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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XIX

Onde Nasce uma Paixão

- Eu acho que você deve refletir muito e procurar não errar, porque seu coração está muito dividido.
Quando Letícia falou isto, eu concordei com tudo que falou, mas fiquei em silêncio. Realmente não sabia mais o que deveria fazer. Em algumas coisas, acho que minha irmã estava certa...
Depois de caminharmos indo ao encontro daquele rio, avistamos aquele areia que nos deixou fascinada. Isto sim é algo que não poderíamos deixar de viver porque é puro prazer!
E assim a estória continua...
O Silêncio Reina em um Ser, quando a Dor toma conta do seu Bem Querer.
O Silêncio de uma pessoa tem, por detrás, dores que o magoa.

Divertíamos como três amigas completamente fieis aos sentimentos de cada uma... 
Cada uma ali naquele lugar, procurava fazer o que sentia mais vontade, para deixar fluir boas energias aos nossos corpos. 
Eu sem sombras de duvidas, estaria dentro da água procurando me molhar toda. E nada melhor para fazer isto levando junto a mim Eduardo... Ali, nos dois já parecíamos somente um corpo... Eu tive grande afinidade com ele... Suas gargalhadas eram como um canto! 
Quando mergulhava o seu corpo naquela água era um delírio! Cornélia um pouco distante, assistia tudo com tamanha felicidade ao ver seu filho que independente de estar com ela se sentia feliz!
Era como se ela estivesse vendo Eduardo crescido e independente. 
Quando olhei o seu rosto sorrindo comecei a pensar...
"Qual mãe não desejaria isto para um filho! Nasceria tanta dor se não pudesse ver isto acontecer... Nasceria magoa de ver uma vida tão singela partir para outro mundo antes de vê-lo crescido, rico de raízes e la na frente... Bem la na frente... Poder ver que em seus braços tem mais um outro ser pequenino... " Que lindo! " Ela Clama. Ele acabou de nascer... Está nos braços de seu filho que além de ser agora tão grande, deu o maior presente para quem um dia sacrificou tanto de suas vontades para educá-lo!


Tudo nesta vida tem seu encanto. Cada singular vida tem mérito de viver... Eu me pergunto sempre coisas que jamais terei respostas. Por mais que eu pense eu não encontro respostas...  
Porque uma pessoa se torna ruim? Porque uma pessoa consegue ser capaz de tirar a vida de outro? Existem pessoas que de uma só vez tira a vida de milhares de seres que desejavam tanto evoluir e depois será ele a perder a sua vida... Será ele a vitima.... Sim ele poderá ser uma vitima, por ter criado tanta mágoa em quem sofreu uma perda. Mas será que ele se apavoraria, quando estivesse de frente à morte? Não consigo ter respostas nem para isto!
Quanta dor para quem fica... Criava laços e pedaços de si se foi!
Vida e morte ... Com certeza são felizes os que ainda podem ter a sorte de não ter vivido isto... Perder alguém que amamos muito! "
- Letícia vem um pouco para água, desse jeito você vai virar torrada... Olha só a sua cor que linda! Esta de dar inveja. Vem para perto da gente um pouco!
Falou Cornélia ao admirar a sua cor...


E assim ela fez... Se levantou e veio se divertir junto a nós.
- Porque se isolou? Aqui na água esta maravilhoso mas ao te olhar te achei um pouco distante.
Cornélia é muito observadora então falou o que havia notado.
- Sim é verdade, senti saudades de Lucas. Queria que ele chegasse logo eu estou achando que eles estão demorando demais. Disse que não iria demorar e até agora nada. 
- Depois fala de mim dizendo que tenho de ser mais livre...Olha só você! Apenas umas três ou quatro horas distante de Lucas e já esta se lamentando. 
Falei para demonstrar a ela o quanto o amor é importante.


- Olivia, quando fico longe de Lucas eu sinto tanta saudade. Não sei o que vou fazer sem ele quando partirmos.
E o pior que estou pensando coisas ruins... Eu estou aqui mas quase todo instante me vem em mente aquela mulher levando Lucas para o magazine.
- Letícia, mas porque você esta pensando ainda nisto. Lucas falou para você ficar tranquila, acredite nele pelo ao menos uma vez. Tem um ditado que diz: Quando um não quer dois não briga. Se tem uma pessoa que ela possa querer levar para aquele magazine, esta pessoa seria Júnior!
Falei afirmando e na mesma hora a fiz recordar de um momento que vivemos ali...
- Lembra aquele dia que machuquei o pé e ela falou para Júnior de tomar conta de mim direito?
Agora que sabemos de tudo que ela é capaz de fazer, eu comecei a pensar que ela fingia de ser boazinha comigo... Isto é típico de mulheres que  querem nos enganar e por detrás adora furar os nossos olhos com traições, porque a gente jamais pensaria que depois que se faz de amiga, serem capazes de tal ato. E Júnior por ser um homem que não vive por aqui, talvez desperte nela mais interesse.
- Olá! Eu estou aqui... Posso saber de quem vocês estão falando?
Falou Cornélia se sentindo fora da conversa.


- Desculpe Cornélia. Estamos falando de Elisa, ficamos sabendo de algumas coisas que ela faz... Essa coisa de querer fazer sexo com os homens que aparecem no armazém e Letícia agora não quer que Lucas continue a ir naquele lugar.
Expliquei para Cornélia quando ela disse:
- Então vocês já estão sabendo... 
- Sim, Juliano contou para Lucas... Olivia, mas será mesmo que ela fingiu com você? 
Perguntou Letícia querendo entender o que eu penso.
- Claro! Bem... Se for mesmo do jeito que falam, claro que fingiu. Como disse é típico desse tipo de mulher. Agora eu me pergunto... Será que Júnior entraria neste magazine? Porque depois que você me contou como ele é, nem sei mais o que pensar.
- É por isto que eu digo para você sempre... Isto aqui é uma aventura passageira e tudo pode acontecer de estranho ou maravilhoso. Eu acho que se você sentir vontade de furar os olhos dele, fure! Fure, porque homens são sempre iguais, parecem mico de circo! Prometem mas são poucos os que cumprem. 
Lembra da minha amiga Estela? Aquela que estudou comigo por quase todo o ginasial? Ela ia sempre em nossa casa...
- Lembro sim. Sempre achei ela muito bonita!
Cornélia desta vez estava calada escutando tudo com muita atenção. 


- Pois então... Estela tem uma tia que é mais bonita que ela! A tia dela namorou cinco anos, noivou três anos e depois de um desentendimento com o noivo, ele termina com ela e casa com outra em apenas dois meses. 
- Mas tinha mais que se desentender mesmo! Minha Nossa Senhora da Misericórdia que homem vagabundo! Como uma mulher pode aceitar tanto enrolo assim? Senti pena dela agora.
Falou Cornélia revoltada.
- Já pensou que loucura? Quando Estela me contou, eu senti ódio dos homens.
Fala Letícia abismada.
- Também não é assim Letícia, você fala como se todos os homens fossem fazer o mesmo. Eu discordo um pouco com esta coisa deles serem sempre iguais. Eu acredito que existem sim homens carinhosos e bondosos e honestos.
Afirmei.
- Me mostra Olivia! Se você apontar apenas um, eu te dou aquele meu brinco que você adora!
Fala Letícia discordando do meu ponto de vista.
- Antônio... Antônio de Cornélia parece ser um homem de bem!
Falei como se uma luz acendesse as minhas ideias, porque aquele brinco eu desejava muito!
Cornélia toda feliz comigo e querendo me ajudar responde:
- Isto é verdade! Antônio é muito calado, tem seus motivos, mas é bondoso demais! Pode dar o brinco para a sua irmã que desta vez ela acertou! 
Letícia, você não deve esquecer que Lucas também tem estas qualidades. Eu acho que você deve confiar mais nele. E' visível o quanto ele te ama!
Depois comecei a pensar novamente na tia de Estela e falei:
- Que sofrimento para a tia de Estela... Ela sofreu porque ele a largou mas sofreu também porque tem outra na história.
- Mas é sempre assim Olivia, eles só largam a gente se tem outra para se amparar. 
Fala Letícia com todo o seu realismo.
- Não concordo... Nem sempre é assim. Veja meu caso com Pedro por exemplo... Ele me largou mas não teve nenhuma aparência de ter existido outra. Até tornou a me procurar, querendo conversar comigo, mas eu estando aqui não teve nenhuma chance.
Falei imaginando que poderia estar livre de uma traição.
Letícia continua:
- Você não sabe, pois estava longe dele. Pedro talvez encontrou alguém sim. No encontrar, gostou no início mas resolveu largar por se arrepender pois, talvez ela fosse mais complicada do que você. Porque vou te dizer uma coisa maninha, é difícil te aguentar! Você além de ser osso duro é cheia de manias e fricotes, aja paciência!
- Olha só quem diz... Lucas sofre com você Letícia com este seu modo autoritário.
Cornélia interrompe dizendo:
- Sabe, eu acho melhor a gente parar de falar bobagens, porque esta virando briga entre vocês... Que tal em vez de estarmos aqui a pensar no que eles podem fazer, irmos nos bronzear e comer milho verde?


Eu adorei a proposta porque sentia fome. Estava ansiosa e ansiedade me provoca fome, muita fome! Estava nervosa de tanto falar em homens e não ter respostas... Quando não tenho respostas surge a ansiedade... Surgindo a ansiedade me vem a fome... E depois ao olhar a balança me assusto!


