele rosto.
Pensei novamente falando comigo mesma:
"Olivia sossega, onde já se viu agir assim! Eu acabei de dizer eu te amo e estou apreciando outro rosto, outra pele" 
Ele continuava ali na recepção pedindo informação debruçado no balcão da recepção. Aproveitei para olhar aquele traseiro perdido em um jeans caído, como se não tivesse um cinto.
"Será errado olhar para outro quando se ama? Será que se passasse um linda mulher, aqui e agora, Júnior deixaria de olhar para ela? Eu penso que não! Acho que coisas assim é muito normal, é instintivo. Este modo de ser pertence a todos e muitas vezes, nós mulheres, olhamos também para outras mulheres, que consideramos uma ameaça para nós.


Ele é perfeito mas não quer dizer que deixei de amar Júnior. A que serve a perfeição se nem sei o que tem em sua mente? Uma perfeição provisória que com o tempo vai embora... O que tenho perto de mim já se tornou perfeito, desejável!"
Ele parecia um cowboy, mesmo não tendo um chapéu na mão. Definitivamente não era um medico. Médicos não vestiriam um jeans assim todo largado.
"Que cabelo lindo. Ele tem tanto cabelo!... Agora está vindo em minha direção. Vou poder observá-lo melhor quando ele passar. Oh meu Deus, ele está parando! Será que percebeu que o olhava?"
- Você não demorou nada, cara! O seu cavalo é uma Ferrari?
Falou Lucas olhando para ele e como de costume brincando.
" Senhor de Deus, ele é o irmão de Cornélia! O irmão de Cornélia e eu nem tinha notado o quanto ele era lindo, quando estava naquele sitio. Se soubesse disto viria a cavalo com ele, pois, é lindo demais! 
O sonho de Júnior estava se concretizando, neste momento, e agora, estou pensando que o macaco que Júnior havia visto, é nada mais, nada menos que o irmão de Cornélia."

- Eu sou habituado com cavalos, para mim, eles são como carros!
Respondeu com uma voz rouca e um sorriso diferente...
- Pessoal, para quem não conhece ainda, este é Juliano, o irmão de Cornélia. 
E assim, se fez as apresentações, enquanto percebia que seu olhar se fixava em mim! Sentia nas minhas costas movimentos de Júnior procurando me abraçar mais forte. Júnior dizia de não ser ciumento, mas demonstrava o contrario!

Autora: Aymée Campos Lucas 
 Aventura de Louco... Todo Mundo quer um Pouco.
Capitulo 15
Todos os direitos reservados

Segue capítulo 16 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Toda interpretação feita do Sonho de Augusto Júnior, foi realmente  analisada em um livro que me pertence, chamado: Il nuovissimo Libro Dei Sogni di Caterina Kolosimo e o mais interessante foi que eu pesquisei nele somente hoje para escrever, e pesquisando, percebi que o sonho que havia criado, teve uma completa sintonia com a interpretação. Muito curioso, eu achei tudo isto, e senti vontade de dizer.

No próximo capitulo, este rival será que vai prejudicar este relacionamento que está, cada dia, crescendo mais? Aguardem para saber.



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