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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XXV

Onde Nasce uma Paixão

De repente, ela falou:
- Me promete uma coisa, Olivia? Me promete que irá me ajudar... Eu preciso muito de ajuda, mas nunca pude confiar em ninguém.
Dentro de mim existe uma verdade escondida e é muito difícil poder dizer o quanto estou envolvida.
Me ajuda, por favor? Te contarei tudo! Tudo se você me prometer em ajudar... Tenho provas escondidas em um lugar que só eu e Rubens poderíamos conhecer.
- Não só te ajudarei, mas toda esta família estará do seu lado... Acredite em mim! São corações sofridos, mas também são sempre muito unidos.
 Parte 1 do capitulo 25

E assim, a estória continua...
INOCÊNCIA... COMO PROVAR PARA ALIVIAR A CONSCIÊNCIA?
FALAR, RELATAR, DENUNCIAR.
 Para uma Pessoa se Sentir Livre neste Mundo,
Deve Falar o que Sabe à Fundo!

- Eu vou te escutar, Elisa. Desejo saber de você tudo que você possa ter vivido, para encontrarmos a solução e o caminho para a sua liberdade!
Não sei se estarmos aqui, neste banheiro, seja o lugar justo, mas eu não sei ainda para onde deveríamos ir, neste momento de tamanha revelação. Penso que o melhor lugar seria à beira de um rio, onde poderia se sentir livre, mas se fizermos isto, todos iriam perceber ao ponto de invadir.
Então, o melhor é continuarmos aqui mesmo... Mas isto aqui parece mais uma prisão! Talvez, te faria imaginar o quanto seria horrível viver dentro dela.
- Nem sei por onde começar... E' uma longa história e talvez, alguém poderá sentir vontade de entrar ao banheiro.
Falou Elisa, mostrando que aquele lugar era impróprio para uma situação com esta.
- Nisto, você está certa. O banheiro não é o lugar justo.
Mas um pouco do segredo já estava sendo revelado, ali dentro... Parecia muita história para contar então, surgiu em mim uma ideia quando falei:
- Elisa, eu tenho uma ideia e se você aceitar, iremos para perto de uma pessoa que nos ajudaria em tudo isto.
- Quem? Cornélia?
- Não. Iríamos para casa de Juliano e ali, você falando, ele teria as respostas que toda a família deseja, mas eu estarei sempre do seu lado.
- Tudo bem. Confio em você! Mas saiba que, depois, eu terei medo de voltar para casa. Esta minha demora, o faria mais violento do que já foi em minha vida. Eu nunca posso sair de casa por muito tempo.
- Você falou que viria aqui?
- Não! Não poderia. Eu falei que andava ao policlínico para ver alguns pacientes.
- Que bom que teve esta ideia, assim, ele não viria atrás de você aqui. Alguma solução encontraremos, tenho certeza.
- O problema foi que ele viu vocês no armazém e isto, para uma pessoa esperta é fácil de desvendar. 
- Ele pode ser esperto, mas aqui, existe uma pessoa muito mais esperta que ele, pode ter certeza.
- Está falando de você, Olívia? Se sente assim tão esperta?
- Não. Estou falando de Juliano. Ele vai saber o que fazer, tenho certeza disto.
Tudo que Elisa havia falado já me assustava por demais. 
Elisa tinha um enorme pavor de seu marido, por isto viveu calada. Ela sente vontade de continuar a viver, mas seu marido poderia matá-la para que tudo não viesse à tona.
Quem olhava para seu Filipe jamais poderia dizer do que ele era capaz. Eu, pessoalmente, o admirei muito ao ver um homem construir um império em uma região tão afastada. Um império roubado... Estas terras não lhe pertenciam, fazia parte de um patrimônio que hoje não existia mais.


Estas terras eram do pai de Antônio e uma invasão de terceiros com documentos falsos o fez calar por ter sido ameaçado. Seu Filipe sempre odiou esta família, mas na verdade, ele usava isto como pretexto para mantê-los afastado de seus segredos.
O pai de Antônio era um homem tão tranquilo e apaixonado pela a sua família, a qual se resumia em sua esposa e dois filhos gêmeos: Antônio e Rubens. Este pai agora está morto por sentir falta de seu filho Rubens que morreu por uma estrada, sem poder ter sido ajudado. Uma situação como esta foi matando o seu pai aos poucos. Ele morreu com este segredo, não dando importância na perda de suas terras, mas os documentos do seu território, aqueles que foram obrigatoriamente entregues ao seu Filipe, depois de uma assustadora ameaça, agora, poderiam ainda estar nas mãos de Rubens, se ele não tivesse morrido tragicamente, por estar envolvido com a esposa dele... Com a sua esposa Elisa. Elisa descobriu o segredo numérico do cofre de seu marido Filipe e os roubou entregando tudo à Rubens. 
Nenhum crime é perfeito... Tem sempre alguém para demonstrar que não é, quando este não elimina aquele que poderia não continuar em silêncio. As eliminações o levaria a uma outra ruína, porque, no final, algum rastro existiria. O que pode acontecer para  existir crimes perfeitos são silêncios comprados ou ameaçados. Só que existem pessoas que não se deixam comprar um silêncio e Rubens era um deles.
Bem antes de falecer, todos estes documentos e algumas gravações estavam em um caixa forte de um Banco na capital Cuiabá em que ele possuía uma conta juntamente com Elisa. Nada o deteria, nem a morte... Dentro havia uma carta escrita à mão direcionada ao delegado da cidade, demonstrando tudo que descobriu. Mas, por ele agora ter morrido, todos estes segredo estão nas mãos unicamente de Elisa. 
Eu estava ficando apavorada....
"Onde fui amarrar a minha égua? Agora estou aqui me borrando de medo... Estou imaginando que não será possível resolver tudo isto, é como ver navios em alto mar em um lugares que nem mar tem... Se penso como resolver, só penso que estarei procurando agulha no palheiro, milho em plantação de soja... Acho que é impossível! Por que fui fazer isto? Por que? Eu não deveria ter mexido em merda! Quanto mais a gente mexe mais fede. Eu estou nervosa, eu estou nervosa... Não posso! Tenho que demonstrar que sou uma amiga corajosa! Uma pessoa que não tem medo do perigo. Devo mostrar que sou decidida e que sei proteger um amigo. Ela deve ter notado o meu pavor, eu sei que meu rosto demonstra horror!
Acalma, Olívia, vai, acalma! Você resolve... Com calma você deve ouvir. Eu sei que consegue, você tem tudo para conseguir. Basta acalmar... Respira fundo, deve respirar!  Respira o máximo que puder... Oh, meu Deus, porquê vim ajudar esta mulher?"
- Olívia, tudo bem com você?
Perguntou Elisa, notando o meu desespero.
Sim... Sim... Claro que sim! Vai tudo bem, sim... Mas, porquê você pergunta isto à mim?
Falei demonstrando nervoso e pavor.
Todas estas confissões, eu escutei de Elisa e agora, ao escutar fiquei muito apavorada mas curiosa com  uma coisa: Por que Seu Filipe não matou Elisa? Ela seria a fonte para a sua ruína e nem assim, ele a fez calar, fazendo com que morresse. Talvez, ele via nela uma mulher fraca e incapaz de se movimentar contra ele, por existir por detrás tanta violência. Mas sei que uma pessoa por mais que pareça fraca é capaz de desejar renascer. 
Não existe um mal que faça uma pessoa se calar, quando esta sente uma enorme vontade de existir neste mundo de pessoas impuras, cruéis. 
E agora, eu estaria correndo os mesmos riscos, mas com uma diferença: eu não era a esposa. "Estou apavorada, preciso de pensar."
A vida é cruel e nós somos como os pássaros em busca de uma liberdade!  
Eu sei o quanto podemos nos identificar com outras coisas da natureza... A natureza nos ensina agir corretamente e, se soubermos entendê-las, poderíamos agir como ela.
 Posso, por exemplo, me comparar com um pequeno grão de areia. Ele parece inexistente, mas ao brilhar, quando o sol o ilumina, poderá ser notado. E assim, somos nós.
Elisa desejava isto e acreditou que eu pudesse ter sido como este grão de areia... Para ela, eu brilhava e poderia transmitir brilho e coragem a ela, do mesmo modo que eu buscaria brilho em outro grão de areia. Com certeza, eu iria precisar de uma ajuda e já sabia quem seria esta pessoa.
Ela me contou que, quando Rubens era vivo, ela se sentia forte e acreditava que ele faria de tudo para mostrar a verdade. Elisa confiava nele de um modo que, depois quando ele se foi, ela se perdeu. E toda a coragem de continuar em demonstrar o que estava acontecendo não existia mais, por ter sido ameaçada milhões de vezes.
Elisa dizia que seu Filipe não sabia que ela e Rubens possuíam documentos valiosos escondidos que ela retirou de seu cofre. Estavam longe dali em um Banco na capital Cuiabá.
Seu Filipe nunca verificou desaparecimento de seus documentos, por achar que o segredo de seu cofre fosse somente de seu conhecimento. Mas, Elisa estando sempre em sua presença quando ele o abria, observava atentamente e demonstrava para ele completa distração, como se fosse uma pessoa incompetente e incapaz de pensar e memorizar.
Um certo dia, ao conseguir abrir, Elisa descobriu todo aquele segredo... Roubos de terras com os nomes das pessoas que as possuíam,  nome de pessoas que haviam morrido, como se estivesse assinalando uma a uma. Havia também valores escritos como se fossem pagamentos feitos à assassinos que seu Filipe escolhia para fazer todo o serviço... Ele não matava, ele mandava matar e as assinaturas de assassinos, ordenados por ele, era como um troféu.
Elisa contou que ele só sabia da traição e, apenas isto, foi para ele a gota d'água para dar fim em Rubens. Disse que ele era um homem severo, maligno. 