Ali comendo o milho verde eu ainda pensava em Elisa, os pensamentos não terminavam e então quis continuar com aquele assunto sobre Elisa e os homens. Em meus pensamentos não conseguia encontrar sentidos para certas coisas...
- Estou aqui pensando que Elisa sendo desta maneira, deve conhecer muito tipo de homens. Você Cornélia por exemplo sabe muito sobre homens, mas acho que Elisa sabe muito mais do que você não?
Perguntei para a mais entendida de homens.
- Olivia minha bonequinha, não é porque uma mulher que fica com uns dez homens por semana, possa significar que entende de homens. Para dizer a verdade dificulta, por não ter nem tempo de analisá-los. Esta troca atrapalha a estudar a espécie. Se você quer entender homens estude em um só. O homem é imprevisível mas lá no fundo, eles se parecem muito!
Responde Cornélia como se estivesse com uma enciclopédia em mão, lendo sobre o que diz sobre esta espécie.
Enquanto falávamos, Eduardo estava brincando com um carrinho na areia... Ele estava tranquilo
perto da gente debaixo de uma sombrinha improvisada que Cornélia trouxe para protegê-lo.
Quando Cornélia explicou eu falei um pouco arrependida de continuar esta conversa...
- Sabe, eu acho que deveríamos falar de outra coisa. Estamos falando demais de uma pessoa e ela não esta presente, não pode se defender.
- Ai Olivia, tem hora que você me dá nos nervos sabia? Desde quando as coisas são assim como você diz? Como você pode pensar que quando vamos falar mal de alguém, a gente vai querer ela por perto?
Falou Letícia irritada com meus pensamentos então respondi:
- Eu não gosto de falar de pessoas... Apesar de ter sido eu a iniciar, acho que errei. Eu acho que cada um tem direito de fazer o que deseja. Se é certo ou errado será Deus a julgar e muitas vezes as autoridades.
Acharia mais interessante se começarmos a falar de cinema, viagens, algumas belezas vistas por ai neste mundo grande. Mas falar de alguém não!
Respondi.
- Olivia, sobre esta mulher podemos falar sim. Esta mulher não merece a minha compreensão... Ela fez Antônio sofrer demais. Não posso ter nenhuma consideração por alguém que fez Rubens, o irmão de Antônio morrer.
Fala Cornélia nos surpreendendo.
- Irmão de Antônio? Antônio perdeu um irmão Cornélia? E o que tem Elisa haver com isto meu Deus?
Perguntei completamente surpresa, pois isto ninguém havia nos contado. Parecia um segredo eterno onde ao falar abririam cicatrizes imensas. 
Quando perguntei, queria perguntar muito mais coisas, queria saber detalhes sobre o que ela iniciou a falar assim continuei:
- Então foi por isto que Eduardo foi levado para o hospital em Cárceres? E' por isto que Juliano não  aceitou de ir no armazém com Lucas? Então não era só porque ele esteve com aquela mulher... Tem muito mais coisas. Mas porque você nunca falou Cornélia de tudo isto antes?
Neste momento Cornélia responde:
- Calma, eu vou explicar tudo em detalhes. E eu não falei nada antes, porque todos nós aqui, evitamos de falar para não causar mais danos, Antônio sofre dia a dia com isto. Tem dias que o encontro abraçado com Eduardo a chorar desesperadamente, até brigo com ele e peço para não fazer isto diante de Eduardo para não transmitir insegurança ao nosso filho. 
Rubens era o irmão gêmeos dele e era completamente ligado a Antônio. Faziam tudo juntos e estavam programando comprar terras juntos . Eram terras próximos daqui.  


Quando Juliano, meu irmão, se envolveu com Elisa eu havia implorado para ele se afastar porque nunca gostei daquele marido dela e não gostava do comportamento de Elisa com os homens. Comecei a ter pressentimentos e de tanto pedir a Juliano, ele me escutou. 
Não sabíamos que Rubens estava iniciando a conhecê-la, pouco depois que Juliano havia deixado de estar com ela... " Deus ouviu as minhas preces  " pensava... Eu pensava que estaríamos livres de perigo e em vez... Ninguém sabia, nem Juliano sabia que ele encontrava com ela. 
Disseram que quando ele iniciou a sair com ela, eles se apaixonaram verdadeiramente e depois disto nunca mais ela saiu com outro homem.  Se encontravam sempre mas com total segredo.
Mas eu sempre me pergunto porque ela se calou? Se ela era apaixonada por ele, porque não nos ajudou a desmascarar o homem que o matou? Todos dizem que foi o marido dela a fazer isto, mas ninguém consegue provas para incriminá-lo. Eu penso que ela sabe de muita coisa, mas não é capaz de fazer nada... Que amor era este?
Daqui a três meses fará dois anos que tudo isto aconteceu. 
Em um fim de tarde, chegou a notícia em nossa casa que Rubens estava estava morto pela estrada. No inicio pensaram que pudesse ter sido Antônio a morrer, porque os dois eram idênticos na fisionomia, mas olhando os documentos puderam identificar o irmão.  
Foi agoniante escutar esta notícia. Eduardo já havia nascido, era tão pequenino. 
Antônio depois disto, nunca mais foi o mesmo, se fechou em um silêncio que muitas vezes me feria, depois aprendi a lidar com o seu silêncio e agora ele vem melhorando, está mais alegre ultimamente. Quando Eduardo sofreu este acidente e foi para o hospital, entrei em agonia novamente, porque sabia que Antônio estaria naquele hospital, apavorado da mesma forma que no passado. 
Perder alguém que é muito caro, faz surgir uma dor que diria de ser inexplicável para quem nunca sentiu isto, na sua própria pele.
- Cornélia você não imagina o quanto estou surpresa com esta noticia. Na minha opinião, as autoridades teriam que fazer justiça. Não é justo uma pessoa morrer porque demonstra de amar alguém e tudo ficar impune. 
Falei assustada.
- Eu estou sentindo é medo, muito medo! Eu agora mais que nunca quero Lucas longe daquele lugar. Cornélia se você falou que ela pode saber da verdade, acho que tenho uma ideia aqui que poderíamos utilizar para ver se ela sabe mesmo. Você tentou falar com ela alguma vez?
Perguntou Letícia depois de apontar uma ideia e assim responde Cornélia:
- Não... Antônio me proibiu de aproximar daquele lugar. Sempre senti vontade de procurá-la porque eu imaginava que ao mostrar a minha dor e todo este sentimento sufocado, conseguiria fazer com que ela falasse comigo sobre Rubens e tudo que poderia ter acontecido, mas Antônio não aceitou.
Mas Letícia qual seria a sua ideia?
- Acho que poderia dar certo o que pensei... Porque não fazer com que ela venha ao sitio? 
Seria muito simples. Imaginei em fingir de estar de cama muito mal e assim eu não poderia ir ao seu encontro, assim ela viria ao sitio, onde ao chegar, iria encontrar todos nós a implorar a ela que falasse a verdade.
Explica Letícia.


- Letícia eu gostei muito de sua ideia. Antônio não poderia saber porque não permitiria. 
Poderia dar certo, mas você terá mesmo de fingir de estar doente para ninguém perceber que mentiu. Poderíamos inventar uma diarreia causada por algo que você comeu, assim ninguém saberia que você inventou. Eu estando aqui, digo que você está com febre e peço para Lucas chamá-la. 
Daria certo sim esta sua ideia, ela foi genial! Eu desejo tanto falar com esta mulher olhando em seus olhos...
Responde Cornélia demonstrando satisfação.
- Eu vou fazer. Esteja tranquila que quando voltarmos da Chapada dos Guimarães este será o nosso segredo a ser realizado.
Falou Letícia completando com uma pequena curiosidade para descontrair aquela situação:
- Mas Cornélia me diga uma coisa... Você falou que eles eram idênticos não? Existiu alguma vez em que você beijou um pensando de ser o outro?
- Que pergunta Letícia, isto são horas para estar brincando?
Falei irritada.
- O que que tem de mal brincar Olivia? Afinal ainda estamos vivas. Neste mundo tem tanto desamor, tanta hipocrisia, mas é o mundo em que devemos viver e mesmo existindo coisas horríveis tem também beleza, amizade que pode nos trazer paz interior e não teria nada melhor para nos sentirmos bem, do que brincar, sorrir, amar... Dar conforto a quem sofreu um dia de um modo verdadeiro, brincar seria a coisa mais justa a fazer. O mundo está aos nossos pés e somos nos que devemos aprender a viver nele, procurando ser um ser agradável aos olhos de muitos!
- Eu adorei a brincadeira. Brincar entre amigas é muito bom! Foi ótimo para vermos o quanto temos afinidades e como disse Letícia podermos demonstrar o quanto estamos vivas. 
Esta sua pergunta é até muito curiosa porque na verdade eu nunca errei... Sempre beijei somente Antônio e o conhecia até de costas. Mesmo sendo totalmente iguais eu via diferenças em tudo e achava Antônio muito mais bonito. Todos tinham dificuldades em identificá-los mas eu não! Talvez fosse o amor que eu sentia que me dava este poder.
E por falar em estarmos vivas acho que deveríamos voltar para casa, pois está ficando muito quente para Eduardo e estes homens não chegam. Vocês continuam a se bronzear lá no gramado, que tal?
- Lucas disse que viria porque queria nadar e eu queria tanto vê-lo nadar! Nadar é uma das coisas em que ele mais gosta de fazer. Não é à toa que ele tem aqueles largos ombros.
Fala Letícia demonstrando a cada instante o quanto sentia falta de Lucas.
- Eu concordo com Cornélia, devemos voltar e esperar na casa de Cornélia e se eles chegarem logo, viríamos novamente aqui para que Lucas possa nadar!
Falei.
Letícia concordou e assim começamos a caminhar de volta para aquela bela casa. 
As duas estavam conversando sobre o novo plano e como deveriam fazer para encastrar Elisa e fazê-la confessar e eu me perdi um pouco a pensar sobre tudo que andei escutando...


