Onde Nasce uma Paixão
Júnior sorria para mim relembrando os nossos primeiros momentos em Cuiabá. Nossa, quanta coisa agradável já havia vivido com ele. Eu estava feliz de poder ter conhecido Júnior e sentia que ele também estava!
Mesmo não imaginando que tudo isto aconteceria, assim tão rápido em minha vida, sentia que estava amando realmente aquele homem sério, calado, amoroso, às vezes, rude, desconfiado, inseguro... Quanta coisa já conhecia dele!
Capítulo 16
Capítulo 16
E assim, a estória continua...
Te deixa com coração na mão.
O Sonho de Aliança? É em Vão!
- Olívia, a mãe quer falar com você novamente...
Falou Letícia.
Estávamos para voltar ao sítio quando, minutos antes, decidimos aproveitar que estávamos ali, na casa dos pais de Lucas, para ligar à nossa mãe. Quantas saudades já estava sentido de minha mãe Helena e sabia que ela também sentia o mesmo, mas sabia também que ela estava feliz de saber que eu estava feliz.
Contei um pouco de tudo, mas não havia falado o quanto estava envolvida por Júnior. Não sei porque escondi isto dela. Eu tenho o costume de falar para ela tudo que me acontece, nunca escondo, porque seus conselhos eu sempre escuto e aprecio ao ponto de segui-los.
Talvez, seja porque sabia que ela poderia se preocupar em saber que, não era somente uma aventura tudo que estava vivendo... e sim, porque estava me envolvendo, ao ponto de novamente poder me sentir triste quando tornasse para minha cidade. Sabia que isto a deixaria preocupada. Ela sabe que relacionamentos à distancia são difíceis e para ela eu ainda poderia não estar preparada para isto.
Quando fui novamente falar com ela, descubro que Letícia em vez de falar somente do que ela estava vivendo, resolveu relatar tudo sobre mim também. Então, naquele telefone já sentia um ar de preocupação da parte dela.
- Não, mãe, Letícia exagerou... Não falei nada, sobre isto, porque não achei tão importante.
Falei sussurrando, não queria que Júnior escutasse o que falava, então, pensei...
"Mas, por que estava dizendo assim para a minha mãe? Eu sempre falo tudo para ela e um dia antes, tudo isto para mim, era a coisa mais importante que estava me acontecendo e eu já estava até fazendo alguns planos futuros, mas neguei. Deveria estar toda eufórica e mostrar o que vinha sentindo, mas não fiz"...
Do outro lado do telefone, sua voz se fez me dando conselhos:
- Olivia, eu sei que sua irmã não estava exagerando, porque te conheço demais, minha filha!
Eu sei o quanto você se envolve quando està com uma pessoa a quem te dá carinho e talvez, seja até amor o que vocês estão sentindo, mas eu acho que por ser algo que está iniciando, não poderá ser tão forte para suportar o que vem depois, quando vocês estiverem longe um do outro.
Então, minha filha tenta não se envolver tanto, não se prender a nada com tamanha força, não se alimentar de esperanças, não criar projetos que possam desaparecer na existência de um nada que surgirá, quando distante não poderá vê-lo e senti-lo.
A força de um amor tende a enfraquecer, tende a diminuir por não sentir o calor da pele um do outro. O respiro, os sorrisos, os olhares, os toques de pele, é isto que alimenta o amor e isto, você não poderá haver e novamente você irá se entristecer."
- Mãe, a gente se entristece quando não temos nenhuma esperança, não tem o falar, não tem o carinho, o afeto mesmo estando distante, as promessas de um novo amanhecer ao lado da pessoa que desejamos estar... não existindo isto, faz surgir total insegurança e desconfiança... Isto sim, poderia me fazer sofrer.
Mãe, quero que saiba que se eu tiver ao menos um pouco disto, já seria para mim um grande alimento para pensar que poderei estar com ele um dia.
Muitas pessoas, mesmo se sentindo insegura, continuam amar e lutar por um amor que parece estar perdido, mas isto, eu não faria mais como fiz antes.
Não se preocupe mãe, eu só vou esperar dele coisas que eu poderei também dar à ele, que são ainda apenas sonhos, que se tiver mesmo amor com muito desejo, irão se concretizar. Caso não se realize, vou saber que não existia assim tanto querer e não vou sofrer como sofri antes, porque agora aprendi a gostar muito mais de mim, de me querer todo o bem deste mundo e mesmo estando longe dele, eu quero continuar vivendo, procurando me relacionar com todos os amigos.