 

Comecei a sentir medo de toda esta informação que estava sendo descarregada em mim, mas deveria evitar de sentir este medo perto de Elisa e foi por isto que pensei em Juliano, porque sabia que ele poderia me ajudar em tudo. Ele poderia ser para mim aquele grão de areia brilhante que eu estava sendo, neste momento, para Elisa. Para mim, ele sempre demonstrou de ser um homem forte, corajoso e agora, era a sua vez de me demonstrar realmente se esta minha visão era verdadeira. 
Quando percebi que, do lado de fora da casa, não havia mais Cornélia e nem minha irmã com Lucas, abri a porta que dava para a varanda e junto a Elisa pretendíamos ir para a casa de Juliano montadas em seu cavalo. Parecia que ninguém poderia ver, mas quando estava subindo no cavalo Cornélia apareceu na porta e nos viu sair...
- Olivia! O que está fazendo?
- Psiu... Eu volto logo, confia em mim! 
Ela correu ao meu encontro e disse:
- O que está fazendo? Onde vai?
- Estou indo ao encontro de Juliano, ele está lá na casa dele não está?
- Sim... Quando saí, o deixei adormecido. Mas, por que está indo lá? Por que com Elisa?
- Cornélia, confia em mim, estou procurando ajudar Elisa e todos vocês, e Juliano é a pessoa certa, acredita em mim. Não vou demorar. Diga para todos... Invente uma história, é melhor. Eu sei que você consegue, mas não diga, de maneira alguma, onde eu realmente poderia estar.
- Tudo bem, mas estejam atentas. 
Bonequinha... 
Ao olhar, ela sorria para mim dizendo:
- Eu amo muito você!
- Eu também te amo!
Falei, a deixando com lágrimas nos olhos quando eu e Elisa saímos em grande velocidade. Eu sabia que logo sentiriam a minha falta e ficariam preocupados, mas Cornélia daria um jeito.
Nunca poderia imaginar que, daqui a poucos instantes, poderia ver Juliano em sua casa... Ele morava em uma pequena casinha próximo da casa de Cornélia nas redondezas do rio que havia ali.
Eu sentia saudades dele, queria abraçá-lo e queria ver como ele reagiria ao me ver. Quando a gente ama, qualquer coisa que estamos vivendo queremos dividir com quem amamos. Eu poderia ter ido para perto de Júnior e em vez, não. Eu havia pensado a não me aproximar mais de Juliano enquanto Júnior estivesse aqui, mas foi só aparecer algo que me fez precisar de ajuda, que meus pensamentos foram até a ele desejando que fosse ele a me ajudar. Tinha tantos que poderiam me ajudar, mas eu queria ele... Eu queria que ele fosse o meu herói neste momento.
Quando cheguei perto da casa, montada em um cavalo, ele estava sentado na porta de sua casa todo pensativo, parecia que estava procurando um modo de me ver. E eu resolvi isto para ele, pois quando me viu descendo do cavalo, não pensou duas vezes em vir até a mim e me abraçar como um louco! Loucas saudades... Quantas saudades ele demonstrou de ter sentido ao me beijar. 
- Senti a sua falta! Eu senti sua falta como um louco! Quantas saudades!
Me beijava e falava. Eu senti todo o seu desejo por mim, era muito forte e seu comportamento era de completa satisfação de poder me ver. Ele falava:
- Pensei que não poderia te ver mais, pensei isto, meu tesão!
Elisa olhava tudo aquilo atordoada. Nunca poderia ter imaginado que eu tivesse uma história com Juliano. 
Juliano não se importava com a presença dela, para ele nada o impediria de mostrar o quanto me desejava ao seu lado.


Entramos em sua casa depois de tanto nos olharmos e falarmos. Expliquei um pouco a ele sobre tudo e ele nos fez entrar. Sorria sem parar... Eu amava a cada dia mais aquele sorriso.
A casa dele era pequena, muito colorida e tinha luz! Ao mesmo tempo era também toda decorada, limpa, ordenada e até muito bonita. Aquele teto todo forrado em madeira na cor lilás me deixou extasiada, por ser muito belo. 
Eu não acreditei no que via. Achei tudo daquela casa lindo demais, completamente diferente e criativo.... Tapetes por todos os lados, cama construída acima do forro da casa e havia uma escada de madeira para alcançar esta cama. 
Tudo, ali, era de madeira... Havia madeiras coloridas por todo lado. As cortinas e portas eram vermelhas, havia paredes azuis e algumas em lenho de forma natural que destoavam com aquele forro em cor lilás quase roxo claro. Havia uma saleta conjugada com a cozinha. Realmente era uma mini casa, um pequeno loft, próprio para um homem solteiro, um homem solteiro e caprichoso. Eu não conseguia imaginar Juliano em uma casa assim. Aquele Juliano que mais parecia um animal, em uma casa completamente bela e organizada, mas era a pura verdade. Tudo isto que estou vendo pertencia a ele.
Comecei a pensar que uma casa assim toda decorada teria as mãos de Cornélia, só poderia ser criação de Cornélia. Não teria outra explicação. Sei que não existiria outra pessoa que houvesse ideias como estas. 
Então, curiosa, falei deslumbrada:
- Olha, onde você se esconde? Aqui, é lindo demais! O que posso dizer, depois que estou vendo tudo isto? Minha nossa! Aqui, tem luz... Aqui, tem energia, mas como?
- Eu moro perto do rio e pude usar o aparelho exato, para receber luz. Aqui perto, tem um moinho d'água e serve para gerar energia na casa. O moinho é um modo antigo que usavam para gerar energia, mas com a ajuda de pessoas que entendiam sobre como se construía, conseguimos fazer funcionar aqui. Antônio me ajudou em toda a obra. Vem ver, é aqui perto...
E assim, fomos ver este moinho e mostrando, ele falava:
- Para mim, este é o lugar que mais gosto de ficar quando estou aqui. Na noite, a visão é muito bonita quando surge o luar. Olha que não sou romântico, é a pura verdade.
Falou se defendendo e sorrindo.
Ao voltarmos para dentro da casa continuei a exclamar com toda euforia:
- Deus do Céu... E' limpo demais aqui, e todas estas cores, que loucura! Nem parece que estou em um sitio.
- Que bom que gostou.
- Gostou? Eu amei! Amei, entende?
- Esquece a casa agora, depois você vai ter milhões de tempo para apreciá-la. Quer fruta? Quer café? o que você quer, me diz?
Eu o olhei como se dissesse que queria subir naquela cama que estava lá no alto! Era o que eu queria, naquele momento, e sei que ele também queria o mesmo. Aquela casa me excitava... Ou, era ele.