"Porque estou aqui a pensar em Elisa tentando encontrar respostas para todo o seu silêncio? Cornélia está certa, Elisa deve saber alguma coisa da morte de Rubens irmão de Antônio.
Cornélia falou que ela o amava demais, provavelmente se silenciou por algum motivo, Acho tudo estranho... Não se pode calar desta forma se não houver medo! 
Porque ela se silenciou? Porque ela ainda continua ao lado do marido sabendo disto. Será do que este homem é capaz para deixá-la assim tão perdida e insegura ao ponto de não contar a verdade? Estou certa que ela sabe, não é possível que não saiba! 
Antônio por detrás de todo o seu silêncio deseja respostas, deseja justiça... Ele perdeu um irmão, não foi um objeto que possuía e mais que tudo isto eram gêmeos. Só de imaginar de alguém que amo morrer desta forma, eu não sei como reagiria, mas penso que não seria tão diferente de Antônio..."
Eu estava a vagar como se estivesse em órbita e vendo tudo que penso na minha frente. Letícia e Cornélia estão aqui a falar e eu não escutava nada. Porque eu me isolo de todos? Vivo cheia de perguntas desejando respostas e por isto desapareço em busca delas como se estivesse de costas, em busca de uma outra rota que nem sei porque é assim. Sei apenas que perco o controle como se não conseguisse comandar meus pensamentos. Eles fogem de meu corpo sempre!
- Você concorda Olivia? Olivia! Olivia! Olivia! Misericórdia Olivia eu estou falando com você bonequinha!
Falou Cornélia sem que eu percebesse quando Letícia grita...


- Olivia, Cornélia está te chamando!
- Ai não precisa gritar! Deste jeito você me assusta Letícia.
Falei assustada.
- Olivia porque você é assim? Eu e sua irmã estamos horas aqui a falar de um plano que estamos programando mas parece que você não escutou nada.
Perguntou Cornélia.
- Não sei explicar Cornélia. Eu fujo em pensamentos sem que eu perceba. Não queria porque parece que sou louca!
Expliquei e Letícia fala:
- Pelo amor de Deus não diga bobagens... Agora você exagerou Olivia. Todo mundo pensa mas a maioria das pessoas tem controle e conseguem perceber tudo que esta vivendo ao ponto de interromper os pensamentos. E você não é assim mas também não é louca e sim diferente!  
Você não consegue controlar certas atos de uma só vez. Se você esta fazendo uma coisa a outra se perde de seu comando e qualquer coisa que você faz tem de ser individual. Você não consegue assimilar duas coisas ao mesmo tempo. Se está cozinhando, não pode falar, se está falando, não pode cozinhar e se está pensando, vai para o mundo da lua!
- Isto é coisa de criança! Não sou mais criança... Queria saber como poderia mudar isto.
Respondi.
- Eu acho que você teria de treinar. Quando perceber que esta entrando em pensamentos ao ponto de distanciar, você não deve deixar isto acontecer totalmente. Deve buscar o equilíbrio antes que isto aconteça entende? Passa a ser simples se você começar a exercitar.
Fala Cornélia me explicando e neste momento quis mostrar o que pensava...
- Quando vocês me chamaram eu estava pensando porque Elisa faz silêncio? Esta mulher pode ter criado todo este sofrimento mas do jeito que você contou me fez lembrar o que Lucas um dia falou quando falamos dela. Ele disse que talvez ela fosse infeliz.
- Não sei te responder isto bonequinha... Sabe, eu tenho medo que um dia sem que eu possa fazer nada, Antônio com todo o seu silêncio, possa ir naquele armazém e dar fim à vida de quem matou seu irmão. Alias mandou matar porque dizem que ele não fez a coisa suja, só ordenou como se fosse o poderoso da região. Eu sei que é loucura pensar nisto mas eu penso sempre... Loucuras estes meus pensamentos...  
Eu desejo justiça mas tenho tanto medo de Antônio não ter paciência. E' por isto que sou muito carinhosa com ele, muito mais do meu normal. Eu procuro ser assim para dar um pouco de paz a ele porque esta perda foi grande demais. Foi como se seu coração agora existisse só à metade.
Seu pai morreu dois meses depois do acontecido com um ataque cardíaco. Quando estava partindo desta vida ele pegou na mão de sua esposa e falou:
"Catarina agora vamos poder continuar a cuidar de nossos gêmeos... Eu cuido de Rubens e você continue aqui a cuidar de Antônio..." E assim fechou os seus olhos!
Relembra Cornélia coisas do passado que nos dava arrepio ao escutar. Eram histórias tristes que surgiram na vida desta família quando ao improviso Rubens o irmão de Antônio morre transformando alegria em dor.
- Cornélia, o pai de Antônio foi embora deste mundo preocupado com Antônio. Eu penso assim... Ele  falou deste modo para deixar a sua esposa calma, como se dissesse que estava tudo bem, que tudo iria correr bem. 
Muito lindo o gesto dele! Ele deve ter sido um homem maravilhoso para preocupar tanto com os filhos.
Falei demonstrando carinho por toda a família quando Cornélia responde:
- Eles formavam um lindo casal Olivia. Só tiveram dois filhos em uma só gravidez e depois viviam para dar alegria a estes filhos. Foi muito triste quando ele se foi.
- Eu imagino... Do modo que você nos conta da para sentir o quanto havia carinho entre eles. Como é bom ver um casal se amarem assim até no fim de uma vida.


Respondi quando Letícia fala:
- Um pai é muito importante na vida de um filho... Ele ensina. Eu e Olivia não aprendemos nada com nosso pai. Ele preferiu destruir a harmonia que antes existia. Olivia não gosta de falar disto, ela sente muita mágoa. Preferiu usar o silêncio para não se ferir mais do que já estamos feridas.
- Eu tenho razões para estar magoada Letícia. Eu não aprendi nada com ele. Ele não deixou.
Falei com o rosto demonstrando tristeza quando Cornélia fala:
- Tanta coisa que ainda tenho de descobrir sobre você bonequinha mas... O tempo não vai deixar e isto me doí!
Eu a olhei e sorri carinhosamente porque eu também desejava estar ao lado dela por mais tempo.
Depois de caminharmos um pouco, chegamos na casa de Cornélia onde esperaríamos os namorados... Nos organizarmos ali em sua casa e Letícia continuou a se bronzear no gramado perto do chuveiro. Por mais que estivesse bronzeada para ela ainda era pouco. Letícia amava o sol, o calor e todo o brilho que ele trazia para a sua pele! Até nisto éramos diferentes...


