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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XIX

Onde Nasce uma Paixão

- Eu acho que você deve refletir muito e procurar não errar, porque seu coração está muito dividido.
Quando Letícia falou isto, eu concordei com tudo que falou, mas fiquei em silêncio. Realmente não sabia mais o que deveria fazer. Em algumas coisas, acho que minha irmã estava certa...
Depois de caminharmos indo ao encontro daquele rio, avistamos aquele areia que nos deixou fascinada. Isto sim é algo que não poderíamos deixar de viver porque é puro prazer!
E assim a estória continua...
O Silêncio Reina em um Ser, quando a Dor toma conta do seu Bem Querer.
O Silêncio de uma pessoa tem, por detrás, dores que o magoa.

Divertíamos como três amigas completamente fieis aos sentimentos de cada uma... 
Cada uma ali naquele lugar, procurava fazer o que sentia mais vontade, para deixar fluir boas energias aos nossos corpos. 
Eu sem sombras de duvidas, estaria dentro da água procurando me molhar toda. E nada melhor para fazer isto levando junto a mim Eduardo... Ali, nos dois já parecíamos somente um corpo... Eu tive grande afinidade com ele... Suas gargalhadas eram como um canto! 
Quando mergulhava o seu corpo naquela água era um delírio! Cornélia um pouco distante, assistia tudo com tamanha felicidade ao ver seu filho que independente de estar com ela se sentia feliz!
Era como se ela estivesse vendo Eduardo crescido e independente. 
Quando olhei o seu rosto sorrindo comecei a pensar...
"Qual mãe não desejaria isto para um filho! Nasceria tanta dor se não pudesse ver isto acontecer... Nasceria magoa de ver uma vida tão singela partir para outro mundo antes de vê-lo crescido, rico de raízes e la na frente... Bem la na frente... Poder ver que em seus braços tem mais um outro ser pequenino... " Que lindo! " Ela Clama. Ele acabou de nascer... Está nos braços de seu filho que além de ser agora tão grande, deu o maior presente para quem um dia sacrificou tanto de suas vontades para educá-lo!


Tudo nesta vida tem seu encanto. Cada singular vida tem mérito de viver... Eu me pergunto sempre coisas que jamais terei respostas. Por mais que eu pense eu não encontro respostas...  
Porque uma pessoa se torna ruim? Porque uma pessoa consegue ser capaz de tirar a vida de outro? Existem pessoas que de uma só vez tira a vida de milhares de seres que desejavam tanto evoluir e depois será ele a perder a sua vida... Será ele a vitima.... Sim ele poderá ser uma vitima, por ter criado tanta mágoa em quem sofreu uma perda. Mas será que ele se apavoraria, quando estivesse de frente à morte? Não consigo ter respostas nem para isto!
Quanta dor para quem fica... Criava laços e pedaços de si se foi!
Vida e morte ... Com certeza são felizes os que ainda podem ter a sorte de não ter vivido isto... Perder alguém que amamos muito! "
- Letícia vem um pouco para água, desse jeito você vai virar torrada... Olha só a sua cor que linda! Esta de dar inveja. Vem para perto da gente um pouco!
Falou Cornélia ao admirar a sua cor...


E assim ela fez... Se levantou e veio se divertir junto a nós.
- Porque se isolou? Aqui na água esta maravilhoso mas ao te olhar te achei um pouco distante.
Cornélia é muito observadora então falou o que havia notado.
- Sim é verdade, senti saudades de Lucas. Queria que ele chegasse logo eu estou achando que eles estão demorando demais. Disse que não iria demorar e até agora nada. 
- Depois fala de mim dizendo que tenho de ser mais livre...Olha só você! Apenas umas três ou quatro horas distante de Lucas e já esta se lamentando. 
Falei para demonstrar a ela o quanto o amor é importante.


- Olivia, quando fico longe de Lucas eu sinto tanta saudade. Não sei o que vou fazer sem ele quando partirmos.
E o pior que estou pensando coisas ruins... Eu estou aqui mas quase todo instante me vem em mente aquela mulher levando Lucas para o magazine.
- Letícia, mas porque você esta pensando ainda nisto. Lucas falou para você ficar tranquila, acredite nele pelo ao menos uma vez. Tem um ditado que diz: Quando um não quer dois não briga. Se tem uma pessoa que ela possa querer levar para aquele magazine, esta pessoa seria Júnior!
Falei afirmando e na mesma hora a fiz recordar de um momento que vivemos ali...
- Lembra aquele dia que machuquei o pé e ela falou para Júnior de tomar conta de mim direito?
Agora que sabemos de tudo que ela é capaz de fazer, eu comecei a pensar que ela fingia de ser boazinha comigo... Isto é típico de mulheres que  querem nos enganar e por detrás adora furar os nossos olhos com traições, porque a gente jamais pensaria que depois que se faz de amiga, serem capazes de tal ato. E Júnior por ser um homem que não vive por aqui, talvez desperte nela mais interesse.
- Olá! Eu estou aqui... Posso saber de quem vocês estão falando?
Falou Cornélia se sentindo fora da conversa.


- Desculpe Cornélia. Estamos falando de Elisa, ficamos sabendo de algumas coisas que ela faz... Essa coisa de querer fazer sexo com os homens que aparecem no armazém e Letícia agora não quer que Lucas continue a ir naquele lugar.
Expliquei para Cornélia quando ela disse:
- Então vocês já estão sabendo... 
- Sim, Juliano contou para Lucas... Olivia, mas será mesmo que ela fingiu com você? 
Perguntou Letícia querendo entender o que eu penso.
- Claro! Bem... Se for mesmo do jeito que falam, claro que fingiu. Como disse é típico desse tipo de mulher. Agora eu me pergunto... Será que Júnior entraria neste magazine? Porque depois que você me contou como ele é, nem sei mais o que pensar.
- É por isto que eu digo para você sempre... Isto aqui é uma aventura passageira e tudo pode acontecer de estranho ou maravilhoso. Eu acho que se você sentir vontade de furar os olhos dele, fure! Fure, porque homens são sempre iguais, parecem mico de circo! Prometem mas são poucos os que cumprem. 
Lembra da minha amiga Estela? Aquela que estudou comigo por quase todo o ginasial? Ela ia sempre em nossa casa...
- Lembro sim. Sempre achei ela muito bonita!
Cornélia desta vez estava calada escutando tudo com muita atenção. 