Peguei uma fruta que estava em um cesto, em cima da mesa, para me contentar, não havia escolha. Enquanto isto, ele interessado em tudo que contei, começou a falar... Mas, além de falar, brigava comigo. Brigava muito!
Achou que eu não deveria ter movido uma palha para que esta história viesse à tona. Dizia que era algo já enterrado, esquecido e muito perigoso. Brigava, mas no fundo sabia que na verdade não era o que sempre pensava... Juliano via, a cada dia, o sofrimento de seu cunhado Antônio e era sempre ele que o amparava.
Depois de um certo tempo a pensar, se acalmou e pediu que Elisa contasse o que sabia.
Ficamos horas ali a escutá-la, era uma longa história de sofrimentos... Dizia coisas sempre muito sujas sobre o seu marido, mas, o principal, ela já havia me contado por todo o caminho até chegarmos onde estávamos neste momento. De algumas coisas que eu sabia, falei um pouco deixando Juliano completamente tenso e pensativo. As outras coisas falaria depois com mais calma.
Juliano conhecia algumas autoridades. Autoridades importantes que poderiam nos ajudar. Nos falou que, por estar sempre a caçar e pescar, ele fazia parte de grupos de pessoas importantes tanto na politica quanto em outras áreas. Disse que conhecia advogados, Juízes, comerciantes, bancários e todos eram pessoas de bem que admiravam o trabalho um do outro e se uniam para se divertir em volta da natureza e... De um modo respeitoso poder usufruir dela.
E, um caso como este, ele sabia certamente onde ir, mas não sabia se poderia encontrar alguma solução, principalmente de imediato. Tudo isto dependeria não só das provas, mas das palavra de Elisa que, desde muito tempo, se calou convivendo com um criminoso da pior espécie. 
O maior receio de Juliano para que toda esta revelação pudesse ser resolvida foi que, ele imaginou que Elisa não teria a arma do crime e seria esta arma que poderia incriminar o seu marido de uma só vez. 
Juliano perguntou a Elisa sobre o que continha no caixa forte do Banco em Cuiabá para certificar as suas duvidas:
- Mas, Elisa, o que você sabe sobre a morte de Rubens e que prova você teria contra este bastardo!
Perguntou Juliano em tom de raiva, por lembrar do passado.
- Eu tenho tudo! Está tudo, lá, em um Banco de Cuiabá, onde eu e Rubens abrimos uma conta conjunta. Eu já mencionei sobre isto com Olivia... Mesmo depois da morte de Rubens eu continuei a guardar provas e foram varias vezes que eu consegui gravar confissões de Filipe me amedrontando. Não sei se este tipo de provas serviria, mas quando eu puder mostrar para vocês, todos vocês poderão se certificar que não minto e o porquê que sempre senti medo.


Juliano continuava a pensar e parecia um pouco ansioso... Abriu a geladeira pegando uma cerveja bem gelada e bebeu daquele modo, sem usar um copo. Bebia e olhava para o nada, como se estivesse procurando uma solução para toda esta confusão que eu estava criando. Era tudo um mistério, um suspense a ser desvendado, mas ao mesmo tempo apavorante... De repente, ele falou:
- Você disse... tudo! Esse tudo que você disse, Elisa, por um acaso estaria no meio a arma que matou Rubens? Digo isto, porque ela seria a coisa mais importante para poder resolver este caso. Teria que ter a arma com o DNA do assassino. Você tem esta arma Elisa?
Perguntou Juliano cheio de dúvidas...
- Não... Me desculpe, mas esta arma não estava no cofre. Tenho só confissões onde ele fala. Como disse, eu gravei, varias vezes. Achei que isto poderia servir. Será que serviria, Juliano?
Falou Elisa desesperançosa... Mas, ao mesmo tempo, acreditava que desta vez Deus já estava do lado dela a amparar. Seu rosto, muitas vezes, demonstrava cansado de tanto sofrimento. Verdadeiramente, depois de tudo que ela me contou, eu queria mesmo poder ajudá-la.
- Talvez possa servir... Eu não sei dizer ao certo. Só sei que o melhor para desvendar um crime é mostrando a arma do crime. 
Existe a Delação premiada, isto eu sei... Você sempre soube de coisas e nunca falou e agora, falando tudo que você ouviu, tudo que você sabe, o porquê que você escondeu, quais foram as suas razões... Talvez, as autoridades te libertariam de todo este sofrimento, porque uma pessoa digna não se pode viver assim!
As autoridades competentes usariam, toda a sua explicação e denúncia, a seu favor, entende? Você denuncia e terá um premio avaliado pelas autoridades. Mas, Elisa, caso eles te julguem culpada por alguns destes crimes, você terá de cumprir pena, mas te darão um premio ao ponto de reduzir esta pena ou talvez, nem tenha que ir para dentro de uma prisão. Depende da avaliação do Juiz depois de todo o caso ser mostrado pelo Procurador do Estado. No seu caso Elisa, eles, talvez, poderiam até te esconder, dando total proteção por saber que, onde você vive, não poderá mais voltar, por ser totalmente arriscado. Você ao delatar estará denunciando violências que ele causava em você e, por isto, te dariam proteção.
Explicou Juliano.


- Nossa, é tudo tão complicado! E ainda correria o risco de ser presa e não poder ver o Mundo da maneira que sempre sonhei... Me sentindo livre de verdade, podendo apreciar a vida de um modo onde a natureza me transmitisse muito mais paz do que me transmite atualmente... Eu não tenho paz! Meu marido me apavora, a cada dia, e foi por isto que sempre me calei... Por medo dele e por medo da justiça ficar contra mim.
Tem vez que sinto vontade só de desaparecer de um modo que Filipe jamais possa novamente me encontrar. Eu tenho medo! Eu tenho muito medo! Tenho medo até de voltar agora para a casa... Não sei o que ele poderia fazer com este meu atraso. 
Muitas vezes, senti vontade de ir para a Holanda, onde tenho parentes que vivem lá. Seria a minha salvação, mas se eu for para a Holanda, não poderia ser testemunha de nada. Talvez seja melhor assim... Me desculpem.
Falou Elisa se lamentando e procurando achar a solução para a sua vida. 
Por muito tempo, em sua vida, ela se sentia como uma folha de árvore secando, uma folha que estava cada vez sem vida, uma folha caída com raízes fracas, em alguma parte deste mundo, sem vontade de voar em direção a um rio onde navegando pudesse encontrar um lugar para renascer... Um lindo lugar para reviver!


Juliano falou, concordando com ela:
- Realmente é muito complicado... E' complicado porque você vive ao lado deste assassino. Difícil até de podermos ter contato com você... Não poderíamos entrar na sua casa. Você já vive em um jaula! Por exemplo, como abriríamos este caixa forte sem a sua presença? 
Sabe o que penso? Esta coisa é muito séria, não posso decidir assim sem pensar direito. Eu terei que falar primeiro com um amigo meu que é advogado. Não sei resolver isto assim de imediato. Eu vou ter que pensar. Mas saiba que, depois de tudo que ouvi, eu quero mesmo poder te ajudar. Você vai ter que confiar em mim, Elisa.
Você, hoje, teria que voltar imediatamente para a sua casa, para não causar tanta desconfiança... Diga que, ao improviso, você foi chamada urgentemente para ir a uma fazenda para fazer um parto ou apenas ver uma mulher grávida.
- Talvez, isto funcione... Tenho que ir, agora. Queria pegar a estrada daqui e não ter de voltar ao sitio. Não posso levar Olivia de volta.
- Não seria problema, Elisa... Eu levo Olivia ao sitio.
- Mas, eu não posso chegar no sitio com você!
- Sim que pode, e vai chegar. Isto tem que acabar, Olivia. Não aceito aquele homem te tocando.
Comecei a ficar nervosa e pensava... "Ele quer mandar em mim! Eu não posso aceitar isto de um homem. Não posso, mas ele está certo. Tudo isto teria que ter um fim."
Resolvi dizer o que pensava, mas parecia inútil! A sua decisão já tinha sido tomada, mas mesmo assim falei:
- Você vai ter que esperar, Juliano. Eu não vou agir assim deste modo, chegando no sitio do seu lado. Isto é horrível e magoa... Tudo bem, você me leva, mas me deixa um pouco longe do sitio que assim caminho até la...
- Não, Olivia! Que absurdo você dizer isto. Eu te levo e te deixo lá dentro da sala. Não vou me esconder de nada! Olivia, quando é que você vai conseguir me conhecer melhor?Não quero fazer o bom samaritano e nem você, Dona Olivia, deve fazer o anjo da situação, porque você não é! Nos erramos e afirmo isto com toda certeza. Saiba que eu e você erramos. 
Eu errei porque sou louco com você! E você, Olivia, porquê errou?Eu não quero aquele camarada te tocando, chega!
- Eu tenho que ir. Depois faremos um modo de contactarmos...
Falou interrompendo a nossa briga. Elisa gostava de Júnior, então não quis se intrometer. Olhei para ela e falei como se estivesse agradecendo por tudo que ela estava mostrando à mim...
- Elisa, eu não estarei aqui para participar de tudo isto. Não estarei porque está chegando o final de meu passeio. Você terá que confiar em Juliano e Cornélia. Serão eles a ajudar você, se continuarmos com estas revelações. Eu precisava te dizer isto. Eu tenho certeza que tudo vai caminhar como se deve. 
Neste momento, olhei fixo a Juliano e fiz um pedido:
- Juliano, por favor me promete isto? Me promete que vai conseguir protegê-la e resolver tudo isto para que Antônio possa se sentir livre? Você está me recriminando, brigou comigo por me envolver e, daqui a alguns dias, nem estarei mais aqui. Eu preciso acreditar que você fará algo para dar felicidade para a sua irmã... Eu iniciei tudo isto, só porque desejo ver Cornélia feliz e serena em seu casamento que não desenvolve como ela quer, por ter um marido sofrido.
- Você é tudo para mim!
Foi esta a sua resposta, depois de meu longo pedido.
E, neste momento, Elisa montou em seu cavalo e se foi...
Alguns minutos antes, ela havia olhado para Juliano lhe pedindo enorme desculpas por ter agido no passado de uma forma errada, fazendo com que ele estivesse correndo grandes riscos por ter procurado se envolver com ele.  
- Esquece tudo isto, Elisa... E' um passado muito distante. Foi algo passageiro e te garanto que, para mim, não teve nenhuma importância. Você não conseguiu me envolver porquê eu não sentia nada por você.


