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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XVIII

Onde Nasce uma Paixão

E assim seguimos a estrada, rumo a casa de Cornélia. Que sensação deliciosa que era estar em cima de um cavalo. Naquele momento, a única coisa que desejei foi aprender a montar, e estar por todo aquele campo, a galopar sozinha. O vento batia em meu rosto e o cheiro de mato tomava conta de meu respiro. Era uma sensação que jamais poderia imaginar que aconteceria comigo.
Nem liguei para Juliano, nem estava me importando de ser ele a guiar aquele cavalo, eu só queria voar e aquele cavalo voava mais que podia!
 Capìtulo 18- Primeira parte

E assim, a estória continua...
Gostos diferentes... Funciona?
Eu gosto de seu sorriso, do seu abraço, do seu olhar
Amor, você gosta de me amar?
Me ensina a gostar de gato... Que eu te ensino a gostar de cão
Me ensina a gostar de doce... Que te faço apreciar o sal
Me ensina a gostar da cidade... Que eu te faço gostar dos campos
Eu gosto do seu carinho 
Dos gestos feitos de coração e tanto da sua proteção
Eu gosto de você 
Eu gosto de te ter
Se somos diferentes, a gente vai ter de resolver!
Poema de Olívia

Depois de sentir todo aquele vento em minha pele ao galopar, comecei a pensar em Júnior e pensando, criei um singelo poema em minha mente.
"Depois quero anotar este poema para poder relembrar. Muitas vezes, eu não me entendo! Talvez, estava me sentindo culpada. Ele tentou me avisar, mas eu ignorei o perigo de me afastar dele."
Estava pensando quando Juliano começa a falar.
- Olívia, se você quiser eu te ensino a montar, não é difícil. A primeira coisa a fazer, seria te preparar a não sentir medo do cavalo, a confiar nele, porque quando isto acontece, você o domina, ele vai deixar você o dominar e você vai se sentir completamente segura com ele. 
Um cavalo quando conhece bem a pessoa que o domina, ele também passa a confiar do mesmo modo que você confiou nele. Seria como se você passasse a se sentir serena ao seu lado, serem cúmplices.
- Do jeito que você fala, parece até um relacionamento entre duas pessoas que se amam!
- E' igual, Olívia! Será porque a sua irmã consegue dominá-lo e você não?
 - Você está dizendo em um relacionamento ou cavalo?
Ele sorriu com a minha pergunta e respondeu:
- Não sei, ainda, como você é em um relacionamento... Estava dizendo com cavalos.
"Porque ele disse:  a i n d a?  O que passa na cabeça deste homem, meu Deus?"
Eu, de contínuo, analisava cada uma de suas palavras... Interrompi meus pensamentos, quando falei:
- Mas se você disse de ser igual, é como se dissesse que não tenho domínio em um relacionamento.
- Não, Olívia, não foi isto que quis dizer. Eu disse de ser igual, mas você pode ter dificuldades com animais e com pessoas você ser altamente capaz. Tem pessoas que tem medo de nadar, por exemplo, mas tem total coragem de saltar de um paraquedas, entende? Estou dizendo que, em qualquer uma destas coisas, terão de ter domínio e confiança em si mesma.
- Minha irmã não tem medo de nada, ao menos aparenta não ter. Eu sinto medo de coisas que nunca experimentei. Eu sinto e, ao mesmo tempo, demonstro de sentir. 
Nós duas somos totalmente diferentes. Muitas vezes, pessoas se aproximam de mim com mais facilidade, porque sentem necessidade de me proteger, só porque eu demonstro ser sensível, minha irmã não, ela parece que nunca precisa de ajuda!
Neste momento, Letícia aproxima de nós com seu cavalo e diz:
- Juliano, quantos anos você tem?
- Eu tenho vinte e nove anos... Por que a curiosidade?
Perguntou curioso ao responder.
- Porque gosto do seu modo de agir, de interagir com as pessoas. Você tem uma facilidade enorme de se expressar, e isto, para mim, muitas vezes se adquiri com o passar do tempo. Se nota que você é um homem maduro e decidido, parece que sabe o que deseja e não tem medo do que poderá vir ao seu encontro.
Letícia responde mostrando admiração
- Você tem razão. Eu sou assim mesmo, já errei muito, mas agora procuro evitar erros. Mas quando se trata de sentimentos no campo amoroso, eu ainda sou um pouco insensato e faço coisas sem pensar, como se agisse com impulsos incontroláveis. 
Concordou Juliano dando mais referencias de sua pessoa.
- O que por exemplo? 
- Eu procuro deixar sinais óbvios, mesmo sabendo que a pessoa possa já estar com alguém, por exemplo.
Responde sorrindo, enquanto eu, próxima daquela conversa, só estava atenta ao que diziam...


 Letícia continua falando de um modo convicto.
- Como por exemplo minha irmã?
- Letícia! Mas o que você está dizendo?
Me assustei quando me usaram de exemplo.
- Olívia, eu não sou cega e sei que entre vocês está nascendo algo. Juliano não estaria conosco, assim continuamente, se não tivesse tido interesse por você. Afinal, somos dois casais já formados ali no sítio e que motivo Juliano teria de ficar ali, em torno da gente, sabendo disto? 
Geralmente quando situações assim existem, pessoas não gostam de interferir. Mas, como Juliano é impulsivo como explicou, o faz ter coragem de demonstrar o porquê de estar ali...
Fala Letícia confirmando o que pensa de existir.
- Sua irmã é linda e realmente me chamou muita atenção. Mas eu estava ali, Letícia, só porque Lucas me convidou. Eu sou sim, impulsivo, mas jamais iria a um lugar se não fosse convidado e não vejo nada de errado um amigo estar no meio de casais. Afinal, vocês não estariam em orgia, era apenas um encontro casual entre amigos. 
Quanto a sua irmã, se eu pudesse conhecê-la melhor, eu desejaria sim. Desejaria muito, mas acho que cheguei muito tarde.
"Por que ele tem coragem de dizer tudo isto? Por que ele está anunciando para todos o interesse em mim? Eu sinto vergonha quando ele fala assim. Deveria ser uma coisa íntima, sigilosa, mas ele insiste em anunciar."
Quando estávamos quase chegando, podendo avistar a casa de Cornélia, Letícia continua a falar:
- Eu sabia que estava certa! Até um cego pode ver que não estou errada!
Neste momento, me alterei: 
- Por favor, Letícia, eu não quero estar aqui a falar deste assunto. Se existe algum interesse aqui, é só da parte dele, e eu sou pior que um cego, pois, não vi nada disto.
Ele nesta hora gargalhou, por saber o quanto eu estava mentindo.
Me senti aliviada quando naquele mesmo momento, poderíamos descer do cavalo, estando diante da casa de Cornélia.
Era uma casa simples, mas aconchegante. Sua casa havia um toque feminino e  muito pessoal. Ela tinha bom gosto... se podia ver só olhando a entrada da casa com todas aquelas plantas dentro de gaiolas como se quisesse dizer que os pássaros, ali, jamais poderiam ser aprisionados. 