- Pois então... Estela tem uma tia que é mais bonita que ela! A tia dela namorou cinco anos, noivou três anos e depois de um desentendimento com o noivo, ele termina com ela e casa com outra em apenas dois meses. 
- Mas tinha mais que se desentender mesmo! Minha Nossa Senhora da Misericórdia que homem vagabundo! Como uma mulher pode aceitar tanto enrolo assim? Senti pena dela agora.
Falou Cornélia revoltada.
- Já pensou que loucura? Quando Estela me contou, eu senti ódio dos homens.
Fala Letícia abismada.
- Também não é assim Letícia, você fala como se todos os homens fossem fazer o mesmo. Eu discordo um pouco com esta coisa deles serem sempre iguais. Eu acredito que existem sim homens carinhosos e bondosos e honestos.
Afirmei.
- Me mostra Olivia! Se você apontar apenas um, eu te dou aquele meu brinco que você adora!
Fala Letícia discordando do meu ponto de vista.
- Antônio... Antônio de Cornélia parece ser um homem de bem!
Falei como se uma luz acendesse as minhas ideias, porque aquele brinco eu desejava muito!
Cornélia toda feliz comigo e querendo me ajudar responde:
- Isto é verdade! Antônio é muito calado, tem seus motivos, mas é bondoso demais! Pode dar o brinco para a sua irmã que desta vez ela acertou! 
Letícia, você não deve esquecer que Lucas também tem estas qualidades. Eu acho que você deve confiar mais nele. E' visível o quanto ele te ama!
Depois comecei a pensar novamente na tia de Estela e falei:
- Que sofrimento para a tia de Estela... Ela sofreu porque ele a largou mas sofreu também porque tem outra na história.
- Mas é sempre assim Olivia, eles só largam a gente se tem outra para se amparar. 
Fala Letícia com todo o seu realismo.
- Não concordo... Nem sempre é assim. Veja meu caso com Pedro por exemplo... Ele me largou mas não teve nenhuma aparência de ter existido outra. Até tornou a me procurar, querendo conversar comigo, mas eu estando aqui não teve nenhuma chance.
Falei imaginando que poderia estar livre de uma traição.
Letícia continua:
- Você não sabe, pois estava longe dele. Pedro talvez encontrou alguém sim. No encontrar, gostou no início mas resolveu largar por se arrepender pois, talvez ela fosse mais complicada do que você. Porque vou te dizer uma coisa maninha, é difícil te aguentar! Você além de ser osso duro é cheia de manias e fricotes, aja paciência!
- Olha só quem diz... Lucas sofre com você Letícia com este seu modo autoritário.
Cornélia interrompe dizendo:
- Sabe, eu acho melhor a gente parar de falar bobagens, porque esta virando briga entre vocês... Que tal em vez de estarmos aqui a pensar no que eles podem fazer, irmos nos bronzear e comer milho verde?


Eu adorei a proposta porque sentia fome. Estava ansiosa e ansiedade me provoca fome, muita fome! Estava nervosa de tanto falar em homens e não ter respostas... Quando não tenho respostas surge a ansiedade... Surgindo a ansiedade me vem a fome... E depois ao olhar a balança me assusto!


Ali comendo o milho verde eu ainda pensava em Elisa, os pensamentos não terminavam e então quis continuar com aquele assunto sobre Elisa e os homens. Em meus pensamentos não conseguia encontrar sentidos para certas coisas...
- Estou aqui pensando que Elisa sendo desta maneira, deve conhecer muito tipo de homens. Você Cornélia por exemplo sabe muito sobre homens, mas acho que Elisa sabe muito mais do que você não?
Perguntei para a mais entendida de homens.
- Olivia minha bonequinha, não é porque uma mulher que fica com uns dez homens por semana, possa significar que entende de homens. Para dizer a verdade dificulta, por não ter nem tempo de analisá-los. Esta troca atrapalha a estudar a espécie. Se você quer entender homens estude em um só. O homem é imprevisível mas lá no fundo, eles se parecem muito!
Responde Cornélia como se estivesse com uma enciclopédia em mão, lendo sobre o que diz sobre esta espécie.
Enquanto falávamos, Eduardo estava brincando com um carrinho na areia... Ele estava tranquilo
perto da gente debaixo de uma sombrinha improvisada que Cornélia trouxe para protegê-lo.
Quando Cornélia explicou eu falei um pouco arrependida de continuar esta conversa...
- Sabe, eu acho que deveríamos falar de outra coisa. Estamos falando demais de uma pessoa e ela não esta presente, não pode se defender.
- Ai Olivia, tem hora que você me dá nos nervos sabia? Desde quando as coisas são assim como você diz? Como você pode pensar que quando vamos falar mal de alguém, a gente vai querer ela por perto?
Falou Letícia irritada com meus pensamentos então respondi:
- Eu não gosto de falar de pessoas... Apesar de ter sido eu a iniciar, acho que errei. Eu acho que cada um tem direito de fazer o que deseja. Se é certo ou errado será Deus a julgar e muitas vezes as autoridades.
Acharia mais interessante se começarmos a falar de cinema, viagens, algumas belezas vistas por ai neste mundo grande. Mas falar de alguém não!
Respondi.
- Olivia, sobre esta mulher podemos falar sim. Esta mulher não merece a minha compreensão... Ela fez Antônio sofrer demais. Não posso ter nenhuma consideração por alguém que fez Rubens, o irmão de Antônio morrer.
Fala Cornélia nos surpreendendo.
- Irmão de Antônio? Antônio perdeu um irmão Cornélia? E o que tem Elisa haver com isto meu Deus?
Perguntei completamente surpresa, pois isto ninguém havia nos contado. Parecia um segredo eterno onde ao falar abririam cicatrizes imensas. 
Quando perguntei, queria perguntar muito mais coisas, queria saber detalhes sobre o que ela iniciou a falar assim continuei:
- Então foi por isto que Eduardo foi levado para o hospital em Cárceres? E' por isto que Juliano não  aceitou de ir no armazém com Lucas? Então não era só porque ele esteve com aquela mulher... Tem muito mais coisas. Mas porque você nunca falou Cornélia de tudo isto antes?
Neste momento Cornélia responde:
- Calma, eu vou explicar tudo em detalhes. E eu não falei nada antes, porque todos nós aqui, evitamos de falar para não causar mais danos, Antônio sofre dia a dia com isto. Tem dias que o encontro abraçado com Eduardo a chorar desesperadamente, até brigo com ele e peço para não fazer isto diante de Eduardo para não transmitir insegurança ao nosso filho. 
Rubens era o irmão gêmeos dele e era completamente ligado a Antônio. Faziam tudo juntos e estavam programando comprar terras juntos . Eram terras próximos daqui.  