Admirei a sua resposta. Eu deveria fazer o mesmo quando estivesse perto de Júnior... Eu deveria ter coragem de falar o que sinto e não fazer como uma tartaruga que não sai nunca do lugar. Precisava decidir. A minha coragem ainda era muito pequena. Não era igual à coragem de Juliano. Ele falou de um modo lúcido para Elisa. Suas palavras foram rudes e muito sinceras. Ele falava como um homem maduro que sabe o que quer e, ali, naquele momento, ele conseguiu me mostrar que de Elisa não lhe interessava nada.
Como estava contente em ouvir suas palavras. Não foram ofensas, foram puras verdades para uma mulher que no passado jogava com vidas alheias, talvez, por capricho de ter sido uma mulher traída e ferida...

...E, no final, única coisa que via, quando ele me tocava, era aquela enorme arvore que mais parecia querer me proteger de seus ataques ferozes...

Pouco antes de chegarmos à casa de Juliano, por todo o caminho Elisa me contou tanta coisa. Contava um pouco de tudo, ela se sentiu segura perto de mim.
Juliano foi para a cozinha preparar um café, enquanto escutava, atentamente, tudo que eu já sabia e não havia ainda lhe contado...
 - Ela falou tanta coisa sobre o inicio de sua vida aqui e o amor que tinha pelo marido. Quero te contar tudo, Juliano, é uma historia horrível! Ela disse... 
E, neste momento, enquanto eu repetia tudo para Juliano, eu relembrava as suas palavras e o modo doloroso em que me contava:
" Olivia, eu nunca poderia imaginar que um homem que me olhava e sorria me dizendo carinhosamente que me amava, fosse capaz de me fazer tanto mal...
Filipe quando me conheceu era tão feliz e me fazia feliz também. Meus pais tiveram dificuldades de aceitar o modo de ser dele... Ele era muito falante, e exagerado. Falava e gesticulava ao falar... Era muito engraçado e por achar diferente de todos os outros, eu fui me apaixonando e logo nos casamos. Ele conseguiu convencer meus pais. Estava muito feliz!
Aqui, nesta região, tudo foi só melhorando... Morávamos em uma pequena casa e ele trabalhava em uma fazenda que tinha por perto. 
Um dia, ele havia chegado em casa dizendo que comprou um pedaço de terra e que nela existia uma enorme casa e que poderíamos transformar em um grande armazém. Agora, sei que ele não comprou... Ele roubou!
Depois que surgiu o armazém, tínhamos de tudo. O armazém nos rendia fortuna, por ser situado em um lugar onde circulava carros para três direções diferentes. Todos teriam de parar ali, pois a próxima cidade era muito distante.
Eu era uma pessoa muito criativa e ao mesmo tempo gostava de ajudar pessoas que sofriam de algum modo com a pobreza. E, foi assim que comecei a descobrir a verdade. Comecei a descobrir quem era o meu marido que por detrás da mascara de homem bom, escondia um homem sujo, cruel e enganador.
Havia, perto de minha casa, uma senhora que vivia em horríveis condições... E com a autorização de Filipe consegui reformar aquela casinha, podendo dar um bom conforto para elas. Aquela mulher me agradecia tanto, era uma senhora de uns quase cinquenta anos e havia a sua filha que estava ainda com seus doze anos, no máximo.
Eu estava acabando de providenciar os últimos moveis e eletrodomésticos que queria colocar na casa dela e então, peguei a caminhonete que tínhamos e fui a um supermercado na cidade mais próxima para comprar um fogão... Era o que faltava, eu estava muito ansiosa para ver tudo pronto, quando no meio do caminho tive de parar ao improviso.
Um dia antes, havia chovido. Foi um enorme temporal e no meio da estrada encontrei uma árvore caída e não poderia exposta-la, pois era muito pesada. Ela havia caído com todo o tronco, atravessando a estrada. Não havia outra solução... Eu deveria voltar imediatamente e ligar para a proteção da reserva florestal e avisar o acontecido antes que a situação se tornasse um caos.
Quando chego em casa toda agitada para falar com Filipe, ele estava na sala da nossa casa todo nu em cima daquela criança... Ela chorava e gritava, mas ele não fazia outra coisa que se delirar e falar ordenando àquela criança. A mãe dela estava do lado, toda nua, mostrando para a filha um bolo de dinheiro.
Eu fiquei escondida olhando tudo aquilo... Tremia de nervoso, mas o que via me fez apavorar. Quando ele não estava com a criança, era porque se preparava para estar com a mãe dela... Ela deitava cheia de satisfação. Fazia tudo aquilo por dinheiro, obrigando aquele pequena criança a fazer tudo que exigiam. Por todo o tempo, esta mulher, perto de mim, demonstrava uma pessoa sofrida, ingênua e religiosa. 

Que mundo era aquele que eu não conhecia? 
Quanta orgia! Quanta orgia!

Naquele momento, eu quis escapar dali, queria procurar alguém que pudesse me ouvir e acreditar em mim, mas ao sair bati a minha perna em uma gaiola e fiz um enorme barulho. Filipe veio correndo para ver o que era e me encontrou caída pelo chão... Ele me pegou me puxando pelo cabelo e me jogou no sofá rasgando toda a minha roupa e me violentou, naquele momento, gritando perto daquelas duas mulheres:
- A culpa é toda sua! Toda sua, mulher mundana, que não para em casa! Eu, aqui, fico te querendo e você nunca está... A culpa é toda sua! E' só sua! Agora, aguenta porque eu vou fazer o que quero com você. Vão embora, vocês duas!  Somem daqui! Vai, desapareçam. Quero só a minha mulherzinha, saiam!
Foi o dia mais sofrido de todo a minha vida... Aquele homem que eu pensava de amar me violentou por todo o dia e por toda a noite ao ponto de me deixar sem consciência de tanto que me batia.
Depois disto, eu senti tanto ódio daquele homem, tanto desprezo que só pensava em me vingar. Naquele exato momento, decidi ser mesmo a mundana que ele falou que eu era.
Ao fazer a mulher vingativa, eu me apaixonei por Rubens porquê, na verdade, eu não poderia ser uma mundana. Eu gostava do amor, gostava de amar uma pessoa somente.
Comecei a mudar o meu modo de ser e procurava sair toda bem vestida e acho que isto o fez desconfiar que algo andava errado. Deve ter me mandado seguir e passados dias, Rubens estava morto. 
Antes disto tudo acontecer, eu e Rubens estávamos programando uma fuga e foi neste tempo que roubei tudo de valor que havia no cofre, deixando papeis falsos lá dentro para dar a impressão que tudo estava normal. Ele não tocava nos papeis... Quando ele abria o cofre era apenas para pegar algum dinheiro na parte inferior do cofre ou continuar a colocar mais papeis. Foi isto que aconteceu, Olivia... Todo o resto você já sabe, pois havia te contado dentro do banheiro."
... Foi isto que ela me contou, Juliano. Me contou pelo caminho, antes de chegar aqui. Foram palavras cheias de amargura. Eu, realmente, queria poder ajudar esta mulher. 
O olhei com carinho e sorri.


- Que homem monstruoso! Como pode existir pessoas com tanto poder de violência como este animal.
Eu vou, imediatamente, tomar alguma providencia. Quero encontrar o Procurador desta Comarca. Tem que ter alguma solução para tudo isto, tem que ter! 
Olivia, eu vou ter que falar com Antônio sobre tudo isto. Não posso ficar calado porque, se me acontece algo de grave, toda esta verdade terá de ser mostrada.
Falou decidido em achar uma modo que tudo se resolvesse.
- Você está mais do que certo, mas por favor, tome muito cuidado, não quero te perder!
Juliano, agora eu tenho que ir... Esta muito tarde... Ao sair de casa, eu sai escondida.
- Você tem que ir é? Você tem que ir... Mas e a cama lá no alto? Não quer conhecer?Tem certeza que não quer conhecer a cama? Você Falou que gostou tanto!
- Juliano! Juliano... Deve parar agora de me provocar porque eu não posso... Agora, não! Tenho que ir... Quer parar, por favor? Por favor...
Me pegou no colo e nada de cama! Ele me levou para perto do moinho.
... E, no final, única coisa que via, quando ele me tocava, era aquela enorme árvore que mais parecia querer me proteger de seus ataques ferozes. Mas, eu adorava aqueles ataques.