Depois de todos os abraços e sorrisos, ela nos fez entrar querendo mostrar toda a casa. 
Como era linda a casa! Era simples, mas realmente aquele toque feminino a fez diferente.
Cada ângulo da casa se via algo diferente. 
Eu  e Letícia ficamos apaixonadas com tudo que via. 


Ao entrar havia uma pequena saleta que nos levava para os quartos e cozinha... Nesta saleta ela criou uma decoração invejável a meu gosto. 
Em uma parte havia uma parede que em vez de colocar quadros, colocou algo muito diferente. Pareciam peneiras coloridas que vendiam naquela região.
Na outra parede havia em um móvel envelhecido e com muitos retratos colocados dentro de garrafas de vidros.


 Era encantador e tudo muito limpo!
Até Letícia se deslumbrou com o lugar, desejando fazer o mesmo quando a casa retornássemos. 
- Belo! Belo! 
Dizia para Cornélia.
Letícia amava decoração e sempre diz em querer ser uma decoradora e ao ver tudo aquilo a incentivou mais ainda. Ficou muito admirada com Cornélia, pois não a conhecia muito com eu a conhecia. Eu já sabia desse seu amor pela arte e livros.
A casa era toda branca, parecíamos estar na Grécia! Cada ângulo tinha seu toque de mão e ela dizia que havendo as ideias, Antônio as produzia, por ter um grande dom com as mãos em trabalhos artesanais. 
Quando criança seu pai o ensinava, por ter sido um artesão. Agora o pai de Antônio, já não existia mais, mas deixou grandes ensinamentos ao filho.
Não precisava de tanta riqueza para ser feliz e poder criar um cantinho de amor. 
- Agora vou mostrar o meu quarto!


Falou Cornélia toda feliz de nos ver ali. 
Juliano em vez de nos seguir, ficou do lado de fora a conversar com Antônio porque Eduardo ainda dormia... Todos aqueles momentos que estávamos vivendo, eram momentos femininos preferindo não atrapalhar.
E ao abrir o seu quarto, ficamos extasiadas com a simplicidade, criatividade e todo o toque de amor que tinha ali dentro. Tudo muito branco e isto me encantava. 
Havia uma cama muito simples e na cabeceira dela havia um painel com fotos de momentos vividos com Antônio. Era em forma de um coração.


Havia uma pequena cômoda que em vez de usar um espelho, ela criou uma árvore na parede onde as folhagens eram pratos de porcelana.
Letícia desta vez gritou ao brilhar seus olhos:
- Que lindo! Lindo demais, eu tenho que fazer igual a você Cornélia, eu amei tudo! Você é muito criativa. Quero aprender com você como é que se faz.
- Será um prazer poder te ajudar quando desejar. 
Falou Cornélia toda feliz. Seus olhos demonstravam total satisfação de poder ter tido a nossa presença em sua casa.



Depois de apreciarmos este lindo quarto, ela nos levou ao quarto de Eduardo... 
Ele estava dormindo agarrado com seu ursinho predileto. Seu quarto também tinha o seu jeito encantador. 
Flores em bules e xícaras, era lindo demais!
Como poderia existir um lugar tão lindo como aquele perdido em confins. Dizem que os lugares mais escondidos, são os que conseguem fazer nossos olhos se enriquecer, por ter em domínio a natureza!
Não via a hora de poder brincar com aquela criança que ainda parecia um bebe! 
Ele era lindo demais. Eu adoro crianças e por ser filho de Cornélia, teria privilégios.
  
 
Ao chegarmos na cozinha, Cornélia oferece milho, e isto, era tudo que eu não via a hora de comer.
 - Tem milho cozido, eu preparei, Olivia! Você desejou, então fui logo preparando. Vou servir para vocês e enquanto se deliciam com ele, vou mostrar os fundos da casa, tem um enorme quintal!
E assim fizemos, cada uma com uma espiga de milho na mão, comendo feito loucas... parecia que nunca havíamos provado nada igual. Ela abriu a porta da cozinha nos fazendo ver o vasto campo de gramas e Letícia foi dizendo:
- Olha, Olivia, aqui também tem um chuveiro, lá fora!
E olhando, me encantei não só com o chuveiro, o campo, mas também com a riqueza de detalhes que ela criou, como por exemplo, ao olhar um banco de jardim, ter em cima uma chaleira cheia de flores. Era lindo demais de se ver!
Havia uma muro, perto da casa, que isolava a casa de outra parte das terras, e neste muro ela também teve a sua criatividade, usando vasilhas velhas para plantar as suas flores. 
Cornélia amava a terra, amava plantar. Ela gostava de ver que suas mãos seriam capazes de fazer crescer uma planta ao ponto de desabrochar flores, que ao olhar, pareciam contentes de ter germinado ali, onde encontraria amor!
 

Vendo o sorriso de Cornélia e minha irmã cada vez mais extasiada, querendo entrar debaixo daquela água eu comecei a pensar sobre a  felicidade e amor...
"Amor é uma palavra tão extensa. É muito mais que amar um alguém, é amar a vida, os seres de todas as formas, como por exemplo, não deixando morrer uma pequena planta, se sentir amor por ela!
Amor é muito mais que felicidade! Mesmo estando triste, continuamos a amar e lutar para estarmos serenas. 
Felicidade,  para mim, são momentos que passam em nossas vidas que ao recordar, faz os nossos semblantes sempre estarem radiantes! Nem sempre somos felizes, mas sempre podemos amar! 
Ao relembrarmos coisas que vivemos onde existiu amor, a felicidade pode renascer, mesmo se existiu dor, fazendo recordar momentos divinos como este que estou vivendo! São momentos completos, é um tudo: amizade, beleza de natureza, beijos, prazeres, brigas, degustação, sorrisos, sexo, dor, sofrimento, calor, muito calor. É um tudo..."
Antônio e Juliano estavam sentados em um banco do quintal, quando decidiram sair para buscar o carro de Juliano que estava na oficina. Era com este carro que ele iria connosco para a Chapada dos Guimarães. Saíram dizendo que voltariam rápido.
Letícia, neste instante, falou:
- Não demorar... Eu quero ver o rio que você falou, queria me bronzear. 
Juliano responde que não iria demorar.
Cornélia diz:
- Quando Eduardo acordar, eu levo vocês. Eu adoro aquele lugar, mas nunca vou por sempre estar sozinha. Vou adorar ir com vocês. 
- Faz isto Cornélia, depois, eu vou ao encontro de vocês.
Responde juliano e, em seguida, sai se despedindo com um sorriso para mim.