Quero também voltar a estudar e tudo isto ira me ocupar, esteja tranquila, não quero saber que estará ai preocupada com algo que não é necessário se preocupar.
Mãe, diga a vovó que estou morrendo de saudades dela!
- Eu vou dizer... Esteja bem minha filha e dê um beijo em sua irmã por mim novamente.
Falou minha mãe.
- Tudo bem eu falo para ela. Mãe, agora tenho de desligar, devemos voltar para o sitio antes que escureça.
Beijos, mãezinha, linda minha!
- Beijos enormes, querida da mãe.
Desliguei o telefone e fui para perto de todos que me esperavam para voltarmos ao sitio.
Retornando ao sitio já estava tarde, mas o sol insistia em reinar, então pude apreciar paisagens que antes não havia notado por ter feito todo o trajeto preocupada com Eduardo e consolando Cornélia.
Agora não, agora, me sentia tranquila para poder ver o quanto aquela estrada era bela!
Ainda claro, e estando longe da cidade entrando nos confins para chegar ao sitio, pude ver pássaros que cantavam fortemente, animais que, no fim da tarde, atravessavam a estrada como se estivessem voltando para casa, como eu estava fazendo.
Todo aquele lugar parecia meu, ali, era já a minha casa, eu queria estar ali para sempre!
Queria poder deitar na relva, nas folhas caídas na beira da estrada, sentir todo aquele cheiro de mato, muitas vezes, perfumado, que surgia com o vento tanto cheiro de flor... outras vezes, com cheiro de terra molhada ou terra seca de folhas do outono... por toda a estrada, eu podia ver os raios do sol, eram fortes. Apareciam entre as árvores que fechavam a estrada, como se o verão nunca tivesse fim, como se a noite não tivesse vez, naquele lugar!
Parecia que todas as estações estavam presentes, ali, de uma só vez. Era a coisa mais bela que Deus poderia ter me presenteado. Fazer todos os meus sentidos estarem atentos para tudo... sentir o cheiro... ver... ouvir e poder também tocar em tudo!
No meio de toda esta minha degustação de meus sentidos, nasce um amor...
Pensei:
"Será que é amor, meu Deus? Será que resistiria com o tempo? Será que minha mãe poderia estar certa, Senhor? Será que realmente eu entrei na estrada correta?
Eu vejo Júnior, aqui do meu lado, todo carinhoso e silencioso e meus pensamentos estão à relembrar aquele toque de mão... ele não me sai da cabeça. O que eu senti foi diferente do que senti quando vi Júnior pela primeira vez.
Qual seria a melhor maneira para se comparar quando é amor? Seria quando ele entrasse em minha vida de uma maneira mais tranquila, tomando conta lentamente de meu ser, ou quando a fúria toma conta desse meu corpo, que ainda parece estar carente?
Ao fechar os meus olhos eu via de uma maneira embaçada o sorriso de Juliano. Via aquelas cenas do hospital, e seu sorriso... Era um sorriso diferente, parecia tímido, mas por detrás daquela timidez, existia outra coisa que não poderia comparar com timidez...
Eu estava dividida entre dois Seres, mas não desejava estar. Simplesmente nasceu em mim este desejo que queria que se perdesse, dentro de mim, para sempre! Quando relembro tudo que já vivi aqui com Júnior, eu me sinto tão feliz!
Por que o ser humano é assim sempre descontente com o que tem? Por que andamos em busca de algo que já possuímos? Eu não quero... eu não posso desejar e querer modificar tudo em mim! Eu já encontrei alguém que me ama!"
Fugindo de meus pensamentos, olhei rapidamente para o lado, só para ver se Júnior havia percebido o quanto estava longe dele, naquele momento, e ao olhar, o vi dormindo.
Voltei a pensar, já que não tinha com quem falar...
"Como ele consegue dormir quando se faz um passeio como este? Impossível pois tudo é tão belo! Parece que ele, não gosta tanto daqui porque se gostasse estaria falando de tudo que via comigo em vez de me deixar perdida em pensamentos. Parece que depois que revelou o seu amor por mim, se sente aliviado como se nada pudesse mais destruir, então dorme em vez de alimentar este nosso amor!
E, eu aqui fico encontrando razões para deixar de gostar dele. Será que estou mesmo procurando isto?