Quando Juliano, meu irmão, se envolveu com Elisa eu havia implorado para ele se afastar porque nunca gostei daquele marido dela e não gostava do comportamento de Elisa com os homens. Comecei a ter pressentimentos e de tanto pedir a Juliano, ele me escutou. 
Não sabíamos que Rubens estava iniciando a conhecê-la, pouco depois que Juliano havia deixado de estar com ela... " Deus ouviu as minhas preces  " pensava... Eu pensava que estaríamos livres de perigo e em vez... Ninguém sabia, nem Juliano sabia que ele encontrava com ela. 
Disseram que quando ele iniciou a sair com ela, eles se apaixonaram verdadeiramente e depois disto nunca mais ela saiu com outro homem.  Se encontravam sempre mas com total segredo.
Mas eu sempre me pergunto porque ela se calou? Se ela era apaixonada por ele, porque não nos ajudou a desmascarar o homem que o matou? Todos dizem que foi o marido dela a fazer isto, mas ninguém consegue provas para incriminá-lo. Eu penso que ela sabe de muita coisa, mas não é capaz de fazer nada... Que amor era este?
Daqui a três meses fará dois anos que tudo isto aconteceu. 
Em um fim de tarde, chegou a notícia em nossa casa que Rubens estava estava morto pela estrada. No inicio pensaram que pudesse ter sido Antônio a morrer, porque os dois eram idênticos na fisionomia, mas olhando os documentos puderam identificar o irmão.  
Foi agoniante escutar esta notícia. Eduardo já havia nascido, era tão pequenino. 
Antônio depois disto, nunca mais foi o mesmo, se fechou em um silêncio que muitas vezes me feria, depois aprendi a lidar com o seu silêncio e agora ele vem melhorando, está mais alegre ultimamente. Quando Eduardo sofreu este acidente e foi para o hospital, entrei em agonia novamente, porque sabia que Antônio estaria naquele hospital, apavorado da mesma forma que no passado. 
Perder alguém que é muito caro, faz surgir uma dor que diria de ser inexplicável para quem nunca sentiu isto, na sua própria pele.
- Cornélia você não imagina o quanto estou surpresa com esta noticia. Na minha opinião, as autoridades teriam que fazer justiça. Não é justo uma pessoa morrer porque demonstra de amar alguém e tudo ficar impune. 
Falei assustada.
- Eu estou sentindo é medo, muito medo! Eu agora mais que nunca quero Lucas longe daquele lugar. Cornélia se você falou que ela pode saber da verdade, acho que tenho uma ideia aqui que poderíamos utilizar para ver se ela sabe mesmo. Você tentou falar com ela alguma vez?
Perguntou Letícia depois de apontar uma ideia e assim responde Cornélia:
- Não... Antônio me proibiu de aproximar daquele lugar. Sempre senti vontade de procurá-la porque eu imaginava que ao mostrar a minha dor e todo este sentimento sufocado, conseguiria fazer com que ela falasse comigo sobre Rubens e tudo que poderia ter acontecido, mas Antônio não aceitou.
Mas Letícia qual seria a sua ideia?
- Acho que poderia dar certo o que pensei... Porque não fazer com que ela venha ao sitio? 
Seria muito simples. Imaginei em fingir de estar de cama muito mal e assim eu não poderia ir ao seu encontro, assim ela viria ao sitio, onde ao chegar, iria encontrar todos nós a implorar a ela que falasse a verdade.
Explica Letícia.


- Letícia eu gostei muito de sua ideia. Antônio não poderia saber porque não permitiria. 
Poderia dar certo, mas você terá mesmo de fingir de estar doente para ninguém perceber que mentiu. Poderíamos inventar uma diarreia causada por algo que você comeu, assim ninguém saberia que você inventou. Eu estando aqui, digo que você está com febre e peço para Lucas chamá-la. 
Daria certo sim esta sua ideia, ela foi genial! Eu desejo tanto falar com esta mulher olhando em seus olhos...
Responde Cornélia demonstrando satisfação.
- Eu vou fazer. Esteja tranquila que quando voltarmos da Chapada dos Guimarães este será o nosso segredo a ser realizado.
Falou Letícia completando com uma pequena curiosidade para descontrair aquela situação:
- Mas Cornélia me diga uma coisa... Você falou que eles eram idênticos não? Existiu alguma vez em que você beijou um pensando de ser o outro?
- Que pergunta Letícia, isto são horas para estar brincando?
Falei irritada.
- O que que tem de mal brincar Olivia? Afinal ainda estamos vivas. Neste mundo tem tanto desamor, tanta hipocrisia, mas é o mundo em que devemos viver e mesmo existindo coisas horríveis tem também beleza, amizade que pode nos trazer paz interior e não teria nada melhor para nos sentirmos bem, do que brincar, sorrir, amar... Dar conforto a quem sofreu um dia de um modo verdadeiro, brincar seria a coisa mais justa a fazer. O mundo está aos nossos pés e somos nos que devemos aprender a viver nele, procurando ser um ser agradável aos olhos de muitos!
- Eu adorei a brincadeira. Brincar entre amigas é muito bom! Foi ótimo para vermos o quanto temos afinidades e como disse Letícia podermos demonstrar o quanto estamos vivas. 
Esta sua pergunta é até muito curiosa porque na verdade eu nunca errei... Sempre beijei somente Antônio e o conhecia até de costas. Mesmo sendo totalmente iguais eu via diferenças em tudo e achava Antônio muito mais bonito. Todos tinham dificuldades em identificá-los mas eu não! Talvez fosse o amor que eu sentia que me dava este poder.
E por falar em estarmos vivas acho que deveríamos voltar para casa, pois está ficando muito quente para Eduardo e estes homens não chegam. Vocês continuam a se bronzear lá no gramado, que tal?
- Lucas disse que viria porque queria nadar e eu queria tanto vê-lo nadar! Nadar é uma das coisas em que ele mais gosta de fazer. Não é à toa que ele tem aqueles largos ombros.
Fala Letícia demonstrando a cada instante o quanto sentia falta de Lucas.
- Eu concordo com Cornélia, devemos voltar e esperar na casa de Cornélia e se eles chegarem logo, viríamos novamente aqui para que Lucas possa nadar!
Falei.
Letícia concordou e assim começamos a caminhar de volta para aquela bela casa. 
As duas estavam conversando sobre o novo plano e como deveriam fazer para encastrar Elisa e fazê-la confessar e eu me perdi um pouco a pensar sobre tudo que andei escutando...