- Mas, onde estão os namorados?
- Foram no armazém para controlar o carro, logo estarão aqui. Lucas vem nos buscar, pois amanhã, bem cedo, iremos na Chapada. Seu irmão também vai.
Responde Letícia enquanto eu comia o milho verde. Ela colocou um panelão deles na nossa frente e eu comia um pensando em comer outro.
Cornélia ficou surpresa e fala:
- Juliano vai com vocês? Não deveria... O que vai fazer no meio de dois casais?
- Lucas o convidou, dizendo que ele conhece aquele lugar como ninguém, e assim, poderá nos orientar. Ele aceitou, mas para dizer a verdade, eu acho que Juliano...
- Letícia, não inventar! Já vai você falar o que não existe.
Falei nervosa. Tudo isto estava me deixando constrangida.
Deixei Cornélia curiosa e desconfiada.
- Falar o quê? Não vai me dizer que Juliano está...
- Sim, ele está louco por Olívia!
- Verdade? Minha Nossa Senhora do Socorro, o que vocês estão me contando? Olívia, minha Bonequinha, não dê confiança para meu irmão, não vai estragar o que você tem conquistado. Júnior é uma pessoa maravilhosa com você, não merece isto e meu irmão é impossível, não leva nada a sério. Ele pode te machucar, por isto. Eu vou ter que falar com ele.
Falou Cornélia bem nervosa.
- Não, Cornélia, não! Por favor, não fale nada com ele, afinal, não existe nada disto, e se todos começarem a falar, ai sim vai ferver esta situação, até chegar nos ouvidos de Júnior e isto, eu não desejo.
Cornélia, eu achei o seu irmão lindo demais quando o vi, lá no hospital. 
Eu vou contar para vocês, mas por favor, quero que guardem segredo disto, ouviu, Letícia? Eu não contei isto para ninguém, mas quando o vi, lá hospital, além de chamar muita a minha atenção... minha nossa, Cornélia, seu irmão é lindo demais e não só lindo, mas também, o jeito dele que parece do jeito que eu gosto. Ele é decidido no que faz... então, lá no hospital, quando saí do quarto onde estava Eduardo, ele pegou na minha mão sem que eu esperasse, mas eu gostei.
- Ai minha Nossa Senhora do Amparo, este meu irmão ainda vai me deixar louca! Só faz coisas sem pensar, onde já se viu agir assim... 
Falou Cornélia ainda mais nervosa.
- E, por que você ficou calada em, minha irmã? Confessa vai... você gostou, por isto, ficou quieta ao ponto de dar esperanças para ele. 
- Não, eu não pretendia isto. Letícia, eu estou com Júnior e estou gostando e quero levar a sério a minha história com ele. Se Lucas não tivesse levado Júnior na rodoviária, talvez, tudo agora, fosse diferente. Poderia ter levado os dois, assim, eu poderia ter escolhido. Seria bem melhor, do que iniciar a ficar com alguém sem ter tido a oportunidade de escolher.
- Você tem ideia do que está falando, Olívia? 
Fala Letícia irritada comigo continuando a falar:
- Isto que você está dizendo, é como se dissesse que está com alguém só por não ter outro. Então, como você pode dizer que isto é amor. Isto não passa de uma aventura e você não consegue entender. Não se pode dizer que está amando alguém, em menos de um mês, isto não existe, Olívia. Ainda mais agora, ouvindo você dizer que não teve escolha.
Ela estava irritada... Cornélia estava ali só observando Letícia falar, parecia estar gostando.
- Nós estamos aqui nesta aventura, nem o meu namoro de quase três anos não sei se vai continuar. Você, Olívia, sabe o quanto uma distância pode atrapalhar... pois, você já viveu isto, e te fez sofrer. O que você tem de fazer, minha irmã é curtir estes momentos que não voltam mais.
- Nisto a sua irmã tem razão, Olívia  Tudo ainda é muito cedo para saber o quanto isto pode ser amor de verdade, daqueles que a gente não deseje que termine nunca. 
Falou Cornélia.