"Todo mundo dorme, Olívia... isto é natural"
Falou aquele meu pensamento... aquele que parece defender, a todo custo, a pessoa que escolhi de estar, aquele que quer negar e tirar de mim o que venho sentindo, ao me perder em devaneios"...
Ao olhar novamente para Júnior me assustei quando, de repente, Lucas começou a buzinar. Estava espantando toda a paz daquele lugar. Buzinava e gritava:
- Vamos ver quem chega primeiro... Eu, ou você neste cavalo que mais parece uma Ferrari?
Era ele! Estava pela estrada, indo em direção ao sitio para nos encontrar. Me senti feliz, queria ver aquele rosto sem estar embaçado em minha memória, então, agarrei meu rosto no vidro, sem nem ligar se Júnior poderia ver o que fazia. Eu queria ver, ver, ver...
Buscava todos os ângulos, daquela pequena janela, mas não consegui vê-lo perfeitamente, pois quando Lucas gritou, ele acelerou seu cavalo e desapareceu da nossa visão.
Ao chegarmos, lá estava Juliano sentado em uma cadeira na varanda, com as pernas para cima, como se quisesse dizer a Lucas que seu cavalo era realmente mais veloz que o carro dele.
- Tudo bem, já entendi, não precisa exibir e exagerar, já sei que tenho que trocar de carro.
Falou Lucas sorrindo.
- Havia esquecido o quanto este sitio é lindo e o quanto eu o desejo.
Fala Juliano, ao ver novamente o sitio.
Fala Juliano, ao ver novamente o sitio.
- Andei conversando muito com meu pai, hoje, sobre a viagem dele. Ele está se mudando e você já sabia, não?
Perguntou Lucas.
Perguntou Lucas.
- Sim, eu sabia...
Respondeu Juliano.
Respondeu Juliano.
- Vida, o que você está dizendo?
Pergunta Letícia, muito curiosa.
- Amor, não te falei nada porque são apenas decisões que meu pai está tomando, mas que ainda não tem nada resolvido. Ele disse que se transfere para a cidade onde começou sua carreira, e onde tem sua propriedade que o espera. Meu pai está se aposentando e talvez, prefira voltar para Minas. Mas não tem nada resolvido ainda, são somente hipóteses.
Falou olhando para Juliano. Eu percebi que aquele olhar dizia outra coisa, mas não podia entender o que era. Ali havia um segredo que me deixou muito curiosa.
Eu e Letícia entramos porque queríamos tomar um banho, mas não sabíamos se poderíamos usar a água que havia de reserva ou se teríamos de fazer este banho no chuveiro lá de fora. Acho que nem precisava perguntar, pois os banhos teriam sempre de ser feitos lá fora, pois a água de dentro era conservada para outros casos. Lá fora, este chuveiro era protegido por uma parede de cimento e ninguém poderia nos ver quando ao improviso ficássemos nuas. Entramos juntas ao banho, e ali conversamos um pouco sobre tudo, riamos da situação que nos encontrávamos.
Era sempre assim... a cada banho que deveríamos fazer, havia festa, muita diversão!
E estando ali dentro com Letícia, falei:
E estando ali dentro com Letícia, falei:
- Letícia, quando vivemos coisas que não faz parte do nosso cotidiano tudo se torna divertido, mas se tivéssemos que viver neste sitio, eu me pergunto sempre como seria? Será que eu iria ter tanta paciência, será que não me sentiria perdida de todo o resto do mundo? Será que todos os dias, se eu tivesse de lavar vasilhas, e tomar banho, aqui fora, eu estaria feliz!
- Mas que perguntas, Olivia! Não sei porque você perde tempo em pensar coisas que não fará? Tem tanta coisa mais importante para pensar e você a perder tempo com isto.
- O quê, por exemplo?
- Quer exemplo? Você viu o tanto de carne que Lucas comprou e que teremos de preparar para o churrasco?
- Vai ter churrasco, aqui?
- Olivia, definitivamente você vive no mundo da lua! Você não viu a carne que Lucas comprou em Cárceres. não?
- Não, não vi nada disto. Talvez, fosse na hora em que estava falando com a mãe e não vi e depois, vocês não falaram nada.
- Falamos sim, falamos umas duas vezes quando estávamos no carro.
- Mas eu não presto atenção na conversa de vocês, eu não gosto.
- E o que você faz, então, para não escutar?
- Eu fico imaginado outras coisas...
- Como por exemplo, viver em um lugar que você nem precisava de pensar, porque o homem com quem você está sonhando em viver, vive em Minas e não aqui.