Estava ali a se bronzear mas continuava muito preocupada com a demora deles. A cada meia hora ela falava de sua preocupação.
- Lucas está demorando muito... O que você acha Cornélia?
- De certo já deveriam estar aqui. Não se preocupe Letícia, pode ter acontecido alguma coisa simples que os fizeram atrasar. Eu acho que você deveria se acalmar.
Respondeu Cornélia.
- Eu já estou nervosa, seria difícil me acalmar. Fico só pensando que não quero mais que Lucas continue indo lá no armazém. Eu agora estou tendo medo daquele homem... Pode pensar mal de Lucas por alguma coisa e... Nem sei mais o que eu estou dizendo, só desejo que volte logo!
Falava Letícia cada vez mais nervosa assim falei rígida com ela:
- Letícia pare com este nervoso, Lucas logo estará aqui e quando chegar vai te explicar tudo. 
Hoje mesmo, eu falei com Juliano que você não tem medo de nada e agora parece que eu estava mentindo. Estou descobrindo que você morre de medo de perder Lucas. 
Sempre achei tão lindo o amor de vocês dois, mesmo que muitas vezes você demonstre de ser dura, ele existe fortemente ao ponto de nascer em você um pavor só de pensar em perdê-lo. 
Esteja tranquila, não aconteceu nada e daqui a pouco estarão aqui e melhor ainda, com uma bela noticia para te alegrar... Na verdade estou achando estranho de não ter chegado ninguém! Nem Juliano e Antônio voltaram. Eles também disseram que não demorariam e até agora nem sinal deles.
E por falar em Juliano Cornélia, ainda bem que ele te escutou e parou de se envolver com Elisa não?
Agora ele pode estar aqui com você e dando muita atenção para Antônio, que por ser uma presença masculina, deve fazer muito bem para ele, fazendo com que se alegre um pouco.
- Confessa vai... Você está feliz por isto! 
Fala Letícia sorrindo um pouco.
- Mas o que diz? Letícia você realmente é muito implicante.
Falei toda sem graça. Quando pensava em Juliano, eu gostava mas ao mesmo tempo sentia saudades de Júnior.
- Isto é verdade bonequinha, Letícia tem razão. Quando você fala do meu irmão, seus olhos te enganam. 
Isto que você mencionou é verdade, Antônio realmente se agarrou muito a Juliano. Eles sempre estão juntos... Quando Juliano sai para caçar, muitas vezes Antônio não podendo ir, acaba sentindo a falta dele demonstrando preocupação e medo ao pensar que ele pode não voltar. Meu marido tem tanta mágoa, tanta dor... Ele pensa que aquilo que aconteceu com Rubens, pode novamente acontecer como se isto agora fosse uma coisa normal. 
Quando alguém vive momentos como este que nós vivemos, faz a normalidade se tornar assustadora. Por isto ele agora é assim silencioso, como se não pudesse mais falar... Como se tivesse que se calar.
Fala Cornélia entristecida.
Continuei falando da família de Cornélia de um modo carinhoso, para fugir um pouco do assunto que transportava para o meio de nos tanta melancolia...
- Quando você falou o nome da mãe de Antônio eu achei lindo... Catarina! E a sua mãe Cornélia como se chama?
- Rafaela. Eu adoro o nome de minha mãe ao ponto de querer ter tido este nome em vez de Cornélia.
Responde Cornélia.
- Nossa, mas o nome de sua mãe é tão moderno. Estranho porque em tempos antigos não se via este nome em circulação. Ela teve sorte de ter tido um nome assim tão belo, pois naquela época, deveria ser diferente de todos os outros nomes. Quase todo mundo a tempos atrás se chamavam Maria.
Afirmei.
- Eu também achei estranho... Ou se chamavam Maria juntamente com outro nome ou Ana. E o seu Cornélia? Seu nome também é muito diferente!
Exclamou Letícia.
- Como vocês são observadoras. Eu vou contar como foi que aconteceu para que minha mãe tivesse este nome Rafaela. Vou contar porque é muito engraçado e... Quanto ao meu nome Letícia, minha mãe escolheu este, porque minhas avós se chamavam Coralina e Amélia e juntando algumas sílabas surgiu Cornélia. No inicio eu não gostava, mas depois que minha mãe me explicou o porque de me chamar assim, eu passei a gostar cada vez mais dele. Tenho registrado no meu ser o nome de minhas avós!
Falou sorrindo e continuou...
O nome Rafaela foi assim...  Minha mãe vem de uma família de quatro filhos e ela é a caçula e todos os outros eram homens. Quando nasceu o primeiro filho de minha avó, dizem que ela decidiu colocar um nome de anjo. Minha mãe conta que minha avó que se chamava Coralina, era muito religiosa e então decidiu em colocar nome de anjos em seus filhos. 


Ao nascer o primeiro filho deram a ele o nome de Miguel. Logo em seguida nasceu o outro que se chamou Gabriel e depois de ter tido dois homens, ela já esperava que o próximo também fosse homem, que ao nascer deram o nome de Daniel. 
Minha mãe dizia que minha avó amava os seus anjos... Quando nasceu o último filho todos esperavam o Rafael, já estava escolhido. Haviam perdido as esperanças que nascesse uma menina, então já tinham escolhido o seu novo anjinho. 
Ao nascer minha mãe, eles contam que foi uma enorme surpresa, não sabiam o que fazer porque queriam que continuasse com os nomes de anjos. Deste modo a minha avó Coralina teve uma ideia e olhando para o meu avô ordenou:
" João vai lá e registra com nome de anjo... Só serve anjo! Não precisa se preocupar João, você só deve acrescentar a letra A. Passado algum tempo chega o meu avô com o registro... Rafaela!
Dizem que minha avó ficou feliz da vida, porque queria muito uma filha.
- Linda a história Cornélia. Lindo o nome dela e se um dia eu tiver uma filha, já está decidido vai se chamar Rafaela!
Falei emocionada e ouvir toda aquela historia.
Letícia se divertiu muito em escutar, também adorou tudo e falou:
- Minha mãe Cornélia, também conta tantas histórias para nós e tem uma que quando ela contava, eu pedia para contar sempre porque me fazia rir muito. 
Quando ela era ainda muito jovem, a minha avó não gostava que ela namorasse mas... Minha mãe conta que ela tinha alguns fãs que ao entardecer, costumavam ir até a janela da casa dela para fazer serenata para ela, pois naquele tempo era de moda em cidades mais desenvolvidas. 
Um certo dia minha avó Célia não suportando mais aquilo abriu a janela do quarto e em vez de falar com eles, jogou urina nos homens. Era urina que naquela época havia debaixo da cama em um penico. Minha mãe conta que não havendo luz todos os dias e o banheiro ser construído na varanda, eles urinavam em penico por toda a noite e esta urina serviu para dar banho nos homens. 
Neste momento Cornélia gargalhava com toda a história que Letícia contava, quando de repente começamos a escutar Lucas buzinar fazendo Letícia saltar de felicidade. Felicidade era a palavra justa para aquele momento, onde a luz de seus olhos eram mais forte que o sol.
Lucas descendo do carro a abraçou muito forte onde se beijaram loucamente. Um beijo intenso... Ninguém poderia destruir aquele momento, era só dela. 
Júnior ao aproximar de mim me abraçou carinhosamente me olhando com aquele seu olhar doce e um sorriso dizendo que Lucas teria uma linda novidade para contar... Me deixou muito curiosa.
Neste momento chega Juliano em sua Toyota de cor verde escuro e alguns detalhes de marrom metálico. 
" Que carro lindo o dele, lindo como ele! "
Pensei e suspirei...
Eu sempre gostei de carro como aquele e sendo de Juliano me chamou mais ainda a minha atenção.


Ele descendo do carro, aproxima de todos quando Lucas fala:
- Tenho uma noticia espetacular para dizer a você amor! 
- Lucas, é assim que você fala depois de me deixar aqui louca de nervoso com o seu sumiço? Você me deixou apavorada aqui vida, morri de preocupação porque você não voltava. Não faz mais assim...
Falou Letícia alterada no meio de todos.
- Amor... Me desculpe! Eu estive em Cárceres, pois quando fui no armazém liguei para meu pai e quando nos falamos, ele pediu que eu fosse lá e levasse junto a mim Juliano para fazermos uma tratativa. Não tive como te avisar, sabia que você estaria nervosa e até fiquei muito preocupado também mas foi por uma boa causa... Muito boa amor!
Na verdade eu estava vindo para cá para chamar Juliano e te avisaria mas o encontrei por estrada e então dali mesmo nos fomos para Cárceres. Amor você vai me perdoar por não ter te avisado, quando souber o que aconteceu. Estou radiando felicidade meu amor! 
Falou Lucas a pegando pelos braços e abraçando-a muito forte para beijá-la.


- Fala vida! Não me deixa curiosa assim!
Em seus braços como se estivesse ao céu, ela fala interrompendo todo o seu discurso. Ela queria que ele resumisse toda a história. E assim, ele continua:
- Amor prepara-se porque daqui a seis ou oito meses vou te buscar para vivermos juntos. Podemos nos casar amor, já imaginou que glória!
Lucas dando a noticia a beijou novamente e eu não estava entendendo nada então falei:
- Não beijar agora, continua contando Lucas, não nos deixe curiosa desse jeito.
Vi Antônio sorrindo quando falei... Pela primeira vez o vi sorrindo.
- Tudo bem, vou contar... Estive em Cárceres porque meu pai queria me dar a notícia. Ele disse que está se mudando para Minas mas eu vou continuar aqui. Ele vendeu o sítio e comprou outro melhor! Ele disse que é mais próximo da cidade onde tem luz e telefone. No final de toda a conversa, ele me presenteou as terras que a partir de agora sou eu o proprietário. 
Amor, já imaginou o tamanho de minha felicidade? Eu só desejava ver o seu rosto de perto ao te contar!
Ao chegar em Cárceres, meu pai me levou ao banco e com portas fechadas em uma sala eu assinei muitos documentos. Agora é tudo meu amor... Aliás é tudo nosso porque você é a minha vida!
Daqui a seis meses acho que tudo estará organizado e poderemos nos casar e aqui posso iniciar uma profissão da qual eu amo que é poder cuidar de terras e animais. Teremos sempre Antônio e Juliano do nosso lado a nos ajudar quando sentirmos dificuldades.
Falou Lucas muito emocionado. 
- Mas e o sitio, quem comprou? Meu Deus eu moro nestas terras... Eu não queria ter de sair daqui.
Falou Cornélia preocupada.
- Quem comprou o sítio está na sua frente falando com você!


Falou Juliano sorrindo para a sua irmã e continuou...
- Daqui em diante este pedaço de terra será todo seu, minha irmã. Quero que saiba que te amo!
Era Juliano que havia comprado o sítio, doando um pedaço de terras para Antônio e Cornélia. 
Ele agora é dono do sitio que eu adoro e não posso fazer nada porque o meu namorado é Júnior. Queria tanto que fosse Júnior a comprar aquele sítio! Eu queria viver ali... Eu também queria ter tido uma surpresa... Queria poder receber mil abraços...
Eu não consegui me sentir feliz como deveria... Eu senti uma dor enorme em saber que minha irmã estava para viver longe de mim.


Estava triste por não ser eu a abraçar o homem que havia comprado o sitio mas eu não poderia demonstrar este meu desprazer, porque a felicidade de minha irmã era muito mais importante que minha tristeza. O que será de mim sem esta criatura que eu amo tanto! 
Minha irmã é a minha força e sem ela eu sei que me sentirei perdida. Vou ter de aprender a viver sem ela e isto me doía muito mas... Sabia que no profundo do meu coração eu estava tão feliz por ela. 
Minha irmã iria construir uma família, poderia haver a sua casa, seu marido, seu cachorro, seu cavalo, suas plantinhas, todo este ar de terra molhada ao amanhecer e um dia quem sabe um bebe lindo como ela... Como Lucas! 