- Olívia, lembra quando chegamos e... ao ver Júnior você não o desejou, e eu te incentivei dizendo de aproveitar os momentos e se caso nascesse algo entre vocês, não deixasse de aproveitar? Me lembro de dizer que era uma coisa passageira, mas que estaria por toda a vida dentro de seu ser.
- Sim, eu me lembro...
- A culpa não foi de Lucas por você tomar a decisão de estar com ele, você desejou. Agora, surgiu Juliano e está confundido a sua cabeça para te mostrar que, tudo isto, é apenas aventura. Mamãe tem toda razão quando disse para você não se prender a nada, pois existe esta distância, é demais.
Na minha opinião, você tem mais é que dá uns beijos em Juliano...
Aconselha Letícia.
- Letícia, mas o quê está dizendo? Eu não quero fazer isto.
Respondi.
- Eu acho que ela não deve fazer. Meu irmão eu conheço. Ele pode tentar sem fim de estar com ela, mas é só fogo de palha, está sempre iniciando algo, mas quando a gente vê já não quer mais.
Falou Cornélia.
- Mas, Cornélia, é isto que estou dizendo, fogo de palha. Olivia deveria fazer o mesmo com eles, e viver um fogo de palha. Tanto, ela vai embora, daqui a alguns dias, e seria um pecado ela não provar o beijo de Juliano. Ele é seu irmão, mas para quem não o vê como um irmão, sente desejos, porque seu irmão é um gato! 
Se eu estivesse no lugar de minha irmã, a cada moita fechada que existisse, eu escapava com ele para beijá-lo. Tanto, ele sabe que será o outro, não vai poder fazer nada.
Falou dando enormes gargalhadas junto a Cornélia que além de rir, dizia:
- Vai ser o outro, mas tentando convencer de ser único, igual muitas mulheres procuram fazer, enquanto, o outro vai ser chifrado!
- Parem, vocês estão ofendendo quem eu gosto muito! Júnior não será um chifrudo, não,  ouviram.
Falei ofendida e enraivecida.
- Se depender de meu irmão, bonequinha, ele vai ser sim. Eu conheço meu irmão e sei do que pode fazer.
Responde Cornélia.
- Letícia, você falou dele ser o outro e não poder fazer nada para atrapalhar o meu namoro, mas sempre escuto dizer que homens não aceitam isto, e vão logo dando um ultimato, ou eu, ou ele. Não fazem como mulheres que vão empurrando e aceitando. 
- Quem foi que te disse isto? José de Alencar, Castro Alves? Porque do jeito que você está falando, só se você andou viajando no túnel do tempo, porque neste nosso tempo moderno, os homens estão  querendo que você tenha uns dez relacionamentos para não encher a paciência deles. Acredita em mim maninha, eu sei o que estou dizendo... eles gostam disto!
Esclarece Letícia o meu ponto de vista. Então, falo.
- Letícia, você fala de um jeito que parece que já experimentou. E namorado, até hoje, você só teve dois, então me explica isto minha irmã... você andou traindo Lucas?
Perguntei muito curiosa quando Cornélia fala:
- Espera! Não responde agora porque tenho de pegar Eduardo, ele está chorando, mas eu não quero perder nem um minuto desta confissão. 
Cornélia estava muito agitada e alegre, éramos a sua alegria e se o assunto era homens, ela adorava. Correu o mais rápido que pôde para pegar seu filho e quando voltou estávamos em silencio comendo milho a esperar por ela. Ao voltar, disse que Eduardo voltou a dormir e foi logo pedindo para continuarmos. Letícia deveria se confessar...

- Claro que eu andei traindo o Lucas! No inicio, sim, pois ele era um mulherengo de primeira. Você se lembra quando Pedro levou um amigo, para passar um fim de semana em nossa casa, quando Lucas teimou comigo, querendo ir em uma excursão, onde não queria me levar?
Falou Letícia.
- Sim, me lembro, foi com ele?
Perguntei.
- Quem é Pedro?
Perguntou Cornélia curiosa, não entendendo bem as coisas.
- Pedro é o ex namorado de Olívia.
Respondeu Letícia continuando....
- Pois então, foi com ele, o amigo de Pedro. 
Lucas inventou esta viagem só com amigos e dizia que eu não poderia ir. Fiquei muito enraivecida e desconfiada, porque ele e os amigos estavam sempre em confidências... Então, quando ele foi, no mesmo tempo, chegou o amigo de Pedro, e ai, não pensei duas vezes.  Estava com muita raiva dele. Eu sabia que ele poderia me trair quando estivesse longe de mim, por isto, fiz o mesmo.
- Mas, que ideia mesquinha, Letícia, não se faz uma coisa errada só porque pensa que alguém possa fazer primeiro com você. Não sei com quem você aprende estas coisas, porque com nossa mãe seria impossível aprender. Mas, ele descobriu?
Perguntei querendo saber se Lucas aceita algo assim.
- Claro que não! Ele terminaria comigo na hora, você conhece Lucas, ele nunca poderia aceitar... Estas coisas a gente nunca fala, Olivia, vai para o túmulo com a gente!
Respondeu Letícia com a maior naturalidade. 
- Não disse! Eu estava certa quando te falei que tem coisas que vão para o túmulo com a gente. Sua irmã pensa como eu. Não digo que deveríamos sempre errar e esconder, mas tem coisas que erramos e falar seria o fim, uma catástrofe!
Falou Cornélia toda satisfeita de ter razão.
- Olívia, eu queria te dizer outra coisa para finalizar este assunto e para te convencer de fazer o que você deseja.
Falou Letícia.
- O que é? Quero que saiba que não desejo nada! Tanto, não vou seguir seus conselhos mesmo. Você não me convence porque eu sei o que eu quero!
- Quero te dizer que Júnior não é este santinho apaixonado não, viu! 
Lucas conta que ele não tem paradeiro. Adora viajar e, cada fim de mês, vai em algum lugar e cada lugar tem uma aventura, ele não se prende com nada, adora a liberdade dele. 
Talvez, com você tudo vai mudar, mas este é o jeito dele e seria muito difícil depois de estar longe de você, não fazer mais as coisas que fazia. 
Olívia, Júnior é uma bela pessoa, mas é muito jovem e seria difícil se prender por este motivo e também, por ainda não ter uma profissão onde poderá levar um relacionamento a sério. Ele pode até estar desejando, mas é difícil.
Tudo isto que vocês estão vivendo são lindos sonhos, eu gosto de ver vocês juntos e são sonhos que até poderão se realizar, mas ele terá de mudar muito. Você nem tanto, mas ele sim. Você para dizer a verdade, teria de mudar para o outro lado, sendo mais livre e não se preocupar tanto, para não sofrer.

Fiz um silêncio dentro de mim quando ouvi minha irmã falar tudo aquilo. Ela com toda a sua realidade consegue me ferir. Eu sou muito romântica e acredito em amor... Acredito que alguém possa amar tanto um outro alguém, ao ponto de lutar para estarem juntos e minha irmã falando, tirou esta pequena esperança que estava nascendo em mim. Mas irmã é assim, quer o nosso bem e se a gente vai para a lua, uma irmã procura trazer a gente para a terra.
Cornélia percebeu a minha tristeza e disse:
- Bonequinha, você não pode se abalar por tudo que sua irmã falou, e sim estar contente em saber que não pode confiar tanto, vai ter que observar muito. Lembre-se que sua irmã só quer o seu bem. 
Agora, até eu queria que você beijasse meu irmão, porque realmente ele é lindo!

Neste momento, Letícia fala:
- Não falei nada disto para te deixar triste. Eu quero que a Olívia, aquela que está vivendo tudo isto, esteja aqui nos alegrando e agora, vamos logo para aquele rio nadar. Será que Eduardo vai acordar ou não, vai lá, Cornélia, acorda ele...
- Vou agora acordá-lo, já passou da hora de dormir. Foi só melhorar um pouquinho que está levado como nunca, vocês vão ver o quanto eu sofro com as suas agitações!
Falou Cornélia entrando para buscá-lo.
Pouco tempo depois, nos dirigimos para as areias do rio, Letícia estava louca de vontade de se bronzear. Nos divertimos muito com Eduardo depois que acordou,  parecia que me conhecia por não ter tido vergonha de estar perto de mim a brincar.
Por todo o caminho estávamos a falar ainda sobre os namorados. Tudo que Letícia via pelo caminho, dizia que Lucas iria gostar.
Não sei porquê minha irmã teve coragem de fazer aquilo no passado, mas sei que atualmente ela ama demais Lucas e é muito amada por ele. Ela não seria mais capaz de magoá-lo, acho que não... 