Ao chegar no sitio e descer do carro, Júnior aparece dando passos velozes em nossa direção como se quisesse esmurrar Juliano. Quanto mais aproximava, mais ele falava em voz alta e em um tom rude... Era agressivo e autoritário:
- Olivia, afaste dele! Eu quero que você saia de perto de nós. Eu quero que você afaste de Olivia. Esquece Olivia, entendeu?
- Quem deve esquecer Olívia é você e não eu.


Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Ultima parte do Capitulo 25
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 26


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:

Encontrei tantos blogs com este tema e resolvi indicar um deles que me mostrou detalhadamente sobre este assunto. Eu gostei muito principalmente porque relatou sobre tantos casos de crimes existente em outros Países e aqui na Itália foi um deles. E estes grupos formados aqui para a criminalização são tantos!  O que posso dizer é:
"Barbaridade! Cruz Credo! Vixi Maria! Oh Xente! Uai So? Que Trem Louco!
Que Mundo louco! Que mentes sujas! 
Afinal... Esta é a Vida Como Ela é!"


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aventura de Louco, Todo Mundo Quer um Pouco - XXV

Onde Nasce uma Paixão

Corri ao encontro de minha irmã, pois já estava até um pouco atrasada. A encontrei naquele bar que programamos e, depois de esperar que ela terminasse o seu café, voltamos ao hotel como duas inocentes. Letícia em momento algum me perguntou sobre como poderia ter sido... Ela sabia que aquele momento era só meu! Só  meu e de mais ninguém!
Chegando ao Hotel rapidamente partimos para o sítio. Seria uma longa viagem.
Júnior estava bem melhor da febre. O meu carinho era muito grande por ele, mas não o amava... Permaneci muda por toda a viagem... Quando o olhava, me sentia muito envergonhada, mas de maneira alguma arrependida.
Eu amava toda a maneira de ser de Juliano. Não teria espaço para mais ninguém.

E assim, a estória continua...
Uma Verdade Escondida. 
Difícil Demonstrar o Quanto Estou Envolvida.

Falsidade, Mentira, Infidelidade... Tudo vem à Tona. E' como um Prédio Bombardeado em sua Superfície... Ele Desmorona. Principalmente se esta Superfície foi Construída sem uma Base Solida, Concreta.  
Pode Passar Dias, Meses ou Ano, mas Aparece o Engano.

Falei que seria clara com Júnior, mas como poderia? Não estou pronta. Mas quando é que alguém esta pronta para uma situação criada de  uma maneira errada? Tem que surgir a coragem de afrontar, de ser leal e lealdade aqui entre nós desapareceu. 
Júnior é uma pessoa que confiava em mim e eu o enganei. Poderia ter revelado o que vinha sentido para que ele pudesse fazer sua escolha... Eu desejaria que ele fosse assim comigo, mas será que seria?
Raramente uma pessoa, quando faz uma escolha, desfaz de algo que vive antes de ter se decidido. Isto  vale para tanta coisa, não seria só para casais que não se entendem... Em qualquer tipo de relacionamento ou até mesmo um trabalho. Se uma pessoa vai deixar um trabalho por ter recebido uma melhor proposta, mesmo sabendo que seu patrão esta satisfeito, ele só vai avisá-lo que se transfere depois de receber respostas concretas do outro novo trabalho. Mas... Se um patrão o despede, ele se amargura culpando o patrão dizendo que não foi leal, sabendo que este só o despediu por ter encontrado outro meio de não precisar mais de você. E' um circulo... 
Um circulo vicioso, tudo roda em torno de você e você sempre será o ultimo a saber da traição. O empregado que perde seu emprego, o patrão que perde seu funcionário, o namorado que perde a namorada ou vice versa, um marido que perde a mulher, a mulher que perde o marido, um amigo traído... Será sempre assim, mas não queria estar fazendo parte de um círculo vicioso da parte do cruel, porque é mesquinho. Quem o faz pensa que o fraco é aquele que está perdendo, mas para mim não é! O fraco é aquele que é desleal. 
Eu me sinto fraca e perdida por estar magoando Júnior. Ele confiava em mim, e não fui disposta a agir corretamente só para não perder o que desejava.
Juliano se tornou tão importante para mim e tudo que aconteceu foi rápido demais. Eu não projetei, tudo isto foi para mim inesperado... Eu perdi a razão. Agora, confio nele, mas quanto eu posso confiar? Foi somente um começo, um encontro de corpos e estou indo para tão longe!
Muitas vezes, para podermos fazer escolhas acabamos caindo nesta rede, como se fossemos encurralados, não encontrando uma saída. Não encontramos esta saída por termos medo de magoar um alguém, que no final, por demorarmos tanto a revelar um erro, acaba sendo muito mais magoado que antes.

  
Uma Janela fechada. Me sinto uma janela fechada para este relacionamento... Para Júnior e para um futuro com ele. Não quero abri-la para ver o sol a cada manhã junto a ele. Eu fechei a minha janela... Todo o meu corpo se fechou. Principalmente meus olhos e por mais que tente abri-lo e procurar o sol em seus olhos, eu não consigo ver toda a sua beleza porque quase nada me atrai, apesar de ainda gostar de seu forte abraço e de seu olhar sorridente e brilhoso.
Tem tanta coisa linda em Júnior... Me lembro uma vez quando ele me disse que se eu quisesse realmente estar junto à ele,  faria de tudo para que isso se tornasse realidade, porque estava me amando. Mas precisava de uma decisão minha, uma resposta do que eu queria para que ele pudesse fazer o que desejava. Não dei valor a isto, não acreditei em nada por sentir ao meu lado um homem tranquilo e silencioso e indeciso.
Não me lamento... Não desejei, não senti vontade de ficar com ele, depois que vi Juliano. Seu modo de ser me atrai muito mais. 
Sempre que estive ao lado de Juliano não sentia falta de Júnior, Juliano, para mim, sempre foi um homem participativo, comunicativo, e envolvente. Ele não precisa falar o que faria... Ele faz! 
Só de olhar em seus olhos, percebo o que ele quer realmente. O que ele quer não influi em o que eu possa querer... Ele quer e pronto! Toma as suas decisões e não vai se certificar o que eu faria para que isto pudesse se desenvolver... Ele faz desenvolver e isto me envolveu a cada dia mais. 
Mas como dizer isto para Júnior? Como dizer que eu ainda o acho infantil em tantas coisas? Como dizer que ele não é um homem decidido e capaz de tomar decisões sozinho? Eu teria que dizer tudo isto com muita calma, mas demonstrar uma fraqueza como esta, nem com toda a minha calma o aliviaria da raiva ou vergonha de ser criticado por uma pessoa em que ele confiava e pensava que o admirava por ser assim. 
Não desejo administrar um homem. Dizer o que ele deva fazer ou não, mudando o seu modo de ser... Quero que este homem saiba agir e fazer desenvolver a nossa história sem que eu tenha de dizer no que tem de mudar. Eu quero somente fazer a minha parte, para que uma história a dois cresça cada dia mais. 
Prefiro ser como um passarinho solitário, em vez de viver algo que eu não consigo me sentir realizada, mesmo tendo dúvidas sobre o que eu escolhi. Eu não sei se Juliano fará realmente parte no futuro em minha vida. Mas sei que a solidão a dois é pior que estar realmente sozinha.


