A espera
Todos os dias, ela se aproximava daquela estação, quando percebia que o trem das cinco horas iniciava a apitar bem de longe.Corria e sua velocidade se transformava em ansiedade ao pensar que ele, desta vez, desceria daquele trem.
Por um mês, dois, um ano, três anos, cinco anos, todos os dias isto se repetia... cinco anos a espera de uma pessoa que nem notícia dava, nem um telegrama, carta ou um telefonema com alguma explicação. Só havia aquela única promessa... dizendo que ela poderia esperar, que um dia ele voltaria para se casar e lhe amar.
E, neste dia totalmente agitada, surgiu um enorme pressentimento, parecia que sentia o cheiro dele no ar se aproximando e quando as portas do trem se abriram, iniciou a sair pessoas de todos os tipos e por ultimo, havia uma jovem dona e uma pequena criança que a reconheceu quando desceu daquele trem.
Se aproximou e lhe entregou uma carta com um sorriso melancólico, dizendo:
- Abra, por favor, é importante!
E assim, ela o fez, abriu... era um pedido de desculpas pela promessa que havia feito, destruindo um sonho que agora é desfeito.
Este homem escreveu no seu leito de morte uma simples carta com letras tortas, pelo tremor de suas mãos adoecidas e, quem entregou esta tristes palavras, foi a sua jovem esposa, apaixonada e entristecida pela morte de um marido que nunca existiu na vida dela, por amar a dona que sempre o esperou na estação de trem.
Autora: Aymée Campos Lucas
Modo de escrever
Muitas vezes, não sei esperar chegar em casa para poder começar a escrever.A qualquer lugar, a qualquer momento, algo surge em minha mente e não consigo ser indiferente. Se perto de mim tem gente, deixo de ser simpático, difícil me manter estático, mais que isto, impossível me manter extático a esta vontade. É um pouco problemático este jeito fanático... logo pego a caneta e o papel para colocar as idéias em ordem, desta forma, fica tudo mais prático.
Elas parecem fora de ordem, por ser um mundo de ideias e quem me vê, pode pensar até que sou um matemático, um pouco lunático.
Se eu pudesse, levaria a minha máquina de escrever para onde fosse. Tudo seria ainda mais fácil, mais veloz... gosto do som que ela emite, parece uma voz, um ligeiro sopro, uma alerta de alguma palavra certa.
Não sei explicar, mas me atrai escrever sentindo a máquina clicar, faz parecer um aviso de que o cérebro e suas ideias estão para se organizar, alçar voo e longe voar!
Autora: Aymée Campos Lucas
E o vento levou
E o vento levou...Este vento que passa sem avisar e te leva o que tem, fazendo tudo de suas mãos voar, como se fosse uma poeira que não atinge ninguém.
O vento levou parte de que um dia construí, levou a minha sorte de ser forte, levou a coragem jogando pra margem, parecia uma bobagem... o vento já foi cruel, foi bondoso, foi ciumento, foi até generoso, mas quando olho para trás, vejo o tanto que levou e o estrago que ainda faz...
O vento levou e eu insisto em continuar a lutar contra o vento! Eu posso parecer um pouco lento, mas não deixo este vento nunca levar o meu talento, nunca levar os meus sonhos, minha criatividade e minha visão conquistada com a minha idade.
O vento levou os amores e o vento ainda vai levar, me fazendo sentir dores, mas eu tenho sempre que me alçar e ainda buscar o que quero, tenho que conquistar... faço um desejo, e depois com este vento, eu pelejo.
Autora: Aymée Campos Lucas
Tempos modernos
O tempo parece moderno, a vida um corre corre, mas as dores não se revelam, nesta corrida do dia a dia.Eu quero ser desatenta, brincar com a sorte que para mim é sempre lenta, para esquecer que existe a dor de perder o que eu não gostaria de ter perdido.
Na vida a gente foge da dor de todos os modos para esquecer que ela exista. Queremos a sorte de sobreviver no caos que criamos e a esperança reinar depois de tanto desespero ao inesperado.
Penso que é uma luta constante da gente não querer algo que te impõe e, você não desejar de maneira alguma se perder nisto que te é imposto, não é fácil... Então, a solução é ser diferente de todos, e brincar é algo diferente.
Autora: Aymée Campos Lucas