Naquele momento para minha irmã nasceu a maior felicidade que ela poderia um dia desejar!
Juliano não tirava os olhos de mim, acho que percebeu o meu desprazer, acho que demonstrei... Parecia que ele queria o mesmo que eu... Parecia que ele queria abraçar a pessoa que ele desejava que estivesse ao lado dele naquele sitio, mas não se muda uma história assim... Eu amava Júnior, eu amava... Eu acho que amava! Será que eu amo Júnior Senhor?


Eu estava ali ao lado dele mas era como se estivéssemos distanciando um do outro. Eu não sentia o seu calor a me amparar de todo aquele meu desaponto, minha tristeza escondida... Ele não percebeu nada do que sentia. Era como se não me entendesse. Este homem não me conhecia, não sabia me dar o amparo que tanto desejava em um momento como este.
Ao improviso ele me olha e fala:
- Amor o que aconteceu você está tão estranha?
Me enraiveci porque sua pergunta me fez perceber que realmente ele não me entende, então falei baixinho não querendo que ninguém notasse o quanto estava triste.
- Porque todos dizem que sou estranha? E' só silêncio, nada mais!
- Quando alguém se silencia em um momento assim tão sublime, é estranho amor.
- Estranho é você não me entender!
O olhei mostrando a ele o quanto estava decepcionada com ele naquele momento. O momento poderia ser sublime, mas me abalou muito e ele não percebeu. Em vez de comemorar, eu queria estar dentro do meu quarto escuro, longe de tudo onde poderia me esconder junto a minha tristeza... O que eu procurava no amor, não estava encontrando. 


Cornélia percebeu a minha reação e estando perto de mim escutou o que falei então falou:
- Olivia que tal você me ajudar a preparar uma bela torta para comemorarmos este momento? Vamos lá dentro enquanto todos aguardam aqui?
Eu aceitei porque sabia que ela havia me entendido e queria poder estar a sós comigo a me dar carinho. Estar perto de mim a dar um carinho que desejava de quem não conseguiu me entender. 
Estando lá dentro ela fala:
- Bonequinha eu sei o quanto está triste, mas você não imagina o quanto eu estou feliz por tudo que aconteceu e sabe porque? Porque agora sei que tendo sua irmã aqui perto de nós você poderá vir sempre a estar com todos nós a cada férias que surgir. Isto é maravilhoso Olivia! Já imaginou? Não pode estar assim abalada pois isto será somente um inicio para a sua felicidade. Acredite em mim!
Eu sorri tanto e ao mesmo tempo chorava. Meus olhos pareciam que iriam explodir ao escutar a suas palavras, de tanto que eu chorava. Como um alguém pode conhecer tanto uma pessoa assim? Ela conhecia cada gesto meu e eu me emocionei demais! Com ela não precisava fazer silêncio... Com ela não precisava me esconder!
Depois que a escutei, aliviei toda aquela minha emoção contida, onde não pude demonstrar quando estava lá fora.
Peguei uma espiga de milho fria e comecei a comer ao surgir uma fome por me sentir ansiosa. Não queria chorar, não queria que ninguém me visse naquele estado, ela me abraçou muito forte e falou:
- Tudo tem seu tempo e seu momento sublime vai chegar o quanto antes. Depois que tudo isto aconteceu, Olivia, eu consegui ver algo que ninguém viu.


A olhei cheia de pensamentos e perguntei:
- O que você viu?
- A sua felicidade... Ela esta nascendo mas ninguém conseguiu enxergar... Eu sim!
Eu dei um respiro tão forte sorrindo, porque entendi o que ela queria me dizer... Ela falava de Juliano mas não entendia o quanto aquilo poderia ser real para mim.
A olhei sorrindo como uma criança e falei:
- Está falando de Juliano Cornélia?
- Meu irmão cresceu Olivia... Deus ouviu as minhas preces. Quero que saiba que tudo que você está vivendo, teve uma razão e tudo terá seu tempo. Não facilite nada para ele. Faz ele se sentir rejeitado o mais que puder, assim você vai conseguir domar aquele coração selvagem!
Falou dando uma gargalhada e continuou dizendo:
- Espere um momento que vou levar estas cervejas para eles. 
Ela havia pegado as cervejas em um cômodo igual ao que existia no sítio. O sítio que agora pertencia a Juliano. Era subterrâneo e assim tudo que tinha la dentro se refrescava. Era desse modo que as cervejas ficavam frescas ali naquele sítio... Aquele sítio que eu amava a cada dia mais!
Quando Cornélia sai, Juliano entra com Eduardo que só fazia correr por toda a cozinha. Ele me vê comendo milho mesmo estando frio e fala me olhando:


- É muito bom comer milho verde e vendo você comer assim com tanta vontade, me faz sentir necessidade de plantar muito milho lá no sítio. Que bom que você gosta de milho!
- Porque está me dizendo isto? Eu acho tão normal gostar de milho verde... Quase todo mundo gosta. Acho que só não gosta quem ainda não provou.
Afirmei desinteressada como Cornélia havia me explicado.
- Estou dizendo que é bom porque eu também gosto muito de milho e quem sabe um dia nós vamos cozinhar e comê-los juntos?
Eu o olhei sem saber o que dizer. Só sabia que havia gostado de suas palavras e se eu fosse a manteiga usada para passar naquele milho, eu teria me derretido em um segundo porque aquele milho frio, estava novamente quente em minhas mãos...
Não tive oportunidade de falar mais nada, pois no mesmo instante que ele falou, minha irmã entrou e me abraçou sem fim! Ela sabia o quanto estava triste... Minha irmã me conhece como ninguém!
Pecado que nossa mãe Helena não pode estar conosco neste momento de felicidade que uma de suas filhas estava vivendo ao extremo!
Choramos juntas por toda a sua felicidade e porque ela também sabia que sem mim não seria a mesma coisa. Nada seria igual e ela teria que ser muito forte para aceitar mudanças onde o amor reinava!

Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 19
Todos os direitos reservados

Segue capítulo 20 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:

Eu tenho que dizer que exagerei na quantidade de texto ao escrever este capítulo. Não consegui deixar de escrever ideias que apareciam em minha mente, porque cada pensamento meu, neste capítulo, deveria mesmo ser escrito para ter um andamento, onde ao escrever o final tudo se encaixa... Tudo faz sentido. 
Este capítulo é uma sequência de acontecimentos, para alegrar os meus leitores no final... Quem não tiver paciência de ler de uma só vez, faz como Xipan que lê aos poucos quando encontra tempo. Ele está mais do que certo, pois quando compramos um livro fazemos assim, não? Levamos o livro para onde vamos e sempre que surge um pequeno intervalo no meio de tarefas, corremos nele para ler. Aqui não seria diferente, porque é um livro! 
Quem é que esperava uma cena policial nesta história, hem? Surgiu um drama, fiz Olivia chorar, dei total felicidade para a sua irmã... Isto é a vida como ela é!



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XVIII

Onde Nasce uma Paixão

E assim seguimos a estrada, rumo a casa de Cornélia. Que sensação deliciosa que era estar em cima de um cavalo. Naquele momento, a única coisa que desejei foi aprender a montar, e estar por todo aquele campo, a galopar sozinha. O vento batia em meu rosto e o cheiro de mato tomava conta de meu respiro. Era uma sensação que jamais poderia imaginar que aconteceria comigo.
Nem liguei para Juliano, nem estava me importando de ser ele a guiar aquele cavalo, eu só queria voar e aquele cavalo voava mais que podia!
 Capìtulo 18- Primeira parte

E assim, a estória continua...
Gostos diferentes... Funciona?
Eu gosto de seu sorriso, do seu abraço, do seu olhar
Amor, você gosta de me amar?
Me ensina a gostar de gato... Que eu te ensino a gostar de cão
Me ensina a gostar de doce... Que te faço apreciar o sal
Me ensina a gostar da cidade... Que eu te faço gostar dos campos
Eu gosto do seu carinho 
Dos gestos feitos de coração e tanto da sua proteção
Eu gosto de você 
Eu gosto de te ter
Se somos diferentes, a gente vai ter de resolver!
Poema de Olívia