"Porque estou aqui a pensar em Elisa tentando encontrar respostas para todo o seu silêncio? Cornélia está certa, Elisa deve saber alguma coisa da morte de Rubens irmão de Antônio.
Cornélia falou que ela o amava demais, provavelmente se silenciou por algum motivo, Acho tudo estranho... Não se pode calar desta forma se não houver medo! 
Porque ela se silenciou? Porque ela ainda continua ao lado do marido sabendo disto. Será do que este homem é capaz para deixá-la assim tão perdida e insegura ao ponto de não contar a verdade? Estou certa que ela sabe, não é possível que não saiba! 
Antônio por detrás de todo o seu silêncio deseja respostas, deseja justiça... Ele perdeu um irmão, não foi um objeto que possuía e mais que tudo isto eram gêmeos. Só de imaginar de alguém que amo morrer desta forma, eu não sei como reagiria, mas penso que não seria tão diferente de Antônio..."
Eu estava a vagar como se estivesse em órbita e vendo tudo que penso na minha frente. Letícia e Cornélia estão aqui a falar e eu não escutava nada. Porque eu me isolo de todos? Vivo cheia de perguntas desejando respostas e por isto desapareço em busca delas como se estivesse de costas, em busca de uma outra rota que nem sei porque é assim. Sei apenas que perco o controle como se não conseguisse comandar meus pensamentos. Eles fogem de meu corpo sempre!
- Você concorda Olivia? Olivia! Olivia! Olivia! Misericórdia Olivia eu estou falando com você bonequinha!
Falou Cornélia sem que eu percebesse quando Letícia grita...


- Olivia, Cornélia está te chamando!
- Ai não precisa gritar! Deste jeito você me assusta Letícia.
Falei assustada.
- Olivia porque você é assim? Eu e sua irmã estamos horas aqui a falar de um plano que estamos programando mas parece que você não escutou nada.
Perguntou Cornélia.
- Não sei explicar Cornélia. Eu fujo em pensamentos sem que eu perceba. Não queria porque parece que sou louca!
Expliquei e Letícia fala:
- Pelo amor de Deus não diga bobagens... Agora você exagerou Olivia. Todo mundo pensa mas a maioria das pessoas tem controle e conseguem perceber tudo que esta vivendo ao ponto de interromper os pensamentos. E você não é assim mas também não é louca e sim diferente!  
Você não consegue controlar certas atos de uma só vez. Se você esta fazendo uma coisa a outra se perde de seu comando e qualquer coisa que você faz tem de ser individual. Você não consegue assimilar duas coisas ao mesmo tempo. Se está cozinhando, não pode falar, se está falando, não pode cozinhar e se está pensando, vai para o mundo da lua!
- Isto é coisa de criança! Não sou mais criança... Queria saber como poderia mudar isto.
Respondi.
- Eu acho que você teria de treinar. Quando perceber que esta entrando em pensamentos ao ponto de distanciar, você não deve deixar isto acontecer totalmente. Deve buscar o equilíbrio antes que isto aconteça entende? Passa a ser simples se você começar a exercitar.
Fala Cornélia me explicando e neste momento quis mostrar o que pensava...
- Quando vocês me chamaram eu estava pensando porque Elisa faz silêncio? Esta mulher pode ter criado todo este sofrimento mas do jeito que você contou me fez lembrar o que Lucas um dia falou quando falamos dela. Ele disse que talvez ela fosse infeliz.
- Não sei te responder isto bonequinha... Sabe, eu tenho medo que um dia sem que eu possa fazer nada, Antônio com todo o seu silêncio, possa ir naquele armazém e dar fim à vida de quem matou seu irmão. Alias mandou matar porque dizem que ele não fez a coisa suja, só ordenou como se fosse o poderoso da região. Eu sei que é loucura pensar nisto mas eu penso sempre... Loucuras estes meus pensamentos...  
Eu desejo justiça mas tenho tanto medo de Antônio não ter paciência. E' por isto que sou muito carinhosa com ele, muito mais do meu normal. Eu procuro ser assim para dar um pouco de paz a ele porque esta perda foi grande demais. Foi como se seu coração agora existisse só à metade.
Seu pai morreu dois meses depois do acontecido com um ataque cardíaco. Quando estava partindo desta vida ele pegou na mão de sua esposa e falou:
"Catarina agora vamos poder continuar a cuidar de nossos gêmeos... Eu cuido de Rubens e você continue aqui a cuidar de Antônio..." E assim fechou os seus olhos!
Relembra Cornélia coisas do passado que nos dava arrepio ao escutar. Eram histórias tristes que surgiram na vida desta família quando ao improviso Rubens o irmão de Antônio morre transformando alegria em dor.
- Cornélia, o pai de Antônio foi embora deste mundo preocupado com Antônio. Eu penso assim... Ele  falou deste modo para deixar a sua esposa calma, como se dissesse que estava tudo bem, que tudo iria correr bem. 
Muito lindo o gesto dele! Ele deve ter sido um homem maravilhoso para preocupar tanto com os filhos.
Falei demonstrando carinho por toda a família quando Cornélia responde:
- Eles formavam um lindo casal Olivia. Só tiveram dois filhos em uma só gravidez e depois viviam para dar alegria a estes filhos. Foi muito triste quando ele se foi.
- Eu imagino... Do modo que você nos conta da para sentir o quanto havia carinho entre eles. Como é bom ver um casal se amarem assim até no fim de uma vida.