Viagem cansativa... Júnior ainda se sente fraco e agora, está começando a reclamar por estar sentindo muito frio. Sua febre iniciou e está começando a aumentar e por isto o frio o domina. Ele queria me abraçar para se aquecer, desejava o meu calor, aquele que não existia mais... Mesmo assim o abracei, achando que o deixaria sentindo mais frio que antes. Nem meu beijo o aqueceria.
Tínhamos comprimidos no carro para que ele tomasse, mas ao sair ele tinha acabado de tomar um. O efeito estava passando, mas o tempo ainda não nos permitia de fazê-lo tomar outro remédio. Apenas duas horas se passaram por toda a viagem, seria perigoso fazer uso de remédios incontrolavelmente...
- Na minha opinião, ele deve tomar agora. Temos muito tempo pela frente para chegarmos no armazém de seu Filipe e ele pode piorar. 
Falou Lucas dando sua opinião.
- Vida, é apenas uma garganta inflamada e a febre não passa de um aviso, ele não vai piorar... Podemos esperar sim! Isto seria o certo. Não se brinca com remédios.
Falou Letícia recriminando Lucas. Letícia é contra uso de remédios, quase não o usa. Ela prefere o modo natural de cura. Me lembro um vez quando ela dias e dias tomava chá de alho para a cura de sua garganta e quando ela passava perto de mim eu quase vomitava. Eu odeio alho e se Júnior fizesse isto ai sim eu me afastaria dele de vez. 
- Eu não entendo muito de como se deva usar um remédio, mas penso que se deixarmos a febre aumentar, acho que seria pior que tomar antecipadamente um outro remédio. Júnior é adulto e penso que não causaria danos. Lucas esta dizendo que a viagem ainda será longa e não seria bom para Júnior se sentir mal por todo o tempo... Acho angustiante!
Quando falei assim, ele me olhou falando sorrindo por se sentir protegido por mim.
- Não sei o que faria sem você! Na verdade estou muito preocupado e quero chegar logo lá no armazém para ligar para minha avó... Ela saberia o que fazer comigo, quando me sinto mal ela sempre sabe o que fazer.
- Mas o que você está dizendo Júnior? Isto é muito infantil da sua parte. Não penso que você deva preocupar a sua avó por algo assim. Você não está morrendo, não sofreu um acidente, não será preocupando sua avó que tudo vai se resolver, pois ela está longe demais para te curar.
Falei completamente irritada.
- Amor talvez ela saiba o que eu deveria fazer! Ela sempre sabe.
- Aqui também tem pessoas que sabem...  Falar com ela só vai preocupá-la mais nada. Muito infantil! Só falta você ligar para ela para saber como deve se vestir... Porque não ligou para ela quando fazíamos amor? Isto não foi preciso, mas deveria! Deveria porque talvez ela soubesse como fazer amor melhor do que você!
-Olívia! O que está dizendo? Porque ferir desse modo Júnior? Ele só sentiu vontade de receber proteção de quem ele confia.
Falou Letícia chamando a minha atenção pelo meu modo grosseiro de falar.
- Se Júnior ligar para a sua avó, eu não cuido mais dele por nenhum minuto... Penso que ele deveria confiar em mim, mas visto que não confia, deve ser porque realmente não sou confiável. E não sou mesmo, não quero continuar esta nossa história. Neste momento para mim acabou.
Júnior ficou totalmente nervoso com a minha atitude. Sentiu vontade de me acalmar mas me olhava incrédulo.  Queria me abraçar e beijar mas se sentiu envergonhado diante dos amigos, pois quando tentou eu me afastei. Seu olhar dizia: "beija-me amor, beija-me... Você está certa, agora eu tenho você"... Mas eu não o queria e ele sentia isto de mim. Deste modo não o beijei.

Agi de um modo completamente improvisado, inesperado.

Não queria ter agido assim... A raiva me dominou por já sentir desejos de interromper este nosso relacionamento que para mim não funcionava de todas as maneiras. Eu não aceito o modo de ser dele.
Agi como se estivesse destruindo algo que para ele tinha valor, pisando em seus sentimentos ou alguma coisa que ele acreditava que iria crescer fazendo aumentar cada dia mais, como se aumenta uma coleção e naquele momento eu estava destruindo cada pequenos momentos construído que para ele existia sentimento. A sua coleção de esperança e sentimentos estava sendo quebrada ao pisar sem do no seu modo de ser.
Ele estava magoado, mas eu estava vulnerável... Poderia não demonstrar, mas estava. Quem me conhece sabe o quanto sei magoar alguém quando tomo alguma decisão ou algo me irrita. Este meu modo de agir, depois me faz sentir vulnerável porque a fragilidade que existe dentro de meu ser é grande demais e meu modo grosseiro é a minha defesa. Estou agindo assim para me defender por não aceitar em errar. Meu erro me corroí dentro.
Deveria ser Júnior a se sentir assim ferido, ofendido. Talvez esteja se sentindo magoado mas parece que eu não o entendo. Quantas vezes já senti vontade de entender Júnior mas ele não ajuda a dar clareza. Na verdade o não entender influi tantas outras coisas... 
Estou dentro deste carro me sentindo um monstro querendo estar longe de todos.

Longas horas se passaram...

- Eu vou examiná-lo... Mas em casos como estes, tenho a certeza que para melhorar o mais rápido possível, na minha opinião Júnior teria de tomar injeções à base de antibióticos e daqui a dois dias ele estaria bem melhor.
Falou Elisa para nós, enquanto Júnior estava ao telefone conversando com sua avó. Ele não deu nenhuma importância a nada que mencionei. O ameacei dizendo que não estaria mais com ele por me sentir inconfiável e nem assim o intimidou e este seu modo de agir me irritou mais ainda. Demonstrou que o que sente vontade de fazer, mesmo que eu venha a recriminar, ele faria. Me senti mais ainda uma inútil na vida dele. 
Para mim uma pessoa deve fazer algo do modo que quer, quando alguém que ama não interfere, mas se existe uma interferência, acho que deveria pensar e procurar respeitar. O respeito para mim é tão importante!  
Quem sou eu para dizer sobre respeitar... Eu também não soube respeitar... Havia traído e não poderia exigir nada dele. O certo seria ficar indiferente e procurar distanciar a cada instante ao ponto de pensar: "Para mim é igual se você está perto de mim ou não." 



Ele depois que falou com sua avó, se aproximou de nós com um enorme sorriso, como se aquela pessoa pudesse ser a única que o ajudaria. Estava todo agasalhado, sentia frio mas seu sorriso demonstrava o quanto aquele telefonema tivesse sido importante para ele e que agora ele estava tranquilo. Era como se nem ligasse, se eu fizesse parte da vida dele ou não.
Porque sentia este ciúmes? Eu deveria ficar satisfeita por ele ignorar a minha opinião... Sentia como se ele estivesse me apunhalando de frente. Não sei o que é pior... Apunhalar de frente ou nas costas de alguém que deveria na verdade amar incondicionalmente. Um amor para durar dita regras e são poucos que conseguem respeitar e entender o ser que um dia escolheu para estar ao seu lado.


O armazém de seu Filipe tinha de tudo e o bar daquele lugar era até bonito. Estávamos sentados ali aguardando que Elisa o medicasse. Eles foram para um pequeno consultório que ali existia só para pequenos exames e Júnior antes de entrar, retornou e me olhou pedindo que eu o acompanhasse e assim fiz... Depois que Elisa o examinou com um aparelho de respiração, pegou uma palheta de madeira ordenando que ele abrisse bem a boca. Ao examinar falou:
- Realmente a febre estava constantemente alta porque sua garganta esta muito inflamada Júnior.
Posso te receitar anti-inflamatório e antibiótico eficaz, mas na minha opinião o melhor seria tomar logo algumas injeções com doses de antibiótico para que a ação seja mais rápida.
- Mas Elisa, se ele tiver de tomar injeções, lá no sitio não saberíamos como aplicar... Você poderia ir até lá? Acho que se ele tiver de vir aqui, sairia do repouso e isto não seria nada bom! Desde ontem ele está se sentindo muito mal e se abateu com isto, penso que o melhor seria repousar constantemente.
Falei tentando achar uma solução. Eu ainda tenho carinho por ele... Não consigo me desprender.
- Amor eu prefiro tomar remédios... Tenho medo de injeção.
Falou Júnior com temor. Ele ainda me chamava de amor... Tudo que falei antes ele ignorou e acho que é porque gosta mesmo de mim. Talvez depois quando estivéssemos sozinhos, ele falaria sobre a minha ira. Mas não era somente uma ira, era para mim uma decisão.
- Claro que eu posso ir sim lá no sítio Olívia. Para mim não seria nenhum problema... Usaria um medicamento de 24 horas de efeito, assim iria somente uma vez por dia. Não precisaria de muitos dias para se curar.
Falou Elisa. 
- Júnior, você vai tomar injeções mesmo que tenha medo, porque daqui a 5dias você estará partindo para sua cidade. O melhor a fazer é curar de vez este mal de garganta, em vez de estar dentro de um ônibus se sentindo novamente mal.
Falei ordenando de um modo que parecia mais uma mãe que uma namorada.
Fiquei pensando "O que será que faria a sua avó no meu lugar? Daria mel e muitos beijos? Eu não. Em momentos como este sempre fui muito autoritária e exigente. Só faltava ele tornar a ligar para a sua avó só para  saber o que era melhor a fazer.
O olhava e me sentia mal por não conseguir dar carinho para Júnior como ele queria. Não aceitava seu modo de ser que muitas vezes parece infantil, medroso e incapaz de pensar corretamente. No início eu não vi nada disto... Só via o que me alegrava. 
Tem vez que penso que para amar alguém não deveria ser do modo que eu fiz... O não saber esperar se conhecer melhor, para amá-lo de verdade. 
O fazer amor de imediato, não influi tanto para poder conhecer a fundo uma pessoa... Faz parte do amor o tal desejo, mas muitas vezes penso que deveria ser como nos tempos antigos, onde existia o apreciar a personalidade e o modo de ser de alguém primeiro e por um longo tempo... Para depois sentir o explodir de desejos apenas com fortes olhares e muita timidez se tornando totalmente prazeroso estar dia a dia com aquela pessoa. 
Mas atualmente tudo mudou e o sexo vem primeiro para depois se conhecer. Isto faz muitas vezes uma história não ter duração, quando passa a não gostar de comportamentos que nos perturbam e não sabemos aceitar que façam parte deste amor. 