Por todo caminho que fazíamos, víamos tanta beleza... Árvores cheias de flores, o sol a brilhar no nosso rosto, e eu vivendo alguns momentos de reflexão, falei: 
- Eu queria dizer a vocês que não faria tudo isto que Letícia me propôs. Não faria... realmente, tudo isto para mim é pura folia! 
Se eu decidisse ficar com Juliano, mesmo que fosse só neste período de ferias, primeiro eu falaria com Júnior e terminaria o nosso namoro. Eu não teria coragem de magoá-lo. Na minha opinião, fazer certas coisas cria uma grande mágoa. 
Tudo que eu vivi até agora com ele foi muito bom, apesar de sermos diferentes. Ele tem seu jeito divertido, brincalhão e também carinhoso. 
Eu gosto quando ele me faz carinho, gosto quando ele olha para mim, gosto de tudo que vivi com ele, nada foi ruim. Ele é protetivo comigo, e mesmo achando ele diferente de mim e também, depois de tudo que você falou, me fazendo pensar que ele não conseguiria estar comigo quando formos embora, eu ainda não teria coragem de magoá-lo por nada deste mundo. Se estou sentindo outras vontades, eu vou procurar canalizá-las e procurar transmitir à ele, mais ninguém!
Falava, depois de pensar muito.
- Cornélia, esta minha irmã teria que renascer novamente. Este modelo não existe mais e caso entre em pane, a gente nem encontraria peça novas para poder consertar.
Letícia ao falar fez Cornélia sorrir muito. Achou seus pensamentos muito original.
- Vocês podem achar graça e absurdo mas não vou fazer nada que me disseram porque não adiantaria trocar de namorado, o melhor a fazer é tentar se entender. 
Vocês mesmo me disseram que os homens são todos iguais, então te pergunto: para que mudar?
Falei entrando em contradição com Letícia e ela respondeu:
- Sim é verdade são todos iguais mas os efeitos colaterais que alguns conseguem causar são  fenomenais, diferente demais! 
E é ai que esta  chave do segredo... Prazeres diferentes. O seu corpo sente quando uma pessoa te provoca enorme desejo. Lucas não pode me tocar, basta um simples toque em meu corpo que eu me sinto nas nuvens...
Olivia o que você sentiu quando Juliano tocou em sua mão? Porque você se calou? São perguntas que você teria de ter respostas. Quando você estava no cavalo com ele o que sentiu? Olivia, ele no cavalo tocou novamente em você... Eu vi ele pegando em sua mão mas não falei nada. Como foi minha irmã? Porque você continuou calada? 


Cornélia me olhava com carinho, demonstrando em seus olhos que Letícia estava certa em tudo que dizia então respondi:
- Eu me calei porque o seu modo de agir me surpreendeu demais. No hospital eu tremi quando me tocou, minha barriga gelou e... No cavalo eu deixei sim ele o tempo todo fazer carinho em minhas mãos. Me calei porque senti o mesmo que senti naquele momento do hospital, mas não magoaria Júnior, não teria coragem. Vou fazer como vocês me falaram, vou levar para o túmulo tudo que senti.
- Eu acho que você deve refletir muito e procurar não errar, porque seu coração está muito dividido.
Quando Letícia falou isto eu concordei com tudo que falou, mas fiquei em silêncio. Realmente não sabia mais o que deveria fazer. Em algumas coisas acho que minha irmã estava certa...
Depois de caminharmos indo ao encontro daquele rio, avistamos aquele areia que nos deixou fascinada. Isto sim é algo que não poderíamos deixar de viver porque é puro prazer!


Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 18 - Parte final
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 19 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Quando escrevia este capítulo, comecei a pensar que meus fiéis leitores não teriam tanta paciência em ler, porque tem um lado muito feminino nele,  que é quando eu mostro a casa de Cornélia e toda a sua decoração, em vez de mostrar parte da estória e toda a sua agitação. Mas quero que saiba que ao escrever uma parte do texto eu me senti longe de mim quando falava do amor e felicidade.
Quando mostrei para minha nora Ingrid, ela se deslumbrou com que leu, dizendo que iria copiar para colocar no seu perfil do Facebook. 
Me lembro de ter dito: pode copiar, mas não esqueça de colocar o nome do autor e falando, sorriamos!

Achei necessário mostrar como vivia Cornélia porque ela, por toda a estória,  fará grande parte deste livro. Se tornou a melhor amiga de Olívia.



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XVIII

Onde Nasce uma Paixão

Eu, imediatamente, fui ao seu encontro... Passei por todos em total velocidade. Quando me aproximei dele, o abracei muito forte e o beijei olhando em seus olhos dizendo: 
- Amor, eu amo você, me desculpe! 
Me desculpe por não ter falado nada de meu pai.  Te contaria, mas não achei que fosse o momento. Tudo tem seu momento, tudo, amor! 
- Faz o favor de ficar calada, amor, e me beija! 
Ali, na varanda, entramos em uma porta que nos levava ao banheiro, e foi neste banheiro mesmo que fizemos amor! 
Aquele banheiro foi melhor que qualquer cama macia!
Capítulo 17

E assim, a estória continua...
Gostos diferentes... Funciona?

Eu gosto do campo... Ele da cidade...
Eu gosto de sal... Ele de doce...
Eu gosto de Ler... Ele de assistir tudo na TV
São modos de ser diferentes, desiguais... Nem rimar eu consigo mais!

- Mas você gostou? Achou bonita?
- Ela é muito bonita... muito! Você não imagina o quanto a desejei quando a vi, mas seria impossível para mim possuir uma beleza como aquela.
- Eu penso diferente, Juliano... Nesta vida nada é impossível, basta você acreditar e lutar pelo o que você deseja com todas as forças.
- Talvez você tenha razão, Lucas.
Lucas, quanto a noite de ontem, eu queria te pedir desculpas, afinal, toda aquela confusão se iniciou por causa de algo que um dia fui capaz de fazer e isto deixou Letícia desconfiada e insegura.
E sobre Júnior, eu sinto muito, também, sobre tudo que ele falou... em me ver uma pessoa não confiável, em parte ele tem razão... eu não esperava, mas...