Respondi quando Letícia fala:
- Um pai é muito importante na vida de um filho... Ele ensina. Eu e Olivia não aprendemos nada com nosso pai. Ele preferiu destruir a harmonia que antes existia. Olivia não gosta de falar disto, ela sente muita mágoa. Preferiu usar o silêncio para não se ferir mais do que já estamos feridas.
- Eu tenho razões para estar magoada Letícia. Eu não aprendi nada com ele. Ele não deixou.
Falei com o rosto demonstrando tristeza quando Cornélia fala:
- Tanta coisa que ainda tenho de descobrir sobre você bonequinha mas... O tempo não vai deixar e isto me doí!
Eu a olhei e sorri carinhosamente porque eu também desejava estar ao lado dela por mais tempo.
Depois de caminharmos um pouco, chegamos na casa de Cornélia onde esperaríamos os namorados... Nos organizarmos ali em sua casa e Letícia continuou a se bronzear no gramado perto do chuveiro. Por mais que estivesse bronzeada para ela ainda era pouco. Letícia amava o sol, o calor e todo o brilho que ele trazia para a sua pele! Até nisto éramos diferentes...


Estava ali a se bronzear mas continuava muito preocupada com a demora deles. A cada meia hora ela falava de sua preocupação.
- Lucas está demorando muito... O que você acha Cornélia?
- De certo já deveriam estar aqui. Não se preocupe Letícia, pode ter acontecido alguma coisa simples que os fizeram atrasar. Eu acho que você deveria se acalmar.
Respondeu Cornélia.
- Eu já estou nervosa, seria difícil me acalmar. Fico só pensando que não quero mais que Lucas continue indo lá no armazém. Eu agora estou tendo medo daquele homem... Pode pensar mal de Lucas por alguma coisa e... Nem sei mais o que eu estou dizendo, só desejo que volte logo!
Falava Letícia cada vez mais nervosa assim falei rígida com ela:
- Letícia pare com este nervoso, Lucas logo estará aqui e quando chegar vai te explicar tudo. 
Hoje mesmo, eu falei com Juliano que você não tem medo de nada e agora parece que eu estava mentindo. Estou descobrindo que você morre de medo de perder Lucas. 
Sempre achei tão lindo o amor de vocês dois, mesmo que muitas vezes você demonstre de ser dura, ele existe fortemente ao ponto de nascer em você um pavor só de pensar em perdê-lo. 
Esteja tranquila, não aconteceu nada e daqui a pouco estarão aqui e melhor ainda, com uma bela noticia para te alegrar... Na verdade estou achando estranho de não ter chegado ninguém! Nem Juliano e Antônio voltaram. Eles também disseram que não demorariam e até agora nem sinal deles.
E por falar em Juliano Cornélia, ainda bem que ele te escutou e parou de se envolver com Elisa não?
Agora ele pode estar aqui com você e dando muita atenção para Antônio, que por ser uma presença masculina, deve fazer muito bem para ele, fazendo com que se alegre um pouco.
- Confessa vai... Você está feliz por isto! 
Fala Letícia sorrindo um pouco.
- Mas o que diz? Letícia você realmente é muito implicante.
Falei toda sem graça. Quando pensava em Juliano, eu gostava mas ao mesmo tempo sentia saudades de Júnior.
- Isto é verdade bonequinha, Letícia tem razão. Quando você fala do meu irmão, seus olhos te enganam. 
Isto que você mencionou é verdade, Antônio realmente se agarrou muito a Juliano. Eles sempre estão juntos... Quando Juliano sai para caçar, muitas vezes Antônio não podendo ir, acaba sentindo a falta dele demonstrando preocupação e medo ao pensar que ele pode não voltar. Meu marido tem tanta mágoa, tanta dor... Ele pensa que aquilo que aconteceu com Rubens, pode novamente acontecer como se isto agora fosse uma coisa normal. 
Quando alguém vive momentos como este que nós vivemos, faz a normalidade se tornar assustadora. Por isto ele agora é assim silencioso, como se não pudesse mais falar... Como se tivesse que se calar.
Fala Cornélia entristecida.
Continuei falando da família de Cornélia de um modo carinhoso, para fugir um pouco do assunto que transportava para o meio de nos tanta melancolia...
- Quando você falou o nome da mãe de Antônio eu achei lindo... Catarina! E a sua mãe Cornélia como se chama?
- Rafaela. Eu adoro o nome de minha mãe ao ponto de querer ter tido este nome em vez de Cornélia.
Responde Cornélia.
- Nossa, mas o nome de sua mãe é tão moderno. Estranho porque em tempos antigos não se via este nome em circulação. Ela teve sorte de ter tido um nome assim tão belo, pois naquela época, deveria ser diferente de todos os outros nomes. Quase todo mundo a tempos atrás se chamavam Maria.
Afirmei.
- Eu também achei estranho... Ou se chamavam Maria juntamente com outro nome ou Ana. E o seu Cornélia? Seu nome também é muito diferente!
Exclamou Letícia.
- Como vocês são observadoras. Eu vou contar como foi que aconteceu para que minha mãe tivesse este nome Rafaela. Vou contar porque é muito engraçado e... Quanto ao meu nome Letícia, minha mãe escolheu este, porque minhas avós se chamavam Coralina e Amélia e juntando algumas sílabas surgiu Cornélia. No inicio eu não gostava, mas depois que minha mãe me explicou o porque de me chamar assim, eu passei a gostar cada vez mais dele. Tenho registrado no meu ser o nome de minhas avós!
Falou sorrindo e continuou...
O nome Rafaela foi assim...  Minha mãe vem de uma família de quatro filhos e ela é a caçula e todos os outros eram homens. Quando nasceu o primeiro filho de minha avó, dizem que ela decidiu colocar um nome de anjo. Minha mãe conta que minha avó que se chamava Coralina, era muito religiosa e então decidiu em colocar nome de anjos em seus filhos. 