Depois de sentir todo aquele vento em minha pele ao galopar, comecei a pensar em Júnior e pensando, criei um singelo poema em minha mente.
"Depois quero anotar este poema para poder relembrar. Muitas vezes, eu não me entendo! Talvez, estava me sentindo culpada. Ele tentou me avisar, mas eu ignorei o perigo de me afastar dele."
Estava pensando quando Juliano começa a falar.
- Olívia, se você quiser eu te ensino a montar, não é difícil. A primeira coisa a fazer, seria te preparar a não sentir medo do cavalo, a confiar nele, porque quando isto acontece, você o domina, ele vai deixar você o dominar e você vai se sentir completamente segura com ele. 
Um cavalo quando conhece bem a pessoa que o domina, ele também passa a confiar do mesmo modo que você confiou nele. Seria como se você passasse a se sentir serena ao seu lado, serem cúmplices.
- Do jeito que você fala, parece até um relacionamento entre duas pessoas que se amam!
- E' igual, Olívia! Será porque a sua irmã consegue dominá-lo e você não?
 - Você está dizendo em um relacionamento ou cavalo?
Ele sorriu com a minha pergunta e respondeu:
- Não sei, ainda, como você é em um relacionamento... Estava dizendo com cavalos.
"Porque ele disse:  a i n d a?  O que passa na cabeça deste homem, meu Deus?"
Eu, de contínuo, analisava cada uma de suas palavras... Interrompi meus pensamentos, quando falei:
- Mas se você disse de ser igual, é como se dissesse que não tenho domínio em um relacionamento.
- Não, Olívia, não foi isto que quis dizer. Eu disse de ser igual, mas você pode ter dificuldades com animais e com pessoas você ser altamente capaz. Tem pessoas que tem medo de nadar, por exemplo, mas tem total coragem de saltar de um paraquedas, entende? Estou dizendo que, em qualquer uma destas coisas, terão de ter domínio e confiança em si mesma.
- Minha irmã não tem medo de nada, ao menos aparenta não ter. Eu sinto medo de coisas que nunca experimentei. Eu sinto e, ao mesmo tempo, demonstro de sentir. 
Nós duas somos totalmente diferentes. Muitas vezes, pessoas se aproximam de mim com mais facilidade, porque sentem necessidade de me proteger, só porque eu demonstro ser sensível, minha irmã não, ela parece que nunca precisa de ajuda!
Neste momento, Letícia aproxima de nós com seu cavalo e diz:
- Juliano, quantos anos você tem?
- Eu tenho vinte e nove anos... Por que a curiosidade?
Perguntou curioso ao responder.
- Porque gosto do seu modo de agir, de interagir com as pessoas. Você tem uma facilidade enorme de se expressar, e isto, para mim, muitas vezes se adquiri com o passar do tempo. Se nota que você é um homem maduro e decidido, parece que sabe o que deseja e não tem medo do que poderá vir ao seu encontro.
Letícia responde mostrando admiração
- Você tem razão. Eu sou assim mesmo, já errei muito, mas agora procuro evitar erros. Mas quando se trata de sentimentos no campo amoroso, eu ainda sou um pouco insensato e faço coisas sem pensar, como se agisse com impulsos incontroláveis. 
Concordou Juliano dando mais referencias de sua pessoa.
- O que por exemplo? 
- Eu procuro deixar sinais óbvios, mesmo sabendo que a pessoa possa já estar com alguém, por exemplo.
Responde sorrindo, enquanto eu, próxima daquela conversa, só estava atenta ao que diziam...


 Letícia continua falando de um modo convicto.
- Como por exemplo minha irmã?
- Letícia! Mas o que você está dizendo?
Me assustei quando me usaram de exemplo.
- Olívia, eu não sou cega e sei que entre vocês está nascendo algo. Juliano não estaria conosco, assim continuamente, se não tivesse tido interesse por você. Afinal, somos dois casais já formados ali no sítio e que motivo Juliano teria de ficar ali, em torno da gente, sabendo disto? 
Geralmente quando situações assim existem, pessoas não gostam de interferir. Mas, como Juliano é impulsivo como explicou, o faz ter coragem de demonstrar o porquê de estar ali...
Fala Letícia confirmando o que pensa de existir.
- Sua irmã é linda e realmente me chamou muita atenção. Mas eu estava ali, Letícia, só porque Lucas me convidou. Eu sou sim, impulsivo, mas jamais iria a um lugar se não fosse convidado e não vejo nada de errado um amigo estar no meio de casais. Afinal, vocês não estariam em orgia, era apenas um encontro casual entre amigos. 
Quanto a sua irmã, se eu pudesse conhecê-la melhor, eu desejaria sim. Desejaria muito, mas acho que cheguei muito tarde.
"Por que ele tem coragem de dizer tudo isto? Por que ele está anunciando para todos o interesse em mim? Eu sinto vergonha quando ele fala assim. Deveria ser uma coisa íntima, sigilosa, mas ele insiste em anunciar."
Quando estávamos quase chegando, podendo avistar a casa de Cornélia, Letícia continua a falar:
- Eu sabia que estava certa! Até um cego pode ver que não estou errada!
Neste momento, me alterei: 
- Por favor, Letícia, eu não quero estar aqui a falar deste assunto. Se existe algum interesse aqui, é só da parte dele, e eu sou pior que um cego, pois, não vi nada disto.
Ele nesta hora gargalhou, por saber o quanto eu estava mentindo.
Me senti aliviada quando naquele mesmo momento, poderíamos descer do cavalo, estando diante da casa de Cornélia.
Era uma casa simples, mas aconchegante. Sua casa havia um toque feminino e  muito pessoal. Ela tinha bom gosto... se podia ver só olhando a entrada da casa com todas aquelas plantas dentro de gaiolas como se quisesse dizer que os pássaros, ali, jamais poderiam ser aprisionados. 


Depois de todos os abraços e sorrisos, ela nos fez entrar querendo mostrar toda a casa. 
Como era linda a casa! Era simples, mas realmente aquele toque feminino a fez diferente.
Cada ângulo da casa se via algo diferente. 
Eu  e Letícia ficamos apaixonadas com tudo que via. 


Ao entrar havia uma pequena saleta que nos levava para os quartos e cozinha... Nesta saleta ela criou uma decoração invejável a meu gosto. 
Em uma parte havia uma parede que em vez de colocar quadros, colocou algo muito diferente. Pareciam peneiras coloridas que vendiam naquela região.
Na outra parede havia em um móvel envelhecido e com muitos retratos colocados dentro de garrafas de vidros.


 Era encantador e tudo muito limpo!
Até Letícia se deslumbrou com o lugar, desejando fazer o mesmo quando a casa retornássemos. 
- Belo! Belo! 
Dizia para Cornélia.
Letícia amava decoração e sempre diz em querer ser uma decoradora e ao ver tudo aquilo a incentivou mais ainda. Ficou muito admirada com Cornélia, pois não a conhecia muito com eu a conhecia. Eu já sabia desse seu amor pela arte e livros.
A casa era toda branca, parecíamos estar na Grécia! Cada ângulo tinha seu toque de mão e ela dizia que havendo as ideias, Antônio as produzia, por ter um grande dom com as mãos em trabalhos artesanais. 
Quando criança seu pai o ensinava, por ter sido um artesão. Agora o pai de Antônio, já não existia mais, mas deixou grandes ensinamentos ao filho.
Não precisava de tanta riqueza para ser feliz e poder criar um cantinho de amor. 
- Agora vou mostrar o meu quarto!


Falou Cornélia toda feliz de nos ver ali. 
Juliano em vez de nos seguir, ficou do lado de fora a conversar com Antônio porque Eduardo ainda dormia... Todos aqueles momentos que estávamos vivendo, eram momentos femininos preferindo não atrapalhar.
E ao abrir o seu quarto, ficamos extasiadas com a simplicidade, criatividade e todo o toque de amor que tinha ali dentro. Tudo muito branco e isto me encantava. 
Havia uma cama muito simples e na cabeceira dela havia um painel com fotos de momentos vividos com Antônio. Era em forma de um coração.


Havia uma pequena cômoda que em vez de usar um espelho, ela criou uma árvore na parede onde as folhagens eram pratos de porcelana.
Letícia desta vez gritou ao brilhar seus olhos:
- Que lindo! Lindo demais, eu tenho que fazer igual a você Cornélia, eu amei tudo! Você é muito criativa. Quero aprender com você como é que se faz.
- Será um prazer poder te ajudar quando desejar. 
Falou Cornélia toda feliz. Seus olhos demonstravam total satisfação de poder ter tido a nossa presença em sua casa.



Depois de apreciarmos este lindo quarto, ela nos levou ao quarto de Eduardo... 
Ele estava dormindo agarrado com seu ursinho predileto. Seu quarto também tinha o seu jeito encantador. 
Flores em bules e xícaras, era lindo demais!
Como poderia existir um lugar tão lindo como aquele perdido em confins. Dizem que os lugares mais escondidos, são os que conseguem fazer nossos olhos se enriquecer, por ter em domínio a natureza!
Não via a hora de poder brincar com aquela criança que ainda parecia um bebe! 
Ele era lindo demais. Eu adoro crianças e por ser filho de Cornélia, teria privilégios.
  
 
Ao chegarmos na cozinha, Cornélia oferece milho, e isto, era tudo que eu não via a hora de comer.
 - Tem milho cozido, eu preparei, Olivia! Você desejou, então fui logo preparando. Vou servir para vocês e enquanto se deliciam com ele, vou mostrar os fundos da casa, tem um enorme quintal!
E assim fizemos, cada uma com uma espiga de milho na mão, comendo feito loucas... parecia que nunca havíamos provado nada igual. Ela abriu a porta da cozinha nos fazendo ver o vasto campo de gramas e Letícia foi dizendo:
- Olha, Olivia, aqui também tem um chuveiro, lá fora!
E olhando, me encantei não só com o chuveiro, o campo, mas também com a riqueza de detalhes que ela criou, como por exemplo, ao olhar um banco de jardim, ter em cima uma chaleira cheia de flores. Era lindo demais de se ver!
Havia uma muro, perto da casa, que isolava a casa de outra parte das terras, e neste muro ela também teve a sua criatividade, usando vasilhas velhas para plantar as suas flores. 
Cornélia amava a terra, amava plantar. Ela gostava de ver que suas mãos seriam capazes de fazer crescer uma planta ao ponto de desabrochar flores, que ao olhar, pareciam contentes de ter germinado ali, onde encontraria amor!
 