Derrubei xícaras pelo chão assustada, causando um enorme barulho, interrompendo aquela conversa que eu, estando ali na cozinha, escutava minuciosamente cada palavras. 
Ao perceber que aquela conversa estava chegando a um final assustador, de propósito joguei todas as xícaras no chão depois de ter passado horas no tanque, lá de fora, a lavá-las. 
Foi o único jeito que encontrei, naquele momento, para interromper a confissão que Juliano estava para fazer.
Eu tinha acabado de acordar deixando Júnior ainda dormindo e fui logo para cozinha desejando preparar um café. Café eu sabia fazer... As merendas estavam prontas, pois Cornélia não deixava faltar. 
Não havendo xícaras limpas fui lavar, mas não vi ninguém, ali fora. Pensei que todos ainda dormiam e que Juliano tivesse ido embora, mas ao entrar, eles surgiram de algum lugar e se sentaram na varanda começando a falar coisas. Pareciam falar de mim... "Muito bonita... impossível..." Chegando ao ponto de querer fazer confidências à Lucas!
Sozinha pensava:
"Ah não! Não poderia permitir isto de jeito nenhum! Tudo bem que fez elogios e que Lucas o incentivou mas... Chegar ao ponto de dizer que pegou na minha mão, não! Isto eu não iria permitir, de maneira alguma!
Mas será que falavam mesmo de mim? Era o que parecia... fazia sentido as palavras, porque eu sou bonita, sou impossível para ele..."
- Bom dia, sua desastrada!
Falou Lucas depois que entrou ligeiro para ver de perto o que tinha acontecido, que barulho era aquele.
- Lucas, me desculpa, depois de lavar todas estas xícaras, elas escorregaram da minha mão, acho que tinha sabão ainda!
"Nossa, quanta mentira! Será que eles engoliram?"
- Não preocupar cunhada, era apenas xícaras e ali dentro do armário tem muitas delas.
- Olá, Olívia, dormiu bem?
Falou Juliano, olhando sorridente para mim.
- Por que?
Perguntei por estar nervosa e não sabia o que dizer, então preferi dizer cretinices fazendo ele não me entender...
-Por que o quê?
- Porque quer saber se dormi bem? 
- Curiosidade... apenas curiosidade!
Respondeu carinhosamente mas eu continuei indiferente...
- Sim eu dormi muito bem. Estava até agora nos braços de Júnior... seu calor me aquecia que nem precisava de roupas.
- Minha nossa, Olívia! Você acordou com as macacas!
Falou Lucas rindo e...


Juliano não se dando por vencido responde:
- Realmente estava muito quente. Não havia ninguém em meus braços, mas ao dormir pensando em alguém que tem me deixado louco, eu sentia calor! 
" Ah, meu Deus... eu sou seu calor! Eu sei que sou!"
Pensei delirando...
Ele me atrai demais e ao ouvir falar frases assim me derretia toda...
Mas não daria o prazer a ele de saber que me atrai. Ele não merece nada de mim! 
Ele é muito audacioso, não tem medo de se expressar e sai dizendo coisas perto de Lucas, que vergonha!
Assim respondi drasticamente esquecendo que Lucas estava presente.
- Não suporto insinuações como esta.
- Espera aí, deixa eu entender... não vai me dizer que aqui es nascendo algum interesse? É isto, Juliano? Foi Olívia que te provocou calor?
Minha nossa Senhora, Juliano! Então foi por isto que...
- Hei, hei, hei, espera ai, Lucas, aqui não está nascendo nada, não. Eu só falei assim, porque ele brigou com Júnior e eu fiquei chateada.
- Eu não briguei com Júnior, Olívia  quem brigou foi ele. Eu só havia dado conselhos para estar do seu lado, pois, achei que você queria carinho.
Falou Juliano se defendendo.
- Vamos parar com esta conversa antes que Júnior acorde e escute. Eu estou impressionado!
Juliano, tira os olhos de cima dela, você está demonstrando demais, cara! 
Você está com cara de bobo ao olhar para Olívia.
Falou dando risada sem fim...
- Você chegou atrasado, cara, agora sofre! 
Lucas era assim, tudo para ele terminava em brincadeira. Então, falei:
- Lucas, quer parar de falar assim. Esta coisa de chegar atrasado... eu não sou objeto que todos podem tirar proveito.
- Cheguei atrasado mesmo, você tem razão, Lucas! Sua cunhada é linda demais! Tudo indicava que seria eu a conhecê-la, mas alguém veio lá do fim do mundo sem que ninguém pudesse imaginar, entrou nas terras que eu vivo e encontrou a pessoa que poderia ter tido a oportunidade de me conhecer e ver que não sou esta pessoa monstruosa, que Júnior fez parecer. 
Para mim ele não passa de um inseguro e ciumento. Sou um pouco parecido com ele em uma coisa... eu sou ciumento. E confesso aqui na frente do meu amigo Lucas, que estou sim, morrendo de ciúmes por tudo isto e raiva da tamanha falta de sorte, por ter estado longe por todos estes dias atrás. Poderiam ter sido diferente se eu estivesse aqui.
- Juliano? Nem sei o que dizer... você realmente está estranho...
E gargalhava sem parar ao dizer.
Juliano ao contrário de Lucas ao falar parecia levar muito a sério:
- Estou chateado, Lucas. Chateado porque, ontem, tive de ver uma pessoa levantar os punhos para mim e eu fiquei sem fazer nada, por respeito a você, Lucas. 
Eu não permito a ninguém que me fale como ele falou ontem. Somente minha mãe fala daquele jeito comigo a qualquer hora que ela quiser, outros não.
- Mas, você se meteu na vida dele... talvez, ele tenha se sentido ameaçado com a sua invasão...
Falei olhando para ele tentando achar uma resposta...
- Isto é verdade, Olívia está certa. Talvez tenha se sentido ameaçado porque você desejou fazer algo que ele não fez e ainda por cima, Juliano você descreveu para nós o que faria, lembra?
- Sim, mas só queria ajudar. 
Depois olhou para mim e disse:
- Você deve estar certa sim, Olívia, talvez, seja isto ou ... você contou para ele?
Falou Juliano relembrado do toque de mão.
- Contou o quê? Ei, gente, não me deixem curioso.
- Nada, Lucas, não tem nada para contar, que loucura!
- Tem sim, eu sei que tem...  Nossa Senhora, isto aqui  parecendo novela de primeira! Fala Juliano, porque se depender de Olívia eu não fico sabendo de nada. 
Neste momento, olhei para Juliano como se estivesse implorando a ele silêncio...