- Você está certa, mas eu gostei demais daqui, gostei muito ao ponto de desejar viver aqui.
- Realmente, maninha... aqui é tudo um paraíso só!
- Se você estiver para sempre com Lucas, será uma pessoa de sorte.
- Mas o pai de Lucas vive mudando, não tem um lugar certo, que nem sei o que será de nós!
- Esteja tranquila, Letícia, porque você realmente é a pessoa que Lucas ama e para onde ele for, você também irá.
- Eu gosto muito dele, Olivia e tem vez, que só de pensar de estar distante dele, me faz sofrer.
- Amor, vocês duas estão demorando, daqui a pouco, o escuro toma conta, anda logo!
- Acabamos, vida! Já estamos indo.
Eles estavam preparando a churrasqueira e o vinho já estava aberto. Na cozinha, havia outras garrafas de vinho e também havia cerveja que Lucas comprou junto com a carne.
Estávamos servidos para toda a noite, pois, Lucas já estava dizendo que a noite seria uma criança...
Tudo aconteceria na parte da varanda e cozinha onde havia uma grande mesa e todos nós, alguns minutos depois, estaríamos sentados a jogar, brincar, gargalhar, enfim, muita diversão!
- Vida, acho que a carne deve ser controlada e isto quem deve fazer é você.
Falou Letícia no melhor momento em que estávamos jogando baralho.
- Vamos ter de colocar ordem nisto... Acho que desta vez, quem deve olhar é Júnior que ainda não olhou nem uma vez.
Responde Lucas.
- Tudo bem, eu vou, mas não jogar enquanto eu estiver olhando a carne.
Júnior concorda, mas queria, na verdade, era estar jogando...
- Tudo bem, a gente espera, amor!
Falei carinhosamente. Me beijou e saiu quando Lucas aproveita o intervalo para falar:
- Amanhã, teremos de ir no armazém para comprar o que devemos levar na viagem de domingo. Você vem com a gente, Juliano?
- Lucas, você sabe que não gosto de ir lá, acho melhor não.
Responde Juliano
- Mas, você vai estar com a gente Juliano, e também será uma coisa rápida. Você pode dormir aqui, hoje. Tem lugar, o sofá vira cama.
- Quanto a dormir aqui, eu aceito sim, mas não posso ir naquele lugar. Tem muito mais coisas que me impedem de frequentar ali, mas não quero falar sobre isto não. O que quer comprar? Eu conheço um outro armazém muito bom, lá tem de tudo e é caminho para onde iremos, porque não deixamos para fazer isto na viagem?
- Mas, não vai atrapalhar? Pode atrasar a viagem.
Pergunta Lucas indeciso.
- Nisto você tem razão, mas não penso que possa ser problema.
Concorda Juliano.
- De qualquer maneira, terei de ir para controlar o carro, colocar gasolina. Faço só isto e deixo as compras para fazer neste lugar, então.
Fala Lucas.
- Vida, eu também quero ir no armazém com você.
Diz Letícia como se quisesse defender seu relacionamento.
- Letícia, não! Havíamos combinado de ir na casa de Cornélia para ver Eduardo.
Falei um pouco nervosa, por não aceitar a sua decisão. Mas ela insiste...
- Não... Eu quero ir no armazém.
- Amor, por que? Acho melhor você fazer o que havia combinado, afinal é Cornélia.
Fala Lucas quando Júnior volta com muita carne assada.
Neste momento, surgem divergências, quando Letícia teima em querer ir.
- Porque não quero que você vá sozinho.
- Não vai acontecer nada, amor!
Diz Lucas com toda calma, quando Letícia relembra algo que me deixaria triste...
- Todos falam isto. Meu pai falou isto com minha mãe, quando ela se sentia preocupada.
Ela sentia que ele estava traindo, justo com a empregada de nossa casa.
Meu pai falava, dando desculpas e minha mãe se tranquilizava:
"Helena, mas que absurdo! Como você pode pensar uma coisa desta? Aquela mulher é muito feia, meu amor! Eu jamais faria isto com você."
E depois, lá estava meu pai, na cama de minha mãe com a empregada.
Minha mãe viu tudo! Estava voltando do trabalho mais cedo e ao entrar em casa, viu tudo!
- Letícia, por que você está falando disto, agora?
Perguntei enraivecida.
