Onde Nasce uma Paixão
Me chamo Olívia, tenho vinte e dois anos e a quatro anos atrás pensei de ter encontrado o amor de minha vida, aquele que não me abandonaria jamais, aquele que os sonhos a cada dia cresciam. Eu era em meio disto tudo uma apaixonada, onde depois de muito conviver, modifiquei o meu modo de ser para agradar aquele homem que dizendo de me amar, preferiu me largar.
Com toda a dor, única pessoa que pôde me acalentar foi minha mãe e irmã, pois os amigos não existiam mais! Eu havia afastado de todos para não causar ciúmes a ele. Ele era ciumento, sim, e isto foi a ruína de meu namoro.
Eu sempre fui por toda a minha juventude uma pessoa muito alegre, viva, receptiva a tudo e todos. Gostava de estar com amigos, ir para as festas que sempre organizávamos e gostava imensamente de dançar... A dança, para mim, era um modo de me comunicar com os meus melhores amigos. O meu corpo dizia o quanto eu era feliz! E atualmente, eu não consigo dançar como antes e isto me entristece porque dançar era tudo para mim, a música era como um alimento!
Quando o conheci não pretendia ter um namorado... Eu estava de férias em um litoral e, juntamente com amigos, o conheci. Ali, era tudo diversão, mas sentia que ele não estava só se divertindo. Ele desejava me conhecer melhor, conhecer meus pais, minha cidade e eu me empolguei com tudo isto que era uma grande novidade para mim, aceitando o envolvimento. Conheci toda a sua família e, depois deste dia, o namoro iniciou ao ponto de durar quatro anos de minha vida.
Ele me colocava nas nuvens com seus carinhos e quando saíamos, ele usava seus braços como um escudo, como se quisesse me proteger do mundo. Não percebia que aquilo era uma jaula. Ele não me protegia... Ele me impedia de comunicar com o mundo.
Quando estávamos com os nossos amigos e eu falava sobre algum assunto interessante e divertido que causava risos da parte dos outros; por existir em mim um modo diferente de ser e de ver as coisas da vida; ele mudava a expressão de seu rosto... Ele se transformava e se não parasse de falar, tudo piorava ao ponto de brigarmos quando voltássemos para casa. Este ciúme só existia da parte dele, porque eu o deixava ser como o conheci... Sempre brincalhão e divertido com todos! Eu tive de me silenciar, mas ele permaneceu a mesma pessoa, ele não perdeu a liberdade que eu perdi. Eu não tinha ciúmes, porque sabia que ele cuidava de mim... Seus olhares eram sempre para mim, sua vida era em volta de mim, então, para que sentir ciúmes dele? Não era necessário.
Na minha cidade, a minha estrada se restringiu em ir à escola - casa, casa - escola, e se por algum motivo devesse sair, teria de ser somente com minha mãe ou irmã, nada de amigos, nada de bate papo no telefone, nada, nada!
Minha mãe era uma pessoa muito caseira, então, eu não tinha muita escolha, eu ficava em casa. Neste período, aprendi a fazer trabalhos manuais como bordar, tricotar e até cozinhar! Quando não estava com ele, usava meu tempo livre também para ver filmes na televisão. Vivendo assim, eu achava que era feliz!
Como as coisas podem mudar tanto! Como pude ser tão submissa! E com o tempo, eu me modifiquei a tal ponto que, eu passei a sentir o mesmo ciúmes que ele sentia... Mas havia um motivo. Eu comecei a percebe-lo um pouco distante... Aquele namorado que vinha todos os fins de semanas e não via a hora de chegar, estava arranjando desculpas para não vir ao meu encontro. Eu, ali m minha casa, que não podia me mover e ele, não sei fazendo o que longe de mim.
O meu ciúmes ultrapassou barreiras, eu comecei perder o controle do meu ser! Quando iniciava a brigar por ciúmes, eu entrava em crise de nervos, me alterava como uma louca! Nada mais era normal... E ele não suportou ver em mim o mesmo ciúme que ele havia, pois era desse modo o seu comportamento e quando eu deixei de agir como ele desejava, terminou o namoro.
Para mim não foi nada bom! Sofria demais e minha mãe começou a se preocupar com o meu jeito perdido e silencioso. Ela não sabia como agir comigo, não sabia mais o que fazer, quando nesse mesmo período, minha irmã estava planejando uma viagem para o centro do Brasil... Ela queria ir ao Mato Grosso e nos vivíamos em Minas Gerais.
Para mim não foi nada bom! Sofria demais e minha mãe começou a se preocupar com o meu jeito perdido e silencioso. Ela não sabia como agir comigo, não sabia mais o que fazer, quando nesse mesmo período, minha irmã estava planejando uma viagem para o centro do Brasil... Ela queria ir ao Mato Grosso e nos vivíamos em Minas Gerais.