Eu conhecia Lucas e se uma coisa como aquela fosse revelada, nada mais seria igual. Ele iria fazer com que todos ficassem sabendo. Mas Juliano entendeu o meu olhar e falou outra coisa para despistar:
- Não é nada, Lucas... foi só porque eu olhei muito para ela, ontem, olhei por toda a noite e pensei que ela pudesse ter dito a Júnior, só isto.
Entrei em seu jogo e respondi:
- Eu não falei nada! Não sou doida de estragar algo que eu estou gostando tanto de estar vivendo.
- Dizem que quem se silencia por algo insignificante, é porque na verdade não foi insignificante assim!
Insinuou Juliano.
Mas como era petulante! Ele despistou em uma coisa e começou outra...


- Bom dia, vida! Me deixou sozinha lá na cama... Morri de saudades! 
Graças a Deus minha irmã chegou e interrompeu esta conversa... Chegou enchendo Lucas de beijo parece que a noite foi quente.
- A gente estava conversando um pouco aqui... 
Falou Lucas
- Do que falavam? Nossa, eu estou com muita fome! Quem quebrou as xícaras?
Falou Letícia ainda sonolenta... Então, respondi:
- Fui eu, escorregou das minhas mãos, depois que tive o trabalho de lavar.
- Não sei porque você inventa de fazer estas coisas... Gente, Olívia é um desastre na cozinha.
- Também não é assim, Letícia, você está exagerando.
Falei deste modo porque sabia que a conversa mudaria de rumo, pois ela iria começar a apontar os meus defeitos.
- Exagerando nada, se você souber fritar um ovo, eu posso dizer que já é o máximo de suas maiores aventuras na cozinha e ainda por cima, sai duro como uma sola de sapato.
- Letícia,  não começa... Toma seu café porque, daqui a pouco, nós vamos lá na Cornélia. 
- Vida, você leva a gente antes de ir no armazém?
Falou Letícia toda dengosa...
- Não... vocês podem ir de cavalo. Juliano vai estar por aqui, então, ele prepara os cavalos para vocês. 
- Mas eu não sei montar, tenho medo!
Falei envergonhada. Letícia já havia me desmascarado sobre ser péssima na cozinha e agora também, estou mostrando de ser um desastre com cavalos...
Então Juliano falou:
- Se você não se importar, eu te levo no meu cavalo e Letícia vai no outro. 
Falava com muita educação, como se não houvesse nenhum problema em estar perto dele. Como se fosse indiferente a mim, mas não era... Se estivesse ao lado dele, eu sei que algo ele faria, sei que não deixaria o momento escapar e eu queria!
"Eu queria subir em seu cavalo, eu queria ter de segurar nele, enquanto ele galopasse comigo. Eu queria que ele me tocasse nas mãos novamente e desta vez, eu queria que fizesse por todo o tempo, até chegar na casa de Cornélia" 
Delírios... Delírios!


Juliano falava e eu delirava, indo sempre pro mundo da lua! Pensar nele me levava no mundo da lua!
- Eu também tenho que ver Eduardo. Quero aproveitar, já que estão indo, para fazer vocês verem as areias do rio que tem nas terras onde mora Cornélia. Vocês irão gostar demais e tem como se bronzear... Olhando, parece demais com as praias do rio Araguaia. Tudo é muito bonito! 
- Que maravilha, eu adoro me bronzear!
Falou Letícia toda contente porque agora, ter de ir na casa de Cornélia, se tornou agradável!
- Quando eu voltar do armazém, vou até lá para  encontrar vocês, assim, vocês voltam para casa comigo de carro e eu e Júnior aproveitamos para nadar um pouco.
Olívia, por que será que Júnior ainda não acordou? Vai lá no quarto chamá-lo, pois, daqui a pouco sairemos.
Falou Lucas.
Assim fiz, deixando todos sentados na cozinha, por alguns minutos, mas depois, todos saíram para organizar alguma coisa.


Entrei suavemente e me deitei do lado dele para dar um pouco de carinho. Eu me senti rejeitada quando o abracei. 
Tinha momentos que achava Júnior tão diferente de mim! Eu queria uma coisa e ele fazia outra... Ele ao me ver, me pediu que chamasse Lucas, ele estava se sentindo mal, sentia tonteira e vontade de vomitar. Talvez, foi por isto que estava indiferente, mas eu me enraivecia com suas atitudes, não gosto de implorar carinho, acho que carinho tem de ser doado com muita vontade, mesmo se estiver se sentindo mal.
Neste momento, falei:
- Foi por isto que não se levantou antes? Todos nós estávamos na cozinha tomando café e você não veio. Eu vou chamar Lucas.
Bati na porta do banheiro porque Lucas estava dentro e falei:
- Lucas, Júnior não se sente bem!
- Responde agitado:
- Espera... estou super ocupado agora, preciso de momentos de paz... Fala com Juliano.
Eu estava parecendo um pombo correio levando recado daqui e dali... Juliano estava lá fora, então fui ao encontro dele para pedir ajuda. 
Explicando tudo para ele, não sabia se falava ou se olhava seu rosto, toda  sem graça... Tinha algo nele que me despertava os sentidos, mas tentava não demonstrar. Acho que era impossível porque ele retribuía... Ele falava sempre olhando profundamente em meus olhos e eu abaixava os meus.