Ao nascer o primeiro filho deram a ele o nome de Miguel. Logo em seguida nasceu o outro que se chamou Gabriel e depois de ter tido dois homens, ela já esperava que o próximo também fosse homem, que ao nascer deram o nome de Daniel. 
Minha mãe dizia que minha avó amava os seus anjos... Quando nasceu o último filho todos esperavam o Rafael, já estava escolhido. Haviam perdido as esperanças que nascesse uma menina, então já tinham escolhido o seu novo anjinho. 
Ao nascer minha mãe, eles contam que foi uma enorme surpresa, não sabiam o que fazer porque queriam que continuasse com os nomes de anjos. Deste modo a minha avó Coralina teve uma ideia e olhando para o meu avô ordenou:
" João vai lá e registra com nome de anjo... Só serve anjo! Não precisa se preocupar João, você só deve acrescentar a letra A. Passado algum tempo chega o meu avô com o registro... Rafaela!
Dizem que minha avó ficou feliz da vida, porque queria muito uma filha.
- Linda a história Cornélia. Lindo o nome dela e se um dia eu tiver uma filha, já está decidido vai se chamar Rafaela!
Falei emocionada e ouvir toda aquela historia.
Letícia se divertiu muito em escutar, também adorou tudo e falou:
- Minha mãe Cornélia, também conta tantas histórias para nós e tem uma que quando ela contava, eu pedia para contar sempre porque me fazia rir muito. 
Quando ela era ainda muito jovem, a minha avó não gostava que ela namorasse mas... Minha mãe conta que ela tinha alguns fãs que ao entardecer, costumavam ir até a janela da casa dela para fazer serenata para ela, pois naquele tempo era de moda em cidades mais desenvolvidas. 
Um certo dia minha avó Célia não suportando mais aquilo abriu a janela do quarto e em vez de falar com eles, jogou urina nos homens. Era urina que naquela época havia debaixo da cama em um penico. Minha mãe conta que não havendo luz todos os dias e o banheiro ser construído na varanda, eles urinavam em penico por toda a noite e esta urina serviu para dar banho nos homens. 
Neste momento Cornélia gargalhava com toda a história que Letícia contava, quando de repente começamos a escutar Lucas buzinar fazendo Letícia saltar de felicidade. Felicidade era a palavra justa para aquele momento, onde a luz de seus olhos eram mais forte que o sol.
Lucas descendo do carro a abraçou muito forte onde se beijaram loucamente. Um beijo intenso... Ninguém poderia destruir aquele momento, era só dela. 
Júnior ao aproximar de mim me abraçou carinhosamente me olhando com aquele seu olhar doce e um sorriso dizendo que Lucas teria uma linda novidade para contar... Me deixou muito curiosa.
Neste momento chega Juliano em sua Toyota de cor verde escuro e alguns detalhes de marrom metálico. 
" Que carro lindo o dele, lindo como ele! "
Pensei e suspirei...
Eu sempre gostei de carro como aquele e sendo de Juliano me chamou mais ainda a minha atenção.


Ele descendo do carro, aproxima de todos quando Lucas fala:
- Tenho uma noticia espetacular para dizer a você amor! 
- Lucas, é assim que você fala depois de me deixar aqui louca de nervoso com o seu sumiço? Você me deixou apavorada aqui vida, morri de preocupação porque você não voltava. Não faz mais assim...
Falou Letícia alterada no meio de todos.
- Amor... Me desculpe! Eu estive em Cárceres, pois quando fui no armazém liguei para meu pai e quando nos falamos, ele pediu que eu fosse lá e levasse junto a mim Juliano para fazermos uma tratativa. Não tive como te avisar, sabia que você estaria nervosa e até fiquei muito preocupado também mas foi por uma boa causa... Muito boa amor!
Na verdade eu estava vindo para cá para chamar Juliano e te avisaria mas o encontrei por estrada e então dali mesmo nos fomos para Cárceres. Amor você vai me perdoar por não ter te avisado, quando souber o que aconteceu. Estou radiando felicidade meu amor! 
Falou Lucas a pegando pelos braços e abraçando-a muito forte para beijá-la.


- Fala vida! Não me deixa curiosa assim!
Em seus braços como se estivesse ao céu, ela fala interrompendo todo o seu discurso. Ela queria que ele resumisse toda a história. E assim, ele continua:
- Amor prepara-se porque daqui a seis ou oito meses vou te buscar para vivermos juntos. Podemos nos casar amor, já imaginou que glória!
Lucas dando a noticia a beijou novamente e eu não estava entendendo nada então falei:
- Não beijar agora, continua contando Lucas, não nos deixe curiosa desse jeito.
Vi Antônio sorrindo quando falei... Pela primeira vez o vi sorrindo.
- Tudo bem, vou contar... Estive em Cárceres porque meu pai queria me dar a notícia. Ele disse que está se mudando para Minas mas eu vou continuar aqui. Ele vendeu o sítio e comprou outro melhor! Ele disse que é mais próximo da cidade onde tem luz e telefone. No final de toda a conversa, ele me presenteou as terras que a partir de agora sou eu o proprietário. 
Amor, já imaginou o tamanho de minha felicidade? Eu só desejava ver o seu rosto de perto ao te contar!
Ao chegar em Cárceres, meu pai me levou ao banco e com portas fechadas em uma sala eu assinei muitos documentos. Agora é tudo meu amor... Aliás é tudo nosso porque você é a minha vida!
Daqui a seis meses acho que tudo estará organizado e poderemos nos casar e aqui posso iniciar uma profissão da qual eu amo que é poder cuidar de terras e animais. Teremos sempre Antônio e Juliano do nosso lado a nos ajudar quando sentirmos dificuldades.
Falou Lucas muito emocionado. 
- Mas e o sitio, quem comprou? Meu Deus eu moro nestas terras... Eu não queria ter de sair daqui.
Falou Cornélia preocupada.
- Quem comprou o sítio está na sua frente falando com você!


Falou Juliano sorrindo para a sua irmã e continuou...
- Daqui em diante este pedaço de terra será todo seu, minha irmã. Quero que saiba que te amo!
Era Juliano que havia comprado o sítio, doando um pedaço de terras para Antônio e Cornélia. 
Ele agora é dono do sitio que eu adoro e não posso fazer nada porque o meu namorado é Júnior. Queria tanto que fosse Júnior a comprar aquele sítio! Eu queria viver ali... Eu também queria ter tido uma surpresa... Queria poder receber mil abraços...
Eu não consegui me sentir feliz como deveria... Eu senti uma dor enorme em saber que minha irmã estava para viver longe de mim.