"Pensando agora em tudo que fiz e tudo que desejo, me fez lembrar de um filme que gostei tanto e ao relembrar, me fez sentir vontade de ser assim... Foi um filme que me envolveu demais: Orgulho e Preconceito. 
Nos dias atuais, se agisse daquela maneira, acho que não teria ninguém ao meu lado, todos se afastariam porque encontrariam pouco mais adiante, outra pessoa para o seduzir e nem precisaria pensar em mim... Se pudesse ter nascido naquele tempo eu seria completamente satisfeita em amar alguém como eles amavam. Conhecer primeiro para amar qualquer um de seus defeitos, demonstrando que juntos tanta coisa poderia mudar. se cada um ensinasse razões certas um ao outro. Seria como tecer um enorme novelo de lã e no final ver todo o trabalho pronto e sólido e Difícil de se desfazer! 
  

Desejo ser assim mas na verdade, é por me sentir errada que estou pensando deste modo, como se
procurasse uma desculpa para todo o meu erro. Nem sei mais o que digo, porque o mínimo que poderia ter feito neste atual tempo, era não trair e... Nem isto eu fui capaz de fazer. Agora é inútil me lamentar."
Fugi de meus pensamentos com os gritos de Júnior. Elisa aplicou a primeira injeção que mais parecia uma tortura. Gritava desesperadamente chamando a sua avó. Eu estava vendo uma criança que ainda não foi capaz de cortar o cordão umbilical. Eu não conseguia achar nada daquilo engraçado... Naquele momento só pensava em uma coisa: 
"Como poderia me relacionar com um homem que não demonstra capaz de se sentir seguro, para enfrentar as mil barreiras que na vida encontramos? Eu quero ao meu lado um homem corajoso e seguro, e não um que tenha medo de coisas simples da vida.
Este tipo de atitude é coisa de criança que se assusta com algo que acontece pela primeira vez. Quando uma pessoa é capaz de saber o que é bom ou ruim na vida, deveria simplesmente fechar os olhos para algo que não gosta, relembrando de coisas que a fez feliz... Pensa em uma fruta que vai comer ou a praia que viu. Desse jeito esquece do medo e da dor que está para surgir, porque é como um relâmpago."
Para uma mulher que está iniciando um relacionamento e ainda não sabe bem o que sente, ver uma cena como esta, pensaria rapidamente em não querer continuar. 
As mulheres geralmente além do prazer, procuram homens que possam lhe proteger e não um que parece não ser capaz disto... No fim quem protege somos nós.
 


Me sentia um cãozinho de guarda. Por todo o tempo que Júnior se sentia mal, eu não conseguia sair de perto dele. Achei necessário protegê-lo. Mudei meu comportamento ao chegar no sitio e me preocupava com ele porque ele não melhorava. 
Ele sabia que estava fria com ele e muitas vezes não dava carinho, mas dali eu não saía. Era como se me sentisse culpada o tempo todo. Ele falava pouco... Evitava tocar no assunto que causou a minha distância. Ao acordarmos, sentia suas mãos me tocarem carinhosamente e quando o olhei, ele chorava... Me olhou tentando secar as lágrimas e falou:
- Não quero te perder amor. O que eu posso te dizer é que minha avó é tão importante quanto você. E se eu senti vontade de falar com ela, não era porque você não poderia me ajudar... Era somente para mostrar a ela o quanto eu sinto a falta dela, principalmente se me sinto mal.
Falou carinhosamente me deixando mais ainda constrangida. Não sei se o melhor era ficar calada, mas não me contive...
- Júnior, não é só por isso...
Quando estava para falar o porque de agir daquela maneira, alguém bate na porta do quarto. 
Era Cornélia que depois de longos dias distantes, veio logo nos ver. Mas ela não estava sozinha... Ao lado dela havia Elisa pronta para aplicar a próxima injeção e nas mãos de Cornélia havia um urso com um enorme coração. Era o urso que Juliano tinha me presenteado. Era o meu urso...
Fiquei muito agitada, não sabia disfarçar o meu nervoso quando Cornélia me entregava dizendo que alguém tinha pedido que me entregasse. Falava em voz baixa como se fosse um cochicho e Júnior notou e perguntou:
- Amor mas o que significa isto? Que urso é este? Cornélia me desculpe, mas porque você trouxe este urso e porque estão falando em voz baixa? Tudo isto tem haver com Juliano?
Elisa arregalou os olhos, porque Juliano ela conhecia muito bem. E aquela situação para ela foi inesperada como foi para mim também. 
Tentei falar mas era inútil... Júnior sabia que tudo que estava acontecendo entre nos dois tinha em meio Juliano. Ele se irritou muito, mas com Elisa ali, ele preferiu parar de perguntar quando falei:
- Júnior Depois nos falamos... Agora não! Deixa Elisa aplicar a injeção primeiro.
- Tudo bem, me desculpe Elisa, nem te cumprimentei.... Como vai?
Fala Júnior um pouco sem graça.
- Comigo tudo bem, e agora me deixe examinar você para ver se melhorou um pouco. 
Cornélia saiu do quarto com aquele urso, mas eu fiquei muito nervosa só de pensar na atitude de Juliano. Ele sempre faz este tipo de provocação e eu não gosto deste seu comportamento que  passa por cima de qualquer situação para afastar Júnior de mim... Fui por um segundo lá fora para falar com Cornélia, enquanto Elisa examinava Júnior. O olhei e disse:
- Eu volto logo!
- Eu não sabia de nada bonequinha! Trouxe o urso pensando que fosse seu, que você tivesse comprado lá na Chapada e Juliano apenas tivesse transportado. Imaginei o carro de vocês sem condições de trazê-lo. Juliano não me falou nada, me fez passar vergonha. Misericórdia que vergonha estou sentindo... Que vergonha!
Falou Cornélia completamente envergonhada por pensar de agir incorretamente...
- Cornélia esteja tranquila, não é culpa sua. A culpa é toda minha... Estou fazendo tudo errado.
Falei como se tivesse implorando ajuda.
- Que saudade eu estava de você bonequinha... Como foi o passeio? 
- O nosso passeio foi um desastre, mas eu ajudei a piorar a situação.
Falei tentando fazer com que ela entendesse.
- Como assim um desastre?
- Depois eu te conto tudo. Agora tenho que retornar ao quarto. Júnior está com a garganta muito inflamada e Elisa está medicando desde ontem. Eu vou entrar tudo bem?
- Vai , vai! Eu vou organizar as coisas aqui enquanto isto... Olivia, Elisa esta aqui! Eu preciso... Eu quero tanto falar com ela sobre Rubens.
- Pode deixar que vamos dar um jeito nisto. Isto eu te garanto.
Sai deixando em seu rosto um belo sorriso.


Desejava mais que tudo estar abraçada com o meu ursinho por todo o tempo. Mas não poderia... Deveria escondê-lo. Pensei em deixá-lo com minha irmã, mas aquele ursinho se estivesse ao meu lado, me faria sentir mais ainda a presença de Juliano porque por todo o seu pelo tem seu cheiro... Eu queria dormir sentindo aquele cheiro, eu queria o tempo todo me sentir perto dele, porque estava realmente apaixonada. Era tão bom  o perfume...
Se Júnior soubesse o que fiz, como reagiria? Com toda a sua calma, será que ele realmente iria lutar para que este relacionamento não terminasse? Como reagiria sabendo de uma traição? 
Nunca pensei em vê-lo chorando. Emoções como esta são raras, não podemos ignorar. Eu aqui não faço outra coisa que exalar veneno... Me sinto um ser pequeno.
Eu sei que enquanto um esta chorando por se sentir inseguro, sentir dor... O outro que te trai, poderá esta sorrindo e ignorando a dor existente que fomos nós que causamos... Mas eu não conseguiria. Evitaria até mesmo uma nova aproximação com Juliano, iria embora sem dar um adeus, somente por não querer ferir Júnior outra vez. Usaria todo o meu tempo para procurar esclarecer meu erro de uma maneira não tanto transparente para não ferir. Quero terminar meu relacionamento com muita calma... Seria um pedido de perdão como se tentasse resgatar o respeito por alguém que tem valor. 
Não diria que poderíamos ser amigos porque esta escolha não seria eu a fazer e sim quem sofre consequências. A única coisa que sei neste momento é que não quero sentir a presença de Juliano, em um ambiente que exista Júnior como havia feito antes. Não sairia de perto dele de maneira alguma. Juliano poderia não entender e se afastar realmente de vez e isto confesso que me faria muito mal porque estou apaixonada por ele e o desejo tanto ao meu lado um dia. Ele precisaria compreender este meu comportamento... Não seria eterno! Seria momentaneamente e se Juliano não entende isto, não me merece. 
Júnior para mim é uma pessoa de grande valor. Eu o desrespeitei mas eu não sei tratar como um inseto um ser que me deu somente amor.
Esta é a minha decisão, não vou falar nada do que aconteceu. Será meu segredo e não terei que dividir com Júnior para magoá-lo mais ainda."
- Elisa o que você achou? Ele está melhorando?
- Sim! O que a vida está exigindo dele, está fazendo com que ele melhore a olho visto. A vontade de sair desta cama é grande demais, não é Júnior?
- Sim, é verdade. Hoje me sinto bem e quero mesmo sair daqui, apesar de ter gostado de ver Olívia o tempo todo ao meu lado, que nem um cãozinho de guarda. 
Se a vida esta me mostrando algo que não aceito, terei que compreender para poder aceitar.... Em parte a culpa deve ser minha também.
Falou me olhando profundamente. Foram palavras de uma pessoa muito inteligente e reflexiva. Mostrou para mim que sabe perder mas precisava de respostas. Eu me senti encurralada, pareciam que os dois estavam me encostando contra um muro... Eu ignorei mudando o assunto:
- Quantas injeções ele terá que tomar?
Perguntei.
- Geralmente são sete dias consecutivos, mas visto que está para viajar, faremos apenas quatro dias e depois dará continuação com comprimidos.
- Que bom que melhorou e melhor ainda foi ver que você não gritou, desta vez. Parecia mais corajoso.
Falei sorrindo.
- E' verdade, ele não gritou. Muitas pessoas agem deste modo, sempre com a primeira experiência de algo que tem medo. Depois que vê que não é assim tão assustador, o enfrenta com coragem.