Falou que se Júnior se sente mal, deveria ser por causa da noite de ontem. Dizia que provavelmente foi o vinho que causou isto e que era simples a cura, bastava tomar um belo chá!
- Vou preparar um chá amargo para ele, de seguro foi o vinho que fez ele se sentir mal. Talvez, não tenha o costume de beber.
Falou Juliano recolhendo aquela erva.
Ele já sabia que mato pegar. Bem ali perto da gente, havia todos estes matos que ele pegava dizendo de se chamar boldo.  Pegava e sorria para mim. O sol brilhava em seu rosto que demonstrava feliz de estar podendo viver aquele momento ao meu lado.
Aproveitei que estava sozinho com ele e falei algo que provocou desprazer...
- Tudo que você falou antes me deixou em pensamentos. Parecia que estava falando realmente com raiva de Júnior... Juliano, eu queria muito que você e Júnior não brigassem mais. Tudo isto aconteceu desta maneira, não tem como mudar. Eu gosto dele.
Eu falava uma coisa e demonstrava outra.
- Então, eu acho que você deveria falar isto era com ele e não comigo. Afinal, é ele o seu namorado não eu... apesar de... 
Deixa pra lá! Não quero mais falar disto, não é hora!
- Eu digo isto para você, porque se esta briga continuar eu não vou poder estar perto de você, ele sentiria raiva se fizer isto, mas eu queria poder falar com você!
- Por que? Por que sente vontade de falar comigo?
- Oras, porque eu gosto. Eu te acho simpático, inteligente, uma pessoa agradável de conversar e também porque eu gosto muito de sua irmã.
- Olívia, não foi você quem brigou comigo. Se você deixasse de falar comigo, estaria deixando ele te dominar. Você tem direito de falar com quem você quiser. Ele não pode vir até a você e te proibir coisas, não pode proibir de ser você mesma. Lembre-se que vocês estão apenas se conhecendo e... Olivia, este seu pedido,neste momento, acho seria impossível de concretizar. 
Um pedido como este não tem mais jeito... Já nasceu a antipatia, entende? 
Ele teve reações muito negativas em meu confronto, mas não irei criar confusão de nenhuma forma. Esteja tranquila porque eu também não quero deixar de falar com você. 
Não... definitivamente isto seria impossível, porque eu gostei de você! Eu gostei muito de você!
Agora, vamos preparar este chá para ele. Você sabe fazer chá?
- Não, nunca fiz porque não gosto de beber chá, eu acho horrível.
- Este aqui, então, você não iria gostar de jeito nenhum... ele é igual fel, mas cura como ninguém!
Falou me mostrando aquele monte de mato na sua mão. Eu gostava muito de falar com ele, eu gostava demais do sorriso dele para mim!
Eu comecei a pensar naquele momento, pensava que todo aquele mato poderia ser na verdade um lindo bouquet de flores que ele havia colhido no vasto campo para mim! 
Meus pensamentos estavam se tornando perigosos! Muito perigosos... até eu mesma estava sentindo medo! 
Júnior estava tão longe daquele meu momento, e eu nem pensava nele!  Mas era só imaginação... Perigosas imaginações, nada mais!


Momentos depois...
Júnior tomando o chá havia melhorado da água para o vinho. Aliás... do vinho para a água!
- Júnior e Lucas entraram no carro, em direção ao armazém, depois de se despedir carinhosamente. Tinha momentos com ele que eu gostava demais! Eram muitos, mas havia aqueles momentos em que ele me olhava e me beijava com as mãos coladas em meu rosto, como se quisesse dizer o quanto eu era, para ele, já importante. Estes momentos me cativavam ainda mais!
Antes dele partir, eu havia dito que por não saber montar, iria de carona com Juliano. Ele se opôs, dizendo que era melhor se eu fosse com minha irmã, mas Letícia não se sentia capaz de me levar, por não ser tão habituada com animais. Sentia medo de errar, por eu estar junto a ela no cavalo. Então, ele não teve como reclamar, assim se silenciou. 
Falei para acalmá-lo:
- Amor, este trajeto será uma coisa rápida e Letícia estará sempre ao meu lado, não se preocupe.
Depois o olhando mais carinhosa ainda, falei que ele deveria mudar seu comportamento, pois até o chá, tinha sido Juliano que preparou para ele. Seria horrível continuar brigando. 
Ele me olhou e falou:
- Amor, Juliano é a pessoa do meu sonho!
Respondi tentando tirar estas ideias da cabeça dele:
- Amor... mas que pensamentos são estes? Você ainda pensa naquele sonho? Amor, foi um sonho, apenas sonho. Eu não deveria ter lido aquele livro para você... Por favor, esquece isto.
O beijei como se quisesse acalmá-lo e disse:
- Não vejo a hora de ver você me buscar, volta logo!
Vi um sorriso em seu rosto, um sorriso me bastava, para saber que ele não estaria mais chateado.
Mas mesmo assim ele fala:
- Não queria estar longe de você, não queria ter que ir no armazém mas tenho de ir porque Lucas me chamou, senão nem iria!
- Amor, vai tranquilo... estarei te esperando.
Para dizer a verdade, eu achava delicioso isto que estava acontecendo. Saber que ele sairia e eu o esperaria. Isto me causava saudades!
Como estava dividida, nem sabia mais o que eu queria realmente. Precisava falar com minha irmã,  um pouco, sobre isto... Eu queria a sua opinião, eu queria um pouco de luz, saber o que ela poderia pensar de tudo isto, pois se havia alguém com o pé no chão, este alguém era a minha irmã!


Juliano preparou o cavalo para Letícia e eu não sabendo montar, subi em sua garupa. 
"Será que é assim que se diz? Garupa? Nem vou ousar em dizer esta palavra, porque se estou errada, Letícia novamente vai me criticar e eu desta vez, não quero que ela me humilhe na frente dele. Não gosto de parecer uma pessoa que não sabe nada, principalmente para ele! Será porquê que para ele, eu sentia vontade de demonstrar de ser ágil, inteligente? "
E assim, seguimos a estrada rumo a casa de Cornélia. Que sensação deliciosa que era estar em cima de um cavalo. Naquele momento, a única coisa que desejei foi aprender a montar e estar por todo aquele campo a galopar sozinha. O vento batia em meu rosto e o cheiro de mato tomava conta de meu respiro. Era uma sensação que jamais poderia imaginar que aconteceria comigo. 
Nem liguei para Juliano, nem estava me importando de ser ele a guiar aquele cavalo, eu só queria voar e aquele cavalo voava mais que podia!

Autora: Aymée Campos Lucas
Capítulo 18 - Primeira parte
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 18 - Primeira parte
Todos os direitos reservados

Segue capítulo 18 - Parte final


Para quem desejar ler o início do meu livro, este é o Link:


Olá, amigos... Este capítulo ainda não chegou ao fim. Está sendo um capítulo bem maior que os outros, então decidi de postar hoje a primeira parte dele. Darei continuidade, do mesmo, com a chegada dos três na casa de Cornélia... Ali, Olívia terá um diálogo com Cornélia, onde ela vai escutar alguns segredos do passado. Aguardem!
Está quase chegando ao fim, este meu livro. Quase!
E eu, a cada dia, me sinto mais feliz por tudo que pude escrever neste livro. Maravilha!



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