- Falei sobre isto, porque quero que entendam que a vida é uma caixinha de surpresas! A gente não sabe mais o que pode acontecer.
Muitos gostam de se arriscar, e muitos gostam de se prevenir.
Respondeu de um modo amargo.
- Mas, não precisava usar a nossa mãe como exemplo, Letícia. Ela, agora, é feliz!
- Não tem exemplo melhor para se fazer comparações, Olívia Não tem, porque isto, eu senti e vi a nossa mãe sofrer... eu não quero o mesmo para mim.
Eu vou no armazém e pronto, está decidido!
Falou, ainda insistindo em sua ideia.
- Mas, onde está a confiança por Lucas, minha irmã?
Falei defendendo Lucas.
- Olívia, nele eu ainda confio, é nela que não confio!
Ela não é minha amiga, não sei o que posso esperar dela.
- Grande coisa ser amigo. Muitos fazem isto, mesmo sendo amigos. Fazem até quando dizem que se amam!
Falei olhando para Juliano... Ele fez isto com Júnior e agora, estava ali sentado junto a ele.
Neste momento, ele responde procurando se defender, havia notado o meu olhar.
- Eu não faria. Com uma amigo, não! Mas um conhecido, sim, caso eu não tivesse nenhuma simpatia por ele.
"O que ele quis dizer com isto? Será que não tem simpatia por Júnior?"
Pensei e imediatamente, o olhei e falei:
- Não deveria fazer isto com ninguém! Se estão juntos, é porque querem estar.
Neste momento, Júnior entra na confusão, demonstrando desapontado com o meu silêncio.
- Amor, você não havia me falado nada disto.
E olhando para Letícia continuou:
- Letícia, sua irmã havia me falado que seu pai estava morto.
Irada, me alterei:
- Pois morreu, amor! Morreu! Para mim ele morreu. Não merece mais o meu amor!
- Mas, por que você está falando comigo assim, amor?
Amor, sou eu, não precisa falar deste modo. Recorda do que conversamos, de não esconder nada um do outro?
- Mas escondi, pronto! Não quero falar mais disto!
Júnior se sentiu chateado, eu via isto em seu rosto... Assim, Letícia fala:
- Júnior, deixa pra lá. Você ainda não conhece bem Olivia, mas
quando ela fica nervosa, ela se altera. É um gesto impensado, mas logo passa.
- Quer parar, Letícia, de falar assim de mim! Deixa ele agir do modo dele. Deixa ele me entender, não precisa ensinar a ele como lidar comigo, será ele a fazer.
Para dizer a verdade, não quero mais estar aqui, que droga!
Me irritei saindo da cozinha, indo para sala que se encontrava perto da cozinha. Queria estar sozinha.
Este era o meu modo de dizer que estava com raiva. São estes impulsos que me dominam quando estou irada, me fazendo tomar atitudes sem pensar...
Lucas por ver toda aquela situação criada, destruindo a harmonia do lugar, falou muito irritado com Letícia:
- Amor, você não vai e não adianta querer me dar ordens porque desta vez, eu não vou respeitar. Você vai com sua irmã visitar Eduardo porque você precisa confiar em mim. O que está acontecendo com você, amor? Que insegurança é esta? Como poderei viver com você se você não confiar em mim? Não quero nem te ouvir dizer nada. Você vai estar com sua irmã, esta é a minha decisão!
Ela conhece Lucas e quando ele toma decisões, se ela não respeitar, ele se cala e passa dias sem falar com ela.
Estando ali no sitio e próximo do dia da viagem, não seria nada bom se ela inventasse de continuar a discutir com ele. Então, ela se calou!
Juliano observava tudo aquilo e penso que imaginava que tudo isto que aconteceu, foi por causa dele, por tudo que havia feito de errado, causando este dano.
Júnior estava para se levantar, querendo ir ao meu encontro, mas Letícia o interrompeu dizendo:
- Não, Júnior, não vai! Será pior, é puro capricho, pirraça, e daqui a pouco ela volta. Acredite... ela logo estará de volta. Se você for, vai perder o controle, porque depois, ela vai fazer sempre!
Senti raiva de minha irmã, naquele momento. Letícia me conhecia muito bem e estava revelando para todos o meu modo de ser.
Eu não sei se Júnior perdeu a vontade de fazer o que queria, de vir até a mim, só porque todos poderiam rir dele, ou porque concordou com minha irmã. Só sei que eu desejava realmente que ele viesse para estarmos a sós, assim poderíamos conversar calmamente... mas ele não veio!