- Você está certa Elisa. Eu sou assim mesmo, tenho medo do inesperado e vivo desejando proteção das pessoas que eu confio. Agora, quando não é a minha avó que me protege, tento buscar em Olívia o carinho que desejo. Nem sei explicar isto bem... Só sei que é assim um pouco animalesco. Olívia pode achar que não, mas eu preciso dela perto de mim, porque ela é uma pessoa forte e decidida. 
Injeções sempre me assustaram e para dizer a verdade eu nunca havia tomado.
Falou um pouco sem graça, por ter agido como uma criança.
- Deveria só fechar os olhos e pensar em algo que você gosta muito, porque é tão passageiro!
Falei ensinando a não sentir medo.
- Não pensei nisto.... Deveria ter pensado em você, amor!
Falou com carinho quando Elisa responde:
- Que modo carinhoso de demonstrar amor. Eu vejo em vocês dois um belo casal... São duas pessoas serenas e isto ajuda muito para tudo dar certo. E Olívia gosta muito de você, Júnior. Podemos ver pelo cuidado que te dedicou.
- Teríamos que sair urgentemente daqui para que nós dois pudéssemos dar certo.
Falou sério e rude. Ele sabia que muita coisa havia mudado e parecia que tentava resgatar algo que para ele ainda era forte demais, sabendo que Juliano estava tentando atrapalhar, mas não sabia que eu já havia atrapalhado tudo.  
Todo o seu comportamento tinha agora uma explicação... Todo o seu silêncio foi para ele um sinal de defesa, mas parece que agora ele não quer mais perder. 
- Bem agora devo ir. Amanhã, venho neste mesmo horário, tudo bem?
Se despediu de Júnior e depois a acompanhei quando perguntei se poderia falar com ela por alguns instantes. Disse que era muito importante.
- Fale! O que houve?
Perguntou surpresa...
Neste momento a puxei para perto do corredor onde não havia ninguém por perto. Lucas e Letícia estavam fora de casa que conversava com Cornélia.
- Elisa é muito sério o que quero te dizer e perguntar. E' sobre a morte de Rubens. Por favor Elisa! 
A família de Rubens é muito infeliz por tudo que aconteceu... Eles sofrem desejando a verdade. Perderam uma pessoa que amavam e imploram a você a verdade.
Elisa arregalou os olhos e demonstrava tanto nervoso que senti seu corpo tremer ao tocá-la.
Me olhou e falou:
- Não me peça isto! Eu não sei de nada. Olívia não se meta nesta história é muito perigoso.
-Porque você tem tanto medo de falar? Uma pessoa que te amava morreu Elisa! Todos sabem o quanto Rubens te amava e você faz silêncio? Isto é absurdo, porque se você sabe deveria falar. Por isto existe a justiça... Ela serve para impedir pessoas a continuar com atos sujos e se você se cala, você se torna cúmplice.


- Quando eu vi você e seu Filipe juntos, pensei que tudo aquilo que você vivia ao lado dele, era por amor... Imaginei vocês cúmplices no dia a dia com grande amor e agora não estou tão errada... Tem cumplicidade sim mas amor não! Este seu modo de agir protegendo e escondendo algo é cumplicidade, mas muito grave Elisa, daria prisão para você se viesse a ser descoberto e não existisse a sua ajuda.
Sonhos destruídos... Vidas destruídas. Quem poderia sonhar com dias felizes vivendo deste modo? Um modo assim tão sofredor. Antônio sofre e seu silêncio o destrói por não conseguir transmitir aos seus, serenidade e alegria.
Falei seriamente e com um tom de voz muito seca tentando assustá-la. Elisa estava precisando disto. Precisava de alguém que a acordasse e ao mesmo tempo prometesse em ajudar.
Aprendi isto com minha avó. Quantas vezes a vi reprimindo a minha mãe na minha frente. Adorava ver o olhar dela... Parecia um coronel e suas armas eram as palavras.
Eu queria deter esta mulher, deveria ouvir as confissões que ninguém nunca conseguiu ouvir e não a deixaria em paz enquanto isto não acontecesse... Nem que tivesse que amarrá-la em uma cadeira, ela não sairia dali sem falar toda a verdade que sabe.. Para mim Cornélia agora é uma das pessoas mais importantes da minha vida e eu queria ajudá-la mais que tudo!
Elisa estava silenciosamente assustada. Tentei tranquilizá-la dando afeto, mas ao mesmo tempo mostrava minhas garras...
- Elisa quanta coisa feia eu ouvi de você depois de semanas que estou aqui... Cheguei a ouvir que você é uma mundana. Eu não consigo acreditar nisto... Quando eu te olho, não consigo ter ver como uma pessoa sem escrúpulos. Sempre me pergunto: Como pode uma pessoa que cuida tanto de outras pessoas ser maldosa? E se Rubens te amou também não poderia ver isto em você. Digo isto porque as pessoas daquela família são pessoas extremamente dignas e bondosas. 
Neste momento Elisa explodiu em um choro incontrolável. Eu não queria que ninguém se aproximasse, assim a puxei para dentro do banheiro porque seria um lugar discreto. 
Tranquei as portas sem que ela pudesse perceber. O banheiro havia duas portas e além de uma delas que era em frente ao corredor, havia outra que ia de encontro à varanda. Não queria que ela escapasse então as tranquei.
- Fale, Elisa, por favor fale nem que seja somente para mim! Eu quero poder te ajudar, confie em mim.
Eu sei que você se envolveu com Juliano bem antes de conhecer Rubens... Por que? Por que Elisa?
Cornélia me contou tanta coisa. Contou, porque os homens envolvidos foram da família dela. E agora, ela sente muita vontade de poder conversar com você, mas Antônio irmão de Rubens, sempre a proibiu. 
Falava e ela estava ainda chorando muito. Passados alguns instantes, ela debruçou seu rosto na janela e começou a me escutar com calma parando de chorar. Percebi que ela estava a pensar porque a via um pouco mais tranquila.
De repente, ela falou:
- Me promete uma coisa, Olivia? Me promete que irá me ajudar... Eu preciso muito de ajuda mas nunca pude confiar em ninguém.
Dentro de mim existe uma verdade escondida e é muito difícil poder dizer o quanto estou envolvida.
Me ajuda, por favor... Te contarei tudo! Tudo se você me prometer em ajudar... Tenho provas escondidas em um lugar que só eu e Rubens poderíamos conhecer.
- Não só te ajudarei, mas toda esta família estará do seu lado... Acredite em mim! São corações sofridos, mas também são sempre muito unidos.

Autora: Aymée Campos Lucas
Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco
Parte 1 Capitulo 25
Todos os direitos reservados
Segue capítulo 25 - Parte final 


Para quem desejar ler o inicio do meu livro, este é o Link:


Desde o início que escrevia "Aventura de Louco, Todo Mundo quer um Pouco" falei que queria escrever em torno de 29 a 30 capítulos e pelo visto o que planejei está se realizando. Queria também criar um romance, mas com um pouco de mistério... Quem matou Rubens? (risos)
Para mim se tornou um desafio no início, mas agora é alegria. Muita alegria.
Dedico esta página à todos que acreditam na justiça. Nesta estória teve um crime e nesta Aventura Louca, tem pessoas que ainda acreditam que se alguém erra ou comete um crime não deve estar livre. Tem que pagar.
E se a justiça não faz nada para que isto se realize, chame Olívia que ela resolve, (risos)
Este capítulo continua daqui a alguns dias.



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