Estava triste por não ser eu a abraçar o homem que havia comprado o sitio mas eu não poderia demonstrar este meu desprazer, porque a felicidade de minha irmã era muito mais importante que minha tristeza. O que será de mim sem esta criatura que eu amo tanto! 
Minha irmã é a minha força e sem ela eu sei que me sentirei perdida. Vou ter de aprender a viver sem ela e isto me doía muito mas... Sabia que no profundo do meu coração eu estava tão feliz por ela. 
Minha irmã iria construir uma família, poderia haver a sua casa, seu marido, seu cachorro, seu cavalo, suas plantinhas, todo este ar de terra molhada ao amanhecer e um dia quem sabe um bebe lindo como ela... Como Lucas! 


Naquele momento para minha irmã nasceu a maior felicidade que ela poderia um dia desejar!
Juliano não tirava os olhos de mim, acho que percebeu o meu desprazer, acho que demonstrei... Parecia que ele queria o mesmo que eu... Parecia que ele queria abraçar a pessoa que ele desejava que estivesse ao lado dele naquele sitio, mas não se muda uma história assim... Eu amava Júnior, eu amava... Eu acho que amava! Será que eu amo Júnior Senhor?


Eu estava ali ao lado dele mas era como se estivéssemos distanciando um do outro. Eu não sentia o seu calor a me amparar de todo aquele meu desaponto, minha tristeza escondida... Ele não percebeu nada do que sentia. Era como se não me entendesse. Este homem não me conhecia, não sabia me dar o amparo que tanto desejava em um momento como este.
Ao improviso ele me olha e fala:
- Amor o que aconteceu você está tão estranha?
Me enraiveci porque sua pergunta me fez perceber que realmente ele não me entende, então falei baixinho não querendo que ninguém notasse o quanto estava triste.
- Porque todos dizem que sou estranha? E' só silêncio, nada mais!
- Quando alguém se silencia em um momento assim tão sublime, é estranho amor.
- Estranho é você não me entender!
O olhei mostrando a ele o quanto estava decepcionada com ele naquele momento. O momento poderia ser sublime, mas me abalou muito e ele não percebeu. Em vez de comemorar, eu queria estar dentro do meu quarto escuro, longe de tudo onde poderia me esconder junto a minha tristeza... O que eu procurava no amor, não estava encontrando. 


Cornélia percebeu a minha reação e estando perto de mim escutou o que falei então falou:
- Olivia que tal você me ajudar a preparar uma bela torta para comemorarmos este momento? Vamos lá dentro enquanto todos aguardam aqui?
Eu aceitei porque sabia que ela havia me entendido e queria poder estar a sós comigo a me dar carinho. Estar perto de mim a dar um carinho que desejava de quem não conseguiu me entender. 
Estando lá dentro ela fala:
- Bonequinha eu sei o quanto está triste, mas você não imagina o quanto eu estou feliz por tudo que aconteceu e sabe porque? Porque agora sei que tendo sua irmã aqui perto de nós você poderá vir sempre a estar com todos nós a cada férias que surgir. Isto é maravilhoso Olivia! Já imaginou? Não pode estar assim abalada pois isto será somente um inicio para a sua felicidade. Acredite em mim!
Eu sorri tanto e ao mesmo tempo chorava. Meus olhos pareciam que iriam explodir ao escutar a suas palavras, de tanto que eu chorava. Como um alguém pode conhecer tanto uma pessoa assim? Ela conhecia cada gesto meu e eu me emocionei demais! Com ela não precisava fazer silêncio... Com ela não precisava me esconder!
Depois que a escutei, aliviei toda aquela minha emoção contida, onde não pude demonstrar quando estava lá fora.
Peguei uma espiga de milho fria e comecei a comer ao surgir uma fome por me sentir ansiosa. Não queria chorar, não queria que ninguém me visse naquele estado, ela me abraçou muito forte e falou:
- Tudo tem seu tempo e seu momento sublime vai chegar o quanto antes. Depois que tudo isto aconteceu, Olivia, eu consegui ver algo que ninguém viu.


A olhei cheia de pensamentos e perguntei:
- O que você viu?
- A sua felicidade... Ela esta nascendo mas ninguém conseguiu enxergar... Eu sim!
Eu dei um respiro tão forte sorrindo, porque entendi o que ela queria me dizer... Ela falava de Juliano mas não entendia o quanto aquilo poderia ser real para mim.
A olhei sorrindo como uma criança e falei:
- Está falando de Juliano Cornélia?
- Meu irmão cresceu Olivia... Deus ouviu as minhas preces. Quero que saiba que tudo que você está vivendo, teve uma razão e tudo terá seu tempo. Não facilite nada para ele. Faz ele se sentir rejeitado o mais que puder, assim você vai conseguir domar aquele coração selvagem!
Falou dando uma gargalhada e continuou dizendo:
- Espere um momento que vou levar estas cervejas para eles. 
Ela havia pegado as cervejas em um cômodo igual ao que existia no sítio. O sítio que agora pertencia a Juliano. Era subterrâneo e assim tudo que tinha la dentro se refrescava. Era desse modo que as cervejas ficavam frescas ali naquele sítio... Aquele sítio que eu amava a cada dia mais!
Quando Cornélia sai, Juliano entra com Eduardo que só fazia correr por toda a cozinha. Ele me vê comendo milho mesmo estando frio e fala me olhando:


- É muito bom comer milho verde e vendo você comer assim com tanta vontade, me faz sentir necessidade de plantar muito milho lá no sítio. Que bom que você gosta de milho!
- Porque está me dizendo isto? Eu acho tão normal gostar de milho verde... Quase todo mundo gosta. Acho que só não gosta quem ainda não provou.
Afirmei desinteressada como Cornélia havia me explicado.
- Estou dizendo que é bom porque eu também gosto muito de milho e quem sabe um dia nós vamos cozinhar e comê-los juntos?
Eu o olhei sem saber o que dizer. Só sabia que havia gostado de suas palavras e se eu fosse a manteiga usada para passar naquele milho, eu teria me derretido em um segundo porque aquele milho frio, estava novamente quente em minhas mãos...
Não tive oportunidade de falar mais nada, pois no mesmo instante que ele falou, minha irmã entrou e me abraçou sem fim! Ela sabia o quanto estava triste... Minha irmã me conhece como ninguém!
Pecado que nossa mãe Helena não pode estar conosco neste momento de felicidade que uma de suas filhas estava vivendo ao extremo!
Choramos juntas por toda a sua felicidade e porque ela também sabia que sem mim não seria a mesma coisa. Nada seria igual e ela teria que ser muito forte para aceitar mudanças onde o amor reinava!

Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Capitulo 19
Todos os direitos reservados

Segue capítulo 20 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:

Eu tenho que dizer que exagerei na quantidade de texto ao escrever este capítulo. Não consegui deixar de escrever ideias que apareciam em minha mente, porque cada pensamento meu, neste capítulo, deveria mesmo ser escrito para ter um andamento, onde ao escrever o final tudo se encaixa... Tudo faz sentido. 
Este capítulo é uma sequência de acontecimentos, para alegrar os meus leitores no final... Quem não tiver paciência de ler de uma só vez, faz como Xipan que lê aos poucos quando encontra tempo. Ele está mais do que certo, pois quando compramos um livro fazemos assim, não? Levamos o livro para onde vamos e sempre que surge um pequeno intervalo no meio de tarefas, corremos nele para ler. Aqui não seria diferente, porque é um livro! 
Quem é que esperava uma cena policial nesta história, hem? Surgiu um drama, fiz Olivia chorar, dei total felicidade para a sua irmã... Isto é a vida como ela é!



6 comentários:

  1. Alô, Aymée!
    Se só com a estampa, o Juliano já estava abafando a banca, agora então, com o sítio e o milharal...Haja espiga!
    Decididamente, o Júnior dançou mesmo! Tá mais liquidado que o Bin Laden!
    Mas, quem foi mesmo liquidado foi o tal Rubens...Mulher namoradeira casada com marido brabo dá nessas coisas!
    Quase que a Cornélia fica viúva, pois dizem que gêmeos costumam se revezar, daí...por sorte dela, a vez foi do cunhado! Hehehehe!
    Acho mancada querer que a Elisa entregue o marido! Você acha que alguém cairia nessa?
    Vamos aguardar...
    Mas, fala um negócio: as cervejas ficavam mesmo geladas no tal porão? Naquele calor?

    É verdade o que você notou, não está aparecendo a atualização do teu blog na minha tela! Este negócio anda meio esquisito nestes dias!
    Abraços!

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkk
    Leonel eu nao aguentei de tanto que gargalhei ao ler o seu comentário.
    Você tem um otimo senso de humor.
    Será que António também pulava a cerca? Te juro que isto nao passou na minha cabeça nao, pois o António representa o homem bom e justo, rsrsrs

    Quanto ao porão eu nao sei dizer porque isso foi pura invenção baseada nos porões que existem aqui na Itália. Cada apartamento aqui tem um, que aqui se chama cantina e quando eu vou la na minha cantina para pegar coisas que a gente deixa la, porque quase nao usa, eu acho tão fresco que imaginei que tudo que fica debaixo de terra se torna fresco...haushaushaus
    Os prédios aqui na Itália são todos construídos com um ou dois subterrâneos, rsrsrs eu me baseei nisto.

    Realmente a coisa ta feia pra Júnior, rsrsrs Quando o poder aquisitivo de uma pessoa demonstra para outra que ela poderá estar segura no futuro, mexe muito com a cabeça das mulheres, acho que não seria diferente para Olivia nao.
    Vamos ver...
    Mas porque você falou que nao deve encastrar Elisa? Talvez Elisa queira desabafar mas nao encontra oportunidade e Leticia esta conseguindo criar uma. Poxa Leonel aquele seu Filipe parecia bom, mas espera para ver o que ele fazia... kkkkkkkkk

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  3. Ah! Você colocou uma adega italiana no Mato Grosso!
    Os porões da Itália são bons para guardar vinhos, queijos e defumados.
    E o clima aí ajuda, principalmente mais ao norte.
    Mas, uma boa cerveja, só mesmo gelada! Antes de publicar, acerta isso! Hehehehehe!
    Engraçado, quando estive aí, os colegas italianos me recomendaram a NÃO beber cerveja italiana, uma porcaria, segundo eles! Mas, também, com o mercado comum europeu, qualquer mercadinho parecia uma delicatessen, pois tinha cerveja alemã, holandesa, belga...queijos e vinhos franceses, para comer com os pães e queijos italianos. Tem alguns vinhos que também são bons...
    Como disse o exterminador: I'll be back!...Someday!

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  4. É, Júnior definitivamente perdeu!
    Mulher é mulher independente de estado ou espaço. As conversas são as mesmas, os sentimentos, as opiniões. As tristezas, os vazios, e as dúvidas. Tô aqui acompanhando, e já dá pra imaginar um final, onde quem fica com ela é Juliano, no sítio que ela adora, comendo milho verde, e deixando rstro de flores por onde passam.
    Uma ótima semana pra ti querida. Bjs da Joii.

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  5. Upsss....

    Ando atrasado no capítulo por causa duns trabáios extras... rsss Mas logo estarei comentando este aqui também.
    Hoje foi só pra gardice o carinho com que sempre me trata e dizer que pelo que li dos comentários aqui... A coisa esquentou... hehehe!!!

    Beijo Talianinha
    Tatto

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  6. Minha querida, não estás esquecida na fila do meu coração, NUNQUINHA, viu?
    Tenho-te muito carinho, mas confesso que pelo tamanho do teu texto, tenho andado desanimada de ler e também com a correria nas escolas, prepara prova, corrige, prepara aula e etc, meu tempo tem sido muito curto.
    Acompanhei os primeiros capítulos, com a maior atenção e amei.
    Tenho certeza que a continuidade deva estar sendo ótima, mas te peço perdão pela minha falha contigo.
    Comentei quando estavas postando músicas, amei isso aqui.

    Assim que arrumar um tempo maior e uma vontade de me prender, te lerei.
    Estou com uns livros abandonados na estante de casa, por ler, um já iniciado e sem coragem para continuar.

    Não é descaso contigo, por favor nunca pense isso.

    Adorei teu comentário, e até o inclui na postagem, ok?

    Brigaaaaaaaaadinhaaaaaaaa!!!
    Beijos com carinho enorme no teu coração.

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Obrigada por comentar... A sua opinião, para mim, é muito gratificante.

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