Escutava Letícia falando:
- Desculpe, Juliano, por toda esta confusão. Você deve estar pensando que esta casa é casa de loucos!
- Não, de maneira alguma! Eu não me importo aliás, me sinto em casa.
Única coisa que não concordo é ver Júnior não ter ido ao encontro dela. Se fosse minha namorada eu iria, não escutaria ninguém. Eu iria acalmá-la e caso não se acalmasse, eu daria um jeito para tudo se resolver, me envolvendo em seus braços.
Faria isto, porque um pouco, ela tem toda a razão, Letícia, você invadiu a privacidade dela.
Eu estando, ali, naquele sala, pude ouvir tudo isto. Ele falou em voz alta, parecia que queria que o escutasse muito bem.
Eu gostava do seu modo de pensar. Era tudo que eu queria que Júnior fizesse, mas ele não fez... Preferiu ouvir os conselhos de minha irmã e isto me deixou muito desapontada com ele.
"Por que ele não soube agir como Juliano faria? Toda mulher desejaria isto."
Pensava entristecida. Ouvi a voz de Júnior falando com Juliano:
- Juliano, não quero ouvir a sua opinião. Não seguirei os seus conselhos, porque para que eu possa envolver nos braços de quem amo, não seria na hora da raiva. Para mim, momentos como este que você citou, tem de existir muita paz.
- Que ideia antiquada, Júnior! Desde quando se falando de amor a gente escolhe momentos? Você está errado em pensar assim! Tem momentos que fazem um relacionamento crescer muito mais, e são momentos assim, totalmente quentes que causam uma total aliança. São os melhores momentos, cara!
Mas tudo bem, faz a coisa de seu modo e depois, aguarde para ver o resultado.
Júnior se alterou tanto, que sentiu vontade de bater nele. Apontou as mãos fechados como se quisesse dar um murro e com o rosto desfigurado de raiva pronunciou:
- Não se meta na minha vida, não se meta entre nós dois, é a minha vida e sou eu a tomar minhas decisões.
Lucas estava totalmente nervoso, queria que tudo aquilo terminasse, porque os dois eram para ele grandes amigos, então falou:
- Calma gente, não vamos criar situações que possam nos ferir e depois não podermos estar juntos. Afinal, somos amigos!
Júnior ainda irritado falou:
- Eu não sou amigo dele, Lucas, eu não consigo gostar do seu modo de agir, não confio nele, pois ele diz uma coisa, mas seus olhos mostram outra.
Me desculpe, Juliano, por ter sido agressivo, mas minha vida quem decide sou eu.
Se estou errado ou não, sou eu quem vai analisar e não uma pessoa a quem não tenho tanta estima.
Me desculpe, mas não consigo ver você como um amigo. Não sei dizer o porquê, mas é assim!
E neste momento, saiu dali. Estava completamente nervoso.
Eu ainda desejava que ele viesse até a mim, mas não veio ao meu encontro e sim, foi para a varanda onde poderia controlar a carne.
Eu como sou diferente dele, ao vê-lo nervoso, fui imediatamente ao seu encontro. Passei por todos em total velocidade. Quando me aproximei dele, o abracei muito forte, o beijei por todo o seu rosto e olhando em seus olhos dizia:
- Amor, eu amo você, me desculpe! Me desculpe por não ter falado nada de meu pai. Te contaria, mas não achei que fosse o momento. Tudo tem seu momento, amor... Tudo, amor!
Confie em mim, eu te adoro! Sou feliz com você porque sei o quanto você me ama!
- Faz o favor de ficar calada, amor e me beija!
Naquela varanda, entramos em uma porta que nos levava ao banheiro, e foi mesmo neste banheiro que fizemos amor!
Aquele banheiro foi melhor que qualquer cama macia!
Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 17
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 18
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Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:
Eu tenho dois finais para esta estória, mas já fiz a minha escolha...
Escolhi um dos finais depois de muito refletir e também porque parte desta estória foi real e decidi aproveitar de minha vida o que foi realmente, mas... Com uma diferença:
No final estarei criando ilusões depois do que aconteceu realmente.
Porém eu queria que meus amigos leitores me revelassem com quem acha que Olivia deveria estar no final desta estória? Nossa, eu aqui fico super curiosa!
Por favor, revelem isto para mim?
O capítulo 18 já está quase pronto. Enquanto isto, espero respostas de amigos sobre minha pergunta.