Minha irmã é quatro anos mais nova que eu e... Se eu era uma pessoa cheia de vida, minha irmã era dez vezes mais que eu. Quanta energia, quanta luz e alegria existente nesta pessoa linda que conseguiu curar tanto a minha dor! Ela conseguiu fazer reviver em mim, um pouco de curiosidade e alegria... Minha irmã Letícia me fez renascer!
Letícia tinha um namorado que ao mesmo tempo era o nosso vizinho e seu pai era um Gerente de Banco, daqueles que se locomovia de um Estado a outro. Depois de viver por anos em nossa cidade, seu pai teve de se transferir para Mato Grosso, onde assumiria o cargo de gerente do Banco do Brasil da cidade de Cárceres, Mato Grosso.
Tão longe de nossa cidade... Uma situação assim deveria também abalar a minha irmã, por ter este namorado desde quando ele chegou na nossa cidade. Eram dois anos de namoro, mas nem assim ela mudou... Tudo era normal para ela, e mesmo com a distância, ela iria procurar algum modo de tudo se resolver para se sentir mais feliz do que já estava se sentindo.
Minha irmã é uma pessoa muito forte, decisiva e realista. Ela encontrava soluções para tudo e não deixava o namorado a dominar, ela o contradizia e nem assim o perdia, ao contrário de mim que tinha medo de contradizer e perdi!
Minha irmã é uma pessoa muito forte, decisiva e realista. Ela encontrava soluções para tudo e não deixava o namorado a dominar, ela o contradizia e nem assim o perdia, ao contrário de mim que tinha medo de contradizer e perdi!
Neste seu período de namoro, me fez relembrar um dia em que minha irmã chegou em casa com o namorado e antes de entrar, ficou a conversar dentro do carro dele quando iniciou a brigar, mas... Isto era normal! Seu namorado Lucas, de repente liga o carro porque ela queria entrar e ele não queria que ela entrasse em casa. Então ele ligou o carro e ela começou a gritar:
- Pare o carro que quero descer. Se você não parar, eu pulo!
Ele não acreditou e continuou a acelerar o carro quando eu estando lá na calçada de minha casa, vi minha irmã saltando do carro! Não se machucou, por sorte não!
Letícia é assim, se ela diz que vai fazer algo ela faz! Não sei porque ela não tem medo de nada, não tem medo de enfrentar a vida.
Eu sempre fui muito diferente dela em tudo. Eu era delicada demais e sentia muito medo de enfrentar de frente a vida!
Minha mãe deixou que ela fizesse esta viagem para tão longe e seria eu a acompanhá-la...
Nasceu em mim uma nova vida, ela me mostrou um novo caminho, uma pequena alegria surgia, pois sempre gostei muito de viajar e aquela viagem poderia me trazer novos ares... Era um novo amanhecer para mim que depois de meses em silêncio, comecei a sorrir mas ao mesmo tempo ainda me preocupava, caso o meu ex namorado viesse a saber. Pedro poderia sentir raiva de mim. Que tola... Eu ainda tinha medo de perdê-lo mais do que já havia perdido.
E assim a viagem se concretizou e lá vamos nós duas rumo ao Mato Grosso! Mato Grosso era um Estado distante, que para chegar levaria dois dias.Tudo seria muito divertido e aventuroso! Eu não via a hora deste momento chegar... De poder entrar naquele ônibus que nos levaria para aquela região, onde todos diziam de ser tudo muito diferente de Minas... Onde as estradas seriam retas, somente retas com ricas plantações de soja e no meio das plantações poderíamos ver tantas Emas a passear nas plantações e o horizonte se encontrava com o céu... Diziam que era tudo horizonte, tudo lindo demais e diferente!
A Partida...
A viagem tão desejada faria parte da minha vida!
Minha mãe se chama Helena. Que mulher bondosa! Ela nos amava demais e era capaz de fazer tudo que pudesse para nos dar um pouco de felicidade. E ao me ver triste, ela só queria que eu pudesse reviver novamente, queria me ver contente de novo... Em momento algum, ela não se preocupou em brigar com a pessoa que me deixou naquele estado. Ela sabia o que a vida nos poderia oferecer, ela sabia que em nossas vidas existiriam dramas, derrotas, mas sabia também que poderia estar do nosso lado quando algo de ruim viesse ao nosso encontro. Procurava nos proteger, e desta vez, ela sabia que um pouco de energia e luz em minha vida me daria paz! Era como se eu fosse em busca de um auto conhecimento, porque tudo estava apagado em mim.