Vendo o sorriso de Cornélia e minha irmã cada vez mais extasiada, querendo entrar debaixo daquela água eu comecei a pensar sobre a  felicidade e amor...
"Amor é uma palavra tão extensa. É muito mais que amar um alguém, é amar a vida, os seres de todas as formas, como por exemplo, não deixando morrer uma pequena planta, se sentir amor por ela!
Amor é muito mais que felicidade! Mesmo estando triste, continuamos a amar e lutar para estarmos serenas. 
Felicidade,  para mim, são momentos que passam em nossas vidas que ao recordar, faz os nossos semblantes sempre estarem radiantes! Nem sempre somos felizes, mas sempre podemos amar! 
Ao relembrarmos coisas que vivemos onde existiu amor, a felicidade pode renascer, mesmo se existiu dor, fazendo recordar momentos divinos como este que estou vivendo! São momentos completos, é um tudo: amizade, beleza de natureza, beijos, prazeres, brigas, degustação, sorrisos, sexo, dor, sofrimento, calor, muito calor. É um tudo..."
Antônio e Juliano estavam sentados em um banco do quintal, quando decidiram sair para buscar o carro de Juliano que estava na oficina. Era com este carro que ele iria connosco para a Chapada dos Guimarães. Saíram dizendo que voltariam rápido.
Letícia, neste instante, falou:
- Não demorar... Eu quero ver o rio que você falou, queria me bronzear. 
Juliano responde que não iria demorar.
Cornélia diz:
- Quando Eduardo acordar, eu levo vocês. Eu adoro aquele lugar, mas nunca vou por sempre estar sozinha. Vou adorar ir com vocês. 
- Faz isto Cornélia, depois, eu vou ao encontro de vocês.
Responde juliano e, em seguida, sai se despedindo com um sorriso para mim.


- Mas, onde estão os namorados?
- Foram no armazém para controlar o carro, logo estarão aqui. Lucas vem nos buscar, pois amanhã, bem cedo, iremos na Chapada. Seu irmão também vai.
Responde Letícia enquanto eu comia o milho verde. Ela colocou um panelão deles na nossa frente e eu comia um pensando em comer outro.
Cornélia ficou surpresa e fala:
- Juliano vai com vocês? Não deveria... O que vai fazer no meio de dois casais?
- Lucas o convidou, dizendo que ele conhece aquele lugar como ninguém, e assim, poderá nos orientar. Ele aceitou, mas para dizer a verdade, eu acho que Juliano...
- Letícia, não inventar! Já vai você falar o que não existe.
Falei nervosa. Tudo isto estava me deixando constrangida.
Deixei Cornélia curiosa e desconfiada.
- Falar o quê? Não vai me dizer que Juliano está...
- Sim, ele está louco por Olívia!
- Verdade? Minha Nossa Senhora do Socorro, o que vocês estão me contando? Olívia, minha Bonequinha, não dê confiança para meu irmão, não vai estragar o que você tem conquistado. Júnior é uma pessoa maravilhosa com você, não merece isto e meu irmão é impossível, não leva nada a sério. Ele pode te machucar, por isto. Eu vou ter que falar com ele.
Falou Cornélia bem nervosa.
- Não, Cornélia, não! Por favor, não fale nada com ele, afinal, não existe nada disto, e se todos começarem a falar, ai sim vai ferver esta situação, até chegar nos ouvidos de Júnior e isto, eu não desejo.
Cornélia, eu achei o seu irmão lindo demais quando o vi, lá no hospital. 
Eu vou contar para vocês, mas por favor, quero que guardem segredo disto, ouviu, Letícia? Eu não contei isto para ninguém, mas quando o vi, lá hospital, além de chamar muita a minha atenção... minha nossa, Cornélia, seu irmão é lindo demais e não só lindo, mas também, o jeito dele que parece do jeito que eu gosto. Ele é decidido no que faz... então, lá no hospital, quando saí do quarto onde estava Eduardo, ele pegou na minha mão sem que eu esperasse, mas eu gostei.
- Ai minha Nossa Senhora do Amparo, este meu irmão ainda vai me deixar louca! Só faz coisas sem pensar, onde já se viu agir assim... 
Falou Cornélia ainda mais nervosa.
- E, por que você ficou calada em, minha irmã? Confessa vai... você gostou, por isto, ficou quieta ao ponto de dar esperanças para ele. 
- Não, eu não pretendia isto. Letícia, eu estou com Júnior e estou gostando e quero levar a sério a minha história com ele. Se Lucas não tivesse levado Júnior na rodoviária, talvez, tudo agora, fosse diferente. Poderia ter levado os dois, assim, eu poderia ter escolhido. Seria bem melhor, do que iniciar a ficar com alguém sem ter tido a oportunidade de escolher.
- Você tem ideia do que está falando, Olívia? 
Fala Letícia irritada comigo continuando a falar:
- Isto que você está dizendo, é como se dissesse que está com alguém só por não ter outro. Então, como você pode dizer que isto é amor. Isto não passa de uma aventura e você não consegue entender. Não se pode dizer que está amando alguém, em menos de um mês, isto não existe, Olívia. Ainda mais agora, ouvindo você dizer que não teve escolha.
Ela estava irritada... Cornélia estava ali só observando Letícia falar, parecia estar gostando.
- Nós estamos aqui nesta aventura, nem o meu namoro de quase três anos não sei se vai continuar. Você, Olívia, sabe o quanto uma distância pode atrapalhar... pois, você já viveu isto, e te fez sofrer. O que você tem de fazer, minha irmã é curtir estes momentos que não voltam mais.
- Nisto a sua irmã tem razão, Olívia  Tudo ainda é muito cedo para saber o quanto isto pode ser amor de verdade, daqueles que a gente não deseje que termine nunca. 
Falou Cornélia.


- Olívia, lembra quando chegamos e... ao ver Júnior você não o desejou, e eu te incentivei dizendo de aproveitar os momentos e se caso nascesse algo entre vocês, não deixasse de aproveitar? Me lembro de dizer que era uma coisa passageira, mas que estaria por toda a vida dentro de seu ser.
- Sim, eu me lembro...
- A culpa não foi de Lucas por você tomar a decisão de estar com ele, você desejou. Agora, surgiu Juliano e está confundido a sua cabeça para te mostrar que, tudo isto, é apenas aventura. Mamãe tem toda razão quando disse para você não se prender a nada, pois existe esta distância, é demais.
Na minha opinião, você tem mais é que dá uns beijos em Juliano...
Aconselha Letícia.
- Letícia, mas o quê está dizendo? Eu não quero fazer isto.
Respondi.
- Eu acho que ela não deve fazer. Meu irmão eu conheço. Ele pode tentar sem fim de estar com ela, mas é só fogo de palha, está sempre iniciando algo, mas quando a gente vê já não quer mais.
Falou Cornélia.
- Mas, Cornélia, é isto que estou dizendo, fogo de palha. Olivia deveria fazer o mesmo com eles, e viver um fogo de palha. Tanto, ela vai embora, daqui a alguns dias, e seria um pecado ela não provar o beijo de Juliano. Ele é seu irmão, mas para quem não o vê como um irmão, sente desejos, porque seu irmão é um gato! 
Se eu estivesse no lugar de minha irmã, a cada moita fechada que existisse, eu escapava com ele para beijá-lo. Tanto, ele sabe que será o outro, não vai poder fazer nada.
Falou dando enormes gargalhadas junto a Cornélia que além de rir, dizia:
- Vai ser o outro, mas tentando convencer de ser único, igual muitas mulheres procuram fazer, enquanto, o outro vai ser chifrado!
- Parem, vocês estão ofendendo quem eu gosto muito! Júnior não será um chifrudo, não,  ouviram.
Falei ofendida e enraivecida.
- Se depender de meu irmão, bonequinha, ele vai ser sim. Eu conheço meu irmão e sei do que pode fazer.
Responde Cornélia.
- Letícia, você falou dele ser o outro e não poder fazer nada para atrapalhar o meu namoro, mas sempre escuto dizer que homens não aceitam isto, e vão logo dando um ultimato, ou eu, ou ele. Não fazem como mulheres que vão empurrando e aceitando. 
- Quem foi que te disse isto? José de Alencar, Castro Alves? Porque do jeito que você está falando, só se você andou viajando no túnel do tempo, porque neste nosso tempo moderno, os homens estão  querendo que você tenha uns dez relacionamentos para não encher a paciência deles. Acredita em mim maninha, eu sei o que estou dizendo... eles gostam disto!
Esclarece Letícia o meu ponto de vista. Então, falo.
- Letícia, você fala de um jeito que parece que já experimentou. E namorado, até hoje, você só teve dois, então me explica isto minha irmã... você andou traindo Lucas?
Perguntei muito curiosa quando Cornélia fala:
- Espera! Não responde agora porque tenho de pegar Eduardo, ele está chorando, mas eu não quero perder nem um minuto desta confissão. 
Cornélia estava muito agitada e alegre, éramos a sua alegria e se o assunto era homens, ela adorava. Correu o mais rápido que pôde para pegar seu filho e quando voltou estávamos em silencio comendo milho a esperar por ela. Ao voltar, disse que Eduardo voltou a dormir e foi logo pedindo para continuarmos. Letícia deveria se confessar...

- Claro que eu andei traindo o Lucas! No inicio, sim, pois ele era um mulherengo de primeira. Você se lembra quando Pedro levou um amigo, para passar um fim de semana em nossa casa, quando Lucas teimou comigo, querendo ir em uma excursão, onde não queria me levar?
Falou Letícia.
- Sim, me lembro, foi com ele?
Perguntei.
- Quem é Pedro?
Perguntou Cornélia curiosa, não entendendo bem as coisas.
- Pedro é o ex namorado de Olívia.
Respondeu Letícia continuando....
- Pois então, foi com ele, o amigo de Pedro. 
Lucas inventou esta viagem só com amigos e dizia que eu não poderia ir. Fiquei muito enraivecida e desconfiada, porque ele e os amigos estavam sempre em confidências... Então, quando ele foi, no mesmo tempo, chegou o amigo de Pedro, e ai, não pensei duas vezes.  Estava com muita raiva dele. Eu sabia que ele poderia me trair quando estivesse longe de mim, por isto, fiz o mesmo.
- Mas, que ideia mesquinha, Letícia, não se faz uma coisa errada só porque pensa que alguém possa fazer primeiro com você. Não sei com quem você aprende estas coisas, porque com nossa mãe seria impossível aprender. Mas, ele descobriu?
Perguntei querendo saber se Lucas aceita algo assim.
- Claro que não! Ele terminaria comigo na hora, você conhece Lucas, ele nunca poderia aceitar... Estas coisas a gente nunca fala, Olivia, vai para o túmulo com a gente!
Respondeu Letícia com a maior naturalidade. 
- Não disse! Eu estava certa quando te falei que tem coisas que vão para o túmulo com a gente. Sua irmã pensa como eu. Não digo que deveríamos sempre errar e esconder, mas tem coisas que erramos e falar seria o fim, uma catástrofe!
Falou Cornélia toda satisfeita de ter razão.
- Olívia, eu queria te dizer outra coisa para finalizar este assunto e para te convencer de fazer o que você deseja.
Falou Letícia.
- O que é? Quero que saiba que não desejo nada! Tanto, não vou seguir seus conselhos mesmo. Você não me convence porque eu sei o que eu quero!
- Quero te dizer que Júnior não é este santinho apaixonado não, viu! 
Lucas conta que ele não tem paradeiro. Adora viajar e, cada fim de mês, vai em algum lugar e cada lugar tem uma aventura, ele não se prende com nada, adora a liberdade dele. 
Talvez, com você tudo vai mudar, mas este é o jeito dele e seria muito difícil depois de estar longe de você, não fazer mais as coisas que fazia. 
Olívia, Júnior é uma bela pessoa, mas é muito jovem e seria difícil se prender por este motivo e também, por ainda não ter uma profissão onde poderá levar um relacionamento a sério. Ele pode até estar desejando, mas é difícil.
Tudo isto que vocês estão vivendo são lindos sonhos, eu gosto de ver vocês juntos e são sonhos que até poderão se realizar, mas ele terá de mudar muito. Você nem tanto, mas ele sim. Você para dizer a verdade, teria de mudar para o outro lado, sendo mais livre e não se preocupar tanto, para não sofrer.

Fiz um silêncio dentro de mim quando ouvi minha irmã falar tudo aquilo. Ela com toda a sua realidade consegue me ferir. Eu sou muito romântica e acredito em amor... Acredito que alguém possa amar tanto um outro alguém, ao ponto de lutar para estarem juntos e minha irmã falando, tirou esta pequena esperança que estava nascendo em mim. Mas irmã é assim, quer o nosso bem e se a gente vai para a lua, uma irmã procura trazer a gente para a terra.
Cornélia percebeu a minha tristeza e disse:
- Bonequinha, você não pode se abalar por tudo que sua irmã falou, e sim estar contente em saber que não pode confiar tanto, vai ter que observar muito. Lembre-se que sua irmã só quer o seu bem. 
Agora, até eu queria que você beijasse meu irmão, porque realmente ele é lindo!

Neste momento, Letícia fala:
- Não falei nada disto para te deixar triste. Eu quero que a Olívia, aquela que está vivendo tudo isto, esteja aqui nos alegrando e agora, vamos logo para aquele rio nadar. Será que Eduardo vai acordar ou não, vai lá, Cornélia, acorda ele...
- Vou agora acordá-lo, já passou da hora de dormir. Foi só melhorar um pouquinho que está levado como nunca, vocês vão ver o quanto eu sofro com as suas agitações!
Falou Cornélia entrando para buscá-lo.
Pouco tempo depois, nos dirigimos para as areias do rio, Letícia estava louca de vontade de se bronzear. Nos divertimos muito com Eduardo depois que acordou,  parecia que me conhecia por não ter tido vergonha de estar perto de mim a brincar.
Por todo o caminho estávamos a falar ainda sobre os namorados. Tudo que Letícia via pelo caminho, dizia que Lucas iria gostar.
Não sei porquê minha irmã teve coragem de fazer aquilo no passado, mas sei que atualmente ela ama demais Lucas e é muito amada por ele. Ela não seria mais capaz de magoá-lo, acho que não... 


Por todo caminho que fazíamos, víamos tanta beleza... Árvores cheias de flores, o sol a brilhar no nosso rosto, e eu vivendo alguns momentos de reflexão, falei: 
- Eu queria dizer a vocês que não faria tudo isto que Letícia me propôs. Não faria... realmente, tudo isto para mim é pura folia! 
Se eu decidisse ficar com Juliano, mesmo que fosse só neste período de ferias, primeiro eu falaria com Júnior e terminaria o nosso namoro. Eu não teria coragem de magoá-lo. Na minha opinião, fazer certas coisas cria uma grande mágoa. 
Tudo que eu vivi até agora com ele foi muito bom, apesar de sermos diferentes. Ele tem seu jeito divertido, brincalhão e também carinhoso. 
Eu gosto quando ele me faz carinho, gosto quando ele olha para mim, gosto de tudo que vivi com ele, nada foi ruim. Ele é protetivo comigo, e mesmo achando ele diferente de mim e também, depois de tudo que você falou, me fazendo pensar que ele não conseguiria estar comigo quando formos embora, eu ainda não teria coragem de magoá-lo por nada deste mundo. Se estou sentindo outras vontades, eu vou procurar canalizá-las e procurar transmitir à ele, mais ninguém!
Falava, depois de pensar muito.
- Cornélia, esta minha irmã teria que renascer novamente. Este modelo não existe mais e caso entre em pane, a gente nem encontraria peça novas para poder consertar.
Letícia ao falar fez Cornélia sorrir muito. Achou seus pensamentos muito original.
- Vocês podem achar graça e absurdo mas não vou fazer nada que me disseram porque não adiantaria trocar de namorado, o melhor a fazer é tentar se entender. 
Vocês mesmo me disseram que os homens são todos iguais, então te pergunto: para que mudar?
Falei entrando em contradição com Letícia e ela respondeu:
- Sim é verdade são todos iguais mas os efeitos colaterais que alguns conseguem causar são  fenomenais, diferente demais! 
E é ai que esta  chave do segredo... Prazeres diferentes. O seu corpo sente quando uma pessoa te provoca enorme desejo. Lucas não pode me tocar, basta um simples toque em meu corpo que eu me sinto nas nuvens...
Olivia o que você sentiu quando Juliano tocou em sua mão? Porque você se calou? São perguntas que você teria de ter respostas. Quando você estava no cavalo com ele o que sentiu? Olivia, ele no cavalo tocou novamente em você... Eu vi ele pegando em sua mão mas não falei nada. Como foi minha irmã? Porque você continuou calada? 


Cornélia me olhava com carinho, demonstrando em seus olhos que Letícia estava certa em tudo que dizia então respondi:
- Eu me calei porque o seu modo de agir me surpreendeu demais. No hospital eu tremi quando me tocou, minha barriga gelou e... No cavalo eu deixei sim ele o tempo todo fazer carinho em minhas mãos. Me calei porque senti o mesmo que senti naquele momento do hospital, mas não magoaria Júnior, não teria coragem. Vou fazer como vocês me falaram, vou levar para o túmulo tudo que senti.
- Eu acho que você deve refletir muito e procurar não errar, porque seu coração está muito dividido.
Quando Letícia falou isto eu concordei com tudo que falou, mas fiquei em silêncio. Realmente não sabia mais o que deveria fazer. Em algumas coisas acho que minha irmã estava certa...
Depois de caminharmos indo ao encontro daquele rio, avistamos aquele areia que nos deixou fascinada. Isto sim é algo que não poderíamos deixar de viver porque é puro prazer!


Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 18 - Parte final
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 19 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Quando escrevia este capítulo, comecei a pensar que meus fiéis leitores não teriam tanta paciência em ler, porque tem um lado muito feminino nele,  que é quando eu mostro a casa de Cornélia e toda a sua decoração, em vez de mostrar parte da estória e toda a sua agitação. Mas quero que saiba que ao escrever uma parte do texto eu me senti longe de mim quando falava do amor e felicidade.
Quando mostrei para minha nora Ingrid, ela se deslumbrou com que leu, dizendo que iria copiar para colocar no seu perfil do Facebook. 
Me lembro de ter dito: pode copiar, mas não esqueça de colocar o nome do autor e falando, sorriamos!

Achei necessário mostrar como vivia Cornélia porque ela, por toda a estória,  fará grande parte deste livro. Se tornou a melhor amiga de Olívia.



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