Eu e Letícia começamos a preparar as bagagens mas esquecemos do principal, comprar as passagens através de uma agência de viagem. Éramos leigas no assunto e o que pensamos foi que nós duas deveríamos ir na rodoviária da Capital de nosso Estado, Minas Gerais. Pensamos que chegando lá encontraríamos fácil as passagens e ao contrário não foi assim...
Saindo de nossa cidade foi tudo muito tranquilo, as bagagens estavam prontas. Não víamos a hora da partida que seria à noite e chegaríamos pela manhã à Belo Horizonte.
Nossa mãe Helena comprou algumas roupas novas para nos alegrar, nos deu um pouco de dinheiro além daquele da passagem e embarcamos. Seria uma viagem longa até a Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, e lá não haveria ninguém a nos esperar. Quando chegássemos em Belo Horizonte, nem sairíamos da rodoviária. Dali mesmo, procuraríamos uma empresa de ônibus que nos transportasse à Cuiabá.
Pensávamos que seria tudo muito simples, mas ao desembarcar pela manhã e procurar a empresa melhor, descobrimos que deveríamos ter prenotado a viagem. Os ônibus naquele dia já estavam lotados, e assim fomos em busca de uma outra empresa que também iria para o mesmo lugar. Aquele vendedor nos disse que tivemos muita sorte em conseguirmos encontrar passagens, mas as cadeiras não poderiam ser lado a lado, pois não tinha posto livre com duas poltronas juntas, havia acabado, e se demorássemos mais um pouco não teríamos nem conseguido embarcar, pois o ônibus já estava quase partindo.O vendedor das passagens nos orientou, dizendo que poderíamos conversar com o passageiro e pedir para trocar de lugar com a gente, visto que uma delas seria na frente a pessoa indicada não exitaria em aceitar. E assim fizemos ao entrar.
Antes compramos um pouco de merendas, e entramos. Quanta decepção! Era um ônibus de fazer vergonha. Não conseguíamos imaginar como que uma empresa pudesse oferecer aos seus passageiros, um ônibus como aquele para fazer uma viagem de dois dias...Era Medonho! Era sujo e tinha pouco espaço.
Eu por muito tempo da viagem, não conseguia aceitar de ter errado tanto assim... De não ter me preparado, procurando entender melhor como deveríamos agir. Minha mãe nesta hora não pode nos ajudar porque ela era uma pessoa que não fazia viagens longas, então também era leiga no assunto.
E assim entramos... Nossas cadeiras como disse, eram distantes uma da outra... Uma sentaria um pouco mais na frente, enquanto a outra sentaria na ultima fila do ônibus, perto do banheiro, que antes de partir já fedia. Que sofrimento para nós duas, porque ao entrarmos, demos o privilégio a um passageiro de sentar na cadeira da frente para que nós duas pudéssemos estar juntas e ele aceitou.
A cada pessoa que entrava no banheiro parecia que iríamos morrer sufocada. Eu nem conseguia merendar, comecei a sentir nojo do alimento mas minha irmã não perdia o apetite. Nada a afligia... A viagem era longa e minha irmã era muito comunicativa, então chegamos a criar amizade dentro do ônibus, a rir, a nos divertir, para esquecer todo o drama daquela viagem maluca que mais parecia improvisada.
Tínhamos de atravessar uma grande parte de Minas em direção a Uberaba, Uberlândia, estávamos indo em direção ao Triângulo Mineiro, e tudo era muito lindo... Mas quando chegava os momentos em que o ônibus deveria parar, ele nunca parava junto aos outros ônibus lindos que estavam indo para o mesmo lugar. O motorista desta empresa faziam paradas diferentes que mais parecia um bordel em vez de autogrill.
Eu ali dentro já estava imaginando que o Mato Grosso poderia ser horrível, pois o ônibus nos mostrava cada lugar estranho... Em vez de curtir bem a viagem, eu estava iniciando a sentir saudades do meu ex e só conseguia pensar nele. Queria aqueles seus braços, neste momento, para me proteger. Eu queria que ele me engaiolasse de novo para não ver o que estava vendo! Era tudo muito assustador para duas jovens em grandes aventuras. Poderíamos chamar, na verdade, de uma aventura de louco, pois não sabíamos para onde iríamos certamente, sabíamos que chegaríamos para viver uma Aventura de Louco, daquelas que Todo Mundo Quer um Pouco!
Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um PoucoCapitulo 1 - Introdução
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Segue capitulo 2
Esta aventura terá continuidade depois de alguns dias, quando as duas irmãs chegarem ao lugar destinado. Elas, depois de conhecer parte de Cuiabá, irão passar dias calorosos e alegres em uma fazenda, cujo o proprietário é o Pai do namorado de Letícia. Ali, sim, será a maior aventura, pois, as duas estarão dentro de uma fazenda onde o Pantanal é próximo! Tudo muito diferente!
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"Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco"
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